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Ideias para Novos Programas Sociais.

Flanando pelo velho Centro do Rio e observando as moçoilas que passavam com seus modelitos de inverno, tive a ideia de propor ao Governo Federal dois novos programas sociais: o “Meia-calça, minha vida” e o “Bota, Dilma, bota”. Tenho certeza que eles farão um enorme sucesso, arrancando aplausos até da Miriam Leitão - isto sem falar na Gloria Kalil! -, pois permitirão que as mulheres das classes populares tenham acesso a estes dois itens primordiais do vestuário feminino neste inverno!
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Diálogo fictício, porém plausível, em um táxi carioca.


Um homem de meia-idade, bem-vestido, pega um táxi nas imediações da Rua Uruguai, em direção ao Centro da Cidade. No rádio do carro, a CBN anuncia a queda de Mubarak, no Egito. Entusiasmado, o passageiro começa a jogar conversa fora: “Essas manifestações no Egito foram fantásticas! O povo nas ruas lutando contra um ditador, pela liberdade! Aqui no Brasil é que as pessoas são muito acomodadas, não lutam por seus direitos! Tanta roubalheira por aí e ninguém fala nada! Aqui se tem cerveja, samba e futebol, está todo mundo feliz e ninguém quer saber de porcaria nenhuma!”.
E o táxi vai chegando ao Centro: “Que merda! A Presidente Vargas está toda engarrafada! O que é que é? Manifestação dos Sem-Terra? Que pouca vergonha! Bando de arruaceiros, de vagabundos que não querem trabalhar! E a polícia não faz nada, deixa esses caras fazerem baderna e atrapalharem a vida de todo mundo! Duvido que no tempo dos militares eles se engraçassem assim! Pra dar jeito neste país só uma ditadura mesmo!”.

Moral da História: Por que os medioclassistas e os “veículos de comunicação” que fazem a sua cabeça apóiam as manifestações populares no Egito e no restante do mundo árabe? Resposta óbvia: porque elas estão longe daqui...
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Lendas Urbanas e Aventuras Sexuais.


Existem tantas lendas urbanas envolvendo pretensas aventuras sexuais, que quase todo morador de grandes cidades já ouviu, pelo menos, uma delas (isto quando não conhece alguém que jura que as vivenciou!). Algumas já são tão comuns que incontáveis versões das mesmas podem ser encontradas nas revistas de sacanagem ou nos sites que divulgam “experiências sexuais verídicas”. É só reparar: a estrutura narrativa e a idéia central são sempre as mesmas, mudando somente os detalhes e os aspectos secundários da história.
Uma delas é sobre um famoso ponto de prostituição supostamente freqüentado por normalistas (aqui no Rio, seriam alunas do Instituto de Educação, na Tijuca!): todos juram que existe, mas ninguém sabe dizer exatamente onde é! Uma versão mais hard chaga a falar em um camarada que foi no tal local para se “divertir” e acabou encontrando a própria filha se prostituindo (eis aí a velha lição aprendida com os autores moralistas dos tempos d’antanho: é importante ressaltar as noções de crime e castigo...)!
Outra narrativa do gênero bastante comum é sobre o camarada que conhece uma mulher maravilhosa em um local público (no ônibus, na boate, no metrô), rola uma atração instantânea – dependendo da versão o jogo da sedução pode demorar um pouco mais – e os dois acabam na cama. Só que na hora h, a moça revela um segredo: na verdade, ela é uma “mulher” com um pequeno detalhe a mais (às vezes, não tão pequeno!). Só que o envolvimento já estava tão grande, que o nosso herói (hetero convicto, é claro!) acaba considerando isto uma irrelevância e segue em frente...
Porém, não há lenda urbana/aventura sexual mais recorrente do que aquela contada por alguns de nossos bravos taxistas aos seus clientes do sexo masculino: a da passageira gostosa, com “pinta de madame”, que ao entrar no veículo não resiste aos encantos do motorista e começa a boliná-lo e a passar a mão em suas coxas. E aí – nas palavras de um desses galãs dos engarrafamentos, em cujo táxi tive a honra de andar na semana passada – “doutor, o senhor sabe como é: deu mole deste jeito, a gente que é homem, tem que pegar”! Como os taxistas que me contaram variações desta estória já passaram da meia idade (em alguns casos já passaram muito!), estão bastante castigados pelo tempo e não parecem ter nenhum sex appeal que enlouqueça o sexo oposto, só posso chegar às seguintes conclusões: 1- existe, no Rio de Janeiro, um grande número de mulheres “de fino trato” cujo fetiche é transar com um taxista, por mais prejudicado que o cidadão esteja; 2- o nível de carência está tão alto, que a mulherada está pegando qualquer coisa que apareça pela frente; 3- uma condição sine qua non para que alguém se torne taxista é ter imaginação fértil e uma grande capacidade para contar lorotas!
Aguardo a opinião dos leitores do “Abobrinhas”...
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Pra não dizer que não falei da "Guerra ao Tráfico"...

