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Serra consegue o inimaginável: exumar o cadáver da CPI do Banestado

A desastrada campanha de Serra, que inclui desde a criação de uma marca [avatar] para campanha da Dilma, até a ridícula armação da bolinha de papel, agora, consegue o inimaginável: traz, para o centro da disputa política, o escândalo do Banestado. Esse episódio mereceu uma CPI, que foi devidamente varrida para baixo do tapete pelo Senador Antero Paes de Barros [PSDB/MT].

Do Tijolaço:

As relações perigosas de Serra



O material que o jornalista Amaury Ribeiro Jr entregou aos jornalistas após seu depoimento na Polícia Federal, desejando que fizessem bom proveito, mostra relações perigosas entre vários personagens-chave do processo de privatização das empresas públicas brasileiras no governo de Fernando Henrique Cardoso, com destaque para três deles: Gregório Marin Preciado, Ricardo Sérgio de Oliveira e José Serra.

Se a imprensa realmente fizer bom proveito dos documentos inéditos da CPMI do Banestado, que apurava a evasão de mais de US$ 84 bilhões do Brasil para paraísos fiscais, entre 1996 e 2002, terá material suficiente para dias seguidos de manchetes, do jeito que fazem quando encontram algo contra Dilma, mesmo que sejam apenas acusações sem provas e não documentos oficiais. A CPMI do Banestado terminou sem votar o relatório final pela manobra do senador tucano Antero Paes de Barros, que a presidia, como mostra o vídeo acima.

Entre os anos de 1998 e 2002, uma série de depósitos foram feitos nos bancos JP Morgan Chase e MTB Bank, de Nova York.

Na base de dados da conta Beacon Hill, no JP Morgan, aparecem nove lançamentos, totalizando US$ 1.475.583,93, entre 2 de outubro de 2001 e 15 de outubro de 2002, beneficiando a off-shore Franton Interprises. Sete deles feitos por Gregório Preciado, os mais volumosos, variando de US$ 150 mil a US$$ 375 mil, entre junho e outubro de 2002, período de eleições à Presidência no Brasil, no qual José Serra era o candidato dos tucanos. Dos recursos recebidos pela Franton Interprises via Beacon Hill, 82% foram depositados por Gregório Preciado.
A CPMI do Banestado constatou em matérias de jornal, portanto todos os jornalistas devem saber disso, que Preciado seria casado com Vicência Talan Marin, prima de José Serra, e que foi sócio de Serra em um terreno em São Paulo.

O imóvel de Serra e Preciado foi dado como garantia a um empréstimo que as empresas Aceto Vidros Ltda e Gremafer Comercial e Importadora Ltda, de propriedade de Preciado, fizeram no Banco do Brasil, em São Bernardo do Campo. Serra e Preciado venderam o terreno no valorizadíssimo bairro do Morumbi por irrisórios R$ 140 mil quando o bem estava arrestado para o pagamento da dívida.

Gregório Preciado, segundo a CPMI, teria obtido perdão de dívida de R$ 74 milhões sobre saldo de empréstimos feitos junto ao Banco do Brasil, quando Ricardo Sérgio de Oliveira era diretor do banco.
Por conta disso, o procurador Luís Francisco de Souza propôs ação cautelar de improbidade, pois “além das renovações ilícitas, houve dois perdões indevidos, totalizando R$ 73,79 milhões. “E houve também desídia por permitirem a venda de bens com ações de aresto já ajuizados e por não ajuizarem ação para recuperar o imóvel, que, estranhamente, durante as novas negociações com as empresas, em 1995, escapou do arresto já ajuizado e foi vendido por apenas R$ 140 mil.”

Documento anexado à ação mostra petição do Banco do Brasil afirmando que os executados fugiam da Oficial de Justiça. O Banco do Brasil pediu prazo de mais 15 dias para o arresto, até 26 de setembro de 1995, mas no dia 19 de setembro de 1995, Preciado e Serra registraram o contrato de venda.

O Banespa também concedeu empréstimos de mais de R$ 20 milhões à Gremafer. O vice-presidente de operações do Banespa era Vladimir Antônio Rioli, que foi sócio de Serra na firma Consultoria Econômica e Financeira Ltda, cuja existência Serra omitiu na declaração feita à Justiça Eleitoral, em 1994. Serra foi sócio de Rioli de 1986 a 1995.

As firmas de Rioli, como constatou Amaury, continuaram recebendo recursos públicos. A Pluricorp, com atuação no mercado financeiro, estava construindo nove condomínios em São Bernardo do Campo, com 1.100 casas e apartamentos, com financiamento da Caixa Econômica Federal.

“Em seu currículo, o sr. Rioli faz questão de mostrar aos clientes sua afinidade com o poder público. O mesmo informa, por exemplo, que fez parte da comissão do governo que definiu as regras da privatização”, diz a ação cautelar.

