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A favela hollywoodizada

Não, eu não gostei do Tropa de Elite 2. Nem poderia gostar. Em toda sua pretensão de nos iluminar sobre a conjuntura atual do Rio, o filme não passa de um pastiche de filme hollywoodiano, obedecendo, inclusive, às suas premissas mais elementares: (I) O elogio permanente à violência, demonstrada como forma máxima da expressão humana; (II) A castração das personagens, assexuadas até quando se insinuam (aqui, nem isso), reles autômatos sem libido; (III) A invisibilização da questão social, o Trabalho inexiste, tampouco qualquer menção à sua exploração. Está tudo lá, a violência é o ápice da expressão, quem domina a técnica para emprega-la mais e melhor é justamente para quem os holofotes se voltam, não existe troca de libido - ou possibilidade de -, tampouco - e principalmente - não existe questão social: Onde é que estão os fundamentos econômicos de tudo aquilo? A favela é demonstrada como um amontoado de pequenos empreendedores explorados pelos aneis burocráticos do Estado - pior do isso, a favela é narrada como se sempre estivesse ali o que, por tabela, sempre estará. Sem embargo, uma naturalização imperdoável.
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Benicio veste o boné


O ator de Hollywood Benicio del Toro veste acessório fashion durante visita a uma escola do MST.
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Megan Fox, Buñuel


Na foto de cima, a atriz Megan Fox em um ensaio fotográfico para a revista Interview. Na foto de baixo, cena do filme Ensaio de um crime, do cineasta surrealista Luis Buñuel.

Nos dois casos, a situação perturbadora do erotismo envolvendo uma mulher e uma boneca dela mesma.
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Pouco a Pouco, de Jean Rouch



Trecho da comédia Pouco a Pouco (Petit a Petit), de Jean Rouch. Sinopse:
Em Ayorou, juntamente com Lam e Illo, Damouré dirige uma empresa de importação e exportação chamada Pouco a Pouco. Ao decidir erguer um edifício, ele parte para Paris a fim de verificar “como se vive numa casa de vários andares”. Na cidade, ele descobre as curiosas maneiras de viver e pensar da tribo dos parisienses, as quais descreve em postais enviados regularmente a seus companheiros, até que estes, duvidando de sua sanidade, enviam Lam à sua busca. Em Paris, Damouré e Lam compram um conversível Bugatti e conhecem Safi, Ariane e o mendigo Philippe. O grupo decide voltar à África, para construir a nova casa. As duas mulheres e Philippe não se adaptam à nova vida e resolvem partir. Damouré, Lam e Illo retiram-se para uma cabana às margens do rio e meditam sobre a sociedade moderna.
Este filme faz parte - com legendas - da Mostra Jean Rouch, no Santander Cultural de Porto Alegre. A entrada é franca para todos os filmes da mostra, e tem muita coisa boa passando, até o dia 18 de abril.
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Política jedi

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¡Berserker!



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Filmes baseados em videogames clássicos

O atual público pagante do cinema passou a infância jogando videogames, o que torna filmes baseados em videogames em produtos que reconectam o público com seu passado pessoal.

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"Gilda, are you decent?"

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Che (Cinema)

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10 invenções do cinema melhores do que o iPad (Madrugada do Cão)

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Só dez por cento é mentira.

Acabo de assistir "Só dez por cento é mentira", a "desbiografia" oficial de Manoel de Barros. Êxtase total. Dizer o que? Recorro então ao próprio Manoel:

A poesia está guardada nas palavras - é tudo que eu sei.
Meu fado é o de não saber quase tudo.
Sobre o nada eu tenho profundidades.
Não tenho conexões com a realidade.
Poderoso para mim não é aquele que descobre ouro.
Para mim poderoso é aquele que descobre
as insignificâncias (do mundo e as nossas).
Por essa pequena sentença me elogiaram de imbecil.
Fiquei emocionado e chorei.
Sou fraco para elogios.
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Dica de Leitura para Entender Melhor "Lula, O Filho do Brasil".

