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Lambança do Obama no Brasil

Advinha quem veio para o almoço? Mister War Nobel


Carlos Latuff creio ser a única pessoa do mundo da esquerda que nunca se enganou com Obama.
Em abril de 2009 ele já fazia charges como esta:


Eu ainda acreditava que por ser um sujeito do mundo e não os tacanhas e acanhados provincianos médios estadunidenses ele poderia entender a complexidade do mundo e reconstruir as relações de seu país sobre novas bases.
 
Mas Obama cedeu cedo e a tudo contrário a seu discurso de campanha: cedeu aos senhores da guerra, ao lobby sionista, ao conservadorismo de bordel. E pior, é tão odiado em seu país quanto fora, e aí vem no nosso país com esta arrogância que o cargo lhe concede e nada escapa da fúria da polícia secreta: da barraquinha na cinelândia aos moradores da Cidade de Deus que teriam de sair de suas casas aos ministros e empresários brasileiros humilhados e passados em revista e até revistas em carros da Polícia Federal!!!!!

Mas como todos os covardes que são valentões apenas quando estão armados o comício previsto para a Cinelândia foi cancelado por medo de vaias

Não sei quanto a vocês, mas acho que Lula e Celso Amorim nos acostumaram muito mal, tínhamos a estranha idéia que ministros não deveria tirar sapatos para entrar nos Estados Unidos, como fez Celso Lafer durante o governo do maior capacho que os EUA já teve no Brasil: FHC.

Neste final de semana que este senhor pau mandado da guerra que só tem poder de cumprir ordem do conservadorismo de bordel esteve em meu país, o PSTU ganhou o meu respeito (cadê a CUT?) embora esteja pagando um preço altíssimo: 13 pessoas presas, dentre elas uma senhora de 69 anos e um adolescente e a CUFA, que com a liderança de MvBill, Celso Athayde e Preto Zezé perceberam imediatamente o que iria acontecer na Cidade de Deus e se recusaram a participar desta palhaçada. Eles poderiam ir para o Itamaraty, pois conseguiram dizer não à Casa Branca.

Vou tuitar para o consulado para eles não tirarem as pessoas de casa, e não revistar os pretinhos de 3 anos de idade dentro da própria casa
@celsoathayde
Celso Athayde
O embaixada acaba de ligar reclamando de mim. Lamento amigos e amo vcs,+ meu compromisso é com a favela. Não expulsem os moradores domingo
@celsoathayde
Celso Athayde
@maccariobr o obama è bem vindo e muito. A casa branca é que precisa entender que o brasil não é uma privada. Eu digo NO pra vcs também
@celsoathayde
Celso Athayde
Tirar todos os moradores q estao a trezentos metros de onde a fera vai passar ? " Não , isso não podemos ". Minha calça eu não vou abaixar
@celsoathayde
Celso Athayde
#obama, continuo te amando. Mas não dá pra aceitar o comportamento arrogante dos mensageiros da casa branca. #foda-se vcs. #respeite a cdd
@celsoathayde
Celso Athayde

Como podem ver ainda tem gente com vergonha na cara no Brasil.

Ontem no twitter o Brasil queimou o filme como ‘nunca dantes’ entre os latino-americanos. Uma repórter da Telesur chegou a bloquear jornalistas de esquerda no twitter por tentar contemporizar o fato de nós não termos qualquer poder em relação ao fato do senhor pau mandado da guerra ter declarado a intervenção na Líbia em nosso território:

@brsamba COMPLICE ES Brasil al no haber votado en contra de la resolución 1973, a pesar de no haberse estudiado los informes preliminares
@erikalena1
Érika Ortega Sanoja
@brsamba Asúmanlo! tienen una Presidenta cómplice de un nuevo genocidio y luchen para tener un gobierno q no se arrodille ante los EEUU
@erikalena1
Érika Ortega Sanoja

@brsamba más allá de los discursos se requieren ACCIONES. Coraje habría sido votar en contra en el consejo de seguridad y no abstenerse.
@erikalena1
Érika Ortega Sanoja
@brsamba pues vaya y háblele de su "diplomacia no maniqueísta" a los muertos miles de heridos q ocasionó la Otan en Libia hoy. bloqueado!

@erikalena1
Érika Ortega Sanoja


É claro que a jornalista da TeleSur exagera e parece ignorar os discursos de Dilma Rousseff que não compactuam em nada com as lambanças do pau mandado da Guerra, mister Obama (aqui, e aqui)
Todos os jornais latino-americanos nos esculhambam no Página 12 o destaque para o desrespeito da segurança de Obama e a declaração de guerra em nosso território. Em que país que se dá o respeito e que almeja um lugar de importância global a própria polícia Federal é revistada por agentes do presidente visitante? Quanto vale um assento no Conselho de Segurança da Onu que não serve pra nada?
Eu sinceramente espero da presidenta Dilma que fez um discurso coerente e soberano que o concretize em ações para que providências sejam tomadas em relação aos abusos da polícia secreta de Obama e, principalmente, o absurdo deste senhor pau mandando da Guerra ter declaro guerra em nosso território. O Itamaraty deve uma resposta ao brasileiros à altura da humilhação que fez todos nós que temos vergonha na cara passar.  Minha mãe sempre diz que quem muito baixa a cabeça o c* aparece, fica a dica para o Itamaraty de Patriota (quase uma piada pronta).

E antes que eu me esqueça:  Dilma bota a vassoura atrás da porta, esta visita pra lá de indesejada está demorando muito para se ir e já fez muita lambança por aqui. Go home, Obama!

PS. Segundo a Casa Branca a presidenta não manifestou mal-estar diante da declaração de guerra de Obama em nosso território. O que a Casa Branca diz e o que Obama diz não se escreve e já sabemos disso.

A Líbia e o DJ do Império


Por Gilson Caroni


19/03/2011


Ao começar a ofensiva militar contra a Líbia, as potências mundiais referendaram a nova estratégia estadunidense de manutenção de hegemonia global. Hoje é improvável que a Casa Branca queira se envolver diretamente em novo confronto militar. Talvez nem precise. Pouco a pouco, os Estados Unidos vêm conseguindo o aumento da cooperação internacional para alcançar seus objetivos geopolíticos. Sem os riscos de isolamento que marcaram a agressão imperialista ao Iraque e Afeganistão, a ação bélica no país árabe é amparada por uma resolução do Conselho de Segurança da ONU. Os sonhos de um mundo multipolar sofrem um desvio histórico de tal monta que não é exagero atentarmos para uma perspectiva internacional de extrema gravidade.


Nos anos 1920, os norte-americanos dançavam o “charleston” e diziam que eram “os anos loucos”, enquanto nas ruas de Chicago, gangsteres italianos e irlandeses se enfrentavam à bala. Na Líbia, o guerrilheiro Omar al-Muktar, o “leão do deserto”, lutava contra o fascismo italiano e, na Nicarágua, Augusto Sandino, o “general dos homens livres”, combatia os marines do capitão Frederick Hatsfield. Muktar foi enforcado em 1931 e Sandino fuzilado em 1934. O “terrorismo” estava sendo contido.