Também é destacado que “a Gremafer, apesar de estar em pleno estado de falência, conseguiu trazer em 1995, por exemplo, US$ 1,2 milhão do Caribe, através da firma Socimer International Bank Limited, instituição financeira que atuava no paraíso fiscal quando foi liquidada pela Corte de Bahamas depois de prejudicar correntistas espanhóis e chilenos.”

Outro envolvido no imbroglio é Ronaldo de Souza, que aparece como testa de ferro de Ricardo Sérgio. Em 1998, 10 meses antes de comprar os prédios da Petros, que comentei em post anterior, Ronaldo abriu a empresa Antares Participações Ltda, para atuar em compra e administração de imóveis, e no mesmo dia foi nomeado procurador de uma empresa nas Ilhas Virgens Britânicas, também do ramo imobiliário, chamada Antar Venture. Ronaldo de Souza passou procuração para Ricardo Sérgio dando amplos poderes para administrar os negócios da Antares. “Ou seja, o sr. Ricardo Sérgio não aparece nos registros da Antares nem da Antar Ventures, mas é quem de fato administra as empresas”, diz a ação.

No MTB Bank, a Franton Interprises recebeu recursos por meio da off-shore Kundo. A movimentação vai de junho de 1998 a março de 2001, no total de US$ 7,5 milhões. Dois dos depósitos, no valor total de US$ 400 mil, foram feitos pela Infinity Trading, do Grupo Jereissati. Carlos Jereissati liderou o consórcio que comprou parte da Telebrás, cuja formatação teve a participação direta de Ricardo Sérgio.

Movimentações de Gregório Preciado no exterior tiveram como destino a Franton Interprises, que também recebeu recursos de Ricardo Sérgio e de Ronaldo de Souza.
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Leandro Fortes esmiuça arapongagem tucana no caso Verônica Serra

Finalmente, uma reportagem que reune todos os dados, esmiuça-os e lança luz sobre os episódios e personagens que envolveram a quebra do sigilo fiscal de Verônica Serra e outros tucanos. No excelente texto de Leandro Fortes para a Carta Capital, fica mais do que explícita a origem da arapongagem: o desejo de Aécio Neves vingar-se de José Serra, por este tê-lo patrolado na disputa para a indicação do candidato do PSDB à Presidência da República na eleição 2010.
Não obstante às provas, a velha mídia tenta, a ferro e fogo, imputar ao PT e à candidata Dilma Rousseff a responsabilidade pelo ocorrido.
Leitura obrigatória para quem deseja estar bem informado.