Algumas das melhores cenas de “Lula, O Filho do Brasil” acontecem na segunda parte do filme – inclusive a mais bem-feita de todas, a da lendária assembléia no Estádio da Vila Euclides - quando um então despolitizado Lula começa a sua militância no movimento sindical. Nesse momento aparece o personagem "Feitosa”, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo e Diadema, que acaba se tornando uma espécie de “padrinho” de Lula em sua militância sindical e que nesta cinebiografia é retratado de forma um tanto quanto caricata. Na verdade, “Feitosa” é o nome dado no filme a Paulo Vidal, presidente do SMSBD entre 1969 e 1975 - depois sucedido por Lula - e que foi um dos principais nomes do chamado "Sindicalismo Autêntico", que se consolidou nos anos seguintes ao golpe de 1964 e à implantação do regime ditatorial .

Para entender melhor o movimento sindical no ABC paulista durante esse período – e conseqüentemente ter uma compreensão mais ampla da trajetória pessoal e política do futuro Presidente da República – recomendo a leitura do excelente artigo “Depois daquele limo: os termos do divórcio entre revolução e sindicalismo operário (1964-1978)", de Antonio Luigi Negro, publicado no livro Tempo Negro, Temperatura Sufocante: Estado e Sociedade no Brasil do AI-5, organizado por Oswaldo Munteal Filho, Adriano de Freixo e Jacqueline Freitas (Contraponto Editora/Editora da PUC-Rio, 2008). Professor da UFBA e um dos grandes especialistas brasileiros na obra de Edward P. Thompson, Negro tem estado à frente de algumas das mais interessantes pesquisas sobre o movimento sindical brasileiro na segunda metade do século XX, individualmente ou em colaboração com outros pesquisadores, como Alexandre Fortes, da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Neste artigo, ele recupera e analisa o processo de ascensão do “sindicalismo autêntico” – definido por Paulo Vidal como “antiempresarial e anticomunista” – no ABC paulista, nas décadas de 1960 e 1970. Porém, ironicamente, foi deste sindicalismo - que era estranhado e mesmo hostilizado pela esquerda e que pregava que “partidos só atrapalhavam a autenticidade e a independência dos sindicatos”- que emergiu a liderança daquele que se tornaria o principal fundador e o nome central de um partido que se transformou em referência para a esquerda latino-americana e mundial. Para aqueles que querem conhecer esta história e que buscam entender a complexidade e as peculiaridades de um personagem como Lula, a leitura do artigo de Antonio Luigi Negro é imprescindível.
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Ecos da Ibéria.

Perguntaste-me outro dia/Se eu sabia o que era o fado/Disse-te que não sabia/Tu ficaste admirado/Sem saber o que dizia/Eu menti naquela hora/Eu disse que não sabia/Mas vou te dizer agora:/Almas vencidas/Noites perdidas/Sombras bizarras/Na Mouraria/Canta um rufia/Choram guitarras/Amor, ciúme/Cinzas e lume/Dor e pecado/Tudo isto existe/Tudo isto é triste/Tudo isto é fado./Se queres ser o meu senhor/E teres-me sempre a teu lado/Não me fales só de amor/Fala-me também do fado/E o fado é o meu castigo/Só nasceu pr'a me perder/O fado é tudo o que digo/Mais o que eu não sei dizer.
(Aníbal Nazaré e F. Carvalho)