Mais de meio século depois, Líbia e Nicarágua foram associadas por algo mais do que aquelas gestas antiimperialistas, quase simultâneas. O artífice dessa ligação foi o então presidente Ronald Reagan para quem Muamar Kadafi era o “cão raivoso” do Oriente Médio e o comandante Daniel Ortega “um capanga com os olhos de figurinista”.


Em 14 de abril de 1986 foi realizado um ataque norte-americano a Trípoli, Bengazi e a outras três cidades por 18 bombardeios que levantaram vôo de bases na Grã-Bretanha, e 15 caças estacionados em porta-aviões pertencentes à 6ª Frota dos Estados Unidos no mar Mediterrâneo. A operação foi justificada como uma retaliação a um atentado em 5 de abril, em uma discoteca alemã, que teria matado 4 pessoas, deixando um saldo de 200 feridos. Na época, como sempre, Washington alegou possuir provas “irrefutáveis” da participação de terroristas líbios no atentado, ainda que não tivesse apresentado nenhuma.


Simultaneamente, a CIA, com o apoio da imprensa centro-americana, difundia a existência de comandos árabes realizando ações terroristas em território hondurenho, a partir de bases cedidas pelo governo sandinista. Como destacou o sociólogo Roberto Bardini, “ao tomarem conhecimento da alarmista campanha da mídia e da adoção de fortes e ostensivas medidas de segurança em Honduras, alguns observadores calcularam que tudo não passava de uma operação psicológica que teria quatro objetivos: justificar represálias militares contra a Líbia, demonstrar que a Nicarágua emprestava seu território para exportar o terrorismo, comprovar a existência de uma conexão Trípoli-Manágua. e, principalmente, conseguir que o Congresso aprovasse a destinação de US$ 100 milhões aos “contras”.”


O que Reagan conseguiu com a agressão à Líbia? Um isolamento internacional sem precedentes. Ficou reduzido ao apoio da então primeira-ministra inglesa, Margaret Thatcher, e do governo israelense. Desde a guerra do Vietnã jamais se tinha presenciado uma onda tão forte de hostilidade aos Estados Unidos. Definitivamente, o pop dos anos 80 não tinha o mesmo poder de encantamento do charleston.


Passadas duas décadas, e tendo vivenciado o que entrou para a história como Doutrina Bush, uma lição não pode ser esquecida pelas forças progressistas. Ainda mais agora, quando, a pretexto de “conter a barbárie de um ditador, EUA, França e Inglaterra lançam mísseis na Líbia: o imperialismo encurta tempos e espaços.


O Império é criterioso quando se trata de resgatar o que lhe parece ser seu fundo de quintal. A tentativa de modificar a nova ordem política da América Latina é o que move os passos de Obama na região. Transformar assimetrias em impossibilidades e mudar o perfil da política externa brasileira são os imperativos da vez.


Ao declarar que “nosso consenso foi forte e nossa decisão é clara. O povo da Líbia precisa ser protegido e, na ausência de um fim imediato à violência contra civis, nossa coalizão está preparada para agir e agir com urgência”, o presidente dos Estados Unidos deixa evidente que, em nome do “hegemon”, está pronto para misturar sem dó nem piedade o hit radiofônico “Closer”, do “rapper Ne-yo”, com um “mash-up” tribal da Madonna para “Miles away”. Espera-se que a pista, quase sempre lotada de ingênuos ou servis, repila com veemência aos apelos do “DJ” do império.


Lula acertou na mosca. Não é muito difícil adivinhar quem veio para o almoço.
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O peso da aliança com o PMDB II

O futuro Ministro Secretário de Assuntos Estratégicos  Moreira Franco nem assumiu e já quer dar ordens à Presidenta Eleita Dilma Rousseff, como se ministro tivesse condições para tal. Deseja a saída de Márcio Pochmann da presidência do IPEA.

Lemos no blog do Rudá Ricci:

Moreira Franco pediu a cabeça de Márcio Pochman



Moreira Franco pediu diretamente à Dilma a cabeça do Márcio Pochman, atual presidente do IPEA. João Sicsu, o diretor do IPEA-Rio, entrou no circuito político ( PCdoB ) pedindo socorro para a sua manutenção e do Pochman em seuspostos, mas Moreira Franco está firme em sua postura.
Espero que entendam a importância da discussão que noticiei na nota abaixo desta, neste blog. 


Os erros grosseiros da "teoria" de Mangabeira Unger


Passei por uma experiência interessante na semana que passou, discutindo, via email, as abordagens de Mangabeira Unger sobre o que denomina de classe social. Tive a nítida impressão que ele confunde teoria com retórica, algo que Cícero aprovaria. E me preocupa que suas observações desaguem em política de Estado. Vou resumir minhas principais críticas:
1) Para se criar uma classificação social é preciso ter em mente que estamos lidando com uma lógica relacional. Caso contrário, não há como criar a estrutura ou hierarquia de classes ou classificação social;
2) A proposta de Mangabeira, de incluir uma inusitada classe social denominada de "batalhadores" é um juízo de valor que insere um erro grosseiro. Seguindo esta sugestão de Mangabeira permaneceria a dúvida: qual seria o critério analítico ou substrato pelo qual constrói a estrutura de classes?
3) Ao responder esta questão fica nítido que o critério é mero juízo de valor: ter ou não a intenção de sucesso (batalhador, para ele, é empreendedor, mesmo sem sucesso real). Entramos, por aí, numa psicologização da análise social. Mais: para um sociólogo não interessa saber a opinião ou subjetividade do pesquisado, mas os fatores e interelações que contribuem para esta opinião, esta representação ou imaginário. Mangabeira sugeriu que a intenção pessoal de momento define uma classe social;
4) Para piorar, adota o conceito de ralé como base para construção da estrutura de classes. A palavra tem origem no substantivo “Halle”, ou seja, “grande área coberta” (de “halla”). Se relaciona à situação, no século XVIII, do mercado de peixes que era desprezado pela corte francesa que, por sua vez, citava Madame du Bary, amante do rei e de origem pobre como “vinda de la Halle”. Um conceito moralista, portanto;
5) Ralé estaria vinculada ao conceito de estamento e não classe social. Estamento é que se vincula à status. Marx foi obrigado, inclusive, a corrigir o texto do Manifesto porque inicia com este erro conceitual: afirma que a história mundial é marcada por divisão de classes. Em textos posteriores, corrigiu a confusão entre classe e estamento;
6) Mesmo que adotemos um caminho incomum, e afirmemos que os batalhadores compõem a pequena burguesia (um desses "sincretismos" analíticos de gosto duvidoso), chegaríamos à conclusão que toda pequena burguesia é empreendedora. Ao menos no sentido de esforço para o sucesso. Caso contrário, seria lumpensinato. Mas nem o lumpesinato é preguiçoso (o inverso de batalhador). Enfim, não é um conceito universal, mas um adjetivo pejorativo.

