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Relator da CPI do Cachoeira pede indiciamento de Policarpo Júnior e mais quatro jornalistas

Redação Carta Capital

O relatório final da CPI do Cachoeira, que investigou o grupo do bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, será lido apenas na quinta-feira 22, mas o capítulo a respeito dos elos da quadrilha com a mídia revela que o relator da comissão, deputado Odair Cunha (PT-MG), pedirá o indiciamento de cinco jornalistas, entre eles Policarpo Júnior, redator-chefe da revista Veja em Brasília.

De acordo com o relatório da CPI, Cachoeira contava, como “órgão de apoio de suas empreitadas criminosas, com um forte e atuante braço midiático, a ser utilizado para atender aos desígnios diversos da quadrilha”. Segundo as investigações da CPI, Cachoeira é proprietário oculto de quatro jornais em Goiás (A Redação Online, O Estado de Goiás, Jornal de Anápolis e Opção) mas tentava influenciar, e muitas vezes conseguia, publicações como o jornal Correio Braziliense e Veja.

O capítulo a respeito da mídia tem 348 páginas. Dessas, 86 são dedicadas ao longo relacionamento de Cachoeira e Policarpo Júnior, “um dos profissionais da imprensa mais requisitados pelo líder da quadrilha”. Segundo o relator, o jornalista da revista Veja não mantinha com Cachoeira “uma vinculação que se consubstanciava apenas na relação de jornalista e fonte”. Para Cunha, Cachoeira e seus aliados “alimentavam de informações o jornalista Policarpo e usavam as matérias assinadas e/ou pautadas pelo jornalista ou sua equipe como uma arma letal para prejudicar adversários, destruir personalidades e biografias, criar e promover de modo amiúde falsos moralistas e paladinos da ética, visando sempre alcançar o êxito político e econômico” da organização. Policarpo Junior, afirma o relatório, “aderia aos estratagemas e utilizava as informações que lhe repassavam o grupo criminoso, na exata medida em que tais enredos pudessem se coadunar com os caminhos e as visões de mundo que orientam a linha editorial do conglomerado que o emprega”.

Há, segundo o relatório, casos em que Veja teria mantido como verdadeiras histórias que sabia não ser verdadeiras. Em maio de 2011, Veja publicou reportagem na qual acusava o ex-deputado e ex-ministro do governo Lula José Dirceu (PT) de ser responsável por ter transformado a construtora Delta na maior parceira do governo federal no PAC. Segundo o relatório, a revista acusava Dirceu de fazer “tráfico de influência”. O relatório da CPI mostra, no entanto, diálogos entre Cachoeira e Claudio Abreu, diretor da Delta no Centro-Oeste, nos quais eles afirmam que Dirceu nada tinha a ver com a entrada da Delta nas obras federais. Segundo o relatório, mesmo informado de que Dirceu não tinha influência sobre os contratos da Delta com o governo federal, a história foi mantida.

Há também um caso em que Cachoeira teria conseguido evitar a publicação de denúncias contra o senador agora cassado Demóstenes Torres (ex-DEM). De acordo com o relatório, uma repercussão de reportagem de março de 2011 na qual o ex-governador do DF José Roberto Arruda fazia denúncias contra Demóstenes foi deixada de lado após intervenção de Carlos Cachoeira e Claudio Abreu com Policarpo Júnior. O diálogo, de maio de 2011, foi reproduzido pelo relator:

Demóstenes – Oi professor, não saiu nada na Veja não
Carlinhos – Foi melhor assim né. Eu vi cedo, bom demais
Demóstenes – Morreu o assunto né, tranquilo então beleza, isso aí resolveu então, cem por cento resolvido.
Carlinhos – Foi a conversa que eu e o Claudio tivemos lá com o Policarpo…foi bom, bom demais, valeu.

O relatório nota que, em junho de 2011, quando Veja publicou reportagem tratando Demóstenes como um dos “mosqueteiros” da ética em Brasília, Policarpo já havia descartado uma denúncia contra ele. O mesmo não ocorria, diz o relatório, quando os alvos eram adversários políticos da organização de Cachoeira e também da revista Veja, como Paulo Garcia (PT), prefeito de Goiânia.

Cunha escreveu ainda que Policarpo Junior usava os serviços da quadrilha de Cachoeira para fazer investigações. Isso teria ocorrido em agosto de 2011, com o deputado Jovair Arantes, envolvido em supostas irregularidades na Conab, e no mesmo mês com o ex-ministro José Dirceu. Segundo o relatório, Policarpo Junior procurou o araponga Jairo Martins, que trabalhava para Cachoeira, para obter imagens de um hotel onde José Dirceu estava hospedado em Brasília e mantinha encontros políticos. Cachoeira, afirma o relator, “a tudo acompanhava e controlava, sendo todo o tempo informado dos pedidos e solicitações de Policarpo Junior para Jairo Martins.”

Confira abaixo os nomes de todos os jornalistas citados pelo relatório final da CPI, bem como as implicações de cada um deles:

A) Assessores de comunicação que prestaram serviços profissionais para empresas ou integrantes da Organização Criminosa. São três jornalistas, nenhum dos quais foi indiciado pela CPI por falta de provas.

Luís Costa Pinto (o “Lula” ou “Lulinha”), dono da empresa Ideias, Fatos e Textos (IFT). Segundo a CPI, Lulinha recebeu 425,1 mil reais da Delta Construções entre fevereiro de 2011 e maio de 2012 para prestar serviços ao grupo de Cachoeira. A intenção era usar o conhecimento de Lulinha “para emplacar matérias que pudessem beneficiar ou as atividades ou pessoas ligadas a Cachoeira.” Uma das tentativas do grupo foi fazer com que o jornal Correio Braziliense “pudesse produzir alguma matéria que beneficiasse, pessoal e politicamente, o prefeito Geraldo Messias, de Águas Lindas de Goiás, um dos mais atuantes servos da quadrilha liderada por Carlinhos Cachoeira.” Não há provas de que Lulinha tenha se envolvido em prática criminosa.

Claudio Humberto. De acordo com a CPI, a atuação de Claudio Humberto prova a “íntima ligação” do governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), com a quadrilha comandada por Carlos Cachoeira. Os diálogos mostram que Perillo solicitou que a quadrilha de Cachoeira contratasse o “jornalista Cláudio Humberto através da empresa Delta a fim de que este receba, durante um período, uma determinada quantia por supostos serviços de mídia, tudo de modo que o governador cumpra algum compromisso ou favor junto ao mencionado profissional da imprensa”. A CPI não encontrou provas de que Claudio Humberto tenha cometido crimes, mas mostra que ele recebeu 187,7 mil reais da organização criminosa.