Embora sem estar na trilha sonora do filme, foi esta a canção – tão ouvida em minha infância – que me veio à cabeça ao término da exibição de “Fados”, de Carlos Saura. Surgido na primeira metade do século XIX, o Fado se origina daquele caldo de cultura da Lisboa oitocentista, onde as influências mouras mesclavam-se com a tradição das modinhas e dos lunduns, trazidos do Brasil pelos portugueses retornados, e com as cantigas rurais dos camponeses que migravam para a grande cidade. Tendo se tornado o gênero musical português por excelência, ao longo do século XX, ele acabou sendo um pouco deixado de lado nos anos seguintes à Revolução dos Cravos (1974). Porém, desde a década passada, o Fado tem sido redescoberto e reinventado – em um processo análogo ao que aconteceu com o samba carioca – por jovens artistas como Mariza, Mísia e Mafalda Arnauth. Esta música dolente e melancólica é a “personagem” principal do filme de Saura, que passeia com grande delicadeza e sensibilidade por suas inúmeras variações e pelas marcas deixadas por ela no mundo de língua portuguesa. Mesclando a beleza das canções com a plasticidade dos números de dança – que o cineasta espanhol sabe dirigir como ninguém – “Fados” possui alguns momentos sublimes como a cena em que Carlos do Carmo canta “Um Homem na Cidade”, de Alfredo Marceneiro, enquanto cenas cotidianas de Lisboa vão sendo projetadas (assista aqui) ou aquela em que o áudio de "Grândola, Vila Morena" é substituído sutilmente por Chico Buarque cantando o seu “Fado Tropical” – com o mesmo Carlos do Carmo interpretando as partes declamadas - tendo ao fundo as emocionantes imagens da Revolução dos Cravos. Isto sem falar nas várias participações da maravilhosa Mariza – o grande nome da nova geração de fadistas -, dentre as quais destaco a interpretação da deliciosa canção de levada moçambicana, “Transparente” (confira aqui), que também conta com a participação especialíssima da guitarra do veterano Rui Veloso, um dos grandes nomes do rock/blues português. A única cena do filme da qual eu realmente não gostei – até o Caetano cantando em falsete “Estranha Forma de Vida”, da Amália Rodrigues, ficou interessante – e que considero perfeitamente dispensável é aquela em que Toni Garrido canta a modinha “Menina você que tem”. Ao tentar criar um clima de sensualidade, a única coisa que o cantor brasileiro conseguiu foi uma interpretação over e extremamente canastrona. Mas, apesar disto, “Fados” é um grande filme e mantém o padrão de qualidade da obra de Carlos Saura que continua a ser, indiscutivelmente, um dos melhores tradutores da cultura ibérica.
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Saindo de Portugal e indo para o lado mais ao leste da velha Ibéria, assisti ontem “Antíteses”, da Cia. de Arte Flamenca, no Teatro SESI, no Centro do Rio. Sendo um freqüentador razoavelmente assíduo de apresentações de Flamenco, posso dizer que este é um dos melhores e mais inovadores espetáculos que já vi. Mesclando a tradicional música/dança espanhola, com ritmos brasileiros e latino-americanos, as bailarinas e os músicos da Cia. de Arte Flamenca constroem um verdadeiro melting pot da cultura de matriz ibérica. Um dos momentos altos da apresentação - justamente por ser o que melhor representa esta mistura - é o número final, quando a siguirya é dançada ao som de ritmos e canções nordestinas como "Último Pau-de-Arara" e "Lamento Sertanejo". Muito bom também é o bloco “humorístico” do espetáculo, em que a cantora Ana Bayer interpreta o bolerão-brega “Amendoim Torradinho”, com direito ao acompanhamento das bailarinas, em uma coreografia no melhor estilo “Discoteca do Chacrinha”. Enfim, gostei demais e posso garantir que assistir “Antíteses” é um ótimo programa para este ou para o próximo fim-de-semana.
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Ele merecia o cinema, mas saiu em DVD



 E apareceu mais um!
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Apagões, Patriotas, Gênios da Raça e Outras Generalidades.

Não vou me surpreender se nos próximos dias, o cineasta pornô-chique, sex symbol da terceira idade e cronista de obviedades, Arnaldo Jabor, “cometer” alguma crônica interpretando o blecaute de ontem como uma “metáfora” para o “apagão moral” ou “apagão intelectual” (ou qualquer merda do gênero) “ vivido pela nação” no governo Lula...