Nos últimos dias, tenho assistido na Rede Globo uma exemplar “cobertura cidadã” dos recentes acontecimentos no Rio de Janeiro, pautada pelo discurso de "todos unidos contra o crime/o Rio vai vencer esta batalha". Tal discurso é recorrentemente repetido em todos os braços de mídia da organização, apesar dos "veículos de comunicação" controlados pelos Marinho estarem espetacularizando o tráfico e o combate a ele em suas reportagens ao longo desta semana. Afinal, jornalismo sóbrio não dá IBOPE! Também tenho visto nas redes sociais, o crescimento da campanha “I Love Rio”, em que pessoas que não têm a mínima noção de onde fica o Complexo do Alemão ou a Vila Cruzeiro (e que, é claro, consomem o seu baseadinho socialmente) trocam as imagens de seus perfis por esta frase na língua de Shakespeare - pois todos sabem que a língua de Camões é muito brega e provinciana – e expõem ao mundo a sua indignação. Tocado por estas manifestações sinceras da cidadania e imbuído do mais puro espírito republicano, este blog humilde, porém limpinho e honesto, está lançando a campanha "Doidão, plante o que você consome". É ecológico, não tem agrotóxico, impede que o consumidor se envenene com bosta de cavalo misturada no bagulho e ainda ajuda a secar uma das fontes de recursos do tráfico! E como não podia deixar de ser, para marcar de forma contundente o lançamento de tão educativa e ambientalmente correta campanha, recorremos à sabedoria do nosso filósofo favorito, o mestre Bezerra da Silva.

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Breves Comentários Pós-Eleitorais.


Depois de votarem no ungido de Adolf Ratzinger para a presidência do Brasil e de lançarem a campanha “Afogue um Nordestino”, os filhotes da “classe mérdia” do Sulmaravilha estão articulando o movimento “Eu sou brancão” que terá como pontas-de-lança o grupo de pagode mauricinho “Raça Ariana” e o Bloco Carnavalesco “Mama Áustria”...

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Silas Malafaia, pastor de almas e de grandes negócios, foi - sem sombra de dúvidas - o Zico destas eleições presidenciais. No primeiro turno, foi só ele abandonar a campanha da Marina, a uma semana das eleições, que a candidata verde decolou, surpreendendo a todos os institutos de pesquisa; no segundo turno, bastou que ele declarasse apoio oficial ao Serra, para que a Dilma superasse a frustração de não ter vencido as eleições em 03 de outubro e começasse a arrancada para a vitória. Vai ser pé-frio assim lá em Quintino!

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O convívio com FHC fez com que Serra adquirisse alguns dos hábitos do ex-sociólogo, dentre eles o de falar merda em várias línguas. Uma das pérolas ditas em Biarritz pelo famoso alvo de bolinhas de papel foi a de que a política econômica de Lula está desindustrializando o Brasil. Isto na mesma semana em que foi anunciado que, no acumulado do ano, a produção industrial brasileira já supera em quase 7% a do ano passado. Ele deve estar fumando o mesmo bagulho malhado com bosta de vaca que o FHC fuma. Para o bem da nação - e, agora, do mundo - é fundamental que eles troquem de vapor!
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Ah, os demônios...

Como em meu último post fiz menção ao "cramulhão", lembrei-me de um ótimo livro do historiador Carlos Roberto F. Nogueira, professor de História Medieval da Universidade de São Paulo, editado pela EDUSC. Esta pequena grande obra intitula-se "O Diabo no Imaginário Cristão" e é dela que retiro o trecho abaixo sobre os satanismos contemporâneos:

Da década de 60 em diante, parece que nos encontramos frente a um desenvolvimento constante de seitas esotéricas e do satanismo, que a crise de sobrevivência e de valores - em especial a assustadora crise de identidade - que aflige os homens senão em escala mundial, ao menos em escala ocidental, que proclama a necessidade da saída esotérica e mesmo a grande inovação dos últimos tempos: o consumo de mercadorias esotéricas. Mercadorias que penetram em um circuito imaginário de recompensa e punição (para os que não as possuem), premiando uma participação esotérica, que não percorre os difíceis caminhos da iniciação e do conhecimento, mas obedece de uma maneira cada vez mais flagrante as leis do mercado e do poder de compra.
(Págs. 114 e 115)

Enfim, temos aí o esoterismo/satanismo fast-food que se insere na mesma lógica que o evangelismo fast-food. Portanto, é só escolher entre a salvação e o prazer e procurá-los em qualquer Igreja/Casa Esotérica perto de você! Como diria Cícero, no tempo em que se falava latim, "O tempora o mores"...


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E por falar em demônios, os "Homens-Bons" (com a devida licença do nobre Prof. Hariovaldo) do país continuam com sua lide incessante para exorcizar o "Coisa-Ruim" que ora habita o Palácio do Planalto. Ao ler sobre o lançamento do Manifesto em Defesa da Democracia e da Liberdade de Imprensa, na Faculdade de Direito da USP, não pude deixar de lembrar dos gloriosos meses de março e abril de 1964 quando manifestos em defesa da democracia e da liberdade e em apoio à Revolução Redentora que salvou o Brasil do comunismo ateu e apátrida - inclusive alguns assinados pelos professores daquela casa - eram diariamente publicados pela imprensa livre e democrática do país. De novo, nós temos a união de intelectuais e artistas democratas - como Carlos Vereza e Ferreira Gullar; de juristas isentos e defensores da liberdade - Carlos Velloso, Miguel Reale Júnior e Hélio Bicudo (que se redime assim de seus pecados passados) e da Santa Madre Igreja - D. Paulo Evaristo Arns (outro que o Senhor resolveu iluminar no ocaso da vida!). Não precisa dizer que este movimento tem um caráter totalmente apartidário: a presença de uma equipe de gravação da campanha do Serra no local, filmando e colhendo depoimentos dos manifestantes, se deu simplesmente pelo mais alto dever de levar a informação ao povo ingênuo deste país, que está sendo enganado pelas hostes satânicas que usurparam o poder da nação!
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Tentações.