Jorge Kajuru, apresentador da TV Esporte Interativo. Segundo a CPI, ele recebeu 20 mil reais de empresas laranjas controladas por Cachoeira. O jornalista admite o recebimento e afirma que era referente a publicidade da Vitapan Indústria Farmacêutica Ltda, empresa de Cachoeira. Não há provas de que Kajuru tenha cometido crimes.

B) Jornalistas que prestaram ou teriam supostamente prestado algum favor em seus veículos de comunicação para a Organização Criminosa em troca de alguma remuneração.

Wagner Relâmpago, repórter policial do programa DF Alerta, da TV Brasília/Rede TV e também do programa Na Polícia e nas Ruas – Rádio Clube 105,5 FM – DF. Segundo a CPI, ele “aderiu de forma vergonhosa aos desígnios da Organização Criminosa e, em troca de retribuição financeira, passou a colaborar com os interesses espúrios do grupo criminoso”, como desacreditar a atuação da Força Nacional de Segurança que combatia o crime organizado no DF. É acusado pela CPI de formação de quadrilha ou bando.

Magnho José (Maguinho), editor do blog BNL – Boletim de Novidades Lotéricas. De acordo com o relatório final da CPI, Maguinho “colaborou, mediante retribuição financeira” com o grupo de Cachoeira ao promover em seu blog reportagens que divulgavam os jogos e, “consequentemente, as atividades da organização criminosa”. A CPI não conseguiu provar o recebimento de dinheiro e, portanto, não pediu seu indiciamento.

Etelmino Alfredo Pedrosa, o Mino Pedrosa, é editor-chefe do blog QuidNovi. Segundo a CPI, ele tem “uma relação antiga com Carlinhos Cachoeira” e teria procurado avisar aliados do bicheiro a respeito da Operação Monte Carlo, que desbaratou a quadrilha. Segundo a CPI, Mino Pedrosa teria recebido um apartamento de Cachoeira. Como a CPI não encontrou indícios suficientes de sua participação na organização criminosa, não pediu seu indiciamento e sugeriu que as investigações sejam aprofundadas.

C) Jornalistas-empresários, que atuam comercialmente à frente de veículos de comunicação e que tiveram papel fundamental na expansão midiática da Organização Criminosa.

Patrícia Moraes Machado, diretora-executiva e editora de Política do jornal Opção, do Estado de Goiás. Havia, segundo a CPI, “interlocução frequente” entre Patrícia e a quadrilha, além de “pagamentos periódicos”. A CPI cogita, ainda, que o verdadeiro dono do jornal Opção seja o próprio Carlinhos Cachoeira. A CPI pede seu indiciamento por formação de quadrilha e lavagem de dinheiro.

João Unes, jornalista, advogado, idealizador e diretor do jornal online A Redação. Segundo a CPI, Unes teria recebido mais de 1,8 milhão da quadrilha de Cachoeira na compra do jornal A Redação, “mantendo-o, entretanto, à frente da direção do empreendimento, como um verdadeiro testa de ferro da quadrilha chefiada por Carlos Cachoeira”. A CPI pede seu indiciamento por lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.

Carlos Antônio Nogueira (Botina), sócio de Carlos Cachoeira no jornal O Estado de Goiás. Segundo a CPI, Botina é sócio minoritário de Cachoeira no jornal O Estado de Goiás e também no Jornal de Anápolis. Sobre O Estado de Goiás, o relator da CPI afirma que “é Carlos Cachoeira quem decide o que vai e o que não vai ser publicado, quem vai ou não vai fazer propaganda no jornal, qual a linha editorial a ser seguida, qual o tom das reportagens que serão publicadas, quais os adversários que serão atacados, quem será promovido midiaticamente”. Ainda segundo a CPI, o governador Marconi Perillo “também integrava ou integrou a sociedade proprietária do jornal”. A CPI pede seu indiciamento pelos crimes de formação de quadrilha e lavagem de dinheiro.

D) Profissionais que mantiveram constantes interlocuções com o chefe da Organização Criminosa Carlos Cachoeira. Atuam na imprensa e publicam o que interessa a eles, usando Cachoeira como fonte, mas também publicando, por vezes, o que interessa à Organização Criminosa, sendo usados pela quadrilha.

Renato Alves, do jornal Correio Braziliense. O relatório final da CPI afirma que ele mantinha “interlocução frequente com a chefia e com alguns integrantes da Organização Criminosa de Carlos Cachoeira”. Segundo a CPI, Renato Alves teria “ajudado a promover os negócios criminosos da organização, assinando matérias sob uma roupagem investigativa e falsamente denunciativa, que serviam na verdade para promover as atividades contravencionais da quadrilha chefiada por Carlos Cachoeira, como também fazia publicar matérias que, de alguma forma, prejudicassem empresas e grupos concorrentes”. Em troca, afirma a CPI, Alves recebia “presentes e recompensas”. Como as investigações não conseguiram comprovar o recebimento de favores, o relatório final da CPI não recomenda o indiciamento de Alves.

Policarpo Júnior, diretor da sucursal Brasília e redator-chefe da revista Veja. O relatório da CPI afirma que o relacionamento entre Cachoeira e Policarpo teve início em em 2004, quando Veja publicou, uma semana depois da revista Época, matéria sobre fita gravada, em 2002, por Cachoeira, na qual Waldomiro Diniz, que viria a se tornar assessor da Casa Civil no governo Lula, aparece extorquindo o contraventor. A partir daí, diz o relatório, surgiu um relacionamento por meio do qual Policarpo Junior e sua equipe “utilizavam-se das supostas fontes repassadas por integrantes da Organização Criminosa, ou por pessoas próximas, para publicar matérias que serviam aos propósitos” tanto do grupo de Cachoeira, quanto “aos desideratos valorativos e às visões de mundo que movimentavam uma determinada linha editorial”. A CPI pede seu indiciamento por formação de quadrilha.

Eumano Silva, da revista Época (Leia mais AQUI [3]). Segundo a CPI, diferentemente dos outros jornalistas, os indícios indicam apenas que Silva usou a organização criminosa para confirmar informações que obteve por outras fontes. O jornalista manteve contato com integrantes do grupo, sobretudo o araponga Idalberto Matias, o Dadá, para obter informações sobre uma empresa ligada ao Ministério do Turismo que teria sido beneficiada em obras em Goiânia. “Nossas investigações preliminares não identificaram ações desse profissional em prol dos objetivos do grupo criminoso, de modo que os diálogos seguintes mostram tratativas que se encerram dentro dos parâmetros de uma relação jornalista-fonte”, diz o relatório.