O liberalismo faz ginástica em nosso país, principalmente neste momento em que suas teses não têm a adoração pública que tinham nas décadas finais do século XX. De qualquer maneira, confundir teoria com opinião (ou desejo) nunca foi um bom atalho.
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Proposta para novo marco regulatório traz medidas democratizantes, mas é tímida e genérica

Por João Brant - Observatório do Direito à Comunicação

O texto que o atual ministro chefe da Secretaria de Comunicação Social, Franklin Martins, vai entregar para o novo governo como base para o novo marco regulatório nas comunicações traz medidas de democratização dos serviços, mas está longe de justificar as reações veementes dos empresários. Da maneira como se encontra, o anteprojeto é tímido em relação a pontos chave como medidas anticoncentração e regulação de conteúdo. O material que foi produzido até agora dá as linhas gerais para a organização do setor, mas não traz definições detalhadas sobre a maioria das questões abordadas, deixando-as para regulamentação infralegal e ações administrativas.

Embora se proponha a tratar a comunicação sob a ótica da convergência, o que o texto faz na prática é trazer a radiodifusão para o novo contexto, sem aplicar uma perspectiva que supere a divisão com as telecomunicações. O texto não propõe alterações na Constituição nem mudanças significativas na Lei Geral de Telecomunicações. Se mantido como está, funcionará como uma lei de transição, mas não como uma definitiva atualização para o mundo digital.

Concentração e conteúdo

O projeto não determina reserva de espectro para os setores público, privado e estatal nem estabelece limites claros à propriedade cruzada. Mesmo em relação à concentração horizontal, o projeto também não traz limites numéricos, deixando as definições para regulamentação infralegal. O que o texto propõe são mecanismos para dar mais transparência à questão da regulação econômica.

Em relação à regulação de conteúdo, o projeto aborda a proteção de crianças e adolescentes e de minorias e setores vulneráveis, além de delimitar com mais clareza aspectos ligados à publicidade. Embora criticada por empresários brasileiros, a regulação dessas questões é comum em todas as democracias avançadas.

Em alguns países, como o Reino Unido, vai-se além, e são estabelecidas obrigações de imparcialidade e de oferta de uma pluralidade de visões na cobertura jornalística, questões das quais a proposta brasileira passa longe. Se mantida como está, a regulação de conteúdo no Brasil será tímida, bastante leve se comparada ao que adotam países como Portugal, França, Alemanha e Reino Unido.

Boas novas são as mudanças nas regras para concessões de rádio e televisão, que estabelecem audiências públicas locais no processo de renovação e impedem políticos com mandato eletivo de serem donos de empresas concessionárias. A regulação neste campo será ajudada por um capítulo de definições que impede as dezenas de interpretações existentes hoje por conta de conceitos pouco claros da lei.

Modelo europeu

De modo geral, o projeto segue a linha de diretivas da União Europeia, que determina que a regulação deva ser inversamente proporcional ao poder de escolha do usuário. Ou seja, quanto mais 'pronta' é oferecida a programação, maiores devem ser as obrigações regulatórias. Na Europa, isso faz com que a radiodifusão tenha uma regulação mais estrita que serviços por catálogo ou vídeo on demand na internet, por exemplo. No caso brasileiro, o texto já leva em conta as discussões do PLC 116, projeto de lei que aborda a convergência das telecomunicações com a TV por assinatura e que está pronto para aprovação no Senado.

O texto elaborado estabelece três modalidades de serviço. Os serviços audiovisuais lineares, inclusive de radiodifusão, se agrupam como comunicações sociais eletrônicas, como previsto no artigo 222 da Constituição. Sob a égide de comunicações eletrônicas ficam vários dos serviços organizados hoje sob o guarda-chuva das telecomunicações. E há ainda uma modalidade de serviços relacionados à internet.

Ainda que o anteprojeto deixe parte das definições para regulamentação posterior, o grupo elaborador avançou no sentido de identificar medidas que permitam alterações em procedimentos administrativos nos diversos órgãos que possuem atribuições sobre as comunicações. O objetivo é resolver problemas crônicos do setor de radiodifusão, sobre o qual até hoje o Estado não possui capacidade de enforcement adequada nem coleta periódica de indicadores setoriais.

Agência e Conselho

Do ponto de vista da arquitetura institucional, o projeto prevê a criação da Agência Nacional de Comunicações, com poder para regular a prestação de serviço de televisão aberta, por assinatura e cinema, cuidando dos aspectos de programação, distribuição e exibição. Hoje o setor tem poucas regras em relação a este aspecto, e mesmo as existentes não são fiscalizadas permanentemente pelo Ministério das Comunicações.

No formato proposto, a nova agência ficaria vinculada ao Ministério das Comunicações, e poderia deixar de cuidar das questões de fomento do setor audiovisual. Dependendo da avaliação do futuro titular da pasta da Cultura, essas funções poderiam ser assimiladas pelo Ministério da Cultural, que já foi responsável pelo fomento antes da formação da Ancine.

O projeto traz também a previsão de um Conselho ligado ao Executivo, com participação dos diferentes setores da sociedade civil, que tenha o papel de auxiliar no planejamento do setor, estabelecendo um plano nacional de comunicação. Segundo a proposta, o próprio marco regulatório teria mecanismos de revisão periódica para se manter atualizado.

O texto traz ainda propostas do GT que estudou a comunicação pública e traçou definições que vinculam o caráter público da radiodifusão às modalidades de gestão e de financiamento. O formato em que a proposta será entregue para o novo governo – se um texto de contribuições ou um anteprojeto de lei – ainda não foi definido, mas é certo que a responsabilidade pelo encaminhamento das questões ficará com o Ministério das Comunicações, que será dirigido por Paulo Bernardo.
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Experiência no PAC tende a fortalecer investimentos em infraestrutura e gestão


Acostumado a agir nos bastidores e se relacionar pouco com a imprensa, o bancário e ex-sindicalista Paulo Bernardo (PT) foi oficializado na quarta-feira, 8 de dezembro, como o novo ministro das Comunicações da presidenta eleita Dilma Rousseff (PT). O perfil reservado é só um abre alas das novas características que tendem a marcar a nova gestão no Ministério das Comunicações (Minicom), Bernardo tem formação balizada pelo pragmatismo, não só do ponto de vista político, mas principalmente econômico.

