A Modernidade ou Sobre a Transitoriedade das Coisas.

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  • quarta-feira, 19 de maio de 2010
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  • "Metropolis", Paul Citroen, 1923.

    No último parágrafo do prefácio de "Tudo que é sólido desmancha no ar", Marshall Berman escreveu uma das mais belas e doloridas reflexões sobre a modernidade que eu conheço. Reproduzo-a sem maiores comentários. A beleza - e a singeleza - do texto dispensa qualquer outra observação:

    Logo depois de terminado este livro, meu filho bem-amado, Marc, de cinco anos, foi tirado de mim. A ele eu dedico "Tudo que é sólido desmancha no ar". Sua vida e sua morte trazem muitas das idéias e temas do livro para bem perto: no mundo moderno, aqueles que são mais felizes na tranquilidade doméstica, como ele era, talvez sejam os mais vulneráveis aos demônios que assediam este mundo; a rotina diária dos parques e bicicletas, das compras, do comer e limpar-se, dos abraços e beijos costumeiros, talvez não seja apenas infinitamente bela e festiva, mas também infinitamente frágil e precária; manter essa vida exige talvez esforços desesperados e heróicos, e às vezes perdemos. Ivan Karamazov diz que, acima de tudo o mais, a morte de uma criança lhe dá ganas de devolver ao universo o seu bilhete de entrada. Mas ele não o faz. Ele continua a lutar e a amar; ele continua a continuar.
     
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