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Um comentário que estou para fazer aqui há algum tempo, mas que acaba sempre ficando de lado:

E o senador Flávio Arns, hein? Saiu do PT no auge da crise do Senado alegando que o partido tinha perdido o seu compromisso com a ética. E qual foi o seu destino? O PSDB! Como será que o nobre senador está se sentindo ao lado de paladinos da ética como Eduardo Azeredo, Expedito Júnior, Cássio Cunha Lima, Artur Virgílio, Tasso Jereissati e tantos outros? Faz o seguinte, Senador: tente inventar outra desculpa como justificativa para a sua saída, que a gente vê se acredita!
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Hoje à tarde, ouvindo a Rádio CBN , não pude deixar de lembrar da famosa frase de Samuel Johnson, “O patriotismo é o último refúgio dos canalhas”. A ABERT (Associação Brasileira das Emissoras de Rádio e Televisão) está reivindicando que o princípio constitucional que restringe em 30% a participação estrangeira em empresas jornalísticas e de radiodifusão também deve ser aplicado aos portais de Internet. Confesso que fiquei profundamente tocado com as palavras do advogado da entidade, Luís Roberto Barroso, quando este afirmou que “ninguém quer controlar o livre fluxo de informações e idéias, mas queremos proteger a soberania e a cultura nacional”. O ilustre causídico alertou também para a possibilidade de amanhã um portal "estrangeiro" vir a defender a "internacionalização da Amazônia", além de dizer que, se permitirmos a entrada indiscriminada do capital estrangeiro no setor de comunicações, a qualquer dia a televisão poderá transmitir touradas no domingo ao invés de futebol ou dar mais ênfase ao Halloween do que às Festas Juninas. Vinda da entidade que representa as grandes redes de televisão e rádio como a Globo e a Band, sempre tão ciosas da nossa brasilidade, esta defesa da cultura nacional é profundamente comovente!
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As declarações do Caetano sobre o Lula acabaram ofuscando uma outra pérola lançada pelo grande intelectual baiano, nas últimas semanas. O erudito de Santo Amaro da Purificação classificou Woody Allen como um “cineasta pequeno e de visão estreita”, “careta”, um “tanto reacionário” e “muito hétero”. Provavelmente, para Caetano, uma grande obra cinematográfica é aquele troço pretensioso e soporífero que ele dirigiu nos anos 80, “ O Cinema Falado”, e grandes cineastas são aqueles que o convidam para cantar “Cucurrucucu paloma” em seus filmes.

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E por falar em Caetano, não é que a figura dentro de seu melhor estilo de dizer um “ou não”, depois de uma longa explicação sobre qualquer coisa, tentou minimizar as críticas que fez ao Lula, através de uma carta enviada ao “Estadão”? Nesta instigante missiva, ele alega não ter sido compreendido: “O que mais me impressiona é as pessoas reagirem diante de uma manchete de jornal, tal como ela foi armada para criar briga, sem sequer parecerem ter lido o trecho da entrevista de onde ela foi tirada. É um país de analfabetos? A intenção sensacionalista da edição tem êxito inconteste entre os leitores. Pobres de nós.” Enfim, na lógica de Caetano, não é só o Lula que é analfabeto: analfabetos somos todos nós que não conseguimos absorver a verdadeira essência de suas sábias palavras...

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Seguindo a sugestão da Michelle Ferretti, em um comentário no post sobre a campanha “Vá à merda, Caetano”, não posso deixar de comentar o brilhante texto do José Celso Martinez Corrêa, publicado no “Estadão” da última terça-feira. Destaco aqui, os trechos que eu gostei mais:

“Lula tem phala e sabedoria carnavalesca nas artérias, tem dado entrevistas maravilhosas, onde inverte, carnavaliza totalmente o senso comum do rebanho. Por exemplo, quando convoca os jornalistas da Folha de S. Paulo a desobedecer seus editores e ouvir, transmitindo ao vivo a phala do povo. A interpretação da editoria é a do jornal e não a da liberdade do jornalista. Aí , quando liberta o jornalista da submissão ao dono do jornal, é acusado de ser contra a liberdade de expressão. Brilha Maquiavel, quando aceita aliança com Judas, como Dionísios que casa-se com a própria responsável por seu assassinato como Minotauro, Ariadne. É realmente um transformador do Tabu em Totem e de uma eloquência amor-humor tão bela quanto a do próprio Caetano”.

