DATAFOLHA: DISPARA A REJEIÇÃO AO PREFEITO CÉSAR MAIA

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  • terça-feira, 1 de abril de 2008
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  • Ao completar sete anos e três meses como governante da cidade do Rio de Janeiro e, em meio à crise na área de saúde que atinge a segunda maior cidade do país, Cesar Maia (DEM) vê sua popularidade atingir o menor índice desde o início de seu segundo mandato, em 2001.

    Maia obteve sua maior aprovação em julho de 2006 (37%), alcançando 33% em novembro de 2007 e, hoje, a sete meses do processo sucessório, 25% dos entrevistados avaliam seu governo como ótimo ou bom। Também diminuem os que consideram seu desempenho regular, de 35% no final do ano passado para 30% agora.


    A queda na aprovação de Maia reflete-se diretamente na parcela dos que, atualmente, avaliam seu governo como ruim ou péssimo: 43%, doze pontos percentuais a mais que o verificado há quatro meses (31%)। A piora na imagem de Maia acontece durante grave crise na área da saúde. Vale lembrar que, ao final do primeiro mandato como prefeito do Rio de Janeiro, em dezembro de 1996, cerca de cinco em cada dez cariocas (52%) consideraram sua gestão como ótima ou boa. Em uma escala de zero a dez, Maia obtém nota média de 4,6, a menor desde maio de 2006. Vale notar que 17% atribuem nota zero ao prefeito, enquanto 19% atribuem-lhe cinco.

    A reprovação ao atual prefeito da capital carioca cresce proporcionalmente conforme aumenta a faixa etária, a escolaridade e a renda familiar mensal. Enquanto 29% entre os que têm entre 16 a 24 anos avaliam atualmente seu governo como ruim ou péssimo, esse percentual alcança 42% entre os que têm 25 a 34 anos, 47% entre os de 35 a 44, e chega a 51% entre os que têm 45 anos ou mais. Entre os mais escolarizados, a reprovação ao prefeito atinge 50%, contra quatro em cada dez (41%) entre os que estudaram até o ensino médio. Já, aproximadamente 38% dos que declaram renda familiar até cinco salários mínimos reprovam-no, parcela que é de 50% na faixa de cinco a dez salários mínimos, atingindo 63% entre os que têm maior renda (acima de dez salários mínimos). Não há diferenças significativas de aprovação quando se observa o sexo dos entrevistados.

    Comentário do blogueiro:

    A crise no sistema de saúde do município do Rio de Janeiro é apenas um dos sintomas mais evidentes do desgoverno municipal. Mas demonstra que o país precisa urgentemente de uma Lei de Responsabilidade Sanitária, proposta do ex-ministro Humberto Costa (PT). Estranhamente, por uma razão qualquer, com a queda do ministro simplesmente a proposta não entrou na pauta política. É uma pena, pois milhões de brasileiros esperam por um atendimento melhor.

    Atualmente, a maior responsabilidade no financiamento à saúde racai sobre o governo federal, mas este não gerencia as ações de saúde na ponta. É o município o principal ator nesse processo. Como não há definição clara das responsabilidades, prefeitos como César Maia simplesmente ignoram seu papel no Sistema Único de Saúde - SUS. Fogem de suas responsabilidades. Sem contar nos prefeitos de cidades do interior que por omissão não investem recursos no atendimento à saúde, apenas enviam pacientes para as grandes metrópoles com ambulâncias compradas com dinheiro federal ou estadual, em licitações municipais claramente direcionadas.

    Com uma avaliação dessa, torna-se difícil o prefeito emplacar a candidatura da deputada federal Solange Amaral (DEM). Por outro lado, a crise no sistema de saúde carioca fortalece a candidatura de Jandira Feghalli (PC do B), historicamente ligada à questões envolvendo saúde. Fernando Gabeira (PV), que não é bobo, captou de início a mensagem e colocou a saúde como sua prioridade emergencial. Ou seja, a saúde tem espaço garantido na agenda dos candidatos a prefeito do Rio de Janeiro. Isso é bom. A população principalmente mais pobre e dependente do SUS espera por melhorias na saúde a algum tempo. É hora de acordar.
     
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