Hoje, domingão, pouco depois das 19 h, Praça da Cruz Vermelha, no coração da Lapa. Lá estava eu a flanar e a observar as figuras interessantes que perambulam por essas bandas da cidade, quando uma mocinha - até bastante bonitinha - com aquele jeitão de evangélica e com uma pilha de folhetos religiosos nas mãos se aproxima de mim e, de forma bastante educada, me aborda:
- Boa noite, senhor. Posso lhe entregar uma mensagem da nossa Igreja?
- Pois não, respondi eu.
- Ela traz uma reflexão sobre um tema muito importante: a virgindade e o sexo antes do casamento. Qual é a sua opinião sobre isto?
- Sobre o quê?
- Sobre sexo antes do casamento
Juro que tentei não ceder à tentação, mas o demoninho tentador foi mais forte do que eu! Não resisti e mandei aquela velha resposta:
- Nada contra, desde que não atrase a cerimônia!
Ela ficou tão vermelha, mas tão vermelha, que não pude deixar de me sentir o mais torpe dos indivíduos. Falei então:
- Liga não, menina. Foi o demônio quem me tentou e me fez soltar esta piada infame!
Ela arregalou os olhos, balbuciou algo, disse boa noite e foi abordar outra pessoa que passava por ali.

E assim, como tem sido desde a alta idade média, o demônio continuou a cumprir sua mais importante função social: a de fornecer a nosotros, pobres e falíveis mortais, as desculpas que justificam as cagadas que fazemos!
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Breves Comentários de um Blogueiro em Crise.

Já há alguns meses, tenho postado muito pouco aqui no blog , sendo que as últimas postagens nada mais foram que reproduções de poemas ou de textos de outros. Confesso que ando com uma certa preguiça de escrever no "Abobrinhas" que, somada ao excesso de trabalho, acaba travando um pouco minha produção blogueira. Nos últimos tempos, tenho até escrito e publicado bastante sobre os resultados das minhas pesquisas mais recentes, mas os textos descompromissados que sempre caracterizaram o blog, sei lá o porquê, não não tem saído com a frequência de tempos atrás. Enfim, blogueiros também entram em crise criativa!

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Atualmente, tenho lido muito mais os blogs dos outros do que escrito no meu e, recentemente, "nosotros", os blogueiros sujos, tivemos uma excelente notícia: a volta à ativa do mestre Idelber Avellar. Desativado há um ano, O Biscoito Fino e a Massa voltou numa hora em que os lúcidos e, sempre, brilhantes textos do Idelber se fazem mais do que necessários!

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Em sua egotrip semanal publicada no último domingo em “O Globo”, Caetano Veloso fez uma crítica tão veemente ao modelo de Estado defendido por Dilma, que o seu discurso não ficaria nada deslocado na boca de um militante do ultraconservador movimento “Tea Party”, que agita os Estados Unidos. Mas é claro que o Caetano prefere se declarar – como já fez algumas vezes - alinhado a uma “esquerda moderna”, que tem em Marina e Gabeira os seus grandes representantes no Brasil. Na mesma coluna, o velho baiano declara o seu voto para o senado em César Maia, com alguns dos argumentos mais imbecis que li nos últimos tempos. Mas tudo bem: segundo seus inúmeros seguidores (Caetano não tem simples fãs!), ele é uma espécie de gênio da raça e pode tudo...

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Algumas das nossas bens informadas fontes nos passaram a informação de que para tentar reverter a tendência apontada nas últimas pesquisas, além de recorrer ao "Guru" da web, o indiano Ravi Singh, José Serra também resolveu apelar para os serviços dos profissionais abaixo:

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A "boa educação" segundo Quino.

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Seis frases-clichês para as quais não tenho mais saco.

Deixou o Mengão chegar, já era!
Este é o mantra repetido pelos torcedores do Flamengo, toda vez que o time consegue chegar às fases finais de alguma competição importante. Há aí a crença mística de que alguma força metafísica empurra o Flamengo para o título, sempre que ele consegue avançar em um campeonato. Como eventualmente o time consegue ganhar alguma coisa – como o brasileiro do ano passado -, este clichê passa a ser repetido como uma verdade inquestionável (contando com o decidido apoio da “Flapress”, é claro). Mas confesso que agora, finalmente, consegui entender o verdadeiro significado desta frase: afinal, já estamos no meio do ano e "já era" a Taça Guanabara, "já era" o Campeonato Estadual, "já era" a Libertadores...