“Eu abro meu voto para a linha que vem de Getúlio, de Brizola, de Lula: Dilma, apesar de achar que está marcando em não enxergar, nisto se parece com Caetano, a importância do Ministério da Cultura no Governo Lula. Nos 5 dedos da mão em que aponta suas metas, precisa saber mais das coisas, e incluir o binômio Cultura & Educação".

"Quanto a Marina Silva, quando eu soube que se diz criacionista, portanto contra a descriminalização do aborto e da pesquisa com células-tronco, pobre de mim, chumbado por um enfarte grave, sonhando com um coração novo, deixei de sequer imaginar votar nela”

Quem quiser ler o artigo na íntegra é só clicar aqui.

Assim, entre o "sou vanguarda porque tá na moda" Caetano Veloso e o "além de qualquer vanguarda" José Celso Martinez Corrêa, definitivamente fico com o segundo!

E agora eu vou deixar o “gênio da raça” um pouco de lado – pelo menos até ele soltar alguma “pérola” nova - , pois esse papo já tá qualquer coisa...
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"FHC: O Filho da P..." - A Nova Superprodução do Cinema Nacional.

Incomodados com a repercussão que o filme “Lula, O Filho do Brasil” está tendo mesmo antes de sua estréia, os principais líderes demo-tucanos decidiram dar o troco produzindo uma cinebiografia de seu guru-mor: o "príncipe dos sociólogos" Fernando Henrique Cardoso - primeiro e único. Financiado com recursos provenientes do governo do Rio Grande do Sul, do Banco Opportunity, de sobras de campanha e de uma graninha que restou de um capilé que a CIA mandava para o biografado na década de 70, o filme “FHC, o Filho da P...” já nasce como um clássico do cinema (trans) nacional. Reunindo um elenco estelar, a película recebeu aplausos unânimes dos críticos dos principais veículos de comunicação do país. O único dilema desta crítica especializada foi saber de que forma classificar o filme: se como terror, como drama ou como policial. O “Abobrinhas Psicodélicas”, em mais um furo de reportagem, publica em primeira mão o cartaz e a ficha técnica desta obra que, definitivamente, entrará para os anais (ops!) da sétima arte. Portanto, não deixe de ampliar a imagem abaixo para apreciar os detalhes deste belíssimo cartaz, que faz juz à estatura intelectual e política do homenageado.

Ficha Técnica:

Título Original: “FHC, The Son of B…”
Gênero: Drama/Terror/Policial
Produção: Brasil/EUA
Ano: 2010
Direção: Arnaldo Jabor
Distribuição: Globo Filmes e FMI Pictures
Direção de Arte: Nizan Guanaes
Efeitos Especiais: Hans Doner
Roteiro: Ali Kamel e Diogo Mainardi
Inspiração Espiritual: Roberto Marinho (psicografado por Ana Maria Braga)
Trilha Sonora: Caetano Veloso (incluindo a música-tema: “Você não vale nada, mas eu gosto de você”, na voz e no violão deste grande compositor e intelectual baiano)
Figurinos: Merval Pereira
Moça do Cafezinho: Miriam Leitão
Elenco: FHC (o próprio), Daniel Dantas, Gilmar Mendes, Geraldo Brindeiro, Ronivon Santiago, Ricardo Sérgio, José “Nosferatu” Serra, Herr Jürgen Bornhausen, Carlos Augusto Montenegro, Ronaldo “little jet” Sardenberg, Celso “no shoes” Lafer, Eduardo Jorge.
Participações Especiais: Miriam Dutra e Regina Duarte

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Sacanas Sem Lei, Brazilian Nuggets y Otras Cositas Más.