Violação da lógica



A mídia rebola para esconder o fato: a quebra do sigilo da turma de Serra é fruto de uma guerra tucana. A PF revelou ter sido o jornalista Amaury Ribeiro Jr. (foto), então a serviço do jornal O Estado de Minas, que encomendou a despachantes de São Paulo a quebra dos sigilos. Por Leandro Fortes
A mídia rebola para esconder o fato: a quebra do sigilo da turma de Serra é fruto de uma guerra tucana
Apesar do esforço em atribuir a culpa à campanha de Dilma Rousseff, o escândalo da quebra dos sigilos fiscais de políticos do PSDB e de parentes do candidato José Serra que dominou boa parte do debate no primeiro turno teve mesmo a origem relatada por CartaCapital em junho: uma disputa fratricida no tucanato.
Obrigada a abrir os resultados do inquérito após uma reportagem da Folha de S.Paulo com conclusões distorcidas, a Polícia Federal revelou ter sido o jornalista Amaury Ribeiro Júnior, então a serviço do jornal O Estado de Minas, que encomendou a despachantes de São Paulo a quebra dos sigilos. O serviço ilegal foi pago. E há, como se verá adiante, divergências nos valores desembolsados (o pagamento  teria variado, segundo as inúmeras versões, de 8 mil a 13 mil reais).
Ribeiro Júnior prestou três depoimentos à PF. No primeiro, afirmou que todos os documentos em seu poder haviam sido obtidos de forma legal, em processos públicos. Confrontado com as apurações policiais, que indicavam o contrário, foi obrigado nos demais a revelar a verdade. Segundo contou o próprio repórter, a encomenda aos despachantes fazia parte de uma investigação jornalística iniciada a pedido do então governador de Minas Gerais, Aécio Neves, que buscava uma forma de neutralizar a arapongagem contra ele conduzida pelo deputado federal e ex-delegado Marcelo Itagiba, do PSDB. Itagiba, diz Ribeiro Júnior, agiria a mando de Serra. À época, Aécio disputava com o colega paulista a indicação como candidato à Presidência pelo partido.
Ribeiro Júnior disse à PF ter sido escalado para o serviço diretamente pelo diretor de redação do jornal mineiro, Josemar Gimenez, próximo à irmã de Aécio, Andréa Neves. A apuração, que visava levantar escândalos a envolver Serra e seus aliados durante o processo de privatização do governo Fernando Henrique Cardoso, foi apelidada de Operação Caribe. O nome sugestivo teria a ver com supostas remessas ilegais a paraísos fiscais.
Acuado por uma investigação tocada por Itagiba, chefe da arapongagem de Serra desde os tempos do Ministério da Saúde, Aécio temia ter a reputação assassinada nos moldes do sucedido com Roseana Sarney, atual governadora do Maranhão, em 2002. Naquele período, a dupla Itagiba-Serra articulou com a Polícia Federal a Operação Lunus, em São Luís (MA), que flagrou uma montanha de dinheiro sujo na empresa de Jorge Murad, marido de Roseana, então no PFL. Líder nas pesquisas, Roseana acabou fora do páreo após a imagem do dinheiro ter sido exibida diuturnamente nos telejornais. Serra acabou ungido a candidato da aliança à Presidência, mas foi derrotado por Lula. A família Sarney jamais perdoou o tucano pelo golpe.
Influente nos dois mandatos do irmão, Andréa Neves foi, por sete anos, presidente do Serviço Voluntário de Assistência Social (Servas) de Minas Gerais, cargo tradicional das primeiras-damas mineiras, ocupado por ela por conta da solteirice de Aécio. Mas nunca foi sopa quente ou agasalho para os pobres a vocação de Andréa. Desde os primeiros dias do primeiro mandato do irmão, ela foi escalada para intermediar as conversas entre o Palácio da Liberdade e a mídia local. Virou coordenadora do Grupo Técnico de Comunicação do governo, formalmente criado para estabelecer as diretrizes e a execução das políticas de prestação de contas à população. Suas relações com Gimenez se estreitaram.
Convenientemente apontado agora como “jornalista ligado ao PT”, Ribeiro Júnior sempre foi um franco-atirador da imprensa brasileira. E reconhecido.  Aos 47 anos, ganhou três prêmios Esso e quatro vezes o Prêmio Vladimir Herzog, duas das mais prestigiadas premiações do jornalismo nativo. O repórter integra ainda o Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos e é um dos fundadores da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji). Entre outros veículos, trabalhou no Jornal do Brasil, O Globo e IstoÉ. Sempre se destacou como um farejador de notícia, sem vínculo com políticos e partidos. Também é reconhecido pela coragem pessoal. Nunca, portanto, se enquadrou no figurino de militante.
Em 19 de setembro de 2007, por exemplo, Ribeiro Júnior estava em um bar de Cidade Ocidental, em Goiás, no violento entorno do Distrito Federal, para onde havia ido a fim de fazer uma série de reportagens sobre a guerra dos traficantes locais. Enquanto tomava uma bebida, foi abordado por um garoto de boné, bermuda, casaco azul e chinelo com uma arma em punho. O jornalista pulou em cima do rapaz e, atracado ao agressor, levou um tiro na barriga. Levado consciente ao hospital, conseguiu se recuperar e, em dois meses, estava novamente a postos para trabalhar no Correio Braziliense, do mesmo grupo controlador do Estado de Minas, osDiários Associados. Gimenez acumula a direção de redação dos dois jornais.
Depois de baleado, Ribeiro Júnior, contratado pelos Diários Associados desde 2006, foi transferido para Belo Horizonte, no início de 2008, para sua própria segurança. A partir de então, passou a ficar livre para tocar a principal pauta de interesse de Gimenez: o dossiê de contrainformação encomendado para proteger Aécio do assédio da turma de Serra. O jornalista tinha viagens e despesas pagas pelo jornal mineiro e um lugar cativo na redação do Correio em Brasília, inclusive com um telefone particular. Aos colegas que perguntavam de suas rápidas incursões na capital federal, respondia, brincalhão: “Vim ferrar com o Serra”.
