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A balança da mídia

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Condição Precípua

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Lição das Ruas

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Documentos revelam participação de FHC e Gilmar Mendes no ‘valerioduto tucano’



 

De: Correio do Brasil




Documentos reveladores e inéditos sobre a contabilidade do chamado ‘valerioduto tucano‘,
que ocorreu durante a campanha de reeleição do então governador de
Minas Gerais Eduardo Azeredo (PSDB), em 1998, constam de matéria
assinada pelo jornalista Leandro Fortes, na edição dessa semana da
revista Carta Capital. A reportagem mostra que receberam
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Não tem como confundir


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PT responde ao crime organizado de Goiás

PARTIDO DOS TRABALHADORES

GABINETE DA LIDERANÇA NA CÂMARA DOS DEPUTADOS

NOTA DA BANCADA DO PARTIDO DOS TRABALHADORES NA CÂMARA DOS DEPUTADOS SOBRE AS RELAÇÕES PERIGOSAS DO GOVERNADOR MARCONI PERILLO COM O “EMPRESÁRIO” CARLOS CACHOEIRA

A nota oficial do governador Marconi Perillo em que tenta desqualificar o relatório final da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito que investigou o senhor Carlos Cachoeira apenas revela uma tentativa desesperada de salvar seu mandato e seu governo, em razão dos vínculos estreitos e perigosos mantidos com a organização criminosa chefiada por Cachoeira.

Diferentemente do que afirma o chefe do Executivo goiano, trata-se de um relatório sereno, coerente e contundente na demonstração de que o governador e a alta cúpula de seu governo estavam à mercê dos desígnios de uma organização criminosa incrustrada no estado de Goiás.

O relatório demonstra com riqueza de detalhes, substanciado em provas amealhadas pela Polícia Federal durante vários meses de investigação e em documentos em poder da CPMI, que o governador Marconi Perillo havia firmado, já durante a campanha que o levou ao governo de Goiás, uma verdadeira parceria política e econômica com a sociedade Delta/Carlos Cachoeira naquele estado.

A participação do governador Perillo na CPMI, longe de significar um gesto de lisura ou compromisso ético, foi, ao contrário, uma manobra preparada para tentar afastar suas vinculações com Carlos Cachoeira, como se viu em toda a farsa criada em torno da venda de sua casa para o criminoso.

A investigação realizada pela CPMI apontou com clareza que o governador efetivamente beneficiava o grupo Delta/Cachoeira, nomeava para cargos estratégicos em seu governo pessoas indicadas pelo chefe da organização criminosa e, em troca, recebia recursos financeiros e outros favores da quadrilha.

O trabalho sério da relatoria mostrou para todo o Brasil, e principalmente para a sociedade goiana, que, além do próprio governador, vários secretários, procuradores de Estado e auxiliares diretos do governo de Goiás também haviam aderido à organização criminosa, em troca de vantagens financeiras diversas.

Diferentemente do que afirma o senhor Perillo, o relatório faz uma investigação ampla da empresa Delta para além da região Centro-Oeste e aponta todos os indícios, inclusive com a identificação de mais de 116 empresas, de irregularidades que poderão ser aprofundadas pelo Ministério Público e pela própria Polícia Federal.

Não há revanchismo, perseguição ou espírito de vingança por parte do relator. O relatório final da CPMI retrata uma situação que já se mostrava pública. Caberá agora ao governador explicar à sociedade brasileira o motivo que levou seu governo ser partilhado e, em grande parte, conduzido efetivamente pelo chefe de uma das maiores organizações criminosas já estruturadas no país.

Com a palavra, o governador Marconi Perillo.


Deputado Jilmar Tatto-PT/SP

Líder da Bancada na Câmara
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Consciência negra

Nenhum alto dirigente do PSDB é negro, nenhum governador, nenhum senador, nenhum deputado federal, nenhum deputado estadual. Coincidência, claro.
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Tristeza e indignação

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O PT cresce e consolida seu projeto nacional

Rui  Falcão

O veredito das urnas nas eleições municipais encheu de orgulho a todos os simpatizantes, militantes e dirigentes do Partido dos Trabalhadores. Nosso desafio agora é continuar a corresponder à confiança depositada no primeiro turno pelos 17,2 milhões de eleitores, número recorde em nossa história. Governaremos 635 municípios, com 27,6 milhões de eleitores, abrangendo 20% do eleitorado nacional.

Se considerarmos os vices, aliados a outros partidos, estaremos representados nos executivos de mais de mil cidades. Mantivemos a força nos grandes centros e aumentamos a capilaridade, com mais prefeitos nos pequenos e médios municípios.

Também ampliamos em 25% o nosso número de vereadores, saltando de 4.164 em 2008 para 5.191 em 2012. Foi a maior votação de legenda do país, com quase 1,5 milhão de votos no 13. Nossa base aliada também cresceu. Na realidade, nós e os partidos que apoiam o projeto dos governos Lula e Dilma vencemos em quase 80% dos municípios do país.

Em muitas cidades, vencemos com nomes e ideias novas. Renovamos. Criamos novas lideranças que certamente irão fazer história. Estarão ao lado de outros petistas, como Lula e Dilma, que já têm os nomes gravados entre os maiores transformadores da história do país.

Pela manifestação dos eleitores, avaliamos, com segurança, que está ocorrendo no Brasil uma consolidação do nosso projeto nacional, iniciado com o governo Lula em 2003 e com avanços do governo Dilma nos últimos dois anos. A aprovação do nosso projeto que se refletiu nas urnas de 2012. Isso faz crescer ainda mais nossa responsabilidade.

Essa vitória ocorreu em meio a uma campanha terrível, muitas vezes de caráter fundamentalista, preconceituosa e injusta contra o PT e a imagem de Lula. Tentaram criminalizar nosso partido ao longo de todo o julgamento da ação penal 470.

A força de um partido que vem transformando o Brasil, mesmo diante da crise mundial e de toda a campanha contrária, será mostrada pela nossa serenidade e principalmente pelo compromisso que temos com a democracia. Nos últimos dias, ressurgiram os rumores de que PT pretende retaliar os ataques infundados que sofreu propondo censura à mídia. Nada mais mentiroso.

Não. O PT apenas quer debater na sociedade e no Congresso a necessária regulação da mídia, com o fito de alargar a liberdade de expressão e fortalecer a democracia.

Igualmente importante é a campanha pela reforma política -priorizando o financiamento público das campanhas-, na mesma linha do relatório elaborado pelo deputado Henrique Fontana (PT-RS), que está na Câmara esperando votação.

O PT continuará defendendo a ética e a democracia, a despeito daqueles que discordam desses valores. Não seremos vingativos com a oposição, mesmo quando chegar o seu tempo de ser julgada por seus "mensalões". Agiremos, sim, com o coração e a cabeça, cada dia mais empenhados em responder à confiança popular, promovendo inclusão social, distribuição de renda e o desenvolvimento sustentável do Brasil.

Nosso partido fará agora uma profunda avaliação sobre as injustiças de que tem sido alvo, em reunião do nosso diretório nacional ainda neste ano. Mas já entrará em 2013 empenhado numa reflexão, junto à sociedade, acerca da conformação das reformas estruturais que o Brasil necessita e das nossas gestões.

Nosso empenho será de corresponder à confiança desse recorde de eleitores e pela consolidação do nosso projeto nacional. As próximas eleições hão de ser consequência.

RUI FALCÃO, 68, é presidente nacional do PT e deputado estadual em São Paulo
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PT obtém vitória histórica no estado de São Paulo

PSDB TEM SEU PIOR RESULTADO. ELEIÇÃO DEMONSTRA ESTAGNAÇÃO DO PROJETO TUCANO

A Executiva do Partido dos Trabalhadores de São Paulo reunida hoje, dia 29 de outubro de 2012, vem a público agradecer aos cidadãos e cidadãs, eleitores (as) paulistas por terem possibilitado ao Partido dos Trabalhadores no estado de São Paulo uma vitória histórica. O melhor resultado da nossa história.