Há alguns anos, foi disponibilizada no Soulseek uma rara compilação de bandas psicodélicas brasileiras dos anos 60 e 70 chamada Brazilian Nuggets, numa referência à famosa coletânea de bandas de garagem norte-americanas chamada “Nuggets”. A compilação brasileira reunia artistas hoje esquecidos como as bandas "Liverpool", "Suely e os Kanticus", "Os Brasas" e "Os Lobos" e também gravações da fase psicodélica de artistas provenientes da Jovem Guarda como Vanusa (depois daquele episódio em que ela cantou o hino nacional chapada, dá para perceber que a figura continua lisérgica até hoje!) e Ronnie Von. Enfim, o maior barato! Pois é, esta semana navegando pela rede descobri um blog fantástico batizado justamente de Brazilian Nuggets, que disponibiliza para download discos raros desta turma da psicodelia verde-amarela. Lá é possível encontrar gravações de bandas como “Jacildo e seus Rapazes”, “Impacto Cinco”, “The Gentlemen”, “The Brazilian Bitles”, “Perfume Azul do Sol” e outras mais. Nunca ouviu falar de nenhuma delas? Você não sabe o que está perdendo!

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Existem notícias que já surgem como piadas prontas. Na semana passada, diante da possibilidade da Heloísa Helena desistir da sua candidatura para concorrer ao senado por Alagoas, algumas correntes internas do PSOL lançaram o ex-Deputado Federal e candidato derrotado a Vereador no Rio de Janeiro, Babá, como candidato à presidência da República. A Dilma e o Serra (Vade Retro, Nosferatu!) devem estar se borrando de medo! E eu, como cidadão consciente, resolvi colaborar com esta combativa candidatura cedendo gratuitamente um slogan que, com certeza, vai bombar em 2010: “Cresce, Brasil! Um país jovem precisa de Babá”!

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Outra muita boa: enquanto no Brasil os nossos distribuidores caretas e conservadores optaram por traduzir literalmente o título do último filme do Tarantino, “Bastardos Inglórios” (Inglorious Bastards), os portugueses - sempre na vanguarda - foram muito mais criativos. Lá na “terrinha”, o filme está sendo exibido com o nome de “Sacanas sem Lei”. Maravilhoso! Confira em o Público, um dos maiores jornais do lado de lá do Atlântico.

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Viver de noite me fez senhor do fogo.
A vocês eu deixo o sono.
O sonho, não.
Esse eu mesmo carrego.
(Paulo Leminski)
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Clássicos da Literatura, do Cinema e da Música.