Sua ligação com o setor que agora coordena era diminuta até participar do desenvolvimento do Plano Nacional de Banda Larga (PNBL) quando ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão do governo Lula. Assim, caminha para ser o primeiro comandante da pasta a não ter alguns vícios ao se debruçar na regulação do setor, o que pode levar a relevar mais as nuances da cadeia produtiva do que as tecnologias, que tendem ser resignificadas com a convergência.

"É bem provável que a sua escolha signifique o fim de um longo ciclo. Desde dos militares os ministros são ligados às comunicações", explica Marcos Dantas, professor do Programa de Pós-Graduação da Escola de Comunicação da UFRJ. Dantas não enxerga a escolha como perda de poder dos radiodifusores, representados no governo Lula pelo ex-ministro Hélio Costa (PMDB): "A questão é que o mundo passa por uma tsunami: as convergências. Nesse processo, quem enxerga a onda pega no pranchão, ou vai tomar um caixote".

Sob a tarefa de viabilizar a reforma do marco regulatório, Dantas nutre a expectativa que Bernado busque criar espaços democráticos e competição no setor tomando como base os elos da cadeia da produtiva, a exemplo das empacotadoras e programadoras: "Vai ser um equívoco se for regulado pela tecnologia (radiodifusão e telecomunicações)", defende Marcos Dantas.

Soldado

Outro traço que o paranaense Paulo Bernardo leva para o Minicom é a disciplina de soldado no cumprimento de suas tarefas. Como timoneiro do Planejamento, as decisões estratégicas na gestão e investimentos públicos federais passaram sob seu crivo, em especial funções de coordenação do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Sempre leal aos superiores, sua escolha é considerada confirmação de que a presidente Dilma trará o Minicom para o eixo das decisões estratégicas do governo.

"Era necessário alguém de calibre, porque o ministério terá papel diferente do governo Lula: será estratégico. Mas não está dado que as transformações serão as que nós queremos. Na atual correlação de forças, teremos grandes embates e acredito na capacidade dos movimentos sociais de formular e mobilizar", alerta Rosane Bertotti, coordenadora nacional da CUT e integrante da executiva do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC).

A experiência de Bernardo no PAC tende a ser incorporada para fortalecer a infraestrutura estatal na Telebrás e no Sistema Público de Radiodifusão, sem extrapolar os gastos que o Tesouro almeja. No caso da Telebrás, o atual presidente, Rogério Santanna é considerado uma indicação direta de Bernardo. Quanto ao PNBL a avaliação é que ele andou menos o que desejou Lula, por isso o próximo Minicom deve ter uma secretaria específica para tratar da inclusão digital: "Paulo Bernardo fez um planejamento estratégico da Telebrás e agora vai deslanchar. Esse serviço público é fundamental para o desenvolvimento do país", explica Doutor Rosinha, deputado federal pelo PT do Paraná.

Quanto a gestão, o desafio de Bernardo é restruturar um Ministério sucateado e potencializar o ainda frágil Sistema Público de Radiodifusão, ambos carentes de funcionários. Nos Correios as armadilhas são maiores, Bernardo terá que sanar os escandâlos que explodiram no primeiro mandato de Lula e se proliferaram até agenda da candidatura de Dilma Rousseff à presidência: "Ele vai para o Minicom com tarefa importante, em especial nos Correios, porque é a empresa de posição mais forte. Mas as TV's públicas também vão ganhar, ele é um defensor que o Estado contrate mais funcionários".

Marcos Dantas foi secretário de Planejamento do Ministério das Comunicações em 2003 e considera a pasta uma "casca de ovo oco": "Ele tem uma visão extraordinária do setor público e terá que fazer um programa de recuperação do funcionalismo. Fiquei impressionado como tem gente boa no Minicom, mas que enfrentam problemas sérios".
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Efeito Palocci no Governo Dilma?

Alerta Marcio Pochmann, Presidente do IPEA, em entrevista à Rede Brasil Atual:

Foto: Marcelo Casal Jr./ABr

Reduzir juros teria mais efeito sobre o câmbio do que ajuste fiscal


Por Anselmo Massad, Rede Brasil Atual

São Paulo – O economista Marcio Pochmann critica a decisão do governo federal de promover corte de gastos públicos anunciada na segunda-feira (6) pelo ministro da Fazenda Guido Mantega. Em entrevista à Rede Brasil Atual, o presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) sustenta que a redução da taxa de juros permitiria um alívio maior e mais rápido sobre as contas públicas sem riscos de produzir retração econômica.

Para Pochmann, o Brasil fez uma escolha política de colocar o desenvolvimento nacional como tema central. Isso significou, substituir a "monotemática que perdurou nos anos 1990 do arrocho fiscal", diz ele. A volta do discurso de que é necessário reduzir as despesas – incluindo investimentos em obras de infraestrutura do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e eventualmente de programas sociais – pode ter efeitos ruins no longo prazo.

"A questão central do Brasil diz respeito a enfrentar os nós do desenvolvimento que não são apenas de ordem fiscal", constata o presidente do Ipea. "Questões importantes são os riscos da situação cambial e monetária que fazem o Brasil perder competitividade em setores de maior valor agregado. Assim, empurra o país a ser cada vez mais uma economia de bens primários, ancorada em produtos de menor valor agregado", critica.

Pochmann reconhece que há um "espaço permanente" para melhorar a qualidade dos gastos públicos e da arrecadação – abandonando o padrão regressivo em que os mais pobres pagam proporcionalmente mais tributos. Porém, ele teme cortes verticais e seus impactos sobre o nível de investimento em relação ao Produto Interno Bruto (PIB).

Confira os principais trechos da entrevista.

Rede Brasil Atual – Como o sr. vê a decisão anunciada pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, de se promover cortes de gastos públicos?

Marcio Pochmann – O Brasil fez uma escolha nesta década de colocar como tema central o desenvolvimento nacional, substituindo a monotemática que perdurou nos anos 1990 do arrocho fiscal – ou ajuste fiscal. E demonstrou, a nosso modo de ver, que a busca do crescimento econômico foi fundamental para a reversão das fragilidades em termos de financas públicas. Quando o crescimento tornou-se um compromisso político, houve melhoras generalizadas, sobretudo no quadro fiscal de endividamento do setor público. Ao mesmo tempo, houve um fortalecimento dos investimentos públicos. Isso não encerra as dificuldades de arrecadação e de gasto públicos. De um lado, pode-se melhorar a arrecadação, porque infelizmente a tributação é regressiva, são os pobres que mais impostos pagam imposto no país. De outro lado, há espaço permanente para melhorar o gasto, porque há ineficiências. Mas não me parece o mais acertado colocar o ajuste fiscal como questão central do Brasil.

Rede Brasil Atual – Qual seria a questão central?

Marcio Pochmann – A questão central do Brasil diz respeito a enfrentar os nós do desenvolvimento que não são apenas de ordem fiscal. Questões importantes são os riscos da situação cambial e monetária que fazem o Brasil perder competitividade em setores de maior valor agregado. Assim, empurra o país para ser cada vez mais uma economia de bens primários, ancorada em produtos de menor valor agregado.