O Partido dos Trabalhadores elegeu 68 prefeituras, 55 vices e 675 vereadores e vereadoras nas eleições de 2012. Fomos o partido com a maior votação para cargo proporcional no estado com mais de 3,1 milhões de votos, o que nos levou ao aumento de 175 cadeiras nas Câmaras Municipais em 382 cidades em São Paulo. Vamos governar a partir de 2013, mais de 18,6 milhões de habitantes, o que representa 45,2% da população paulista. Um número bastante significativo.

As urnas mostraram a força do nosso projeto político no estado de São Paulo. O projeto implementado pelo Presidente Lula e hoje liderado pela Presidenta Dilma. O projeto que tirou 30 milhões de brasileiros da miséria, que permitiu que outros 40 milhões ascendessem socialmente. Um projeto que deu estabilidade para a economia, mas com crescimento e com distribuição de renda. Um projeto que fez com que o "Brasil se colocasse em pé perante o mundo" e que foi capaz de criar uma nova agenda mundial. O nosso país se tornou interlocutor das nações que querem uma nova ordem mundial que combata as discrepâncias econômicas e sociais entre os continentes e regiões, que trate a sustentabilidade como algo estratégico e não como tópicos de discursos em conferências internacionais. Foi esse projeto que saiu vitorioso nas eleições 2012.

As urnas falaram alto abafando as vozes que tentaram fazer do julgamento do Supremo Tribunal Federal um instrumento de desgaste e até, como muitos alardearam, de destruição do PT. Os setores da imprensa que partidarizaram a leitura dos fatos também saíram derrotados com o resultado das eleições.

A sociedade falou em alto e bom tom que o "PT não está e nunca esteve no banco dos réus" e que o Partido dos Trabalhadores é o maior instrumento de construção de uma sociedade justa e igualitária. A resposta a todos os ataques que sofremos foi dada pela população através da manifestação democrática: o voto. As urnas dão ao PT a legitimidade necessária para que continuemos a nossa luta pela construção de um Brasil que seja forte economicamente, mas que acima de tudo seja justo.

As urnas em São Paulo também imprimiram ao PSDB, aliados e setores conservadores a pior derrota da história. O PSDB encolheu no número de prefeituras e vereadores. Perdeu em cidades emblemáticas no estado. O balanço dos setores conservadores em São Paulo é o pior possível. Mais uma reposta dada pelo povo paulista tanto ao "cansaço" do projeto tucano no estado como à ofensiva conservadora e autoritária contra o nosso projeto.

A nossa vitória no Vale do Paraíba é um exemplo do crescimento do PT em uma região que sempre foi tida como base do PSDB, inclusive por ser a região originária do Governador Geraldo Alckmin. Lá vamos governar nove prefeituras, destacando São José dos Campos, principal polo regional, e Jacareí onde obtivemos o quarto mandato sucessivo.

A vitória na Capital de São Paulo tem muito significado político. Ela representa a retomada das nossas bandeiras na cidade. De um projeto que liderado por Marta Suplicy implementou políticas públicas que levaram justiça social e cidadania para as regiões mais empobrecidas. O Governo Marta fez história nas políticas públicas inspirando governos por todo o Brasil. A vitória de Fernando Haddad cria as condições para um novo período de gestão da cidade mais importante da América Latina. O Governo Haddad será um marco para o desenvolvimento de políticas públicas que tornem a cidade de São Paulo um exemplo de desenvolvimento urbano e econômico, mas com justiça social. Não há duvidas que criamos com a vitória na Capital as condições para uma nova correlação de forças na política e para a disputa de hegemonia no estado de São Paulo.

Cabe aqui um registro para as nossas vitórias na Grande São Paulo. Desde 2011 temos sofrido uma ofensiva do PSDB na região metropolitana de São Paulo. Tornou-se evidente a existência de uma proposta dos tucanos de disputa da nossa principal base social na região sob o verniz da regionalização das políticas públicas. A Secretaria de Assuntos Metropolitanos tornou-se um nítido instrumento de disputa de hegemonia na nossa base social. Mesmo contabilizando a derrota em Diadema (derrota eleitoral, por fatores conjunturais e não de projeto, já que a identidade da população da cidade é muito forte com o PT), vale aqui ressaltar a retomada em Santo André e as nossas vitórias em São Bernardo, Mauá, Guarulhos - que merece destaque por ser nosso quarto mandato sucessivo -, Osasco, Carapicuíba, Franco da Rocha, Embu das Artes - também no quarto mandato sucessivo - e manutenção de Itapevi (governada pelo PV com apoio do PT, podemos caracterizar como "sucessão"). Na construção de uma política de regionalização da gestão que seja realmente democrática vale ressaltar as vitórias em São José dos Campos e Jundiaí (liderado pelo PCdoB com o PT na vice), cidades "âncoras" para as iniciativas tomadas pelo Governo Alckmin na implantação do modelo conservador e autoritário de regionalização, e da reeleição em Cubatão. Essas vitórias e possíveis alianças com administrações lideradas por partidos aliados, podemos criar as condições para fazer a disputa de rumos das políticas públicas para as regiões metropolitanas e aglomerados urbanos.

As eleições de 2012 reforçam a nossa implantação no estado de São Paulo. Crescemos em todas as regiões. O PT se consolidou em pólos regionais importantes. Cabe um destaque para Campinas e Taubaté onde não obtivemos vitórias no segundo turno, mas cidades em que as nossas candidaturas, mesmo com muito potencial eleitoral, foram lançadas com o objetivo de construção partidária. Essas candidaturas polarizaram os debates, projetando lideranças para a organização do PT e para futuras disputas.

Importante ressaltar o processo de renovação de lideranças que passa o PT paulista. Esse processo ocorre sem ruptura com os antigos quadros políticos. O nosso partido se renova valorizando a herança administrativa e política. Uma renovação inspirada na nossa história.

As eleições municipais também demostraram uma nova correlação de forças políticas no estado mais importante do Brasil. Criamos as condições, com uma acertada política de alianças, tanto no primeiro turno, como no segundo turno, de construção de um campo político no estado que sustente a formulação de um projeto alternativo ao PSDB e aliados. É preciso darmos mais ênfase às nossas propostas para um novo modelo educacional e de saúde no estado. É preciso enfrentarmos o esgotamento do modelo de segurança pública (é só olharmos a escalada do aumento da violência e o avanço do crime organizado entrincheirando as forças policiais). Temos todas as condições de apresentarmos ao interior do estado um projeto de desenvolvimento regional que garanta a descentralização do desenvolvimento econômico (enfrentando ao modelo tucano de pedagiamento, que inviabiliza o escoamento da produção do interior). O PT tem todas as condições políticas de liderar uma formulação que dialogue com a juventude, que mostre a viabilidade de um projeto de desenvolvimento para o estado que seja sustentável.

A força das urnas também dá ao PT o respaldo para que pautemos as reformas necessárias para o Estado Brasileiro. A Reforma Política e Eleitoral, a Reforma Tributária, o avanço da democratização da comunicação social, Reforma do Pacto Federativo, a Reforma do Judiciário. É preciso que o PT não flexibilize a sua vocação por um Estado cada vez democrático e que respeite os direitos individuais como manifestação do Estado de Direito e da própria democracia. Temos que zelar cotidianamente pelas "vitórias da humanidade" como a presunção da inocência (o inverso é a predominância do autoritarismo e da força típica de regimes despostas). O PT não pode flexibilizar seus princípios democráticos e suas aspirações socialistas que fizeram com que nos tornássemos o maior partido do Brasil e um instrumento de construção de um país que, efetivamente, seja de todos os brasileiros.