“Poliana”, da escritora norte-americana Eleanor H. Porter , é um dos maiores clássicos da literatura mundial e vem encantando gerações desde 1913, ano de sua primeira publicação. Nele é contada a história de Poliana, uma pequena órfã, que enfrenta as inúmeras dificuldades e privações de sua vida, usando o “Jogo do Contente”, que havia aprendido com seu paizinho. Assim, vendo o lado positivo das coisas, ela espalha alegria para todos os moradores da pequena cidade de Beldingsville, onde havia ido morar com sua tia Paulina. O final é lindo e absolutamente comovente. Esta obra obteve tanto sucesso que gerou uma continuação, “Poliana Moça”, tão bem sucedida quanto sua antecessora.
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“A Corrente do Bem” é uma emocionante película norte-americana, preferida por dez entre dez orientadoras educacionais de Escolas de Educação Básica. Dirigida por Mimi Leder, ela conta com um elenco multiestelar, com a presença de astros como Kevin Spacey, Helen Hunt, Haley J. Osment, Angie Dickinson e Jon Bon Jovi.
Nesta pungente história, o professor de Estudos Sociais Eugene Simonet não espera que sua turma daquele ano seja diferente das anteriores. Por isso, ele sugere o mesmo trabalho de sempre no primeiro dia de aula, sem maiores expectativas quanto aos resultados: os alunos têm de pensar num jeito de mudar o mundo e colocar isto em prática.
Porém, um dos alunos, Trevor, resolve levar o trabalho a sério. Com 11 anos de idade e praticamente abandonado pelo pai, ele mora em um bairro pobre de Las Vegas com a mãe, Arlene, uma garçonete que durante dia trabalha em um cassino e, à noite, em uma boate de strip-tease. A partir da idéia de seu professor, Trevor cria a “corrente do bem”, que é baseada em três premissas: fazer por alguém algo que este não pode fazer por si mesmo; fazer isso para três pessoas; e cada pessoa ajudada fazer isso por outras três. Assim, a corrente cresceria em progressão geométrica: de três para nove, daí para 27 e assim sucessivamente.
Com um desfecho extremamente sensível, esta obra-prima do cinema americano consegue mexer profundamente com os corações mais empedernidos.
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Ao lançar seu tradicional disco de fim-de-ano, em 1980, Roberto Carlos brindou-nos com uma de suas canções mais belas e tocantes: "A Guerra dos Meninos". O bonito coral de crianças cantando "la, la, la, la, la, la, la" e versos inesquecíveis como: "De todos os lugares vinham aos milhares/E em pouco tempo eram milhões/Invadindo ruas, campos e cidades/Espalhando amor aos corações/Em resposta o céu se iluminou/Uma luz imensa apareceu/Tocaram fortes os sinos, os sons eram divinos/A paz tão esperada aconteceu/Inimigos se abraçaram e juntos festejaram/O bem maior, a paz, o amor e Deus" transformaram esta linda obra musical em um dos maiores clássicos do cancioneiro popular brasileiro
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Este post é dedicado a todos os homens e mulheres de boa vontade que, em defesa dos bichinhos, das plantinhas e da ética na política, votarão em Marina Silva nas próximas eleições presidenciais. Estes cidadãos e cidadãs de bem provavelmente votaram em Cristovam Buarque no último pleito e, em sua pureza d'alma, acreditam piamente na sinceridade de FHC, Miriam Leitão e Arnaldo Jabor, quanto estes declaram toda a sua simpatia pela candidatura da senadora acreana. Pois, como está escrito nas sagradas escrituras, Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra... Amém.
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Pensem, por favor

Minhas profundas divergências ideológicas com a Folha de S.Paulo abundam até para a critica de cinema. Não é a primeira vez. O crítico Inácio Araújo não gostou de “Rebobine, por favor”, de Michel Gondry, segundo ele de um humor sem brilho. Não, não é. Não esperem apenas boas piadas, embora existam. O filme tem uma bela poesia e traz uma reflexão interessante para todos, paradoxalmente feita pela própria indústria cultural: o cinema tem agora um novo desafio com a digitalização e a internet. Como será esse novo modelo de negócio? O que amplas massas querem e estão dizendo a esse monopólio? Basta pensar. Sugiro que leiam Felipe Macedo, no Diplô. Segundo ele, o cinema mudou pouco até o advento das tecnologias digitais. O modelo básico de produção, de circulação e de exibição permaneceu o mesmo. Agora há um paradigma novo, com novos processos onde até a difusão já não precisa ser física. E acrescenta que este novo desafio tem muitas semelhanças com a época do surgimento do cinema. Quando, por duas décadas, muito foi tentado e discutido para formatar o cinema como o conhecemos hoje.