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Todos os jornalistas de Cachoeira


Brasil 247 - O relatório final da CPI do Cachoeira, que começará a ser lido nesta quarta-feira 21 pelo deputado Odair Cunha (PT-MG), traz uma bomba no que diz respeito à relação do contraventor Carlos Cachoeira com jornalistas. O 247 teve acesso com exclusividade ao capítulo integral do documento que trata dos veículos de imprensa. Além do já citado outras vezes Policarpo Júnior, chefe da sucursal de Brasília da revista Veja, tido como o profissional mais próximo de Carlinhos Cachoeira, outros nomes da mídia são mencionados pelo relator como necessários que "o Ministério Público aprofunde as investigações". Entre eles, são citados Mino Pedrosa, o conhecido radialista Jorge Kajuru e Eumano Silva, da revista Época.

Leia abaixo trechos da introdução e baixe aqui o documento original.

Conforme vimos afirmando ao longo do presente Relatório, a Organização Criminosa (ORGCRIM) chefiada por Carlos Cachoeira e estruturada para assacar o Estado Brasileiro havia fincado raízes em diversos pontos da estrutura democrática estatal (Administração Pública em geral, principalmente no Estado de Goiás) e contava, como órgão de apoio de suas empreitadas criminosas, com um forte e atuante braço midiático, a ser utilizado para atender aos desígnios diversos da quadrilha.

Assim, as linhas seguintes longe de significarem quaisquer afrontas ou ataques à imprensa, aos meios de comunicação ou a seus profissionais, e mesmo ao seus imprescindíveis direitos de expressar e informar, significam, na verdade, em sintonia com a Constituição da República, a própria defesa da liberdade de imprensa e da comunicação.

(...)

O que estamos a afirmar é que a imprensa e os profissionais que a dignificam, independentemente de posições ideológicas ou visões de mundo que conduzem sua linha editorial, devem estar a serviço da verdade e em sintonia com os postulados éticos e legais.

Quando tais profissionais se divorciam desses princípios éticos e das altas responsabilidades que balizam o exercício dos próprios direitos e garantias constitucionais, perdem a sociedade, suas instituições e seus cidadãos.

Foi o que se viu durante as investigações realizadas pela Polícia Federal e por esta Comissão Parlamentar Mista de Inquérito. Com efeito, profissionais da imprensa exorbitaram e vilipendiaram de forma gravosa os mais basilares princípios éticos que orientam o exercício da profissão e, de modo indigno, deixaram de servir a sociedade e ao Estado Democrático de Direito e passaram a contribuir de alguma maneira com os interesses da Organização Criminosa.

(...)

Verificar-se-á ao longo do presente capítulo, que alguns profissionais da imprensa aderiram de modo criminoso aos desígnios da ORGCRIM chefiada por Carlos Cachoeira. Menoscabaram e assacaram ferozmente contra a ética no jornalismo em todas as suas dimensões, induziram decisões e juízos de valores, enganaram a sociedade, desvirtuaram verdades, criaram factoides, tudo sob o pressuposto de que estavam protegidos pela liberdade de imprensa.

Ocorre que, como já afirmamos alhures, a liberdade de imprensa não alberga crimes e criminosos, não compactua com a falta de ética, não abarca a manipulação da verdade, não socorre aqueles que maculam a boa-fé dos cidadãos e cidadãs, enfim, não protege os estultos que empulham a sociedade.

(...)

Mas, ao jornalista caberá, sempre, saber quem é a fonte, quais os caminhos que ela trilha, quais os interesses que ela defende, rechaçando as possibilidades de conivência com fontes que eventualmente estejam mergulhadas no crime, porque, afinal, a principal missão do jornalista é a defesa do interesse da sociedade, e nunca a notícia a qualquer preço, especialmente se a notícia visa atender a interesses criminosos. Isso é da deontologia da profissão, constitui uma obviedade. Aprende-se isso nas escolas de jornalismo, nos muitos manuais de redação, no exercício cotidiano da profissão. A ética do jornalismo não admite conivência com o crime, até porque essa conivência, especialmente quando continuada, prejudica profundamente a sociedade.
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O Brasil real e a imprensa nativa: um desencontro marcado

Roberto Amaral

-“A liberdade de imprensa é um bem maior que não deve ser limitado. A esse direito geral, o contraponto é sempre a questão da responsabilidade dos meios de comunicação. E, obviamente, esses meios de comunicação estão fazendo de fato a posição oposicionista deste país, já que a oposição está profundamente fragilizada. E esse papel de oposição, de investigação, sem dúvida nenhuma incomoda sobremaneira o governo [Lula].

Maria Judith Brito, presidente da Associação Nacional de Jornais

Em qualquer análise à nossa grande imprensa (ela prefere chamar-se de ‘mídia’), lamentável é a necessidade de repetir, cem vezes repetir e continuar repetindo, que o objeto de nossos ‘meios’ não é informar (já ninguém cobra isenção), mas manipular a informação, e fazê-lo de forma aética, porque escondida, negada, negaciada. A grande imprensa, senhorial, travestida no papel de vestal, toma partido, distorce os fatos segundo seus interesses econômicos-políticos, posando de imparcial. Aliás, penso que a questão de fundo já não é a manipulação, o partis pris, mas a insistência em apresentar-se como isenta, na tentativa de conquistar abono social para sua má conduta. Julga-se acima do bem e do mal, acima das leis e do Estado, mas, ao contrário da mulher de César, não é séria, nem parece ser séria.

É clássico, conhecido até pelos alunos dos primeiros períodos dos cursos de Comunicação Social (meus alunos pelo menos sabiam), o mecanismo de construção da realidade mediante a criação de ‘fatos’, pois, ‘real’ não é o evento assim como ocorreu, mas o evento narrado (a ‘notícia’), real ou não.