Na quarta-feira 20, por ordem do ministro da Justiça, Luiz Paulo Barreto, a cúpula da PF foi obrigada a se movimentar para colocar nos eixos a história da quebra de sigilos. A intenção inicial era só divulgar os resultados após o término das eleições. O objetivo era evitar que as conclusões fossem interpretadas pelos tucanos como uma forma de tentar ajudar a campanha de Dilma Rousseff. Mas a reportagem da Folha, enviezada, obrigou o governo a mudar seus planos. E precipitou uma série de versões e um disse não disse, que acabou por atingir o tucanato de modo irremediável.
Em entrevista coletiva na quarta-feira 20, o diretor-geral da PF, Luiz Fernando Corrêa, e o delegado Alessandro Moretti, da Divisão de Inteligência Policial (DIP), anunciaram não existir relação entre a quebra de sigilo em unidades paulistas da Receita Federal e a campanha presidencial de 2010. De acordo com Moretti, assim como constou de nota distribuída aos jornalistas, as provas colhidas revelaram que Ribeiro Júnior começou a fazer levantamento de informações de empresas e pessoas físicas ligadas a tucanos desde o fim de 2008, por conta do trabalho no Estado de Minas. A informação não convenceu boa parte da mídia, que tem arrumado maneiras às vezes muito criativas de manter aceso o suposto elo entre a quebra de sigilo e a campanha petista.
Em 120 dias de investigação, disse o delegado Moretti, foram ouvidas 37 testemunhas em mais de 50 depoimentos, que resultaram nos indiciamentos dos despachantes Dirceu Rodrigues Garcia e Antonio Carlos Atella, além do office-boy Ademir Cabral, da funcionária do Serpro cedida à Receita Federal Adeildda dos Santos, e Fernando Araújo Lopes, suspeito de pagar à servidora pela obtenção das declarações de Imposto de Renda. Ribeiro Júnior, embora tenha confessado à PF ter encomendado os do cumentos, ainda não foi indiciado. Seus advogados acreditam, porém, que ele não escapará. Um novo depoimento do jornalista à polícia já foi agendado.
De acordo com a investigação, a filha e o genro do candidato do PSDB, Verônica Serra e Alexandre Bourgeois, tiveram os sigilos quebrados na delegacia da Receita de Santo André, no ABC Paulista. Outras cinco pessoas, das quais quatro ligadas ao PSDB, tiveram o sigilo violado em 8 de outubro de 2009, numa unidade da Receita em Mauá, também na Grande São Paulo. Entre elas aparecem o ex-ministro das Comunicações do governo Fernando Henrique Cardoso, o economista Luiz Carlos Mendonça de Barros, e Gregório Preciado, ex-sócio de Serra. O mesmo ocorreu em relação a Ricardo Sérgio de Oliveira, ex-diretor do Banco do Brasil e tesoureiro de campanhas de Serra e FHC.
Segundo dados da PF, todas as quebras de sigilo ocorreram entre setembro e outubro de 2009. As informações foram utilizadas para a confecção de relatórios, e todas as despesas da ação do jornalista, segundo o próprio, foram custeadas pelo jornal mineiro. Mas o repórter informou aos policiais ter disposto de 12 mil reais, em dinheiro, para pagar pelos documentos – 8,4 mil reais, segundo Dirceu Garcia – e outras despesas de viagem e hospedagem. Garcia revelou ao Jornal Nacional, da TV Globo, na mesma quarta 20, ter recebido 5 mil reais de Ribeiro Júnior, entre 9 e 19 de setembro passado, como “auxílio”. A PF acredita que o “auxílio” é, na verdade, uma espécie de suborno para o despachante não confessar a quebra ilegal dos sigilos.
A nota da PF sobre a violação fez questão de frisar que “não foi comprovada sua utilização em campanha política”, base de toda a movimentação da mídia em torno de Ribeiro Júnior desde que, em abril, ele apareceu na revista Veja como integrante do tal “grupo de inteligência” da pré-campanha de Dilma Rousseff. Embora seja a tese de interesse da campanha tucana e, por extensão, dos veículos de comunicação engajados na candidatura de Serra, a ligação do jornalista com o PT não chegou a se consumar e é um desdobramento originado da encomenda feita por Aécio.
A vasta apuração da Operação Caribe foi transformada em uma reportagem jamais publicada pelo Estado de Minas. O material, de acordo com Ribeiro Júnior, acabou por render um livro que ele supostamente pretende lançar depois das eleições. Intitulado Os Porões da Privataria, a obra pretende denunciar supostos esquemas ilegais de financiamento, lavagem de dinheiro e transferência de recursos oriundos do processo de privatização de estatais durante o governo FHC para paraísos fiscais no exterior. De olho nessas informações, e preocupado com “espiões” infiltrados no comitê, o então coordenador de comunicação da pré-campanha de Dilma, Luiz Lanzetta, decidiu procurar o jornalista.
Lanzetta conhecia Ribeiro Júnior e também sabia que o jornalista tinha entre suas fontes notórios arapongas de Brasília. Foi o repórter quem intermediou o contato de Lanzetta com o ex-delegado Onézimo Souza e o sargento da Aeronáutica Idalberto Matias de Araújo, o Dadá. O quarteto encontrou-se no restaurante Fritz, localizado na Asa Sul da capital federal, em 20 de abril. Aqui, as versões do conteú do do convescote divergem. Lanzetta e Ribeiro Júnior garantem que a intenção era contratar Souza para descobrir os supostos espiões. Segundo o delegado, além do monitoramento interno, a dupla queria também uma investigação contra Serra.
O encontro no Fritz acabou por causar uma enorme confusão na pré-campanha de Dilma e, embora não tenha resultado em nada, deu munição para a oposição e fez proliferar, na mídia, o mito do “grupo de inteligência” montado para fabricar dossiês contra Serra. A quebra dos sigilos tornou-se uma obsessão do programa eleitoral tucano, até que, ante a falta de dividendos eleitorais, partiu-se para um alvo mais eficiente: os escândalos de nepotismo a envolver a então ministra da Casa Civil Erenice Guerra.
O tal “grupo de inteligência” que nunca chegou a atuar está na base de outra disputa fratricida, desta vez no PT. De um lado, Fernando Pimentel, ex-prefeito de Belo Horizonte que indicou a empresa de Lanzetta, a Lanza Comunicações, para o trabalho no comitê eleitoral petista. Do outro, o deputado estadual por São Paulo Rui Falcão, interessado em assumir maior protagonismo na campanha de Dilma Rousseff. Essa guerra de poder e dinheiro resultou em um escândalo à moda desejada pelo PSDB.
