Apagões, Patriotas, Gênios da Raça e Outras Generalidades.

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  • quarta-feira, 11 de novembro de 2009
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  • Não vou me surpreender se nos próximos dias, o cineasta pornô-chique, sex symbol da terceira idade e cronista de obviedades, Arnaldo Jabor, “cometer” alguma crônica interpretando o blecaute de ontem como uma “metáfora” para o “apagão moral” ou “apagão intelectual” (ou qualquer merda do gênero) “ vivido pela nação” no governo Lula...

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    Um comentário que estou para fazer aqui há algum tempo, mas que acaba sempre ficando de lado:

    E o senador Flávio Arns, hein? Saiu do PT no auge da crise do Senado alegando que o partido tinha perdido o seu compromisso com a ética. E qual foi o seu destino? O PSDB! Como será que o nobre senador está se sentindo ao lado de paladinos da ética como Eduardo Azeredo, Expedito Júnior, Cássio Cunha Lima, Artur Virgílio, Tasso Jereissati e tantos outros? Faz o seguinte, Senador: tente inventar outra desculpa como justificativa para a sua saída, que a gente vê se acredita!
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    Hoje à tarde, ouvindo a Rádio CBN , não pude deixar de lembrar da famosa frase de Samuel Johnson, “O patriotismo é o último refúgio dos canalhas”. A ABERT (Associação Brasileira das Emissoras de Rádio e Televisão) está reivindicando que o princípio constitucional que restringe em 30% a participação estrangeira em empresas jornalísticas e de radiodifusão também deve ser aplicado aos portais de Internet. Confesso que fiquei profundamente tocado com as palavras do advogado da entidade, Luís Roberto Barroso, quando este afirmou que “ninguém quer controlar o livre fluxo de informações e idéias, mas queremos proteger a soberania e a cultura nacional”. O ilustre causídico alertou também para a possibilidade de amanhã um portal "estrangeiro" vir a defender a "internacionalização da Amazônia", além de dizer que, se permitirmos a entrada indiscriminada do capital estrangeiro no setor de comunicações, a qualquer dia a televisão poderá transmitir touradas no domingo ao invés de futebol ou dar mais ênfase ao Halloween do que às Festas Juninas. Vinda da entidade que representa as grandes redes de televisão e rádio como a Globo e a Band, sempre tão ciosas da nossa brasilidade, esta defesa da cultura nacional é profundamente comovente!
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    As declarações do Caetano sobre o Lula acabaram ofuscando uma outra pérola lançada pelo grande intelectual baiano, nas últimas semanas. O erudito de Santo Amaro da Purificação classificou Woody Allen como um “cineasta pequeno e de visão estreita”, “careta”, um “tanto reacionário” e “muito hétero”. Provavelmente, para Caetano, uma grande obra cinematográfica é aquele troço pretensioso e soporífero que ele dirigiu nos anos 80, “ O Cinema Falado”, e grandes cineastas são aqueles que o convidam para cantar “Cucurrucucu paloma” em seus filmes.

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    E por falar em Caetano, não é que a figura dentro de seu melhor estilo de dizer um “ou não”, depois de uma longa explicação sobre qualquer coisa, tentou minimizar as críticas que fez ao Lula, através de uma carta enviada ao “Estadão”? Nesta instigante missiva, ele alega não ter sido compreendido: “O que mais me impressiona é as pessoas reagirem diante de uma manchete de jornal, tal como ela foi armada para criar briga, sem sequer parecerem ter lido o trecho da entrevista de onde ela foi tirada. É um país de analfabetos? A intenção sensacionalista da edição tem êxito inconteste entre os leitores. Pobres de nós.” Enfim, na lógica de Caetano, não é só o Lula que é analfabeto: analfabetos somos todos nós que não conseguimos absorver a verdadeira essência de suas sábias palavras...

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    Seguindo a sugestão da Michelle Ferretti, em um comentário no post sobre a campanha “Vá à merda, Caetano”, não posso deixar de comentar o brilhante texto do José Celso Martinez Corrêa, publicado no “Estadão” da última terça-feira. Destaco aqui, os trechos que eu gostei mais:

    “Lula tem phala e sabedoria carnavalesca nas artérias, tem dado entrevistas maravilhosas, onde inverte, carnavaliza totalmente o senso comum do rebanho. Por exemplo, quando convoca os jornalistas da Folha de S. Paulo a desobedecer seus editores e ouvir, transmitindo ao vivo a phala do povo. A interpretação da editoria é a do jornal e não a da liberdade do jornalista. Aí , quando liberta o jornalista da submissão ao dono do jornal, é acusado de ser contra a liberdade de expressão. Brilha Maquiavel, quando aceita aliança com Judas, como Dionísios que casa-se com a própria responsável por seu assassinato como Minotauro, Ariadne. É realmente um transformador do Tabu em Totem e de uma eloquência amor-humor tão bela quanto a do próprio Caetano”.

    “Eu abro meu voto para a linha que vem de Getúlio, de Brizola, de Lula: Dilma, apesar de achar que está marcando em não enxergar, nisto se parece com Caetano, a importância do Ministério da Cultura no Governo Lula. Nos 5 dedos da mão em que aponta suas metas, precisa saber mais das coisas, e incluir o binômio Cultura & Educação".

    "Quanto a Marina Silva, quando eu soube que se diz criacionista, portanto contra a descriminalização do aborto e da pesquisa com células-tronco, pobre de mim, chumbado por um enfarte grave, sonhando com um coração novo, deixei de sequer imaginar votar nela”

    Quem quiser ler o artigo na íntegra é só clicar aqui.

    Assim, entre o "sou vanguarda porque tá na moda" Caetano Veloso e o "além de qualquer vanguarda" José Celso Martinez Corrêa, definitivamente fico com o segundo!

    E agora eu vou deixar o “gênio da raça” um pouco de lado – pelo menos até ele soltar alguma “pérola” nova - , pois esse papo já tá qualquer coisa...
     
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