Vale aqui dar um destaque para as nossas bancadas, estadual e federal, ao senador Eduardo Suplicy e aos ministros do Governo Dilma pela dedicação na construção da tática eleitoral por todo o estado de São Paulo.

Queremos agradecer também a mobilização dos movimentos popular e sindical e dos militantes do nosso partido, de todas as nossas lideranças, vitoriosas ou não, que defenderam com muita garra as bandeiras do Partido dos Trabalhadores, levando o nosso programa partidário para os 604 municípios onde disputamos as eleições.

Executiva Estadual do PT do estado de São Paulo
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PT conquista 7 das 10 maiores cidades da Grande São Paulo

Portal Terra

O PT conquistou sete das 10 cidades com maior eleitorado da região metropolitana de São Paulo e aumentou seu domínio na mesma região em comparação à última eleição, quando elegeu seis prefeitos nesses municípios.

Com a vitória do petista Fernando Haddad em São Paulo, e de Carlos Grana em Santo André, o partido conquista duas prefeituras que estavam sob domínio de outras legendas, o PSD, em São Paulo e o PTB, em Santo André e passa a comandar agora a maior cidade do Brasil e uma das maiores do Estado.

Em outras cinco cidades sobre seu domínio, o partido conseguiu manter-se no governo. Em Guarulhos, segundo maior colégio eleitoral do Estado, Sebastião Almeida se reelegeu com 60% dos votos, e derrotou, no segundo turno, Carlos Roberto (PSDB).

Em São Bernardo do Campo, casa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e terceiro maior colégio eleitoral do Estado, Luiz Marinho se reelegeu logo no primeiro turno. Ligado a Lula, o petista é um dos cotados a disputar o governo de São Paulo, em 2014 e fortalece seu nome com o desempenho desta eleição.

Em Osasco, após o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) manter a cassação da candidatura de Celso Giglio (PSDB), que foi o mais votado no primeiro turno, o petista Jorge Lapas, venceu a eleição e mantém a cidade sob o comando da legenda, assumindo o posto no lugar de Emídio de Souza (PT).

Em Mauá, Donisete Braga assume o executivo da cidade no lugar de Oswaldo Dias (PT), que venceu a eleição de 2008 e reassumiu o comando do PT na cidade. Em Carapicuíba, Sergio Ribeiro (PT) conseguiu sua reeleição já no primeiro turno, com 67,68% dos votos, e também mantém a cidade sob o controle petista.

Além dessas sete cidades, o PT também passará a administrar outros dois municípios da Grande São Paulo, região que abrange um total de 39 cidades. O partido também controlará, a partir de janeiro de 2013, as cidades de Embu, com Chico Brito, e Franco da Rocha, com Kiko.

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Entrevista com Antonio Donato

Haddad reaproximará PT da classe média na cidade, diz chefe da campanha
De São Paulo

Folha - O que a eleição de Haddad representa para o PT?
Antonio Donato - É muito importante ganhar na maior cidade do país. Os governos Lula e Dilma já permitiram ao partido superar alguns preconceitos e reatar o diálogo com setores que tinham se afastado.
A crise do mensalão ajudou a afastar a classe média do PT, mas em São Paulo isso já vinha acontecendo antes. Sem dúvida, o perfil de Haddad vai ajudar na tarefa de reaproximação.

Qual será a diferença do novo governo para as gestões petistas de Marta e Erundina?
Vamos ter traços de continuidade e de superação. De continuidade, a forte presença de políticas sociais. De superação, uma visão mais consolidada do futuro da cidade e do seu desenvolvimento.
Isso está expresso no projeto do Arco do Futuro, que prevê uma reorganização da cidade rompendo com o paradigma de Prestes Maia [que concentrou as atividades econômicas no centro].

As outras gestões do PT desprezaram a necessidade de planejar o futuro?
Não. É um processo de maturação. Nós governamos em duas situações difíceis socialmente. Marta e Erundina enfrentaram cenários de recessão e estagnação econômica.
Pela primeira vez, vamos governar com os mais pobres melhorando de vida. É preciso continuar com as políticas sociais, mas também precisamos ter uma visão global da cidade, do seu futuro e dos desafios como metrópole mundial.

Marta e Erundina tiveram problemas com a classe média, concentrada na região central. O que essa área da cidade pode esperar do governo de Fernando Haddad?
Uma postura de quem quer unir a cidade. Haddad vai cuidar dos mais pobres, mas com a preocupação de ter uma cidade democrática, em diálogo com todos.
Queremos uma prefeitura que se preocupe com o meio ambiente e tenha cuidado com os bairros centrais.
Haddad não será um prefeito que dará as costas para o centro da cidade.

Qual é o impacto nacional da eleição paulistana?
Nossa vitória tem consequências políticas porque o candidato derrotado é o principal líder da oposição.
Mas o governo não será pautado pela disputa de 2014. Isso foi um recado do eleitor. Ele quer um prefeito 100% voltado para a cidade.

A derrota encerra a carreira política de Serra?
Em política é perigoso ser tão definitivo, mas é evidente que ele sai muito enfraquecido. O PT está fazendo um esforço de renovação geracional, e o PSDB não foi capaz de perceber que também precisava fazer isso.

Se o candidato tucano fosse outro, seria mais difícil?
É difícil falar em hipótese. Havia muito desgaste da gestão Kassab, da qual o PSDB fez parte, e isso não seria apagado com outro candidato. Por outro lado, ficou patente um cansaço do eleitor com a figura de Serra.
Disseram que o Geraldo Alckmin estava acabado quando perdeu a eleição para prefeito em 2008, e ele virou governador. É precipitado dar uma sentença definitiva. Hoje, 70 anos [idade de Serra] não é o fim da vida.

O que explica a vitória de Haddad?
O determinante foi a vontade de mudança diante de uma administração municipal muito mal avaliada.
O PT teve sensibilidade para escolher um nome que expressou bem este sentimento da cidade.

Kassab quase apoiou Haddad, com aval de Lula. Isso teria impedido a vitória?
O que elegeu Haddad foi o discurso de mudança. Isso não seria possível com o Kassab ao lado.

O PSD do prefeito deve aderir formalmente ao governo da presidente Dilma. Ele também pode apoiar o governo Haddad em São Paulo?
Na Câmara, não teremos nenhum problema em fazer aliança com o PSD. Se eles estiverem na base do governo Dilma e vierem se aliar a um programa de mudança, quem terá que se explicar são eles, não nós. Não vamos vetar apoios.

Qual foi o momento mais difícil da campanha?
O fim do primeiro turno. A campanha foi montada para um embate com o Serra. Quando vimos, havia duas eleições acontecendo. Na propaganda, era Haddad e Serra. Na vida real do povo, na periferia, era Haddad e Celso Russomanno. Ele era uma trava que nos impedia de crescer com nosso eleitor.
A decisão [de atacar o candidato do PRB] era difícil porque incluía muitos riscos. Se a gente errasse a abordagem, o Serra se fortaleceria.

O sr. e o PT se arrependem do acordo com Maluf?
Era uma aliança necessária. Nosso sistema político tem suas contradições, mas é nele que nós estamos. O PP está na base do governo federal, tem um ministério e não podia nos apoiar em São Paulo?
Tínhamos um candidato novo, que precisava de tempo de TV. A figura do Maluf não estaria presente na campanha. E não esteve.

A foto de Haddad e Lula abraçados a ele vai entrar para a história.
É, mas não foi decisiva para a eleição.

A aliança levou Erundina a desistir de ser vice de Haddad. Ela fez falta?
Ela fez campanha do seu jeito. Nós não tínhamos condições de voltar atrás [com Maluf]. E nem queríamos.