Entre nós, esse processo já virou prática cediça, e, uma vez conhecido, a mais ninguém engana. Funciona assim: um órgão da auto-intitulada ‘grande imprensa’ veicula um texto criado em sua ‘cozinha’ a partir de simplesmente nada ou de ilações, o que dá no mesmo, e nos dias imediatos, cada um à sua vez, os jornalões seguem repetindo aquela matéria já como se ela fosse uma ‘notícia’, e o ‘fato’, isto é a matéria inventada, passa a ter vida. Em regra, ou a ‘denúncia’ é lançada por um jornalão e repicada na revistona, ou começa na revistona (é o caso recente) e termina nos jornalões. Termina, em termos. Pois essas matérias, de extrema falsidade, de um jornalismo que, se tivesse cor, seria a marrom, não foram criadas como obra jornalística, mas simplesmente para alimentar ações políticas, de uma oposição sem capacidade de criar fatos, como docemente nos informa dona Maria Judith, com a alta responsabilidade de presidente da ANJ. Aí, então, eis o ritual, um indefectível senador, sempre presente na mídia televisiva, aparece denunciando a ‘gravidade dos fatos apontados pela mídia’, e sua ‘denúncia’ volta a alimentar a mídia.

Quais são os fatos, desta feita?

A revistona em edição de setembro último, com base numa conversa que o Sr. Valério teria tido com uma terceira pessoa não identificada, afirma, em matéria de capa, que o ex-presidente Lula comandava o ‘mensalão’. A ‘reportagem’, como previsto, vira notícia nos jornalões, nos quais é repetida sem nada lhe haver sido acrescentado, a não ser pelo Estadão (manchete), ao aduzir que o inefável Valério, em depoimento que teria dado ao Ministério Público Federal (inquérito que não tem o mínimo trecho transcrito), teria citado Lula, Palocci e Celso Daniel, relembre-se, o prefeito de Santo André assassinado em 2002, fato volta e meia retomado pela mídia com lances de sensacionalismo. Segundo o jornalão paulista o Planalto teria pedido a ajuda dos cofres de Valério para calar pessoas que não identifica, as quais estariam fazendo chantagem contra quem não diz. A seguir, a pauta volta para a revista.

Sem citar fonte, como sempre, Veja, a inexcedível, ‘descobre’, na edição seguinte, que os chantageados seriam o ex-presidente Lula e o ministro Gilberto Carvalho. E volta o carrossel da irresponsabilidade jornalística: a ‘matéria’ inventada’ vira notícia reproduzida por Estadão, Globo e FSP, até o momento em que um hoje obscuro deputado pernambucano asilado em SP é filmado no protocolo do Ministério Público, em Brasília, pedindo abertura de inquérito contra o ex-presidente.

A propósito dessa manipulação grosseira que procurei descrever em poucas linhas, chega-nos em nosso socorro a jornalista Suzana Singer, a ombudsman da FSP, em sua coluna de 11 do corrente, acusando, com sua autoridade, a imprensa de servir de porta-voz do Sr. Valério, ao reproduzir, sem critério e acriticamente, os recados ameaçadores’ do operador do chamado ‘mensalão. Estariam, assim — as palavras são minhas–, o vetusto Estadão e seus colegões participando de uma chantagem?

Cedo a palavra à brava Suzana:

“É fundamental também deixar claro para o leitor que o empresário mineiro [Valério] não falou com a imprensa – a Veja não diz que o entrevistou, o Estado não publicou transcrições do depoimento e a Folha reproduziu os concorrentes”.

Eis o corpus delicti de nossa imprensa.

Onde mais estará a tragédia republicana? Em uma oposição sem rumo, nau soprada pelos ventos dos empresários da Comunicação, ou em uma mídia que assume o papel de partido político, renunciando ao seu ofício primário de informar? A essa altura ainda será possível (mesmo aos ingênuos de carteirinha) identificar o dever/direito de informar como a missão da imprensa, ou isso é mesmo uma só balela, das muitas que nos pregam, como a ‘isenção’ da Justiça e do Estado na sociedade de classes?

A construção também se dá pelo inverso: a imprensa altera favoravelmente os fatos que lhe desagradam. Na cobertura das últimas eleições, construindo, como “o recado das urnas” a existência de uma oposição reanimada no Norte-Nordeste (manchete de O Globo, 30.10.2012), ou escolhendo como vitorioso o senador Aécio Neves, papagaio de pirata das vitórias do PSB. O mesmo O Globo, já antes, em 2010, dera exemplo primoroso dessa alienação ao garantir, em caderno especial, que o governo Lula havia sido um total fracasso, muito embora a realidade (Ora, a realidade…) mostrasse o presidente com aprovação superior a 80%… Se não podemos mudar a realidade, dir-se-ão os editores do jornal, podemos pelo menos negá-la. Os veículos mais desapegados da realidade (falo da revista paulista e do diário carioca) parecem tratar seus leitores como aquele protagonista de ‘A vida é bela’, que ilude seu filho colorindo-lhe o mundo, para que ele não perceba o contexto em que está vivendo (a dura realidade de um campo de concentração).

Perguntará um rodriguiano ‘idiota da objetividade’: — Mas é possível os meios de comunicação desconsiderarem a opinião pública? Respondo-lhe: esse trabalho político-ideológico é apoiado em um tratamento da informação como um ‘produto’, que visa a um nicho específico do mercado; a família Marinho, por exemplo, oferece, por meio do ‘Jornal Nacional’ (TV Globo), do Globo, da Globonews e do Valor, diferentes produtos, cada um matizado em função do público-alvo. O jornal impresso atende a algo como 300 mil pessoas que partilham, grosso modo, de valores semelhantes àqueles esposados pela cúpula do partido, isto é, da imprensa. Cada um fala à sua militância.

Na vida real, todavia, não há como iludir os eleitores: o ex-presidente deixou o poder consagrado, enquanto seu antecessor posa como um rei no exílio; Dilma foi eleita e os partidos da base do governo ganharam em algo como 16 das 26 capitais em disputa, e, entre elas, Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Curitiba e Porto Alegre, e Natal, Recife, Fortaleza e São Luiz no Nordeste.

Às vezes é duro encarar os fatos.
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Até quando será tolerado no Brasil que a mídia publique acusações graves sem nenhuma prova?


E lá vem ele de novo, Marcos Valério.

Pobre leitor.

Mais uma vez, o que é apresentado – a título de “revelações” – é um blablablá conspiratório e repetitivo em que não existe uma única e escassa evidência.

Tudo se resume às palavras de Marcos Valério. Jornalisticamente, isso é suficiente para você publicar acusações graves?

Lula, no Planeta Veja, já não é apenas o maior corrupto da história da humanidade. Está também, de alguma forma, envolvido num assassinato. Chamemos Hercule Poirot.

Se você pode publicar acusações graves sem provas, a maior vítima é a sociedade. Não se trata de proteger alguém especificamente. Mas sim de oferecer proteção à sociedade como um todo.