Rede Brasil Atual – Mantega prometeu cortes de um modo diferente dos ajustes fiscais que frearam a economia na década de 1990, apesar de incluir obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Há algum tipo de corte que evitaria retração?

Marcio Pochmann – O procedimento de cortes de gastos podem ser inteligentes. Sempre há espaço para isso, não sendo um corte vertical – digamos, 10% de tudo. Há rubricas que poderiam ser limitados com um manejo mais inteligente, mas todo corte de investimento é uma dificuldade a mais para o crescimento a médio e longo prazos. Especialmente em um país cuja taxa de investimento é ridiculamente baixa, inferior a 20% (do PIB). O Brasil precisa aumentar sua taxa de investimento (em relação ao volume do PIB), de modo que não me parece uma decisão acertada cortar investimento. Pode ajudar no curto prazo, mas comprometer no longo prazo. Em relação ao custeio, houve aumento, mas proporcionalmente ao PIB não foi significativo. Cortar o gasto social seria também um problema. Um dos êxitos do Brasil é ter colocado os investimentos sociais como indutores do próprio desenvolvimento nacional. É a distribuição da renda que fortalece a expansão do mercado interno brasileiro.

Rede Brasil Atual – O corte de despesas e investimentos contribuiria para redução de juros?

Marcio Pochmann – Por que os juros são altos no Brasil? A hipótese novamente recuperada é de que há problemas de ordem fiscal que fazem com que o Brasil precise de juros mais altos para atrair recursos para pagar o déficit público. Por outro lado, toda vez em que o juros são altos, há um custo fiscal maior, que onera demasiado os títulos públicos, impondo um custo de gestão da dívida além do necessário. A experiência recente do Brasil demonstrou que ajuste fiscal nos moldes dos anos 1990 não permitiram reduzir a taxa de juros. A redução real foi feita sem esse tipo de ajuste fiscal, justamente na opção pelo crescimento da economia nacional.

Rede Brasil Atual – Mas para definir o nível de juros, se leva em conta a inflação...

Marcio Pochmann – Cortar investimento é uma decisão que pode significar justamente perder uma forma de administrar a inflação. A melhor maneira de enfrentá-la é aumentar a capacidade produtiva do país. Ao cortar investimento, a capacidade cresce menos e, portanto, a possibilidade de o país continuar crescendo fica limitada.

Rede Brasil Atual – Mas há margem para cortes de despesas públicas?

Marcio Pochmann – A maior eficiência do gasto público é no pagamento do serviço da dívida. A melhor forma de fazer ajuste fiscal é reduzir a taxa de juros. Assim, precisa de menos receita pública para comprometer com a dívida.

Rede Brasil Atual – O sr. menciona o câmbio e situação monetária como questões centrais para o Brasil enfrentar. Como isso poderia ser feito?

Marcio Pochmann – Esse é um dos constrangimentos que os países não desenvolvidos estão vivendo. Países que não conseguem controlar sua moeda estão submetidos a essa divisão internacional do trabalho que faz com que países que manejam melhor suas moedas sejam mais competitivos em bens de maior valor agregado. Os demais sofrem um processo de valorização e tornam-se menos capazes de exportar produtos de maior valor agregados (como os industriais), permitindo competitividade apenas em setores historicamente garantidos. É um problema colocado hoje e que se manterá para os próximos anos e exigirá uma estratégia de médio e longo prazos. Parte diz respeito à própria política monetária. Quanto maior o diferencial no Brasil em relação à taxa de juros internacional, maiores os atrativos de recursos estrangeiros virem para cá, forçando uma valorização do real. Há espaço de manejo e experiências internacionais que poderiam ser adotadas. Vizinhos como o Chile adotam mecanismos que tornam burocraticamente mais difícil a entrada e saída de capital especulativo. O Brasil tem possibilidade de incrementar a política macroeconômica com o objetivo de evitar a valorização da nossa moeda.

Por outro lado, há acertos internacionais que vão demandar mais tempo, que diz respeito ao quadro de decadência que os Estados Unidos estão vivendo. Mas aí é a concertação internacional. Precisaria reunir mais força de países que sofrem com isso, mas há oportunidade de medidas mais ousadas no campo interno.
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O peso da aliança com o PMDB



UAI DILMA! MOREIRA FRANCO? O CARA É UM VERME


Laerte Braga


O ex-governador do estado do Rio Moreira Franco ministro secretário de Assuntos Estratégicos é pior que piada, ou não tem nada a ver com piada. É um retrocesso sem tamanho. Sai o embaixador Samuel Pinheiro Guimarães, um dos mais qualificados do Itamaraty, intelectual e pensador de renome em todo o mundo e entra um verme lato senso.

Moreira Franco é ex-genro do genro de Getúlio Vargas e em 1982 foi um dos protagonistas da tentativa de fraude das eleições para o governo do Rio. O célebre escândalo PROCONSULT. Transformar os votos em branco e nulos em votos favoráveis ao candidato da ditadura militar e derrotar Leonel Brizola.

Quem era o candidato da ditadura? Wellington Moreira Franco, escolhido agora por Dilma Roussef para um Ministério da vital importância, a Secretaria Nacional de Assuntos Estratégicos.

Moreira Franco não disputa cargos eletivos desde que derrotado na última vez e imaginava-se que o ex-governador (foi eleito em 1986 em disputa com Darcy Ribeiro) estivesse posto em aposentadoria, afinal, o que amealhou com a corrupção generalizada em seu governo é mais que suficiente para uma aposentadoria às custas do povo fluminense e brasileiro.

Sai das cavernas e indicado pelo PMDB vira ministro de uma secretaria decisiva para o País.

Não conhece assuntos estratégicos, conhece “quanto é o meu”.

A presidente eleita Dilma Roussef parece ter se equivocado de caminho em seus primeiros momentos, a escolha do Ministério, a julgar por figuras sem o menor compromisso com os compromissos que Dilma assumiu em campanha.

Garibaldi Alves ministro da Previdência? É o fim da picada.

Não é possível que o PMDB não tenha quadros melhores. Edíson Lobão? Dilma perdeu o senso deve estar embriagada ainda pela vitória nas eleições de outubro.

Há um compromisso claro da presidente de continuidade das políticas do governo Lula. Não significa que seja um terceiro mandato como sugerem alguns (pelo contrário, o Ministério mostra que está mais para Serra que outra coisa). Nem significa que as políticas do governo Lula sejam todas merecedoras de aplausos.

O governo como um todo, isso sim, representou e representa um avanço se levarmos em conta o que até agora se nos foi apresentado, digamos assim.

Duas molas mestras, as políticas sociais e a política externa são o ponto alto do governo Lula. Se observarmos a lógica capitalista, a econômica também.