Como foi chefiar a campanha de um estreante que tinha vergonha até de cumprimentar eleitores na rua?
Haddad cresceu muito ao longo da campanha. Ao mesmo tempo em que se mostrou preparado, ele foi pegando traquejo e conseguiu se aproximar do eleitor mais pobre.
Ele é muito disciplinado, sempre se empenhou muito. É evidente que estava num mundo que não era dele, que ele nunca frequentou [nas visitas à periferia].
A ligação com a população mais pobre foi construída quando ele abandonou a postura fria de pesquisador e deixou o coração falar mais.

A eleição de alguém com esse perfil mostra que o marketing pode transformar qualquer pessoa num candidato competitivo?
Haddad não foi um produto de marketing. O primeiro programa de TV expressou o que ele falava há um ano: o Brasil mudou da porta de casa para dentro, mas a vida do povo não melhorou da porta para fora.
O marketing deu a forma, mas o conteúdo era dele.

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A grande vitória política que está ao alcance do PT


Marco Aurélio Weissheimer, Carta Maior

O Partido dos Trabalhadores (PT) tem uma grande vitória política ao seu alcance no segundo turno das eleições municipais que ocorre neste domingo (28). E essa vitória não se resume à possibilidade de uma consagradora vitória de Fernando Haddad em São Paulo. A sua dimensão maior é de natureza política. E não é nada pequena. 

Há cerca de quatro meses, lideranças da oposição ao governo federal (se é que ela tem hoje nomes que mereçam esse título) e a maioria dos colunistas políticos dos jornalões e grandes redes de comunicação apostavam que o julgamento do mensalão no Supremo Tribunal Federal (STF) destroçaria o PT nas eleições municipais. Numa curiosa coincidência, o processo no Supremo adequou-se ao calendário eleitoral, especialmente no primeiro turno. A pressão era intensa e permanente para que o julgamento fosse concluído dentro do calendário eleitoral.

A frustração dessa expectativa foi total. O PT foi o partido mais votado no país, venceu 626 prefeituras (12% a mais do que em 2008), somando mais de 17 milhões de votos. Além disso, aumentou em 24% o número de vereadores e vereadoras, que chegou a 5.164. E levou 22 candidatos para disputar o segundo turno. Mas esse êxito não se resume aos números. O saldo político é muito mais significativo. Essas foram as eleições realizadas sob o contexto do “maior julgamento da história do Brasil”, como repetiram em uníssono colunistas políticos e lideranças da oposição. Ironicamente, o julgamento das urnas talvez seja, de fato, um dos mais impactantes da história do país, fortalecendo o projeto do partido que comanda a coalizão que governa o país há cerca de dez anos e impondo uma derrota categórica ao principal projeto político adversário representado até aqui pelo PSDB, seu fiel escudeiro DEM e pequeno elenco.

E essa derrota, é importante destacar, tem um caráter programático. É a derrota de uma agenda para o Brasil e a vitória do programa que vem sendo implementado na última década com ampla aprovação popular. Não é casual, portanto, que a oposição já comece a flertar com integrantes da própria base de apoio do governo federal numa tentativa de cooptar novos aliados para seu projeto que faz água por todos os lados. 

Esse conjunto de fatores indica que o principal vitorioso nessa eleição não é nenhuma liderança individual, mas sim um partido que conseguiu sobreviver a um terremoto político, reelegeu seu projeto em nível nacional duas vezes e agora, como se não bastasse tudo isso, renova suas lideranças com quadros dirigentes que aliam capacidade intelectual com qualidade política. 

Independente do resultado das urnas neste domingo, nomes como Fernando Haddad, Márcio Pochmann e Elmano de Freitas já representam a cara de um novo PT, fortalecido pela tempestade pela qual passou, pelas experiências de governo e, principalmente, pela possibilidade de futuro.

Essa possibilidade de futuro é representada por um conjunto de políticas que enfrentam grande resistência por parte do conservadorismo brasileiro: Reforma Política, nova regulamentação para o setor de comunicação, colocar a agenda ambiental no centro do debate sobre o padrão de desenvolvimento que queremos, fazer avançar a reforma agrária, fazer a educação pública brasileira dar um salto de qualidade, recuperar a ideia do Orçamento Participativo para aprofundar a democracia e abrir mais o Estado à participação cidadã, acelerar a integração política, econômica e cultural sulamericana, entre outras questões. 

A “raça” petista não só não foi destruída, como sonhavam algumas vetustas lideranças oposicionistas que despontaram para o anonimato, como sai agora fortalecida no final do ano que era apontado como o do “fim do mundo”.

Mas as vitórias quantitativas do PT dependem de algumas condições para se confirmarem como vitórias políticas qualitativas. Uma delas diz respeito à vida orgânica cotidiana do partido que deve ser um espaço de pensamento e organização social, com a participação regular dos melhores quadros pensantes do país. 

Uma das razões dos sucessos eleitorais do PT, que a oposição político-midiática teima em não reconhecer (para seu azar) é o profundo enraizamento social que o partido atingiu no país; a famosa capilaridade que faz com que o PT seja a principal referência partidária brasileira. Esse é um capital político acumulado extraordinário que pode ser multiplicado se não for usado apenas como espaço eleitoral, mas, fundamentalmente, como um espaço de defesa da democracia e do interesse público, de discussão do Brasil e da construção de uma sociedade que supere o paradigma mercantilista que empobrece as relações humanas, destrói a natureza e privatiza a vida e o saber.

A militância petista tem todos os motivos do mundo para estar orgulhosa e esperançosa neste final de ano. Afinal de contas, o julgamento do voto popular subjugou o processo que pretendia colocar o partido e sua principal liderança, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de joelhos. Não conseguiram. 

Este é, obviamente, um texto otimista que não está considerando os inúmeros problemas – organizativos e programáticos - que precisam ser enfrentados no PT, assim como nos demais partidos da esquerda brasileira. Mas esse otimismo, mais do que justificável, é a expressão da voz do povo brasileiro que sai das urnas mais uma vez. A nossa democracia tem muito o que avançar, os problemas sociais ainda são grandes, mas o aprendizado político desses últimos anos abre uma extraordinária possibilidade de futuro. Que o PT e seus aliados tenham a sabedoria de ouvir a voz que sai das urnas. É uma voz de apoio, de sustentação, mas é também uma voz que quer avançar mais, participar mais e viver uma vida com mais orgulho e ousadia.
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As eleições e suas consequências

por Marcos Coimbra

Quando, na noite de domingo 28, conhecermos o resultado final das eleições municipais deste ano, o PT e o governo terão muito o que celebrar. E algumas razões para olhar com preocupação para o futuro próximo.

A se considerar o que aconteceu no primeiro turno e os prognósticos disponíveis para as disputas de segundo turno, o PT termina as eleições de 2012 como o principal vitorioso. De qualquer ângulo que se olhe, são as melhores eleições municipais da história do partido.

Os indicadores são muitos. Entre os cinco partidos que melhor se saíram nas eleições anteriores, foi o único que cresceu. Enquanto PMDB, PSDB, DEM e PP reduziram, o PT ampliou o número de municípios governados por prefeitos filiados à legenda.

Com isso, manteve sua tendência de crescimento, sem interrupção, desde a fundação. Quando se levam em conta apenas as três últimas eleições, foi de 410 prefeituras em 2004 a 628 neste ano (sem incluir as 10 ou mais que deve ganhar no segundo turno).

Do lado das oposições, o panorama, ao contrário, se complicou, o que significa outra vitória para Lula e o PT.

O total de prefeitos eleitos pelo PSDB, o DEM e o PPS caiu, nos últimos 8 anos, de 1.973 para 1.088 (sem considerar o resultado do segundo turno, que não deve, no entanto, alterar muito o quadro). Em outras palavras, os três partidos ficaram com pouco mais da metade das prefeituras que tinham.

