Primeiro, exija que ele publique.
Depois, impeça que ele publique. Você pode fazer isso criando uma regra como esta:
«Segundo as diretrizes da Capes só serão aceitos trabalhos de docentes ou discentes inscritos em Programas dedicados a Pesquisa em Filosofia.»A regra diz que se você é um doutor formado e diplomado, mas não tem emprego, então seu trabalho não é bom para ser publicado, não importando seu conteúdo.
As consequências da regra são interessantes, embora perversas.
Primeiro, o estudante que demora para se pós-graduar é premiado, pois seu trabalho vale alguma coisa para publicação enquanto ele está matriculado em um programa de pesquisa. Depois, magicamente, não vale nada.
Segundo, o doutor desempregado é prejudicado em concursos, pois é impedido de publicar, embora publicações contem pontos. Aliás, me pergunto: é legítimo considerar publicações em concursos, dada a regra acima? Se é para manter a pontuação por publicações, e eu acho que é preciso manter, a regra acima tem que cair.
Terceiro, a vida dos programas de pesquisa fica artificialmente facilitada, pois a reserva de mercado faz com que os professores e alunos publiquem mais do que os outros, o que lhes dá mais pontuação Lattes, e daí mais recursos orçamentários, e mais vantagens nas carreiras.
Quarto, o dinheiro investido em um doutor que está desempregado é desperdiçado, pois seu trabalho é impedido de vir a público.
Quinto, os programas de pesquisa se tornam máquinas nas quais quem sai fica na mesma situação que estava antes, pois os resultados da pesquisa são imediatamente ignorados.
É claro que uma regra como esta não é do interesse público. Seria importante que aqueles que se beneficiam com a mesma refletissem sobre o assunto.
Mais sobre o assunto aqui.