Caê é gênio!
Esta é a indefectível exclamação dos inúmeros adeptos do culto caetanista para qualquer coisa que seu ídolo-mor diga ou faça. Caetano apareceu nu em um documentário “egotrip” sobre ele? “Nossa, que transgressão! Caê é gênio!”; Caetano canta “Um tapinha não dói” em um show? “Super-vanguardista! Caê é Gênio!”; Caetano chama o Lula de analfabeto? “Que máximo! Ele está sempre contra a corrente. Caê é gênio!”.

O brasileiro não sabe votar.
Esta frase e suas variantes – “Isto só acontece no Brasil”, “Mania de brasileiro” – é um dos clichês favoritos daquele típico cidadão classe-média, leitor da “Veja” e que tem como guru o Diogo Mainardi. Tendo como sonho de consumo morar em Miami, este indivíduo critica as supostas mazelas nacionais, excluindo-se do conjunto de seus concidadãos: afinal, “brasileiros” são sempre os outros. No entanto, esta figura costuma “molhar” a mão do guarda para não ser multado, tende a se considerar acima das leis e na hora do voto para deputado ou vereador escolhe sempre um candidato que é sobrinho do primo de algum amigo de infância ou qualquer coisa que o valha, pois é sempre bom ter algum conhecido nas altas esferas para resolver qualquer probleminha que possa aparecer.

Se o Brasil é assim, a culpa é da colonização portuguesa.
Esta é a explicação básica para os problemas brasileiros dada por qualquer indivíduo que possui um diploma superior em qualquer coisa, obtido sabe-se lá onde e sabe-se lá como. Afinal, por ter instrução superior, ele considera-se apto a opinar sobre todo e qualquer assunto. Se alguém com um mínimo de senso crítico procura contra-argumentar – já vi alguns pobres alunos meus, que ainda acreditam na humanidade, a tentar fazer isto - , esta figura dá um risinho condescendente e pensa: “Coitadinho! Só porque leu estas besteiras em alguns livros de qualidade duvidosa, ele acha que pode discutir com alguém com a minha formação e experiência de vida”. Ah, o “gênio” Caê também já andou repetindo este clichê!

Como um analfabeto como o Lula pode ser presidente do Brasil?
Este é o clichê tradicional do(s) tipo(s) de cidadão(s) descritos nos itens anteriores, em qualquer discussão sobre política. Não adianta listar os avanços obtidos durante o governo Lula e nem falar do reconhecimento internacional alcançado pelo Brasil nos últimos anos: esta frase é sempre repetida como uma espécie de mantra e, como qualquer delírio de fundo religioso, não é passível de questionamento.

Apesar de reconhecer alguns méritos no governo Lula, não voto na Dilma, porque defendo a alternância de poder e porque acho que o PT tem um certo viés autoritário.
Este é o argumento de dez entre dez pretensos intelectuais que pretendem votar na Marina Silva nas próximas eleições (e que em 2006 votaram no Cristovam e, em um eventual segundo turno, votarão no Serra). O interessante é que este discurso da “alternância do poder” só se aplica ao governo federal, já quem São Paulo os tucanos governam há mais de duas décadas e esta turma não abre a boca para se pronunciar sobre isto. Ah, e nenhum deles viu qualquer viés autoritário na afirmação do falecido Sérgio Motta, ainda no primeiro mandato de FHC, de que o plano dos tucanos era o de permanecer vinte anos no poder...
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A Modernidade ou Sobre a Transitoriedade das Coisas.

"Metropolis", Paul Citroen, 1923.

No último parágrafo do prefácio de "Tudo que é sólido desmancha no ar", Marshall Berman escreveu uma das mais belas e doloridas reflexões sobre a modernidade que eu conheço. Reproduzo-a sem maiores comentários. A beleza - e a singeleza - do texto dispensa qualquer outra observação:

Logo depois de terminado este livro, meu filho bem-amado, Marc, de cinco anos, foi tirado de mim. A ele eu dedico "Tudo que é sólido desmancha no ar". Sua vida e sua morte trazem muitas das idéias e temas do livro para bem perto: no mundo moderno, aqueles que são mais felizes na tranquilidade doméstica, como ele era, talvez sejam os mais vulneráveis aos demônios que assediam este mundo; a rotina diária dos parques e bicicletas, das compras, do comer e limpar-se, dos abraços e beijos costumeiros, talvez não seja apenas infinitamente bela e festiva, mas também infinitamente frágil e precária; manter essa vida exige talvez esforços desesperados e heróicos, e às vezes perdemos. Ivan Karamazov diz que, acima de tudo o mais, a morte de uma criança lhe dá ganas de devolver ao universo o seu bilhete de entrada. Mas ele não o faz. Ele continua a lutar e a amar; ele continua a continuar.
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As Cartas e o Tempo.