Dilma já dá sinais claros que vai mudar a política externa (ao sabor dos interesses de Washington), manter uma figura no mínimo traiçoeira como Nelson Jobim no Ministério da Defesa e agora anuncia Moreira Franco, Garibaldi Alves e Edison Lobão.

É trinca para desmoralizar qualquer governo antes de começar.

Há uma realidade da qual Dilma não pode escapar sob pena de se mostrar a “víbora” que Lamarca teria falado. É produto de Lula, foi eleita por isso e olhe que era o produto mais pesado que o presidente tinha. Por si não era nada.

Ou mantêm os compromissos assumidos, suas raízes, ou vai sucumbir a alianças com as forças conservadoras e teremos uma versão petista do tucanato.

Pelo Ministério até agora indicado, a maioria das figuras, não há dúvidas quanto a essa capitulação.

Se estiver muito pressionada em relação à Saúde, pode deixar a máscara cair e chamar José Serra de uma vez, aí fica claro que Lamarca estava certo.

E o PT?

Há uma semana o presidente Lula anunciou que o Brasil reconhece o Estado Palestino nas fronteiras anteriores à guerra de 1967, o que representou um avanço notável na posição do País sobre o Oriente Médio.

Na mesma semana Dilma anuncia que Celso Amorim está fora do Ministério das Relações Exteriores, que Jobim vai ficar no Ministério da Defesa e agora se livra de Samuel Pinheiro Guimarães.

Troca a inteligência, o caráter, a brasilidade pela pilantragem política, nomeia ministro um sujeito desqualificado em qualquer ângulo que se queira ver como Moreira Franco o é.

Eu, se fosse Lula, antes que lambança comece e aproveitando os dias últimos do mandato ia a uma rede nacional de rádio e tevê e diria mais ou menos o seguinte. “Companheiros e companheiras me desculpem, cai no conto Dilma Roussef, peço perdão, afinal sou humano e errar todo mundo erra”.  

A moça virou à direita, mas ligou a seta, durante a campanha, para a esquerda.

Moreira Franco é um verme, nada além disso e sua indicação é a negativa de tudo o que a presidente eleita disse como candidata.

Alianças? Tudo bem, mas pelo menos nomes respeitáveis, competentes e a turma indicada, esse trio, é pior que parada dura, é quadrilha. 
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Filisteu, traíra e ratazana moral

Do Diário Gauche:
#forajobim

A permanência do fala-fina

O compositor e escritor Chico Buarque na recente campanha eleitoral, ao comentar a política internacional do governdo Lula, disse o seguinte: "É um governo que fala de igual para igual: não fala fino com Washington e não fala grosso com a Bolívia e o Paraguai e, por isso mesmo, é respeitado no mundo inteiro".

Com a divulgação dos documentos diplomáticos feito pelo WikiLeaks ficamos sabendo - sem nenhuma surpresa - que a assertiva de Chico não vale para todo o governo Lula. O ministro da Defesa, Nelson Jobim, por exemplo, estava fazendo uma fala distinta (fala fina), ainda que particular, zé-com-zé, sussurrada, venenosa e covarde. Chegou a passar informações - acreditem - sobre a saúde pessoal do presidente Evo Morales. Apreciou de forma arbitrária, moralista e subjetiva o modo como colegas seus de governo vêem os Estados Unidos. Jobim, assim, experimentou uma forma particular de lamber-botas e de se colocar de quatro para o que certamente julga serem os patrões do mundo conhecido.

O grande escritor russo Vladimir Nabokov tem um pequeno texto (hora dessas eu traduzo aqui para os nossos leitores) chamado "Filisteus e Filisteísmo". É delicioso e hilário. O grande autor de "Lolita", conceitua o tipo vulgar que está satisfeito com tudo ao seu redor, em especial, o que é falsamente importante, falsamente bonito, falsamente valioso, falsamente inteligente, etc. À medida que se vai avançando na leitura, na nossa imaginação desfilam dezenas de idiotas que podem representar o "filisteu satisfeito e com pretensões". Nossa imaginação, estimulada pelo genial Nabokov, reúne mais ratazanas que o enfeitiçador flautista de Hamelin, vanguardeados - claro - pelo indizível ministro lulista.

Em tempo: A permanência de Jobim no ministério lulo-dilmista tem conexão com as negociações para a compra de uma frota de aviões de caça da França?
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Puxa-saco

#forajobim
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Brasil: como serão governo e oposição?

Eric Nepomuceno no Página 12 [em espanhol]

Brasil: a ver cómo serán gobierno y oposición

Pasada la tensión de la campaña, suavizada la euforia de los ganadores, queda todavía el iracundo inconformismo de los derrotados. Y en ese clima las atenciones se dividen en dos vertientes muy claras en Brasil. De un lado, se barajan nombres, se multiplican presiones, rumores caen en cascada: todos quieren saber cuál será la formación del gobierno que Dilma Rousseff, del PT, inaugura el primer día de 2011.

De otro, lo que se busca es respuesta a una sola pregunta, igualmente enigmática: ¿cómo será la oposición a ese gobierno? ¿Quién la encabezará? Luego de tres derrotas consecutivas en sus intentos de alcanzar la presidencia del país que tiene la octava economía del mundo, ¿cómo debe actuar el PSDB? ¿Cuál será el rol reservado a José Serra, protagonista central de dos de esos fracasos? ¿Logrará imponer a su partido la furia con que se lanzó, golpes bajos inclusive, a la disputa presidencial?

Luego de su primer viaje como presidenta electa –acompañó a Lula en la reunión del G-20 realizada en Seúl–, Dilma Rousseff regresó a Brasilia y se instaló en la Granja del Torto, su residencia oficial de aquí al 1° de enero de 2011. Llegó y de inmediato se reunió con el presidente del PT, José Eduardo Dutra, uno de los encargados de sondear a los diez partidos que conforman la coalición de su futuro gobierno, para las primeras consultas sobre aspiraciones y eventuales nombres para formar su gabinete. Dilma optó por participar sólo en las negociaciones finales, evitando desgastes prematuros.

Como sería de esperar, hay especulaciones de todo tipo y calibre. Parte sustancial de las curiosidades está concentrada en los consejos –o pedidos– que Lula hará a su sucesora. El actual presidente reitera que no tendrá ninguna interferencia en la formación del nuevo gobierno. Es de suponer que siquiera él crea en eso. En todo caso, gente cercana a la futura mandataria resalta que ella sabrá acatar consejos y sugerencias, pero definirá su equipo a su manera. Queda por ver cuál será la verdadera dimensión de ese espacio de independencia. Quien la conoce prevé que será amplio lo suficiente para sorprender a seguidores y adversarios, pero al mismo tiempo advierten que sería absurdo no tomar en cuenta nada de lo que le diga Lula.