Quanto ao número de vereadores eleitos, o cenário é parecido. De novo, o PT foi o único dos grandes que cresceu de 2008 para cá: ganhou cerca de mil novos vereadores, ao passar de 4.168 para 5.182. Enquanto isso, os três principais partidos oposicionistas elegeram 2.473 a menos. Entre 2004 e 2012, os representantes petistas nas câmaras municipais aumentaram em quase 40%.

Para o que efetivamente contam, portanto, foram eleições favoráveis ao PT. Nelas, o partido reforçou suas bases municipais, com isso se preparando para melhorar o desempenho nas próximas eleições legislativas.

Sair-se bem ou mal nas disputas locais tem impacto pequeno na eleição presidencial, como ilustra o bem o caso do PMDB, o eterno campeão em termos de prefeitos e vereadores eleitos, e que não consegue sequer ter candidato ao Planalto desde 1998. Mas elas são relevantes na definição do tamanho das bancadas na Câmara, fundamentais para governar.

Há, além disso, o aspecto simbólico.

Dessa perspectiva, o resultado das eleições municipais é mais significativo onde elas são menos decisivas objetivamente. É nas capitais que se travam as “grandes batalhas”, as que despertam mais atenção e definem os “grandes vencedores”, ainda que nelas seja menor a influência dos prefeitos nas eleições seguintes.

Como algumas ainda estão indefinidas, é difícil dizer com segurança, mas parece possível que o partido se aproxime, neste ano, da melhor performance de sua história, que alcançou em 2004, quando elegeu nove prefeitos de capital.

É claro que a maior de todas as batalhas, pelas condições em que foi montado o quadro eleitoral na cidade, acontece em São Paulo. E com a provável vitória de Fernando Haddad, a eleição de 2012 será fechada com chave de ouro para o PT.

Difícil imaginar um quadro de opinião tão desfavorável como o que foi montado para o partido nestas eleições. Apesar dele, sai como principal vitorioso. No plano objetivo e no plano simbólico.

Sem que houvesse qualquer razão técnica para que o julgamento do “mensalão” fosse marcado para o período eleitoral, o Supremo Tribunal Federal estabeleceu seu calendário de tal maneira que parecia desejar que ele afetasse a tomada de decisão dos leitores. Como, aliás, deixou claro o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, quando afirmou que achava “salutar” uma interferência do julgamento na eleição.

Nossa “grande imprensa” resolveu fazer do assunto o carro-chefe do noticiário. Desde agosto, quando começaram as campanhas na televisão e no rádio, trouxeram o julgamento para o cotidiano da população.

Quem for ingênuo que acredite ter sido movida por “preocupações morais”. Com seu currículo, a última coisa que se espera dela é zelo pela ética.

Tudo o que as oposições, nos partidos, na mídia, no Judiciário, na sociedade, puderam fazer para que as eleições de 2012 se transformassem em derrota para Lula e o PT foi feito.

Mas não funcionou.

Mais que bom, isso é ótimo para o partido. Mostra a força de sua imagem, de suas lideranças e candidatos. Mostra por que é o grande favorito a vencer as próximas eleições presidenciais.

O problema é a frustração de quem apostou que o PT perderia.

E se esses setores, percebendo que não conseguem vencer com o povo, resolvem prescindir dele? Se chegarem à conclusão que só têm caminhos sem povo para atingir o poder? Se acharem que novas intervenções “salutares” serão necessárias, pois a recente foi inócua?

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Mais um poste do Lula?

Lula quer ministro da Saúde para disputar governo de SP em 2014 
Inspirado em Haddad, ex-presidente acredita que a novidade numa eleição é fórmula que está dando certo e já pensa em lançar Alexandre Padilha para a disputa estadual

João Domingos, de O Estado de S.Paulo

Animado com a passagem de Fernando Haddad para o 2.º turno da eleição em São Paulo, e diante da possibilidade de vitória, levando-se em consideração que as pesquisas de intenção de votos indicam vantagem do petista sobre o tucano José Serra, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva já planeja lançar uma cara nova no PT para a disputa pelo governo de São Paulo em 2014 - quando tentará tirar o comando do Estado do PSDB.

O favorito de Lula para disputar o governo paulista é o ministro da Saúde, Alexandre Padilha. De acordo com informações de bastidores do comando do PT, Lula considera que a novidade numa eleição é uma fórmula que começa a ficar consagrada. Como justificativa, tem lembrado que lançou Dilma Rousseff à sucessão presidencial em 2010 mesmo sendo advertido de que ela nunca havia disputado uma eleição e que era desconhecida dos eleitores. Com Haddad aconteceu a mesma coisa. Ele jamais havia se candidatado. Nos dois casos, Lula fez o lançamento das candidaturas com muita antecedência. Depois, chegada a hora da escolha, ele pressionou o PT para que aceitasse a indicação.

No sábado, 20, durante comício do candidato a prefeito de Campinas, Márcio Pochmann (PT) - outro neófito em eleições apadrinhado por Lula e que surpreendeu ao chegar ao 2.º turno -, o ex-presidente exaltou a tática do novo na política. "Diziam que o Márcio era apenas um poste, como diziam que a Dilma era um poste", lembrou. "Mas é de poste em poste que o Brasil vai ficar iluminado."

No caso de Padilha, o ex-presidente terá de fazer mais do que convencer o PT a aceitar a escolha, pois encontrará resistências à candidatura do ministro da Saúde em dois petistas muito fortes em São Paulo: os ministros Aloizio Mercadante (Educação) e Marta Suplicy (Cultura). Ambos consideram-se candidatos naturais ao governo paulista em 2014. Como não escondem as divergências entre si e em relação a Padilha, Dilma ordenou aos três que por enquanto se abstenham de fazer qualquer comentário sobre a eleição de 2014. Por enquanto, eles têm sido obedientes.

Para lançar Padilha ao governo de São Paulo o ex-presidente Lula terá ainda de fazer com que o ministro da Saúde transfira o domicílio eleitoral para a capital paulista. O título do ministro é de Santarém, no Pará. Ele o transferiu para lá porque, logo depois de se formar em medicina, em São Paulo, fez trabalho de campo em Santarém. Optou por votar na cidade paraense que fica às margens do Rio Tapajós, onde o PT sempre foi forte e elegeu prefeitos seguidas vezes.

Convencer alguém a mudar o domicílio eleitoral para São Paulo não é novidade na vida de Lula. Ele já fez isso com o ex-ministro Ciro Gomes, do PSB, em 2009. Lula queria que Ciro disputasse o governo paulista em 2010 numa aliança que teria o apoio do PT. Mas a ideia não vingou. O PT lançou Aloizio Mercadante, que foi derrotado pelo tucano Geraldo Alckmin.

Com Dilma, as resistências no PT foram nulas. Na Presidência da República, Lula tinha muita força no partido. Com Haddad, o lançamento da candidatura ocorreu ainda em 2011. A pressão sobre os petistas que pretendiam disputar as prévias veio depois.

O senador Suplicy disse que tem consciência de que Lula vai trabalhar para impor o nome de Alexandre Padilha para disputar o governo de São Paulo em 2014. "Eu estou no terceiro mandato de senador e tenho o direito de pleitear a candidatura ao governo do Estado", disse Suplicy ao Estado. Ele afirmou que vai apresentar o nome aos militantes do partido para a disputa com Padilha. 

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De Lula

A respeito da matéria "Lula quer ministro da Saúde para disputar governo de SP em 2014", publicada no jornal O Estado de S.Paulo de hoje (22), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva esclarece que não existe qualquer definição da sua parte em relação ao candidato do Partido dos Trabalhadores para o governo de São Paulo em 2014. Em nenhum momento o ex-presidente fez essa afirmação para jornalistas ou mesmo interlocutores. As informações do texto não foram checadas pelo jornal. As declarações atribuídas ao ex-presidente Lula pelo jornal simplesmente não procedem.