(...) A questão das cartas é uma questão complexa em que o tempo tem tudo a ver e haver. É que entre o receber das cartas e o lê-las há, para mim, um hiato de angústia que não depende nem da natureza nem do conteúdo das cartas. É mais uma espécie de hesitação indefinida, uma quase vontade de não ler, de não tomar conhecimento, de dispensar a informação emocional ou meramente referencial que as cartas veiculam com o seu inevitável recuar no tempo, porque mesmo trazendo possíveis novidades ou informações até aí desconhecidas, as cartas chegam sempre depois...chegam sempre atrasadas...O hoje da recepção e da leitura vem sempre depois do hoje da escrita e do envio, que agora é já um ontem, e esses dois hojes, sendo desfazados no tempo, contêm a possibilidade quase certa e angustiante de aquilo que nas cartas se lê já não corresponder que está acontecendo. No amor esta dúvida, esta incerteza podem ser fatais...O hoje que leio é já um ontem do que foi escrito...É isso que me desagrada e ao mesmo tempo me atrai desagradavelmente...essa intromissão do passado que as cartas me trazem no presente que estou vivendo, enquanto fico sem nada saber do presente simultâneo de quem me escreveu...

(Trecho de "Carta-Ensaio" de E.M. de Melo e Castro. In: Galvão, Walnice Nogueira e Gotlib, Nádia. Prezado Senhor, Prezada Senhora: Estudos sobre Cartas. São Paulo, Cia. das Letras, 2000)
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Abobrinhas Infames ou Vinde a mim as Criancinhas!


Como dizia o grande intelectual, filósofo, sportsman e dublê de senador da República, Fernando Collor de Mello, "o tempo é o senhor da razão"! Um exemplo disto é o fato de que, até há alguns anos, a Igreja ajudava a espalhar que os comunistas comiam criancinhas. O tempo mostrou que, na verdade, quem come criancinhas são os padres...

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Finalmente compreendo porque a Igreja é contra o aborto: se diminuir o número de crianças, os padres terão menos vítimas para satisfazerem seus prazeres e perversões secretas!

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Não entendo o porquê das reações aos comentários do pregador papal Raniero Cantalamessa, durante as celebrações da Semana Santa. De fato, a Santa Madre Igreja é uma vítima nessa história de pedofilia: a culpa é dessas crianças terríveis, enviadas pelo demônio, que ficam tentando os pobres homens de Deus!

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Aqui no Brasil, o Prêmio Bento XVI, na categoria “Pedofilia Musical” vai para o Marcelo Camelo, do Los Hermanos. Afinal, se namorar a Mallu Magalhães não é pedofilia, eu não sei mais o que é isto...

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Isto me faz lembrar do "The Killer" Jerry Lee Lewis - um dos pais do Rock and Roll - que, em 1956, engravidou – e casou – com sua prima de segundo grau, Myra Gale Brown, então com 13 anos.

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A pedofilia já rendeu boa literatura: quem não se lembra de Humbert Humbert, o pervertido professor de literatura francesa que desenvolveu uma paixão doentia por uma pré-adolescente, em “Lolita”, de Vladimir Nabokov? Além, é claro, do "ninfeteiro-mor", Lewis Carroll, que tinha por hobby fotografar meninas seminuas e que dedicou seus livros “infantis” a uma de suas musas, Alice Lindell.

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Frase da Semana (nada santa):

“Adoro crianças, exceto meninos” (Lewis Carroll).

Com certeza, a maioria dos padres católicos discorda desta afirmativa. Principalmente da segunda parte...
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As cinzas de quarta-feira: Drops Pós-Carnavalescos.

O Vasco está na final da Taça Guanabara. Não importa se a vitória contra o Fluminense foi nos pênaltis, não importa quem irá disputar conosco a decisão. Se tudo correr bem, no domingo o carnaval continua...

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Não agüento mais ouvir de algumas pessoas comentários do gênero: "com tanta miséria no Brasil, o nosso governo vai enviar este dinheiro todo para o Haiti, ao invés de ajudar os pobres e desabrigados daqui". No entanto, as mesmas figuras que fazem este tipo de comentário são aquelas que habitualmente se manifestam contra os programas assistenciais do governo Lula - que elas consideram “um absurdo “- e que costumam chamar o bolsa-família de "bolsa-esmola". Além de reclamar - é claro - de seu "caráter eleitoreiro"...

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Em tempos idos, a minha vida era um livro aberto; hoje ela é um notebook com um disco rígido de 1 TB, 4 GB de memória RAM, um processador de 4 GHz e todos os programas instalados!

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Sem nenhuma conotação bairrista: somente a força econômica e o gigantesco mercado consumidor representado por São Paulo justificam que a Rede Globo transmita por duas noites o desfile das escolas de samba paulistas, que não passa – apesar de, reconheço, ter evoluído bastante nos últimos anos – de uma pálida imitação do desfile das escolas cariocas. Espetáculo por espetáculo, a apresentação das escolas do grupo de acesso do Rio de Janeiro consegue ser infinitamente superior à do grupo principal de São Paulo.

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É impressionante como a grande imprensa “esqueceu-se” de que José Roberto Arruda era um dos nomes mais cotados para ser o vice na chapa de José Serra: atualmente, quase ninguém fala mais nisto, num patético esforço para desvincular o candidato tucano do mensaleiro do DEM. Mas quem quiser refrescar a memória é só dar uma olhada nesta entrevista do Arruda à revista Veja há seis meses atrás e perceber como a publicação da “Famiglia” Civita enchia a bola do atual presidiário-mor de Brasília...

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Vi há pouco, na Lapa, um trio fantasiado de maneira impagável: o rapaz estava vestido de Lula e as moças, que andavam abraçadas com ele, de Dilma e D. Marisa, respectivamente. “Lula” carregava uma placa no pescoço com o nome da fantasia tripla: “Ménage à Trois Presidencial – Eu quero é phoder”!