Imagine, apenas por hipótese, que Marcos Valério, ou quem for, acusasse você, leitor. Sem provas. Numa sociedade avançada, você está defendido pela legislação. A palavra de Valério, ou de quem for, vale exatamente o que palavras valem, nada – a não ser que haja provas.

Já falei algumas vezes de um caso que demonstra isso brilhantemente. Paulo Francis acusou diretores da Petrobras de corrupção. Como as acusações – não “revelações” – foram feitas em solo americano, no programa Manhattan Connection, a Petrobras pôde processar Francis nos Estados Unidos.

No Brasil, o processo daria em nada, evidentemente. Mas nos Estados Unidos a justiça pediu a Francis provas. Ele tinha apenas palavras. Não era suficiente. Francis teria morrido do pavor de ser condenado a pagar uma indenização que o quebraria financeira e moralmente.

Os amigos de Francis ficaram com raiva da Petrobras. Mas evidentemente Francis foi vítima de si mesmo e de seu jornalismo inconsequente.

Por que nos Estados Unidos você tem que apresentar provas quando faz acusações graves, e no Brasil bastam palavras?

Por uma razão simples: a justiça brasileira é atrasada e facilmente influenciável pela mídia. Se Francis fosse processado no Brasil, haveria uma série interminável de artigos dizendo que a liberdade de imprensa estava em jogo e outras pataquadas do gênero.

Nos Estados Unidos, simplesmente pediram provas a Paulo Francis.

Uma justiça mais moderna forçaria, no Brasil, a imprensa a ser mais responsável na publicação de escândalos atrás dos quais muitas vezes a razão primária é a necessidade de vender mais e repercutir mais.
Provas são fundamentais em acusações. Quando isso estiver consolidado na rotina do jornalismo e da justiça brasileira, a sociedade estará mais bem defendida do que está hoje.


Paulo Nogueira é jornalista e está vivendo em Londres. Foi editor assistente da Veja, editor da Veja São Paulo, diretor de redação da Exame, diretor superintendente de uma unidade de negócios da Editora Abril e diretor editorial da Editora Globo.

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Colunista sujo da Folha perde o rumo

Gullar vê país sem rumo diante da força do PT 

Segundo o poeta, apesar da condenação na Ação Penal 470, o partido cresceu nas eleições municipais e deve ganhar em São Paulo, ampliando sua capacidade de mascarar a verdade e manipular as carências dos mais necessitados; intelectual enxerga a população como massa de manobra de um projeto político hegemônico e não vê o eleitor como sujeito racional, capaz de decidir o que considera melhor para si próprio


Ex-militante do Partido Comunista Brasileiro, o poeta Ferreira Gullar tem sido um dos críticos mais ácidos do PT e do chamado “lulismo”. Neste domingo, em artigo publicado na Folha de S. Paulo, ele descreve um Brasil que terá dificuldades para reencontrar o “rumo certo”, pois, mesmo condenando dirigentes petistas na Ação Penal 470, fortaleceu o PT nas urnas e deve também entregar ao partido a cidade mais rica do País: São Paulo.

De onde vem essa aparente contradição, incompreendida pelo poeta? Talvez da própria questão que afastou militantes comunistas e petistas ao longo do processo de transição democrática. Enquanto o PCB se manteve como partido de intelectuais, o PT buscou se inserir na sociedade por meio dos sindicatos, definindo-se como um partido autêntico, que buscava benefícios reais para a população mais pobre e não a superação definitiva da luta de classes.

Gullar, com a cabeça de velho comunista, enxerga a população apenas como massa de manobra, incapaz de discernir e diferenciar o que é melhor para si. Com as vitórias nas urnas, diz ele, o PT terá agora maior capacidade para mascarar a verdade e manipular as carências dos mais necessitados. Daí a dificuldade para reencontrar o “rumo certo”.

Falta ao poeta a humildade para reconhecer a soberania do eleitor e a capacidade de escolher, de forma racional, e não manipulada, o que considera melhor. O que talvez explique o ocaso do PCB (convertido em PPS) e o fato de o PT ter conquistado o poder, ampliando seus espaços a cada eleição.

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POLICARPO - QUEM DIRIA! - JÁ DEFENDEU CACHOEIRA NO CONGRESSO




Era o dia 22 de fevereiro de 2005. Durante o processo de cassação do então deputado André Luiz, o jornalista da Veja prestou depoimento no Conselho de Ética da Câmara contra o deputado, que era acusado, em reportagem assinada pelo próprio Policarpo, de tentar extorquir o então “empresário do jogo” Carlos Cachoeira.


 A possibilidade da convocação de representantes da revista Veja para depor na CPI do Cachoeira tem esbarrado, entre outras coisas, no argumento de que o jornalista tem, por ofício, de manter o sigilo. Mas isso não impediu o hoje diretor da sucursal de Veja em Brasília, Policarpo Júnior, de depor em favor de Carlinhos Cachoeira naquele verão de 2005, durante audiência do Conselho de Ética da Câmara dos Deputados.


Na época, a Câmara avaliava a cassação do deputado André Luiz (então do PMDB-RJ), acusado de extorquir Cachoeira durante a CPI da Loterj, da Assembleia Legislativa do Rio de janeiro. Em reportagem publicada pela Veja e assinada pelo então repórter Policarpo Júnior, André Luiz – que acabaria cassado – é acusado de pedir R$ 4 milhões a Cachoeira para excluir seu nome do relatório final da CPI.


A revelação da tentativa de extorsão levou à abertura do  processo de cassação de André Luiz, conduzido pelo Conselho de Ética da Câmara, no qual Policarpo depôs contra o deputado e, portanto, em favor de Cachoeira – o bicheiro, coincidentemente, acabou se livrando dos efeitos da CPI, que havia pedido sua prisão, mas acabou desmoralizada com a revelação da tentativa de extorsão.





O vídeo abaixo é uma reportagem da TV Câmara sobre a audiência do Conselho de Ética. Nela, está registrado que: “O jornalista Policarpo Júnior, da revista Veja, que também prestou depoimento nesta terça-feira, confirmou que existem outras gravações que desmentem a versão do deputado André Luiz”, e que, portanto, favoreceram Cachoeira


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O resgate é do Brasil 247.