Assessoria de Imprensa
Instituto Lula
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Conosco ninguém podemos

Hegemonia PT 3.0 
Fernando Rodrigues

Fernando Haddad protagonizou uma das mais espetaculares recuperações numa campanha para prefeito de São Paulo e deve dar ao PT, dizem as pesquisas, o comando da maior cidade do país.

A eleição paulistana é um passo relevante no projeto de hegemonia política do PT. Nenhum partido cresce de maneira orgânica e consistente como o PT a cada disputa municipal. A sigla sempre se sai melhor.

PMDB, PSDB, DEM (o antigo PFL) e outros já tiveram dias de glória, mas acumulam também vários revezes. O PT, não. Só cresce.

Embora já tenha vencido em São Paulo duas vezes (em 1988, com Luiza Erundina, e em 2000, com Marta Suplicy), agora com Fernando Haddad é uma espécie de PT 3.0 que pode chegar ao poder.

Não há outro partido da safra pós-ditadura militar que tenha conseguido fazer essa transição de gerações. O poderio sólido e real que o PT constrói encontra rival de verdade apenas na velha Aliança Renovadora Nacional (Arena), a agremiação criada pelos generais para comandar o Brasil -com a enorme diferença de hoje o país viver em plena democracia.

Alguns dirão que o PMDB mandou muito no final dos anos 80. Mais ou menos. Tratava-se de um aglomerado de políticos filiados a uma mesma sigla. Não havia orientação central.

O PSDB ganhou em 1994 o Planalto e os governos de São Paulo, Rio e Minas Gerais. Muito poder. Só que os tucanos nunca tiveram um "centralismo democrático" (sic) "à la PT".

No dia 28 de outubro, há indícios de que o PT novamente sairá das urnas como o grande vencedor nas cidades com mais de 200 mil eleitores, podendo levar pela terceira vez a joia da coroa, São Paulo.

Ao votar dessa forma, o eleitor protagoniza duas atitudes -e não faço aqui juízo de valor, só constato. Elege seu prefeito e entrega à sigla de Lula um grande voto de confiança para fazer do PT cada vez mais um partido hegemônico no país.

fernando.rodrigues@grupofolha.com.br

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O QUE NOS DIFERENCIA DOS MERCENÁRIOS E SUA IMPRENSA PODRE



A essência da nação militante petista


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Por
Roni Chira, do blog O que será que me dá


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Temos paixão. Somos convictos e contagiantes. Provavelmente, a militância mais numerosa do planeta. Somos autênticos, corajosos e batalhadores. Estamos impregnados de verdade, e nossa causa é a mais justa de todas. Por isso, não desistimos jamais. O que nos move passa longe de vingança, ódio a um partido ou a um candidato, e o que aprendemos não está nas manchetes das cartilhas penduradas nas bancas de jornal. Ao contrário de nossos adversários, não ecoamos preconceito racial e social, individualismo e limpeza étnica. Nossos desejos não se realizam às custas do sofrimento alheio e não pretendemos derrubar o Brasil e humilhar seu povo em nome de nossa vitória. 











Não nos enganam mais os apresentadores, os locutores, os porta-vozes, os tradutores, os comentaristas e os novelistas que tentam corromper nossas consciências a todo custo. Não nos interessam mais as teorias, os modelos, as tendências, as fachadas, os apelidos, a maquiagem e as máscaras dos falsos patriotas. 






Sonhamos um Brasil forte, justo e soberano. Um Brasil que já quase podemos tocar, que vibra nos rostos iluminados de nossas crianças. Enxergamos um horizonte real, atingível, construído por cada um de nós pelos governos vitoriosos que elegemos. Somos NÓS que estamos lá. Mais do que representados, donos do nosso destino. Estamos encravados na história e no futuro deste novo Brasil e desta nova América para sempre. Não seremos demovidos por qualquer instrumento que não seja a vontade soberana do povo, expressa em eleições justas e democráticas. 





Não buscamos lucro ou vantagem pessoal. O que nos move é a confiança, a certeza de que é possível melhorar nossas vidas e a vida de todas pessoas, independentemente da cor, do sexo e da classe social. Acreditamos que é possível tornar este país mais justo, um lugar melhor de se viver. Para que nossos filhos não tenham vergonha de serem brasileiros. É isso que nossos adversários não compreendem. Essa entrega a uma causa que beneficia milhões de pessoas do norte ao sul do país. Os conservadores estacionados no século passado e sua imprensa podre nos estranham porque só conhecem os caminhos do preconceito, da inveja e da trapaça para se alcançar um objetivo. 





Os inimigos da democracia conspiram cada dia mais abertamente em nome de uma elite que decidiu “reaver seu país” a qualquer custo. Mais do que isso, planejam reescrever a história recente deste país. Devolver ao Brasil a condição de vira-latas da comunidade internacional, sempre submisso às vontades dos mercadores e assaltantes estrangeiros. 





O desrespeito à constituição e às bases mais elementares do direito e da justiça, exibidos pelo STF no julgamento da 470, e festejados pelo PiG durante e em função da campanha eleitoral, mostra que os conspiradores não estão ensaiando. Estão armando o bote – associados agora aos senhores das togas, que, a cada dia que passa, tornam-se mais parecidos com seus colegas de cargo paraguaios. 





Por isso, enfrentamos essas forças predadoras e sua imprensa a cada dois anos. Sabemos que jamais desistirão – seja no voto, seja na marra. E sabemos que somente a vitória das forças progressistas nas eleições deste domingo poderá conter sua voracidade bestial e golpista que ameaça roubar-nos o estado de direito. 





Somos amantes da verdade, da justiça e da prosperidade. Não nos vendemos e não nos rendemos. 






Tudo isso nos diferencia dos mercenários da outra margem. E é por tudo isso que venceremos!

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Sobre caciques e partidos

Publicado no Valor Econômico

A birra de Marta Suplicy, ausentando-se do ato de lançamento da candidatura de Fernando Haddad à Prefeitura de São Paulo, enseja uma boa oportunidade para discutir o papel das lideranças individuais nos partidos políticos. Ela serve para mostrar que o caciquismo é um fenômeno mais complexo do que sugerem análises apressadas sobre a influência de certas lideranças na definição dos rumos das organizações partidárias. Quanto a isto, um aspecto ganha relevo: enquanto alguns líderes criam sucessores, atuando na produção ou reforço de novas lideranças (crucial para a sobrevivência organizacional), outros embotam essa criação, contribuindo para a esclerose organizacional. 

O problema é distinguir entre caciquismo - um tipo de liderança que subjuga a organização à vontade pessoal inquestionável do líder - e influência. Uma liderança influente no partido logra convencer os correligionários, sem contudo impor-lhes decisões inquestionáveis. Assim, se a persuasão é requisito para a obtenção de anuência, não há caciquismo. Trata-se de diferença de grau, que ultrapassados certos limiares se converte em distinção de natureza. 

Há situações nas quais se migra, ao longo do tempo, de um estado para outro. Assim, caciques podem converter-se apenas em lideranças influentes, seja por que se debilitam ou ajustam a conduta, seja porque um reforço organizacional do partido lhes reduz o espaço para o arbítrio. Inversamente, líderes influentes podem, em certas conjunturas, tornar-se caciques; algo mais provável em organizações partidárias frouxas ou enfraquecidas - o que não é a mesma coisa. 

Caciques são os que se colocam acima do partido 

Para existir, o cacique necessita do apoio de um subconjunto organizacional dentro do partido: sua entourage, uma facção majoritária ou posições-chave na burocracia. Assim, enquanto o partido como um todo é fraco organizacionalmente, esse subgrupo é relativamente forte, impondo a vontade de seu líder. Contudo, há uma condição principal, decisiva distinguir o caciquismo da influência: o cacique subordina os interesses da organização aos seus próprios; é o projeto pessoal do cacique que sempre prevalece sobre o do partido - e mesmo sobre o de sua claque. 