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Para não perder o hábito de contar histórias, mesmo durante o carnaval, aí vai uma das minhas favoritas: em 1912, o Barão do Rio Branco – um dos mais populares homens públicos da República Velha – morreu às vésperas do carnaval. As autoridades então decidiram adiar os festejos, jogando-os para o meio do ano, em respeito à memória do maior nome da nossa diplomacia (Abrindo parênteses: quantos políticos de hoje mereceriam o adiamento do carnaval por causa de suas mortes? Pelo contrário: se FHC ou Sarney morressem às vésperas do outrora chamado “tríduo momesco”, os festejos seriam prolongados por, no mínimo, mais dez dias!). Mas se as festas “oficiais” foram realmente adiadas, nos bairros populares do Rio de Janeiro, o povão não perdeu a oportunidade de brincar o carnaval duas vezes e saiu às ruas cantando a seguinte quadrinha: “Com a morte do Barão / Tivemos dois carnavá / Ai que bom, ai que gostoso! / Se morresse o marechá” (numa referência ao então presidente da república, o Marechal Hermes da Fonseca). Com certeza, o velho Juca Paranhos, boêmio inveterado e grande apreciador do carnaval, deve ter gostado imensamente desta “homenagem”, lá no além-túmulo. E é por isto que eu costumo dizer aos meus alunos de Política Externa Brasileira que o Barão deu uma enorme contribuição à cultura pátria: deve-se a ele a invenção da micareta, o carnaval fora de época!

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Trilha Sonora do Dia: "Todo Carnaval Tem Seu Fim", do Los Hermanos.

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Cenários (Pós) Eleitorais.

02 de abril de 2010: devido ao crescimento de Dilma Roussef nas pesquisas e ao desgaste político provocado pelas chuvas em São Paulo, que colocaram em xeque a sua imagem de gestor eficiente, José Serra desiste de sua candidatura à presidência e anuncia sua intenção de disputar a reeleição ao governo do estado, para tentar reescrever a sua biografia política. Com uma eleição para o senado praticamente garantida e sem estar disposto a se sacrificar por um partido que puxou o seu tapete, Aécio Neves descarta qualquer possibilidade de vir a concorrer ao planalto. Sem ter outra alternativa, a coligação demo-tucana e seus agregados do PPS decidem recorrer a FHC, que prontamente aceita a missão, com a intenção de defender o seu legado e com a esperança de voltar ao governo nos braços do povo, que estaria desiludido com os "desmandos da gestão petista".

03 de outubro de 2010: em um pleito nitidamente plebiscitário, a candidata de Lula vence as eleições no primeiro turno. Profundamente deprimido e chocado com a ingratidão da plebe, FHC refugia-se na casa de seu amigo de fé, irmão camarada Caetano Veloso. Tentando levantar o astral do outrora "príncipe dos sociólogos", o mano Caetano encomenda ao seu fornecedor um preto baiano de primeira, vindo diretamente de Eunápolis. Porém ao saber que o bagulho será consumido pelo ex-presidente, o vapor resolve dar uma sacaneada e mistura bosta de cavalo seca na erva, antes de entregar a encomenda ao bardo baiano. Ao fumar aquela palha, FHC tem uma tremenda bad trip e começa a ter visões de um sabá satânico - como aqueles descritos pelos inquisidores medievais - em que Stédile, Chávez, Morales e Fidel vestindo mantas pretas, dançam em torno de uma fogueira, liderando uma multidão ensandecida que grita: "Aha, uhu, FHC eu vou comer seu cu". Ao acordar, profundamente impressionado, o intelectual uspiano decide largar a política e, em busca de um maior contato com a natureza, vai morar em uma comunidade alternativa no Sana, onde começa a criar abelhas, graças ao financiamento obtido junto a um dos programas de microcrédito implementados pelo governo Lula.

Alguns anos depois, já bem velhinho, a sua grande alegria passa a ser receber algumas poucas jovens estudantes de jornalismo que vão entrevistá-lo para fazer algum trabalho da faculdade. Nestes momentos, o velho sátiro começa a babar pelo canto da boca, coloca as mãos trêmulas nos joelhos das moças e invariavelmente diz : "Sabe, minha jovem, você me lembra uma jornalista da Globo que eu conheci há alguns anos atrás e que depois foi morar em Barcelona..."
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À Espera do Apocalipse ou Enquanto 2012 não Chega...

Em postagens anteriores, já comentei que os sinais de que o final dos tempos está próximo são bem visíveis para quem os quiser ver. Mas pensando bem, é até interessante que o mundo realmente acabe em 2012: só de imaginar que não vamos ter de aturar a histeria e as patriotadas do Galvão Bueno durante a Copa de 2014 – que seriam elevadas à décima potência, já que a competição está marcada para o Brasiiiiiiiiiillllllll -, a possibilidade do apocalipse até que passa a ser uma hipótese bastante atraente!

Por outro lado, é extremamente frustrante perceber que os dias derradeiros estão a acontecer justamente no momento em que o Brasil começa a dar certo e a entrar para a Primeira Divisão do Sistema Internacional. Isto é olho gordo! Dá até para desconfiar que alguns desses maias migraram da mesoamérica para o estuário do Prata e se constituíram nos antepassados de um povo que até hoje habita a região e que cultua um estranho e volumoso deus chamado Maradona!