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ZERO HORA LANÇA CARRO-ANFÍBIO E MERGULHA EM CÓRREGO DE ESGOTO

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VIGARISTAS DA RBS USAM MINISTRO DO SUPREMO PARA LEGITIMAR FARSA DE UM "GUIA DE ÉTICA"



O vice-presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Carlos Ayres Britto, caiu como um patinho na armadilha preparada pelo Grupo RBS, o conglomerado mafiomidiático sulista cujo presidente é réu na Justiça Federal, acusado pelo Ministério Público de praticar crimes contra o sistema financeiro nacional. 
Na manhã de ontem, sexta-feira, 9, o magistrado participou, na casa dos elementos, de um espetáculo batizado de Painel RBS, com o propósito de lançar um tal  "Guia de Ética e Autorregulamentação Jornalística do Grupo RBS",  brochura que, segundo eles mesmos, apresenta "um conjunto de orientações para servir de referência aos profissionais da área editorial da empresa com o objetivo de assegurar ao público informação independente e transparente e pluralidade de opiniões"
Conhecido - e reconhecido - pelas suas posições em defesa da liberdade de expressão, sobretudo na internet, Ayres Britto teve algumas das falas de seu discurso convenientemente pinçadas para as reporcagens disseminadas pelos inúmeros veículos da corporação, entre elas “só o público tem o direito de controlar a informação” e "o interesse público é a plenitude da liberdade de imprensa".  Como  sabemos, esta não é a praia da RBS, conforme demonstra a postagem do blog RS Urgente, publicada ontem. "Todos os meios e espaços de comunicação exercem algum tipo de controle e seleção da informação. Menos a RBS, é claro, que se apresenta como expressão do interesse público e das cláusulas pétreas da Constituição. A mistificação ideológica cultivada diariamente por essa empresa está atingindo o nível do delírio", anotou Marco Weissheimer, titular do blog.
A equipe de consultores e especialistas em pilantragem deste Cloaca News já está mergulhada no documento, e promete, para as próximas horas, pulverizar cada uma das baboseiras impressas na cartilha dos mafiosos.  Mas, para não ficar a seco, deleite-se com este aperitivo, encontrado no item 4.1.9. do tal "Guia": 
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"A RBS não forja documentos para a realização de reportagem ou notícia."
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Que maravilha, heim! Imagine se forjasse... Pelo sim, pelo não, clique aqui para revirar um certo latão de lixo. Depois, clique aqui para saber por que este blog tem o nome que tem.



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FOLHA DE S.PAULO: P*** BOCA SUJA DO C******

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No ocaso desta sexta-feira, 11, a edição digital do auto-denominado “jornal” Folha de S.Paulo deu azo à estilística e mostrou o apreço que tem pelos seus leitores, reproduzindo ipsis verbis as impudentes declarações de um deputado marrento. 
Para ler a íntegra desta aula de jornalismo de latrina, clique aqui.
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RBS E ZERO HORA SÃO CONDENADOS NA JUSTIÇA POR DIVULGAR NOTÍCIA MENTIROSA











































O repórter Giovani Grizotti, a RBS TV (afiliada da Globo) e o tabloide Zero Hora foram condenados a pagar R$ 15 mil de indenização ao Conselho Cultural e Artístico Pedras Brancas, do município de Guaíba, região metropolitana de Porto Alegre, e a seu dirigente Walter Luis Lopes por terem divulgado matérias mentirosas sobre uma rádio comunitária. A sentença foi proferida no dia 4 de maio pelo juiz Giovanni Conti, da 15ª Vara Cível de Porto Alegre.
Em 7 de janeiro de 2007, reporcagens do complexo mafiomidiático gaúcho informaram que o empreendimento Rádio Jovem Comunitária de Guaíba era uma "rádio pirata" e que "as atividades de Walter Luis Lopes teriam ligações com atividades criminosas."
Tudo invenção e má-fé, como provaram em juízo os autores da ação.
O julgado aborda, no final, que a liberdade de imprensa quando exercida abusivamente, "haverá de ocasionar a necessidade de reparação no âmbito da responsabilidade civil". A sentença também condena a emissora de TV e o tabloide "a retratarem os danos, no mesmo jornal ou periódico, no mesmo local, com os mesmos caracteres e sob a mesma epígrafe; ou na mesma estação emissora e no mesmo programa ou horário".
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Esta notícia não será encontrada em nenhum dos veículos impressos ou eletrônicos da Famiglia Sirotsky, mas se você entrar no site do Tribunal de Justiça do RS e botar o número do processo – 10900419320 - poderá ler o caso e a sentença na íntegra. Pensando em seu conforto, já fizemos isso para você. Basta clicar aqui .
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FOLHA LANÇA JORNALISMO DE CHIQUEIRO

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Incrível mesmo é que tem gente que paga para chafurdar.
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O REPÓRTER-TODDYNHO DA FOLHA DE S.PAULO E O CASO DA “CABELEIREIRA DA DILMA”

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No último dia 10 de novembro, a advogada gaúcha Márcia Westphalen teve sua nomeação para o cargo Especial de Transição Governamental publicada no Diário Oficial da União. Na tarde daquele mesmo dia, Márcia recebe telefonema do repórter Breno Costa, do auto-denominado jornal Folha de S.Paulo. “Ele queria saber se eu havia trabalhado como cabeleireira, pois havia feito uma busca no Google, com meu nome, e encontrou essa informação”. O jornalista quis saber, também, como ela havia sido nomeada e qual seria o seu cargo.
Eis o relato de Márcia Westphalen: “Pacientemente, expliquei que havia trabalhado em um salão durante um período curto, que não chegava a cinco meses, em uma época de crise financeira, mas que aquela nunca foi minha atividade principal. Disse que era formada em Direito pela PUC-RS, que tinha inscrição na OAB,  que falava quatro idiomas, e que no período em que trabalhei no salão eu me ocupava mais com produção para desfiles, marcas e modelos do que com atendimento direto a pessoas físicas. Falei que havia trabalhado em diversas empresas, sempre com cargos que envolviam confiança, e que qualquer dos meu ex-empregadores poderia atestar. Contei ainda que havia morado na Inglaterra e na Argentina, sempre trabalhando. Disse que ele estava mal informado, pois no Governo de Transição não havia cargos, somente uma escala de nomeação que vai do número I ao V ou VI, não sabia bem, conforme ele poderia verificar no Diário Oficial, e que trabalharia na função de secretária executiva”.