É o que a comédia consegue provocar. Elroy Fletcher (Danny Glover) é dono de uma decadente locadora de blockbusters. Vive pressionado pela prefeitura para mudar ou adaptar seu prédio a novas posturas. Sem dinheiro, faz uma viagem para pensar e deixa seu negócio nas mãos do atolado empregado Mike (Mos Def) e inadvertidamente na de seu amigo mecânico Jerry (Jack Black). A primeira e decisiva trapalhada de Jerry é desmagnetizar todo o arquivo de fitas VHS. Em pânico, a dupla resolve refilmar cada fita, conforme sua demanda. São os melhores momentos, onde títulos notórios do cinemão americano são recriados nos mais toscos e criativos recursos. Um exemplo: descobrem que na antiquada câmera há um botão para a imagem ficar em negativo, o que poderia sugerir a filmagem à noite. Mas como os atores ficavam irreconhecíveis, xerocam seus rostos em negativo para serem usados como máscaras. O resultado é hilário.

O negócio bomba quando a comunidade local descobre a nova arte da dupla. E de meros espectadores passam para participantes ativos nas produções, como técnicos e atores. Uma ótima metáfora com a nova geração YouTube, onde alguns toscos filmes são hoje mais vistos do que muitas produções da indústria. Quando sabemos que no Brasil mais de 60% dos jovens entre 15 e 29 anos nunca foram ao cinema e 92% dos municípios não têm sequer uma sala para exibição, o filme da indústria americana tem muito mais a dizer além das piadas.
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Só entende quem namora

Acho sempre instigante quando um filme divide a crítica. Normalmente há nele algo de relevante. É o que acontece com Vicky Cristina Barcelona, de Woody Allen. O crítico Pedro Butcher, da Folha, detonou a estréia do filme em Cannes. Oportunismo e conveniência foram palavras citadas para definir a escolha de Barcelona, depois do aporte de um bom patrocínio da prefeitura da cidade catalã. A mesma crítica é repetida por Arthur Dapieve na última sexta, no Globo, que afirma ser um mero filme de encomenda. E mais falam para sustentar a tese sobre um trabalho preguiçoso, vazio, apenas marcado por aparências e clichês,

Bobagens. Vi o filme antes de ler as críticas e o achei um dos trabalhos mais maduros de Allen. Divertido e ao mesmo tempo incômodo. Impossível vê-lo sem haver um dedo de identidade com algum momento dos personagens. Ali estão nossas dúvidas, procuras, obsessões, mesmo em um universo tão pequeno. E Barcelona não é apenas um merchandise de cidade, algo comum hoje nessa indústria. Há muito sentido para tal no roteiro. Todos os personagens de alguma maneira estão envolvidos em dar expressão criativa para suas questões. Vicky (Rebecca Hall) estuda a cultura catalã, Cristina (Scarlett Johansson) fotografa. São envolvidas em trama amorosa com Juan Antonio (Javier Bardem), pintor que aparentemente roubou o estilo de sua grande amada também pintora, Maria Elena (Penélope Cruz). Nada distante da vivência de lugar onde um arquiteto fez uma das obras mais inusitadas do planeta, muito além de paredes e tetos, um dos mais autênticos berros pela expressão.

É típica comédia de costumes, com encontros e desencontros, ótimos diálogos. Questionamentos sobre o desejo pelo outro. A tentação. A resignação. Os mais fortes sentimentos em um turismo acidental. Todos vivem intensas emoções, e terminam como começaram. Não há respostas fáceis. Difícil um crítico ser preciso sem ter vivido escolhas pela vivência de uma paixão arrebatadora, ou reconfortante amor previsível, com conseqüentes culpas, ou pela neurose do amor mal ou bem vivido, e perdido. É o que fica da dificuldade de nossos ingênuos críticos. Não é possível entender sem vivenciar as enormes dificuldades de realizar o desejo, algo muito além das fantasias.

Daí gostei mais da crítica despretensiosa de Cotardo Calligaris, na Folha, com sua manha psicanalítica:

“O amor e a paixão não nos fazem necessariamente felizes, mas são uma festa e uma alegria porque deles podemos esperar ao menos isto: que eles nos tornem um pouco outros, que eles nos mudem. Agora, nem sempre funciona...”
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