Em um dos depoimentos à polícia, Ribeiro Júnior acusa Falcão de ter roubado de seu computador as informações dos sigilos fiscais dos tucanos. Segundo o jornalista, o deputado teria mandado invadir o quarto do hotel onde ele esteve hospedado em Brasília. Também atribuiu ao petista o vazamento de informações a Veja. O objetivo de Falcão seria afastar Lanzetta da pré-campanha e assumir maiores poderes. À Veja, Falcão teria se apresentado como o lúcido que impediu que vicejasse uma nova versão dos aloprados, alusão aos petistas presos em 2006 quando iriam comprar um dossiê contra Serra. Em nota oficial, o parlamentar rebateu as acusações. Segundo Falcão, Ribeiro Júnior terá de provar o que diz.
As conclusões do inquérito não satisfizeram a mídia. Na quinta 21, a tese central passou a ser de que Ribeiro Júnior estava de férias – e não a serviço do jornal – quando veio a São Paulo buscar a encomenda feita ao despachante. E que pagou a viagem de Brasília à capital paulista em dinheiro vivo. Mais: na volta das férias, o jornalista teria pedido demissão do Estado de Minas sem “maiores explicações”.
É o velho apego a temas acessórios para esconder o essencial. Por partes: A retirada dos documentos em São Paulo é resultado de uma apuração, conduzida, vê-se agora, por métodos ilegais, iniciada quase um ano antes. Não há dúvidas de que o diá rio mineiro pagou a maioria das despesas do repórter para o levantamento das informações. Ele não é filiado ao PT ou trabalhou na campanha ou na pré-campanha de Dilma.
Ribeiro Júnior pediu demissão, mas não de forma misteriosa como insinua a imprensa. O pedido ocorreu por causa da morte de seu pai, dono de uma pizzaria e uma fazenda em Mato Grosso. Sem outros parentes que pudessem cuidar do negócio, o jornalista decidiu trocar a carreira pela vida de pequeno empresário. Neste ano, decidiu regressar ao jornalismo. Hoje ele trabalha na TV Record.
Quando o resultado do inquérito veio à tona, a primeira reação do jornal mineiro foi soltar uma nota anódina que nem desmentia nem confirmava o teor dos depoimentos de Ribeiro Júnior. “O Estado de Minas é citado por parte da imprensa no episódio de possível violação de dados fiscais de pessoas ligadas à atual campanha eleitoral. Entende que isso é normal e recorrente, principalmente às vésperas da eleição, quando os debates se tornam acalorados”, diz o texto. “O jornalista Amaury Ribeiro Júnior trabalhou por três anos no Estado de Minas e publicou diversas reportagens. Nenhuma, absolutamente nenhuma, se referiu ao fato agora em questão. O Estado de Minas faz jornalismo.”
No momento em que o assunto tomou outra dimensão, a versão mudou bastante. Passou a circular a tese de que Ribeiro Júnior agiu por conta própria, durante suas férias. Procurado por CartaCapital, Gimenez ficou muito irritado com perguntas sobre a Operação Caribe. “Não sei de nada, isso é um absurdo, não estou lhe dando entrevista”, disse, alterado, ao telefone celular. Sobre a origem da pauta, foi ainda mais nervoso. “Você tem de perguntar ao Amaury”, arrematou. Antes de desligar, anunciou que iria divulgar uma nova nota pública, desta vez para provar que Ribeiro Júnior, funcionário com quem manteve uma relação de confiança profissional de quase cinco anos, não trabalhava mais nos Diários Associados quando os sigilos dos tucanos foram quebrados na Receita.
A nota, ao que parece, nem precisou ser redigida. Antes da declaração de Gimenez a CartaCapital, o UOL, portal na internet do Grupo Folha, deu guarida à versão. Em seguida, ela se espalhou pelo noticiário. Convenientemente.
O que Gimenez não pode negar é a adesão do Estado de Minas ao governador Aécio Neves na luta contra a indicação de Serra. Ela se tornou explícita em 3 de fevereiro deste ano, quando um editorial do jornal intitulado Minas a Reboque, Não! soou como um grito de guerra contra o tucanato paulista. No texto, iniciado com a palavra “indignação”, o diário partiu para cima da decisão do PSDB de negar as prévias e impor a candidatura de Serra contra as pretensões de Aécio. Também pareceu uma resposta às insinuações maldosas de um articulista de O Estado de S. Paulo dirigidas ao governador de Minas.
“Os mineiros repelem a arrogância de lideranças políticas que, temerosas do fracasso a que foram levados por seus próprios erros de avaliação, pretendem dispor do sucesso e do reconhecimento nacional construído pelo governador Aécio Neves”, tascou o editorial. Em seguida, desfiam-se as piores previsões possíveis para a candidatura de Serra: “Fazem parecer obrigação do líder mineiro, a quem há pouco negaram espaço e voz, cumprir papel secundário, apenas para injetar ânimo e simpatia à chapa que insistem ser liderada pelo governador de São Paulo, José Serra”. E termina, melancólico: “Perplexos ante mais essa demonstração de arrogância, que esconde amadorismo e inabilidade, os mineiros estão, porém, seguros de que o governador ‘político de alta linhagem de Minas’ vai rejeitar papel subalterno que lhe oferecem. Ele sabe que, a reboque das composições que a mantiveram fora do poder central nos últimos 16 anos, Minas desta vez precisa dizer não”.
Ao longo da semana, Aécio desmentiu mais de uma vez qualquer envolvimento com o episódio. “Repudio com veemência e indignação a tentativa de vinculação do meu nome às graves ações envolvendo o PT e o senhor Amaury Ribeiro Jr., a quem não conheço e com quem jamais mantive qualquer tipo de relação”, afirmou. O senador recém-eleito disse ainda que o Brasil sabe quem tem o DNA dos dossiês, em referência ao PT.
Itagiba, derrotado nas últimas eleições, também refutou as acusações de que teria comandado um grupo de espionagem com o intuito de atingir Aécio Neves, no meio da briga pela realização de prévias no PSDB. “Não sou araponga. Quando fui delegado fazia investigação em inquérito aberto, não espionagem, para pôr na cadeia criminosos do calibre desses sujeitos que formam essa camarilha inscrustada no PT.”
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AECIO VERSUS SERRA – CONCUSSÃO MORAL