Márcia Westphalen informou ainda que já havia trabalhado na coordenação de campanha de Dilma Rousseff, no escritório político, e que lá exercia a função de secretária/assistente do coordenador administrativo, e que, por isso, havia sido selecionada para o Governo de Transição. “Ele perguntou como eu havia entrado lá. Contei que foi por análise de currículo. Fui, pedi, fiz entrevista e fui contratada. Assim. Ele falou que só estava verificando, que eu não me preocupasse. Mas eu já tinha sentido a maldade...”


Segue o relato: “Logo depois, começo a telefonar para meus contatos, pois me ocorrera o seguinte: como ele tinha o número do meu celular de Porto Alegre, sendo que eu trabalhava aqui na Transição, que tem Assessoria de Imprensa e tudo?
Descubro que ele havia ligado para o XXXXXX, meu último empregador antes da campanha, uma produtora, fazendo-se passar por amigo meu, dizendo que sentia saudades de mim e pedindo o meu celular. O pessoal de lá, sempre ocupado, diz que não tem em mãos o meu número, mas que passaria o telefone da XXXXXX, que era minha amiga e que o teria, com certeza. Descubro que ele havia telefonado para ela da mesma forma baixa e anônima. E que ele mentira novamente. Falou que morria de saudades de mim, que queria saber como andava minha vida, como eu estava aqui em Brasília, se ainda cortava cabelos... A XXXXX, pessoa de boa-fé, disse que eu estava bem, que não trabalhava mais com cabelos, que estava superfeliz aqui etc. Não sei o que mais ela falou, mas sei que caiu na lábia dele, porque até achou que era algum ex-namorado meu... Quando eu falei para ela que aquele sujeito era um jornalista da Folha de S.Paulo, e que senti a maldade dele, ela queria morrer...”


No dia seguinte, uma nova versão da vida de Márcia Westphalen aparece estampada na Folha de S.Paulo, assinada por…Breno Costa. Em poucas horas, como um rastilho de pólvora, a "notícia" abaixo já está alastrada em emissoras de rádio, portais de internet e blogs limpinhos.  




O governo vai pagar mais de R$ 6.800 para uma cabeleireira gaúcha trabalhar como secretária na equipe de transição da presidente eleita Dilma Rousseff.
 Márcia Westphalen é uma das 13 pessoas nomeadas ontem para compor o governo de transição de Dilma Rousseff, até a posse da nova presidente.
Até 2009, ela trabalhava como cabeleireira num salão de beleza em Porto Alegre. Manteve até ontem à tarde no ar um blog sobre "cabelos, tendências e dicas de visual". O blog saiu do ar após a Folha entrar em contato com o governo de transição.
No blog, se apresentava dizendo já ter morado em "vários países" e trabalhado "em salões de diversos estilos". Afirmava ainda que, "por ideologia, não faço alisamento, escovas progressivas ou qualquer outro processo agressivo".
Segundo o governo de transição, Westphalen é formada em direito e foi selecionada por análise de currículo pela campanha de Dilma, quando passou a atuar, de acordo com a assessoria, como secretária trilíngue.
À Folha Westphalen informou outra função. Também disse que foi selecionada por análise de currículo, mas que trabalhou na área de "apoio de produção", auxiliando na organização de eventos da campanha de Dilma.
Sobre seu papel no governo de transição, disse que ainda não sabia qual seria sua função, mas negou que fosse trabalhar como cabeleireira.


Para saber quem republicou, acriticamente, a patifaria do desmunhecado funcionário de Otávio Frias Filho, clique aqui, ou aqui, ou aqui, ou aqui.


Para visitar o Talking Hair – novo blog de Márcia Westphalen – e conhecer a repercussão que o episódio teve na chamada imprensa gaúcha, clique aqui
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A ESPANTOSA INTELIGÊNCIA DO BLOGUEIRO-MICHÊ DA REVISTA VEJA

Desde os tempos em que atuava como informante dos torturadores, infiltrado no movimento estudantil, no período mais sombrio da ditadura, o auto-denominado “jornalista” Augusto Nunes – que se orgulha da fotografia em que aparece ao lado do general Figueiredo – já demonstrava seu caráter de escova-botas dos patrões. Pois, o tempo, senhor da razão, confirmou o vaticínio. Após exercer a função de proxeneta dos milicos, Nunes fez súbita carreira na imprensa corporativa. Valendo-se de seu excepcional talento para a adulação e de seu topete pega-rapaz, galgou postos e, dizem, perseguiu vários colegas de trabalho.
Uma das passagens bizarras de sua biografia foi sua demissão das Organizações Globo. Roberto Marinho em pessoa o mandou para o olho da rua por causa de um necrológio de Jorge Amado publicado na revista Época, quando o escritor baiano estava ainda bem vivo.
O semovente do meretrício fascista acabou encontrando refúgio no Jornal do Brasil, já sob o comando do empresário picareta Nelson Tanure. Isso talvez explique a derrocada agonizante do tradicional diário carioca, que teve morte cerebral decretada há poucos meses. Augustinho também foi diretor de redação do tabloide Zero Hora, de Porto Alegre. Ali, no entanto, seu reinado foi fugaz: nem mesmo os Sirotsky aguentaram tanta velhacaria.
Restou ao pobre diabo retornar, resignado – e com o rabo entre as pernas – à velha revista Veja, de quem, originalmente, é cria. É ali que, hoje, Augusto Nunes homizia-se, assinando um blog de coprologia jornalística e quejandos.
No último dia 25, ao fazer sua “leitura crítica” da entrevista coletiva que o Presidente Lula concedera a um grupo de blogueiros, Augusto Nunes exibiu tudo o que a vida lhe ensinou, em um texto que, pela sua grandiosidade epistemológica, entrará para os anais da crônica política brasileira. Com invejável garbo e rara agudeza de espírito, assim o titã da imprensa descreveu um dos participantes da histórica entrevista:


“A imagem ampliada pelo close exibe alguém que acabou de chegar dos anos 60 e só teve tempo para deixar a mala no quarto-e-sala do amigo. Os pelos da barba aparada na véspera tentam compensar o sumiço dos fios de cabelo no topo. Enquanto trava uma briga de foice no escuro com os tons sombrios da gravata estampada, o terno preto emprestado de algum parente mais gordo e mais alto engole as mangas e a gola da camisa social branca.”


Melhor usar parênteses (o “terno preto”, na verdade, era azul-marinho; o terno azul-marinho era próprio de seu usuário; o usuário do terno azul-marinho não possuiu qualquer “parente mais gordo”; e a “camisa social branca”, na verdade, era azul-claro). Ou seja: ao provável daltonismo do festejado “jornalista”, juntaram-se o ressentimento, o preconceito e, naturalmente, a imbecilidade.
Para provar que é um sujeito muito inteligente, pediu um dicionário emprestado ao seu vizinho Reinaldo e deu-se ao trabalho de copiar os verbetes cloacais do Pai dos Burros – certamente, nenhum de seus leitores entenderia que o “codinome” do entrevistador era um tropo metonímico, tampouco que o nome do blog é uma ironia.