De momento, lo que hay es una serie de movimientos de cautela. Principal aliado, el PMDB (mayoría en el Senado y segunda bancada en Diputados), dueño de justificada fama de ávido por puestos y presupuestos y experto en negociar su apoyo sin preocuparse demasiado con principios éticos, habla poco. El PT, igualmente hambriento por espacio, se mueve mucho. La futura presidenta sabe que enfrentará, en las filas de su partido, un apetito voraz. Sabe igualmente que es considerada una neófita en el PT, en el cual ingresó recién en 2001, oriunda del laborismo de Leonel Brizola, figura histórica de la izquierda. Ahora mismo ocurre una no tan discreta guerra interna entre dos poderosos caciques del PT, José Dirceu, quien fue jefe de Gabinete de Lula entre 2003 y 2005, y Antonio Palocci, ministro de Hacienda entre 2003 y marzo de 2006. Ambos fueron defenestrados en el rastro de escándalos de supuesta corrupción. Palocci escapó de ser juzgado por la Corte Suprema. Dirceu no tuvo la misma suerte y aguarda el fallo, que podrá tardar al menos otro año más. De no haber explotado el escándalo que casi le costó a Lula da Silva la reelección en 2006, uno de los dos estaría hoy en el lugar de Dilma. Administrar esa batalla entre dos estrellas del PT es algo que seguramente requerirá el apoyo de Lula, y la presidenta lo sabe.

Del lado de los derrotados el panorama no es menos turbio, tenso y confuso. A estas alturas, quedaron claras las dimensiones de las heridas no cicatrizadas.

Partido de muchos cuadros pero carente de militancia efectiva, el PSDB está claramente dividido entre el grupo de San Pablo, cuyo control es disputado por el derrotado José Serra y el gobernador electo Geraldo Alkmin, y los del resto del país, cuya nueva estrella es el ex gobernador y senador electo de Minas Gerais, Aécio Neves. Los integrantes de la llamada “vieja guardia” se enfrentan al ímpetu del joven senador de Minas Gerais, quien, a los 50 años, se muestra dispuesto a pavimentar una carrera que lo eleve al puesto alcanzado por su abuelo, Tancredo Neves, quien sería el primer presidente civil luego de 21 años de dictadura militar. Tancredo jamás asumió la presidencia: una enfermedad fatal lo tumbó en la víspera de la ceremonia de asunción. El nieto, astutamente, hizo carrera reivindicando ese legado.

Seguidores de Serra acusan a Aécio de no haberse esforzado lo suficiente para darle la victoria. La verdad es que Aécio recorrió varios estados pidiendo votos para Serra. Pero en Minas, donde su popularidad es efectiva, actuó de manera discreta. Sabía que Serra sería derrotado, y que en el vacuo de esa derrota surgiría el espacio que ahora reivindica, con los ojos puestos en las presidenciales de 2014.

Aécio Neves defiende una oposición constructiva. Los de Serra, una oposición impiadosa, rencorosa. Aécio –con el sorprendente respaldo del ex presidente Fernando Henrique Cardoso– quiere una reformulación profunda del partido. Los de Serra dejan claro que él pretende mantenerse con el control.
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ilustreBOB: O Brasil não é bicolor

Bruno O. Barros realiza mais um trabalho em prol da compreensão da política partidária para pessoas que só entendem, quando se desenha!

Em que pese a discussão, promovida por Emir Sader, do índice considerado alto dos votos em José Serra [PSDB], evidencia-se que a derrota da candidata do PT, cantarolada desde 2009, até o início da campanha eleitoral oficial, era uma falácia, assutando, inclusive, esta blogueira. Escaldada com as eleições de Rigotto, Yeda e Fogaça [duas vezes], perdemos a confiança no eleitorado.  



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Daquele chargista que desenha mal pra caramba

Mas que é dono absoluto do espaço há mais de 30 anos, o que é completamente natural, considerando-se a ruindade editorial do jornal Zero Hora.


A deselegância de Marco Aurélio com as mulheres de importantes cargos do Partido dos Trabalhadores é antigo. Quando a então Vereadora Margarete Moraes assumiu a Prefeitura de Porto Alegre, sendo ela Presidente da Cãmara Municipal, substituindo o prefeito e o vice ausentes, este sujeito teve a capacidade de escrever a palavra Porto, com dois pingos inseridos dentro de cada letra "O", numa explícita alusão a seios. Lamentavelmente, não temos mais, em nossos arquivos, a tal "charge".

Agora, ele comete esse desenho acima. Um conhecido chargista riograndense, ao analisar qualquer charge do Marco Aurélio, afirma que o desenho ruim, muitas vezes inintelegível, é o menor dos seus problemas. A questão é a abordagem, quase sempre preconceituosa e conservadora, para com o campo político que o desagrada e omissa ao campo político com o qual simpatiza.

JornalismoB, Somos Andando e Blog do Mirgon escreveram sobre o tema.
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Mapa da eleição do dia 31 de outubro de 2010

Escreve Conceição Oliveira em seu blog Maria Frô:

Alê Porto: O Brasil não é vermelho nem azul


O leitor João Ferrari sugeriu:
Alguém que entenda de arte gráfica poderia fazer um mapa do Brasil, com cada estado dividido em duas partes, azul e vermelha, proporcionalmente dividido de acordo com a votação recebida, para mostrar mais claramente que a parte vermelha é muito grande no Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Este mapa desmistificaria o mapa falseado usado pela imprensa com estados azuis e vermelhos inteiros, quando na realidade são divididos. O apelo visual seria muito forte, é talvez o mais forte….
Vários twitteiros ajudaram a organizar os dados e o @aleportoblog desenvolveu o mapa interativo reproduzido abaixo. Ao clicar em cada estado você pode conferir a percentagem que cada candidato recebeu no segundo turno.
Quem sabe assim os preconceituosos que desprezaram o voto, a cultura, o trabalho e a importância do Norte e Nordeste do país sintam ao menos vergonha por serem tão mal informados?

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OS DESAFIOS DE DILMA – O BRASIL E A ORDEM MUNDIAL

Laerte Braga


As perspectivas de derrota eleitoral do Partido Democrata e por extensão do governo do presidente Barack Obama, há dois anos das eleições presidenciais nos EUA, são uma dificuldade de monta para a presidente eleita do Brasil Dilma Roussef. Não que Obama signifique alguma coisa, mas pelo que Republicanos representam numa escala de gradação do terrorismo político, econômico e militar dos EUA.

Se antes dos oito anos de Lula éramos figurantes no contexto da chamada Nova Ordem Mundial, hoje somos protagonistas dessa ordem. E a América Latina é decisiva em todo esse processo.

Mais que nunca vale a frase do ex-presidente Richard Nixon dita em plena ditadura militar, ao buscar encontrar justificativa para as notícias de sistemáticas violações de direitos humanos pelo regime dos generais. “É uma pena, mas o Médice é um bom aliado e para onde inclinar-se o Brasil, inclina-se a América Latina”.