Laerte Braga


A disputa entre Aécio e José FGC Serra começou quando Collor de Mello convidou Fernando Henrique Cardoso para seu Ministério. O governo do alagoano afundava e os patrocinadores da lambança do menino de ouro da GLOBO resolveram buscar FHC e tentar salvar os dedos, entregando os anéis.

A idéia era fazer de FHC um super ministro, na prática, o presidente. Collor seria figura decorativa. Nasce aí a candidatura de Fernando Henrique, mas também a disputa entre mineiros e paulistas pelo comando do PSDB.

O primeiro veto a ida de FHC para o Ministério de Collor veio de Mário Covas. Nunca foi perdoado por isso. O segundo do PSDB mineiro, já sob forte influência de Aécio Neves.

A segunda trombada entre FHC/Serra e Aécio aconteceu quando o mineiro, em fevereiro de 2001, foi eleito presidente da Câmara dos Deputados. FHC havia fechado com Inocêncio Oliveira do ex-PFL (DEM) e Aécio atropelou o acordo. Como é característica de Fernando Henrique, quando percebeu que a ponte tinha desabado, deixou o trem despencar sem se meter no assunto.

O que deu na cabeça de Itamar Franco para convidar FHC a ocupar o Ministério das Relações Exteriores em seu governo (ele pensa que foi presidente da República) foi posto no acordo celebrado entre os partidos políticos brasileiros diante da impossibilidade de salvar Collor, tudo com aval de Roberto Marinho. O condutor do processo foi José Sarney. Chegou a levar o ex-presidente e agora senador (na cacunda de Aécio) a um encontro com Roberto Marinho em sua casa no Cosme Velho.

Foi ali que Itamar recebeu o endosso necessário ao enterro de Collor.

FHC veio de fora. A idéia de colocar FHC no centro do palco, num primeiro momento num Ministério, vem desde os tempos que Tancredo Neves foi eleito presidente da República, em 1984.

O diabo é que Tancredo não gostava de FHC e várias vezes deixou isso claro e o fez publicamente.

Os investidores estrangeiros (vamos ficar com essa expressão), donos da chamada Nova Ordem Econômica tinham e têm com o peça fundamental do processo de ocupação e controle do Brasil exatamente Fernando Henrique Cardoso.

O problema é que o ex-presidente era o que normalmente se chama de ruim de voto.

O primeiro mandato de senador foi para completar o de Franco Montoro quando esse foi eleito governador de São Paulo. E o segundo, ainda no PMDB em 1986 na esteira do Plano Cruzado.

O próprio FHC, pouco antes de ser designado ministro da Fazenda em substituição a Eliseu Resende, isso no “governo” Itamar, chegou a confessar a jornalistas que seria candidato a deputado federal, não tinha pretensões de se manter no Senado, falta de votos.

Vai daí que ministro das Relações Exteriores e ministro da Fazenda (encontrou a porta aberta, enrolou Itamar e pronto), todo o esquema que havia sido montado para Collor de Mello correu para FHC eleito presidente em cima de outro plano, dessa vez o Real.

A reeleição era parte do projeto e foi um golpe branco conseguido às custas da compra de deputados e senadores (fato comprovado em inquérito que o então Procurador Geral da República, Geraldo Brindeiro, guardou numa gaveta qualquer).

Em 1988, FHC jogou toda a sua força na convenção do PMDB para impedir a candidatura de Itamar Franco. Sabia que naquele momento o ex-presidente tornaria sua candidatura de tal forma inviável, logo a reeleição. O mesmo esquema que hoje José FHC Serra usa, foi usado. Boatos, truculência, compra de votos (sapos que Itamar está engolindo sem problema algum pelo visto).