Há quem veja no patrocínio de Lula à candidatura de Fernando Haddad evidência de caciquismo, demonstrando que o PT nada mais seria do que um partido sem vontade própria, a reboque do grande líder. Será mesmo? Isto não se coaduna com características notórias do partido: organização forte, disputa intensa entre facções, espaço para contestação seguido de alinhamento a decisões tomadas pelo conjunto. Na realidade, Lula é muitíssimo influente, mas não um cacique no sentido próprio do termo. E isto não só por méritos próprios dele, mas pelas características do partido que construiu - que restringe o caciquismo. 

No caso paulistano, antes mesmo de Marta desistir da candidatura, já enfrentava - além de Fernando Haddad - a oposição interna de antigos aliados, agora pré-candidatos, os deputados Jilmar Tatto e Carlos Zarattini. Candidata duas vezes derrotada à prefeitura, a senadora já não desfrutava da condição de escolha óbvia da agremiação - como foi em 2008. A imposição de seu nome - a despeito de outras postulações, de um clamor interno por renovação e da grande rejeição aferida pelas pesquisas ¬- é que seria caciquismo. Em tal contexto, o apoio de Lula à renovação operou mais como contrapeso à tentativa de caciquismo em nível local do que se mostrou ele próprio uma imposição inconteste. 

Compare-se com a autoimposição de José Serra no PSDB, contra Aécio Neves. Verificou-se no ninho tucano uma estratégia de sufocamento da disputa interna pela interminável postergação do embate, até que o ex-governador mineiro jogou a toalha, considerando que não teria tempo hábil para se viabilizar. A solução pelo alto, dessa ardilosa vitória pelo cansaço, repetiu-se agora na escolha da candidatura tucana à prefeitura paulistana. Após meses alegando que não se candidataria, o que ensejou uma animada disputa entre quatro pré-candidatos (sugerindo renovação partidária) o ex-governador mudou de ideia, inscreveu-se na prévia após o prazo regulamentar, provocou a desistência de dois postulantes e prevaleceu. Serra obteve na prévia apenas pouco mais de 50% dos votos, num embate contra postulantes muito menos expressivos - tanto no que concerne à envergadura política quanto à história. Isto mostra o tamanho do desagrado que sua soberba causou na base tucana. 

Fosse o PSDB dotado de maior densidade organizacional, os dois episódios da imposição serrista deflagrariam uma crise interna - como a que deve se produzir no PT de Recife neste ano. O caráter elitizado da agremiação e a baixa intensidade da vida partidária (sobretudo se comparada à do PT) permitem que as manobras dos caciques e seus embates permaneçam basicamente como um problema deles mesmos. A renovação, neste caso, ocorre apenas nas franjas da disputa política (como nas eleições de deputado estadual e vereador), pelo ocaso das lideranças ou por algum acidente; raramente por uma estratégia bem definida. Em São Paulo, a oportunidade da renovação foi perdida; o risco da esclerose cresceu. 

É nisto que as atuações de Lula e Serra se distinguem como influência, no primeiro caso, e caciquismo, no segundo. Enquanto o ex-presidente interveio no processo de modo a promover uma renovação de lideranças e atuando segundo a lógica da organização partidária, o ex-governador apenas fez prevalecer seu projeto pessoal de poder, às expensas do partido, que tornou seu refém. Isto permanece, a despeito de quem venha ganhar ou perder as eleições de outubro. 

Algo que confunde a percepção de papéis tão distintos são os estilos muito diversos de um e de outro. Enquanto Lula é um líder carismático e de estilo esfuziante, Serra é um líder gerencial e de estilo soturno. Intuitivamente, o senso comum identifica o primeiro com o improviso e o personalismo, e o segundo com a racionalidade e a institucionalidade. Uma análise mais cuidadosa revela exatamente o oposto. 

Cláudio Gonçalves Couto é cientista político, professor da FGV-SP e colunista convidado do "Valor".
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Por Alberto Carlos Almeida, publicado no Valor Econômico

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso acaba de ser agraciado com o prêmio John W. Kluge, conferido pela Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos, a mais completa do mundo. A declaração do chefe da biblioteca acerca do premiado é paradigmática: "Em termos puramente científicos e acadêmicos, ele tem que ser considerado o mais notável cientista político da América Latina no fim século XX. Não só é a primeira pessoa com uma carreira política pessoal relevante a ganhar este prêmio, como é também um representante acabado do que chamamos cientista social. Se quisermos fazer uma comparação americana, ele é como Thomas Jefferson, desempenhando um papel-chave na construção de uma democracia com fundamentação acadêmica".

Isso foi suficiente para que os tucanos que desprezam o PT passassem a comparar Fernando Henrique com Lula em função do fato de o ex-presidente petista ter recebido recentemente os títulos de doutor honoris causa de várias universidades do Rio de Janeiro. O prêmio de Fernando Henrique, segundo tais críticos, revelaria claramente sua superioridade em relação a Lula e, acrescentaria eu, provavelmente do PSDB sobre o PT.

É curiosa a insistência de alguns segmentos do PSDB no desprezo em relação ao PT. Lula é um animal exclusivamente político. Ele não está preocupado sobre quem tem mais títulos de universidades ou de bibliotecas renomadas. Os títulos que Lula detém são os três mandatos presidenciais consecutivos do PT. Na política, é isso que de fato importa e deveria ser considerado pelos adversários do PT - se tiverem realmente o desejo de competir de igual para igual.

Uma das marcas mais importantes da trajetória política de Lula e do PT é a ousadia. As decisões da pessoa de Lula e da instituição por ele construída e liderada são a prova mais cabal de que, na política, ser ousado traz resultados benéficos. Os críticos deste argumento afirmam que Collor também ousou, e se deu mal. É evidente que sim: Collor não tinha com ele uma instituição sólida, um partido consolidado. Afinal, nada mais distante disso do que o PRN ao qual ele pertencia. Ousadia funciona, sim, desde que combinada com uma ideologia clara e uma instituição forte.

O primeiro grande risco tomado por Lula foi fundar um partido inteiramente novo. O PT nasceu fora da tradição política intelectual da esquerda brasileira e também fora do berço do sindicalismo ligado ao setor público. O líder principal do novo partido nunca lera Karl Marx (ainda bem) e a sua base social, diferentemente do que ocorrera nos anos 1960, eram os sindicatos do setor privado. Ele foi produto da industrialização do Brasil e, não por acaso, seu berço é a região do ABC paulista.

A história é bem conhecida e cabe aqui apenas pontuar alguns episódios de tomada de risco do novo partido e de seu principal líder: disputar uma eleição para governador em 1982 sem acesso a recursos políticos relevantes; disputar uma eleição presidencial, em 1989, nessas mesmas condições, enfrentando e derrotando líderes de renome e com grande estrutura, tal como acontecera com Brizola; entrar em confronto direto com toda a elite política brasileira, atacando de forma incessante o FMI, o pagamento da dívida externa e políticas econômicas adotadas recorrentemente no Brasil. Todas essas ações de alto risco poderiam ter resultado na extinção do PT. Foi o contrário que ocorreu: o partido cresceu na adversidade e desde que foi fundado aumenta a cada eleição o número de deputados federais, senadores, deputados estaduais e prefeitos. Atualmente, o PT tem a maior bancada de deputados federais e o maior número de deputados estaduais, quando se somam todas as unidades da Federação.