Quer queiramos ou não o atoleiro que George Bush meteu o seu país diz respeito ao Brasil, ao mundo inteiro. A presença de governos independentes de Washington no continente político latino-americanos é um momento histórico de afirmação, mas pode vir a ser de queda.

A economia mundial globalizada faz com que um espirro no pólo norte seja sentido em qualquer canto do mundo, que dirá no Brasil, um país com dimensões continentais e agora, com um caminho aberto para um processo de integração latino-americana numa fase aguda.

Dilma Roussef vai enfrentar de saída duas frentes de combate. Impedir que a crise econômica mundial (ainda forte e viva) afete esses anos Lula de prosperidade e segurança. Os olhos postos do grande irmão do norte sobre o Brasil e a importância, para eles, de domar essa onça que surge com um vigor impressionante.

Uma eventual vitória republicana em 2012 vai significar que à frente de uma situação de declínio a boçalidade suba de tom nos EUA.

Isso sinaliza para mais que a integração latino-americana. Ultrapassa esses limites e se estende a partes outras do mundo numa luta que se ainda não deixou claros esses contornos, é de sobrevivência das nações independentes ou que se pretendem assim.

No aspecto interno Dilma vai sofrer a feroz oposição das forças de extrema-direita (se mostraram com todas as garras nessa campanha eleitoral), aliadas incondicionais desse contexto internacional e subordinadas a interesses de nações que mais e mais vão se tornando grandes conglomerados empresariais. É o caso dos EUA.

É indiscutível que tem estatura para esse desafio, mas não é Lula e vai ter que construir seu próprio caminho, abrir sua picada em mata fechada e afirmar-se como líder desse espaço fundamental para o Brasil e imediatamente a América Latina.

Em todo o processo de destruição levado a cabo pelos EUA nos últimos anos, mesmo no período Clinton, onde a ALCA –ALIANÇA DE LIVRE COMÉRCIO DAS AMÉRICAS – era a palavra de ordem para essa parte do mundo, se olharmos o resto do mundo, são poucos os países que conseguiram preservar-se intactos ou escapar incólumes do desvario neoliberal.

A morte de Néstor Kirchnner é outro complicador.  O futuro da Argentina, país essencial para e como o Brasil para a América Latina, é incerto.

As cunhas do neoliberalismo e da estupidez militar dos EUA já estão plantadas por aqui. Colômbia e Chile.

Os desafios das elites econômicas no Brasil, latifundiários, banqueiros e grandes empresários tem um componente complicado. São forças de natureza golpista, agarradas a privilégios, o que significa que reformas são indispensáveis para que se possa mexer na infra-estrutura política e econômica do Pais, abrindo perspectivas para uma independência completa e real, consumando o processo iniciado no governo Lula.

Dilma vai ter que enfrentar essa batalha para além dos caminhos tradicionais da política brasileira.

Vai ter que lutá-la nas ruas ampliando os canais de participação popular e alcançar através dessas forças os objetivos que os brasileiros que a elegeram sonham e desejam.

A própria configuração de sua vitória mostra isso. Perdeu as eleições em estados onde predomina o agro-negócio e onde são fortes as elites de extrema-direita. Tem a seu desfavor a mídia privada que tece loas à liberdade de expressão para garantir o controle do processo que é alienante e o domínio de poucas famílias num modelo em que curiosamente essa liberdade de expressão tem mão única.

As eleições mostraram sem disfarces essa face perversa do modelo.

São desafios que combinam políticas de fortalecimento da integração latino-americana, de ampliação dos mercados brasileiros com nações de outras partes, modelo pacientemente construído pelo governo Lula através do chanceler Celso Amorim – um dos grandes brasileiros de sua geração e da história de nossa diplomacia – com a preservação dos níveis de crescimento econômico e políticas sociais que permitam as reformas necessárias a que essa infra-estrutura perversa que ainda habita entre nós, possa se transformar de fato num governo popular.

Onde o cidadão fale, onde o povo seja o principal ator.

É como matar uma onça por dia. Os adversários são fortes, já mostraram não ter escrúpulos e deixaram claros os seus interesses e objetivos.

De saída a política externa traz desafios que têm largos reflexos na política, na economia e no social. Enfrentar a ação golpista dos EUA via Colômbia e Chile contra Venezuela, Bolívia, Equador, Uruguai, Paraguai e o esforço que farão para recuperar a Argentina.

Não aceitar as imposições quanto ao Irã, opor-se às políticas terroristas no Afeganistão, no Iraque e na Palestina, ampliar a integração com países de língua portuguesa e buscar formas de relacionamento com países da Comunidade Européia (uma espécie de protetorado dos EUA) que impliquem em equilíbrio político e econômico sem concessões que não resultem de consenso que possam beneficiar a ambos.

Se os governos da maioria dos países da Europa subordinam-se aos EUA, os povos das nações européias começam a perceber a armadilha travestida para além da economia, seja em cerco militar, ou em reformas neoliberais.

Ampliar as relações com a Rússia, estabelecer premissas novas para com a China, enfim, afirmar-se como potência mundial que, a permanecerem os números, em breve terá ultrapassado Itália, França e estará nos calcanhares de um semi falido Reino Unido.

A vitória de Dilma tem esse sentido, esse significado. E a certa altura com certeza irá passar por um momento de união nacional das forças progressistas em torno dessas questões básicas (vai ser necessária a maturidade dessas forças), sob pena de nada do que foi conquistado valer.

Nossos adversários internos e externos jogam o jogo em estreito acordo e com objetivos bem claros.

Dilma não vai encontrar e nem pode pensar em tratar o governo como um clube de inimigos e amigos cordiais. É só olhar as dificuldades enfrentadas por Lula e perceber que a dimensão de estadista do atual presidente se deveu, entre erros e acertos, à coragem de resistir.

E uma resistência que o Brasil excluído percebeu com clareza tal que elegeu Dilma.

Se os primeiros passos foram dados, os próximos serão em terreno bem mais pantanoso, pois os inimigos do Brasil sabem que um descuido e vamos ao chão.

Abraçar os movimentos populares, reciclar o caráter corporativo de boa parte do movimento sindical, evitar aparelhamentos pelegos, abrir as portas do processo à participação popular.

Trazer ao debate temas como o monopólio da informação (decisivo) e não se deixar encantar pelo canto do jogo institucional montado sobre estruturas que atendem apenas aos interesses dos donos.

Aprofundar a reforma agrária é de tal ordem importante, diz respeito à própria soberania nacional em vários campos. 

Se Dilma tem dimensão para isso? Claro que tem, vai ter que mostrá-la em cada dia de seu governo.

Existem momentos que enfrentar desafios se torna questão de sobrevivência. Esse é um deles. O nível da campanha eleitoral mostrou que é assim. 
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