A eleição de Aécio para o governo de Minas em 2002 e a derrota de José FHC Serra para a presidência, despertou no grupo paulista que controla o PSDB a certeza que o mineiro jogava o jogo para ser o candidato tucano à presidente da República em 2010.

Aécio foi um dos principais responsáveis pela derrota de José FHC Serra para Geraldo Alckimin dentro do tucanato em 2006.

Estava, de fato, montando sua candidatura presidencial.

A partir de um determinado momento em 2009 o então governador de Minas começou o movimento final para em 2010 vir a ser o candidato tucano. Chegou a participar de uma reunião em New York com os tais “investidores estrangeiros”, onde deu plenas garantias que os “negócios” seriam reabertos.

José FHC Serra percebeu isso, percebeu também que a pré-candidatura de Aécio começava a ganhar corpo no partido além de São Paulo e Minas, a idéia de prévias incomodava Serra e surgiu aí um dossiê contra o mineiro.

O recado, o aviso, veio pelas mãos do jornalista Juca Kfhoury, amigo de José FHC Serra, numa nota em sua coluna. Kfhoury falou de um tapa que Aécio teria dado em uma namorada num evento num hotel no Rio de Janeiro, mostrando visível descontrole e comentava a importância do brasileiro refletir sobre a escolha de políticos assim, lembrando Collor de Mello, numa nada sutil definição de Aécio Neves. Estava insinuado que o ex-governador de Minas é usuário de drogas.

Aécio tirou o time de campo, viajou para a Europa, voltou ainda enfurecido com o episódio, o dossiê feito por José FHC Serra, recusou o convite para ser o vice-presidente na chapa tucana e foi enfático ao deixar claro que “Meu primeiro compromisso é com Minas e os mineiros”.

Mas, deixou por aqui o dossiê contra José FHC Serra, suas ligações com Daniel Dantas, a fortuna de sua filha, tudo montadinho por um jornalista do ESTADO DE MINAS, num esquema bem tucano. 

A campanha de Aécio para o Senado ignorou José FHC Serra e a mais de um prefeito mineiro, bem mais, o ex-governador e candidato ao Senado, liberou para apoiar e votar em Dilma, o tal DILMASIA.

Como Aécio não é Tancredo e nisso FHC tem razão, o mineiro engoliu no segundo turno todo esse processo que acabou fazendo de José FHC Serra o candidato presidencial, arrastou Itamar Franco (outro perito em parecer ser sem ser) no típico fazer o que, que é mais ou menos relaxar ao estupro, perder a vergonha (ambos, ele e Itamar) para tentar eleger José FHC Serra.

A bem da verdade Aécio foi emparedado por FHC e José FHC Serra com a promessa que, se eleito, o tucano paulista não disputará a reeleição em 2014. FHC fez esse mesmo acordo com Itamar Franco. Seria o presidente eleito em 1994 e em 1998 apoiaria a volta de Itamar.

Como tucano, nenhum, tem caráter ou palavra (José FHC Serra rasgou o compromisso assinado de cumprir o mandato de prefeito de São Paulo até o último dia), o PSDB é mais ou menos como um cesto cheio de cobras, cada qual mais venenosa e Aécio assiste à sua derrocada (caso aconteça o improvável, a eleição de José FHC Serra) e terminará seus dias ou no Senado, ou de novo no governo de Minas.

Com um detalhe nessa história toda. Se as eleições para o Senado em Minas se repetissem, hoje, Aécio seria novamente confirmado, mas com votação bem menor. E Itamar iria para o brejo.

Besteira ou não, mineiros não gostam de cair de quatro diante de paulistas, ainda mais quando em todo o processo político que assistimos, o jogo foi de briga de foice no escuro e na hora agá os dois mineiros, Aécio e Itamar sentaram em cima sem problema algum, sem escrúpulos, sem resistência, pelo contrário no caso de Itamar o ex-presidente chegou saltitante ao encontro de José FHC Serra, tal e qual quando ia para Niterói no rumo de Aracaju.

São esses caras que querem governar o Brasil.

São esses caras que conseguem que o padrão global de qualidade vá para o lixo no desespero da GLOBO em eleger José FHC Serra em nome dos negócios. A fraude, a trucagem no filme sobre a fita adesiva que era só uma bola de papel.

São veteranos, GLOBO, nesse negócio de mentira, farsa, aliás, desde que começaram a existir.

Já Aécio e Itamar são dois sem vergonhas Não têm nada a ver com Minas e os mineiros, com a História do estado.

Deformações genéticas de mineiridade.

Um tipo de bactéria ainda sem definição. Talvez sou, mas quem não é.  

E dois problemas que não têm muito a ver com o que escrevi acima. É preciso repensar a Justiça Eleitoral tendo em vista a parcialidade do TSE nesse pleito. “Corte” em sua maioria formada por cabos eleitorais de José FHC Serra.

Abrir os olhos que FHC assumiu o compromisso de privatizar a Previdência caso aconteça o improvável, a eleição de José FHC Serra. O dinheiro daqui vai tampar o rombo de empresas de previdência privada nos EUA.