Uma das maiores ousadias do PT foi quebrar a velha tradição conciliatória da elite política tradicional brasileira. Nosso sistema político, o presidencialismo de coalizão, atua como uma força centrípeta, que leva os principais atores para o centro político, para a conciliação e para a acomodação. O PT sabe, sem sombra de dúvidas, atuar dentro de nossas instituições. Foi esse saber que permitiu que Lula e Dilma tivessem maioria parlamentar. O PT foi, porém, o partido do conflito quando esteve na oposição e hoje, no governo, é o partido com maior sede de ampliar seu espaço político. Faz alianças, sim, mas está pronto para conquistar o terreno político que pertence a alguns de seus aliados. Não há nenhum mal nisso. Da mesma maneira que os empresários de sucesso são reconhecidos porque têm a ambição de fazer suas empresas crescerem e conquistarem mais mercado, os políticos e os partidos de sucesso cultivam o desejo incessante de conquistar mais e mais poder. Ninguém está proibido de se comportar assim, nem a oposição.

Lula assumiu a Presidência em 2003 e fez uma inflexão política formidável: manteve grande parte da política econômica de Fernando Henrique, aumentou o superávit primário, de 3,75% para 4,25%, controlou o gasto social e expulsou quatro parlamentares que votaram contra a reforma da previdência aprovada pelo PT, mas sempre defendida pelo PSDB. Os expulsos foram Luciana Genro, Babá, João Fontes e a então senadora Heloísa Helena. Haja ousadia. A moderação de Lula em seu primeiro mandato foi crucial para o sucesso econômico de seu governo e, consequentemente, para sua reeleição.

Lula não parou aí. Seus principais colaboradores, José Dirceu e Antonio Pallocci, foram abatidos, respectivamente, pelos escândalos do mensalão e do caseiro. Sem eles, Lula escolheu Dilma Rousseff para disputar sua sucessão. Sua ministra da Casa Civil jamais tinha concorrido em uma eleição. Para muitos analistas políticos, não houve risco maior do que este. Lula ousou e venceu.

Dilma está seguindo os mesmos passos de seu pai político: demitiu vários ministros por conta de escândalos de corrupção, está tentando adotar uma política econômica diferente de seu antecessor, fez uma inserção inédita no Dia das Mães em cadeia de rádio e TV e passou a adotar medidas concretas para reduzir os juros. Não cabe aqui discutir se a redução de juros por meio da regulação estatal é correta ou não. Alguns dirão que sim, argumentando que a oferta de crédito no Brasil é extremamente concentrada. Outros dirão que não, porque o governo estaria agindo contra as regras da economia de mercado. Não é isso que está em discussão aqui, mas sim o caráter politicamente ousado da decisão.

O PT, guiado por seu instinto de sobrevivência, adota o método da tentativa e erro - pelo visto, menos erros do que tentativas. Eis a CPI do Cachoeira. Mais uma vez, os analistas se puseram a afirmar que se tratou de um tiro no pé dado por Lula. Será mesmo? Na política, não existe o contrafactual, não existe o "se". Ainda assim, poderíamos fazer um pequeno exercício e imaginar o que a mídia estaria falando hoje se não existisse a CPI. É óbvio que o noticiário estaria inteiramente dominado por notícias ligadas ao julgamento do mensalão. Do ponto de vista exclusivamente midiático, a CPI do Cachoeira já alcançou seu principal objetivo. O recesso parlamentar se inicia em meados de julho e, a partir daí, as eleições municipais se tornarão a principal notícia. Até lá, a eventual exposição negativa do PT e de seus políticos ao julgamento do mensalão terá sido minimizada. Por outro lado, o governo Dilma reagiu com rapidez (e ousadia) às denúncias que recaíam sobre a construtora Delta, por se tratar da principal contratada para muitas das obras do PAC.

Os adversários do PT deveriam, antes de menosprezá-lo, procurar entendê-lo melhor. Desconsiderar suas virtudes é a maneira mais fácil de continuar sofrendo derrotas eleitorais consecutivas. As forças políticas precisam ser avaliadas também em função de sua eficácia. Há razões muito claras que vêm levando o PT a ser mais eficaz do que seus adversários: a ousadia é uma delas, não a única.

Alberto Carlos Almeida, sociólogo e professor universitário, é autor de "A Cabeça do Brasileiro" e "O Dedo na Ferida: Menos Imposto, Mais Consumo".


Comentário do blogueiro: O artigo do cientista político ligado aos tucanos é alerta para os integrantes do PSDB. Não basta estar certo no varejo, é preciso defender causas certas no atacado. Não basta a crítica pela crítica, é preciso apresentar o que faria diferente e melhor. O principal problema do PSDB é ficar sempre à reboque da agenda da mídia. Como a agenda midiática muda constantemente, o partido fica sem agenda, perdido, atirando para todos os lados. Ter a mídia a seu favor é vantagem, porém, é preciso saber tirar proveito disso. E o PSDB não está sabendo fazer. O que é vantagem tem se tornado em desvantagem, uma vez que eliminou a capacidade de reflexão do partido. Quando a presidenta Dilma faz um movimento contrário aos juros exorbitantes, aparecem tucanos criticando-a, dando a ideia para o eleitorado que está do outro lado do balcão, os banqueiros. Não importa se a estratégia presidencial é acertada ou errada, o que importa é o movimento, a direção. Os erros e excessos são corrigidos no meio do caminho, sem maiores consequências, desde que a direção esteja correta. E, nesse simples exemplo, evidencia-se que os tucanos teimam em permanecer na direção errada, contrária aos interesses da maioria, de trabalhadores a empresários. 
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O namoro PT-Kassab na eleição paulistana

Nesse namoro do Kassab com o PT o único que perde é o segundo. O desgaste que alguns figurões petistas (Lula, principalmente) estão provocando na pré-candidatura do Haddad é totalmente desnecessário. A análise da aliança eleitoral deve ser puramente eleitoral, e menos ideológica. Quando soma, faz-se a aliança. Quando diminui, saí fora. E, nesse quesito, Kassab tem pouco ou nada a devolver para o PT na sucessão paulistana.

O seu partido é novo e, por essa razão, não tem horário eleitoral para turbinar a candidatura do Haddad. E o prefeito Kassab está com avaliação negativa altíssima, o que favorece uma candidatura de oposição. A atual conjuntura política da cidade de São Paulo é por mudança, não continuidade. Ou seja, não é ignorando os eleitores com campanha que preserve a administração municipal que o partido aumentará suas chances de vitória.

Não faz sentido o PT em São Paulo virar situação, deixando que os partidos de sustentação ao governo Serra/Kassab (PSDB, DEM e PMDB, principalmente) tenham a chance de ser a candidatura da mudança. Gabriel Chalita já percebeu esse vácuo. E, se o candidato tucano não for o Matarazzo (este não tem jeito de descolar da administração do Kassab), os tucanos também posarão de oposição, ou seja, mudança.

Se o objetivo do PT é ter uma boa base de sustentação no legislativo caso vença o pleito, quero enfatizar que não precisam se preocupar. Afinal, o PSD tem o DNA do peemedebismo e, dessa forma, irá fazer parte da base de qualquer governo (seja PT, PMDB ou PSDB). O PT não precisa absorver o custo antecipadamente.

Na análise política não podemos ser ingênuos. Nessa questão está óbvio que o jogo é muito maior que a eleição na capital paulistana. Existe uma disputa por espaços dentro do PT com olho em 2014, com reflexos na reeleição de Dilma e na sucessão do Estado de São Paulo.

Em verdade, os patrocinadores da aliança Kassab-PT avaliam que é possível ganhar as eleições com Haddad, mesmo carregando o custo Kassab (porque ele é ônus hoje, não bônus). E, com essa aliança e Haddad vencendo, o grupo que defende a pré-candidatura de Marinho ao governo paulista se fortalece, assim como aumenta as chances de uma ampla aliança. Os grupos da Marta e do Mercadante se enfraquecem.

Por outro lado, Dilma poderá oferecer um ministério para o Kassab, reduzindo o poder de fogo do PMDB no Congresso. Tal estratégia comporta riscos eleitorais para Haddad, porém, explica a movimentação de algumas lideranças petistas em torno do kassabismo.
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