Porém, enquanto 21 de dezembro de 2012 não chega, eu fico aqui em meu bunker anti-aéreo, localizado neste balneário singular que será tragado pelo Oceano Atlântico, com um copo de cerveja na mão (e várias garrafas no chão), ouvindo o que meu profeta favorito – o velho Raulzito – andou dizendo sobre esta questão. Nestes tempos conturbados que antecedem a chegada da besta do apocalipse, aproveito tais instantes de meditação para pedir ao Senhor que me dê paciência para aturar as bestas cotidianas que vivem a encher o meu saco continuamente...

Clique e ouça Raul Seixas com "As Profecias":


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Divagação.

"Valentina" - Guido Crepax

And in the End, the Love You Take is Equal to the Love You Make...
(Lennon e McCartney)
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Na Luta contra o Comunismo Ateu e Apátrida: Os Discípulos Ilustres do Prof. Hariovaldo de Almeida Prado.

Na foto acima, podemos ver dois grandes comediantes da televisão brasileira.

O insigne e erudito Prof. Hariovaldo de Almeida Prado continua angariando cada vez mais discípulos entre as “celebridades” de um certo país exótico ao sul do Equador. Depois de FHC, Caetano Veloso, Demétrio Magnoli e Marcelo Madureira, foi a vez do ex-comunista e neokardecista Carlos Vereza reafirmar sua condição de aplicado seguidor do velho mestre. Comentando o texto de Luiz Fernando Veríssimo sobre o Programa Nacional de Direitos Humanos, reproduzido em diversos jornais brasileiros na última quinta-feira, o ilustre ator global escreveu a seguinte pérola nas “Cartas dos Leitores” de “O Globo” de ontem, dia 23/01:

Finalmente o colunista Luiz Fernando Veríssimo (21/1) saiu do muro lulista, onde sempre esteve, abandonou por instantes Proust e seus biscoitos, e defendeu – com um ardor de corar o mais empedernido bolchevista – o Programa Nacional de Direitos Humanos 3, que é mais uma tentativa totalitária petista de cercear a liberdade de expressão no país. Nada mais lamentável do que ver um intelectual de sua estatura transformar-se em um rebelde a favor.

Conhecido por seu enorme talento como comediante - suas histriônicas entrevistas no "Programa do Jô" e suas hilárias participações nos programas eleitorais do César Maia se incluem, com certeza, entre os melhores momentos da história do humor nacional -, Vereza se superou ao encarnar, novamente, o papel de porta-voz do mais agressivo reacionarismo pátrio. O nobre Prof. Hari deve estar com o peito inflado de orgulho por conta da verve anti-comunista e desse discurso dos tempos da Guerra Fria de um de seus mais diletos pupilos!

Aliás, ouso até dizer que o discípulo está em vias de superar o mestre...
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Descobertas Literário-Musicais num Botequim em Botafogo.

André Dahmer, "The Botika Hotel", janeiro de 2009.

Segunda à noite, num botequim em Botafogo, eu, a Vê e o André Dahmer jogávamos conversa fora sobre quadrinhos, projetos e inúmeras coisas mais, quando no meio do papo surgiu – mencionado pelo André - o nome do Botika. Poeta, músico, compositor e romancista, o cara é, nas palavras do Dahmer (que gosta tanto dele que já postou no Blog dos Malvados um desenho - que reproduzo acima – em homenagem à figura!), um puta talento. Chegando em casa, depois de muitas cervejas, fui procurar no You Tube o vídeo de uma canção do Botika, “Mais de Uma Janela”, gravada pelo Qinho (da banda Vulgo Qinho & Os Cara) e muito elogiada pelo André. Realmente a música é bem legal, com um refrão que gruda nos ouvidos, uma melodia gostosa e uma letra aparentemente despretensiosa, mas com altas sacações. Além disso, o vídeo também ficou muito interessante, com suas imagens fragmentadas e várias referências visuais - concretas e simbólicas - a janelas. Porém, confesso que não gostei muito desta gravação: a música merece um registro melhor – fora do já batido “Voz e Violão” - e um arranjo mais elaborado. Mas o André tem razão: o cara é realmente bom! Já encomendei em uma livraria virtual um exemplar de “Uma Autobiografia de Lucas Frizzo”. Estou curioso para ver (e ler) como é o Botika romancista.

Confira o vídeo de "Mais de uma Janela":

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Apagões, Patriotas, Gênios da Raça e Outras Generalidades.

Não vou me surpreender se nos próximos dias, o cineasta pornô-chique, sex symbol da terceira idade e cronista de obviedades, Arnaldo Jabor, “cometer” alguma crônica interpretando o blecaute de ontem como uma “metáfora” para o “apagão moral” ou “apagão intelectual” (ou qualquer merda do gênero) “ vivido pela nação” no governo Lula...