Clique aqui para ver que, enquanto houver profissionais de imprensa do jaez de Augusto Nunes, o suprimento de matéria-prima deste Cloaca News - ou do Sr. Cloaca, como queira - estará garantido.
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ZERO HORA USA PSICÓLOGOS PICARETAS PARA LINCHAR DUNGA



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O tabloide gaúcho Zero Hora, braço impresso da corporação mafiomidiática RBS, fez jus, em sua edição de ontem, 23, ao epíteto de jornalixo, carinhosamente cunhado por este blog. Em texto assinado por um certo Itamar Melo, a gazetinha alinhou-se incondicionalmente à sórdida campanha difamatória movida pelas Organizações Globo contra o técnico Dunga, da seleção brasileira de futebol.
Sob o título “Psicanalistas analisam destemperos do técnico Dunga”, Zero Hora vale-se dos pareceres de “especialistas” para pespegar no treinador as pechas de “neurótico” e “paranóico”, entre outras patologias. Na verdade, foram ouvidos dois picaretas que, no afã de conseguir seus minutinhos de glória, não hesitaram em mandar às favas o Código de Ética Profissional do Psicólogo. O documento, exarado em 2005, no XIII Plenário do Conselho Federal de Psicologia, em Brasília, diz o seguinte em seu Artigo 2 , alínea “q”: “Ao psicólogo é vedado: realizar diagnósticos, divulgar procedimentos ou apresentar resultados de serviços psicológicos em meios de comunicação, de forma a expor pessoas, grupos ou organizações".
Esperar o que de um veículo que costuma basear suas reportagens em fontes cultivadas nos latões de lixo?
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MANSÃO DE SERRA EM SÃO PAULO NÃO FOI DECLARADA AO FISCO, NEM À JUSTIÇA ELEITORAL



































Na Declaração de Bens que o ex-governador Zé Chirico entregou à Justiça Eleitoral, em 2006, não foi feita menção à nababesca residência do tucano no Alto de Pinheiros, bairro nobre da zona oeste paulistana.
Como se sabe, o pré-candidato do PSDB à presidência da República é o feliz proprietário de um palacete situado na rua Antônio de Gouveia Giudice, a poucos metros do chiquérrimo Shopping Villa-Lobos. Naquela região, conhecida pelo altíssimo padrão de vida de seus habitantes, os imóveis raramente custam menos de R$ 2 milhões.
Há pouco mais um ano, o jornal O Globo chegou a noticiar um assassinato ocorrido nas proximidades da suntuosa morada de Serra, fazendo uma alusão ao endereço ilustre.
Recentemente, a máfia midiática que infesta nosso país difundiu notícias de que o PT já teria encontrado uma "mansão" em Brasília para "acomodar" a ex-ministra Dilma Rousseff. Segundo a Folha, "o imóvel é térreo, tem três quartos e não fica de frente para o lago" , o que nos deu a dimensão da luxuosidade e do fausto exigido pela candidata petista ao Planalto.
Em matéria imobiliária, no entanto, os tucanos nadam de braçada. Em 2008, a governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius, realizou o sonho da mansão própria antes mesmo de tomar posse no cargo, e até mesmo a mobília lhe saiu na faixa.
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ZERO HORA DÁ FURO MAS ESCONDE O BURACO



























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Para proteger o candidato do PRBS ao governo estadual, tabloide transforma bomba em traque jornalístico
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A notícia explodiu, precisamente, às 13:26h de hoje, conforme a gabação do “Blog do Editor” , abrigado na edição digital da gazetinha. Tanto era tema relevante, que o simples fato de o veículo jactar-se por tal primazia já fornecia a verdadeira dimensão do fato novo.
Ao apresentar a denúncia contra oito pessoas suspeitas do assassinato do ex-secretário de Saúde de Porto Alegre, Eliseu Santos, o Ministério Público gaúcho não usou meias-palavras: o crime foi encomendado, motivado por vingança, diferentemente do que concluiu a Delegacia de Homicídios e Desaparecidos da polícia tucana de Yeda, que encerrou o caso concluindo que o crime foi latrocínio, descartando, peremptoriamente, a hipótese de execução.
Por ocasião da morte do Secretário, o “jornalismo” do Grupo RBS não poupou energias para que o episódio não fosse caracterizado como “queima de arquivo”. Por aqueles dias, a melíflua colunista política de ZH, em instante de raro açodamento, chegou a escrever em sua Página 10: “Já sei que os adeptos da teoria da conspiração vão acusar a polícia de estar abafando o caso, mas os elementos levantados pela polícia indicam que Eliseu Santos foi apenas mais uma vítima da violência que grassa em Porto Alegre”.
Como se sabe, a administração do agora ex-prefeito José Fogaça esteve mergulhada em um verdadeiro festival de falcatruas e escândalos de corrupção, e o Secretário assassinado era o pivô de vários casos – em um deles, envolvendo um desvio de R$ 9,6 milhões, o próprio Fogaça é apontado como conivente pelo MPE. Por isso mesmo, uma verdadeira força-tarefa empenhou-se, com afinco, em mandar o “Caso Eliseu” para o limbo. De lembrar que este mesmo Cloaca News já havia demonstrado, de maneira cabal e irrefutável, que a ordem de Zero Hora é “aliviar Fogaça”.
Pois, hoje, ao anunciar clangorosamente a denúncia do Ministério Público, que apresenta uma reviravolta no episódio, o tabloide surtou. Veja, na imagem acima (clique para ampliá-la), que o furo jornalístico de ZH – ufania de todo profissional de imprensa – não mereceu a manchete principal na capa de sua edição eletrônica. A frase que poderia ser, em letras garrafais, “Secretário de Fogaça foi executado por vingança, diz Ministério Público”, ou “Assassinato de Eliseu foi encomendado, diz MP”, ficou reduzida a uma legendinha anódina, sem-vergonha mesmo.
Já podemos até imaginar a capa da edição impressa, que circulará na Sexta-Feira Santa, mas vamos nos resguardar. Porque o “jornalismo” de Zero Hora é sempre uma caixinha de surpresas em que o buraco é, invariavelmente, mais embaixo.
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