Pena que, pilantra, o jornalista Amaury Ribeiro Júnior não tenha dito de público o que falou em seu depoimento à Polícia Federal. O dossiê foi encomendado por Aécio. Já levou o dele, claro.

O negócio na cabeça do José FHC Serra não é concussão cerebral. É concussão moral.

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PF libera depoimento de Amaury Jr.


Polícia Federal libera íntegra do depoimento de Amaury Ribeiro Jr.


Site do jornal O Estado de S.Paulo publica o depoimento do jornalista. Em dezembro de 2007 ele começa a investigar grupo que investigava Aécio
Leia abaixo a íntegra do depoimento de Amaury Ribeiro Jr. à Policia Federal no dia 15 de outubro passado. Ele já circula na internet, a partir da publicação pelo site do jornal O Estado de S.Paulo. O jornalista deu outros dois depoimentos mais, ainda não vazados para a imprensa.
Antes, um resumo. Você poderá ler que Ribeiro:
1. trabalhava desde o ano 2000 na compilação de dados sobre as privatizações de FHC, cobranças de propinas e envio de valores para as Ilhas Virgens.
2. começou sua investigação quando trabalhava no jornal O Globo.
3. sua primeira matéria sobre o assunto saiu em 2001 quando estava no Jornal do Brasil.
4. publicou várias matérias posteriormente em 2003, na IstoÉ e que foi processado por Ricardo Sérgio por conta disso.
5. ao final deste ano, parou de publicar matérias sobre o assunto, já pensando em escrever um livro.
6. em maio de 2007 foi trabalhar no Correio Brasiliense, e que no final do mesmo ano, depois de sofrer um  atentado, foi transferido para o Estado de Minas, do mesmo grupo.
7. no final deste ano deu-se conta de que um grupo clandestino de inteligência estaria investigando Aécio Neves e aí decidiu investigar este grupo.
8. descobriu, através de fontes próprias, que seria o deputado carioca Marcelo Itagiba o mentor do grupo, a serviço de José Serra.
9. em 2008 resolveu retomar as investigações as privatizações, com foco em Serra.
10. iniciou coleta de documentos sobre pessoas ligadas a Serra e empresas pertencentes a elas.
11. fez várias viagens para São Paulo e Brasília em 2008 e 2009 para realizar suas investigações, sempre custeadas pelo jornal Estado de Minas. Assim como as despesas para a obtenção dos documentos.
12. afastou-se formalmente do jornal em 16 de outubro de 2009, em função de problemas de saúde do pai. Antes, tirou férias de 30 dias.
13. antes de sair, entregou uma cópia dos documentos obtidos para o jornal e deixou outra cópia em seu laptop.
14. em abril de 2010, foi procurado pelo jornalista Luiz Lanzetta, cuja empresa de assessoria trabalhava para a pré-campanha de Dilma Rousseff. Este queria sua ajuda para indicar pessoas para ajudá-lo a descobrir possíveis espiões dentro da campanha de Dilma.
15. indicou o nome de Idalberto Martins, que indicou o de Onésimo Graça.
16. fizeram então uma reunião num restaurante de Brasília.
17. antes dela, no comitê de campanha de Dilma, soube das desavenças entre dois grupos de petistas que disputavam o comando da área de comunicação da campanha.
18. na reunião, não houve acordo financeiro que possibilitasse a contratação de Idalberto e Onésimo para o trabalho de contra-espionagem interna demandado por Lanzetta, que estava acompanhado de Benedito de Oliveira.
19. fizeram outra reunião duas semanas depois, sem que chegassem a um acordo financeiro. E que a partir daí considerou encerrado o assunto.
20. três semanas depois recebeu telefonema de Lanzetta, dizendo que algum dos participantes da reunião havia informado à Veja que eles estariam elaborando um dossiê contra Serra.
21. o jornalista da Veja, Policarpo Júnior, procurado por Amaury, disse-lhe que a informação lhe havia sido passada por um dirigente petista.
22. que pelo que ouviu de Policarpo, ele tinha conhecimento de dados que estavam apenas em seu notebook.
23. declarou que não havia passado o material para ninguém e afirmou que Rui Falcão teria copiado os dados num apart-hotel em Brasília.
24. confirmou que Luiz Lanzetta se afastou da campanha de Dilma depois da matéria da Veja e que sua empresa foi substituída por outra.
25. recorreu aos trabalhos de despachante para conseguir documentos na Junta Comercial para suas investigações.Mas não deu seu nome.
26. nunca foi filiado a partido político, nem foi contratado por nenhuma campanha política.
Em suma, nada que foi relatado no depoimento de Ribeiro Jr. contradiz com as matérias publicadas até aqui por CartaCapital.
Amaury Ribeiro Jr. nunca fez parte de suposto “grupo de inteligência” da campanha de Dilma. E fez suas investigações originalmente para “investigar quem eram os integrantes” do grupo que investigava Aécio. Este é o centro da questão.
Leiam o depoimento na íntegra: pdf
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