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Um comentário que estou para fazer aqui há algum tempo, mas que acaba sempre ficando de lado:

E o senador Flávio Arns, hein? Saiu do PT no auge da crise do Senado alegando que o partido tinha perdido o seu compromisso com a ética. E qual foi o seu destino? O PSDB! Como será que o nobre senador está se sentindo ao lado de paladinos da ética como Eduardo Azeredo, Expedito Júnior, Cássio Cunha Lima, Artur Virgílio, Tasso Jereissati e tantos outros? Faz o seguinte, Senador: tente inventar outra desculpa como justificativa para a sua saída, que a gente vê se acredita!
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Hoje à tarde, ouvindo a Rádio CBN , não pude deixar de lembrar da famosa frase de Samuel Johnson, “O patriotismo é o último refúgio dos canalhas”. A ABERT (Associação Brasileira das Emissoras de Rádio e Televisão) está reivindicando que o princípio constitucional que restringe em 30% a participação estrangeira em empresas jornalísticas e de radiodifusão também deve ser aplicado aos portais de Internet. Confesso que fiquei profundamente tocado com as palavras do advogado da entidade, Luís Roberto Barroso, quando este afirmou que “ninguém quer controlar o livre fluxo de informações e idéias, mas queremos proteger a soberania e a cultura nacional”. O ilustre causídico alertou também para a possibilidade de amanhã um portal "estrangeiro" vir a defender a "internacionalização da Amazônia", além de dizer que, se permitirmos a entrada indiscriminada do capital estrangeiro no setor de comunicações, a qualquer dia a televisão poderá transmitir touradas no domingo ao invés de futebol ou dar mais ênfase ao Halloween do que às Festas Juninas. Vinda da entidade que representa as grandes redes de televisão e rádio como a Globo e a Band, sempre tão ciosas da nossa brasilidade, esta defesa da cultura nacional é profundamente comovente!
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As declarações do Caetano sobre o Lula acabaram ofuscando uma outra pérola lançada pelo grande intelectual baiano, nas últimas semanas. O erudito de Santo Amaro da Purificação classificou Woody Allen como um “cineasta pequeno e de visão estreita”, “careta”, um “tanto reacionário” e “muito hétero”. Provavelmente, para Caetano, uma grande obra cinematográfica é aquele troço pretensioso e soporífero que ele dirigiu nos anos 80, “ O Cinema Falado”, e grandes cineastas são aqueles que o convidam para cantar “Cucurrucucu paloma” em seus filmes.

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E por falar em Caetano, não é que a figura dentro de seu melhor estilo de dizer um “ou não”, depois de uma longa explicação sobre qualquer coisa, tentou minimizar as críticas que fez ao Lula, através de uma carta enviada ao “Estadão”? Nesta instigante missiva, ele alega não ter sido compreendido: “O que mais me impressiona é as pessoas reagirem diante de uma manchete de jornal, tal como ela foi armada para criar briga, sem sequer parecerem ter lido o trecho da entrevista de onde ela foi tirada. É um país de analfabetos? A intenção sensacionalista da edição tem êxito inconteste entre os leitores. Pobres de nós.” Enfim, na lógica de Caetano, não é só o Lula que é analfabeto: analfabetos somos todos nós que não conseguimos absorver a verdadeira essência de suas sábias palavras...

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Seguindo a sugestão da Michelle Ferretti, em um comentário no post sobre a campanha “Vá à merda, Caetano”, não posso deixar de comentar o brilhante texto do José Celso Martinez Corrêa, publicado no “Estadão” da última terça-feira. Destaco aqui, os trechos que eu gostei mais:

“Lula tem phala e sabedoria carnavalesca nas artérias, tem dado entrevistas maravilhosas, onde inverte, carnavaliza totalmente o senso comum do rebanho. Por exemplo, quando convoca os jornalistas da Folha de S. Paulo a desobedecer seus editores e ouvir, transmitindo ao vivo a phala do povo. A interpretação da editoria é a do jornal e não a da liberdade do jornalista. Aí , quando liberta o jornalista da submissão ao dono do jornal, é acusado de ser contra a liberdade de expressão. Brilha Maquiavel, quando aceita aliança com Judas, como Dionísios que casa-se com a própria responsável por seu assassinato como Minotauro, Ariadne. É realmente um transformador do Tabu em Totem e de uma eloquência amor-humor tão bela quanto a do próprio Caetano”.

“Eu abro meu voto para a linha que vem de Getúlio, de Brizola, de Lula: Dilma, apesar de achar que está marcando em não enxergar, nisto se parece com Caetano, a importância do Ministério da Cultura no Governo Lula. Nos 5 dedos da mão em que aponta suas metas, precisa saber mais das coisas, e incluir o binômio Cultura & Educação".

"Quanto a Marina Silva, quando eu soube que se diz criacionista, portanto contra a descriminalização do aborto e da pesquisa com células-tronco, pobre de mim, chumbado por um enfarte grave, sonhando com um coração novo, deixei de sequer imaginar votar nela”

Quem quiser ler o artigo na íntegra é só clicar aqui.

Assim, entre o "sou vanguarda porque tá na moda" Caetano Veloso e o "além de qualquer vanguarda" José Celso Martinez Corrêa, definitivamente fico com o segundo!

E agora eu vou deixar o “gênio da raça” um pouco de lado – pelo menos até ele soltar alguma “pérola” nova - , pois esse papo já tá qualquer coisa...
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