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Ascensão de Dilma pode mudar perfil de eleição estadual

De Gustavo Uribe, da Agência Estado

A eventual vitória já no primeiro turno da candidata do PT à sucessão presidencial, Dilma Rousseff, num quadro sem muitas chances de ser revertido, é hoje uma das principais apostas de cientistas políticos entrevistados pela Agência Estado. Na avaliação desses especialistas, é pouco provável que algo interfira na tendência de vitória da petista no dia 3 de outubro. Além disso, eles acreditam que a ascensão de Dilma nos principais colégios eleitorais do País, como tem mostrado as últimas pesquisas de intenção de voto, poderá causar mudanças no perfil atual das eleições estaduais, em benefício dos candidatos apoiados pela petista.

O especialista em pesquisa eleitoral e em marketing político Sidney Kuntz aponta que o cenário para a vitória da candidata do PT em primeiro turno é ainda mais favorável do que foi o de 1998, quando o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) foi reeleito também em primeiro turno.

Naquelas eleições, o tucano venceu em cinco dos sete maiores colégios eleitorais do País, perdendo apenas no Rio de Janeiro e no Rio Grande no Sul. A mais recente pesquisa Datafolha, realizada nos dias 23 e 24 deste mês, mostrou que Dilma está na frente de seus concorrentes em todos esses Estados. "Só um escândalo ou algo realmente convincente, que faça com que os eleitores pensem que ela não merece a confiança deles, pode tirar a vitória da Dilma", apontou o especialista. "Uma hecatombe", ressaltou.

Kuntz explicou ainda que, desde as eleições de 1989, nenhum candidato à sucessão presidencial que apresentou no fim do mês de agosto a vantagem que Dilma tem registrado nas últimas pesquisas de intenção de voto perdeu uma eleição. A consolidação de uma eventual vitória, de acordo com o especialista, deve levar a petista a direcionar a munição nos próximos dias para Estados em que existe a possibilidade de o PT sofrer derrotas nas urnas. O gesto pode, segundo ele, modificar o quadro eleitoral estadual, com chances dos candidatos apoiados pela petista capitalizarem parcela do seu crescimento.

Popularidade de Lula

O cientista político Humberto Dantas, conselheiro do Movimento Voto Consciente, atribui o crescimento de Dilma à capitalização (pela candidata) da popularidade do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O analista observa que, após dez dias do início do horário eleitoral gratuito, a candidata conquistou os votos dos eleitores que antes diziam não saber em quem votar e arrebatou uma parcela do apoio daqueles que diziam que votariam no candidato do PSDB na disputa, José Serra. "Tudo indica que (Dilma) vai ganhar em primeiro turno. É pouco provável que ela perca essa eleição", afirmou Dantas.

A mais recente pesquisa Datafolha de intenção de voto, divulgada ontem, mostrou que a candidata do PT abriu vantagem de 20 pontos porcentuais sobre Serra. Na mostra, Dilma figurou com 49%, enquanto Serra teve 29%. Na comparação com o último levantamento, realizado no dia 20, logo depois do início do horário eleitoral, Dilma oscilou de 47% para 49%, ao mesmo tempo em que Serra foi de 30% para 29%. A petista passou o adversário em colégios eleitorais que eram considerados a última fortaleza de Serra nas eleições deste ano, como São Paulo e Rio Grande do Sul. Se considerada a margem de erro de dois pontos porcentuais, Dilma venceria em primeiro turno mesmo sem considerar os votos válidos.

O cientista político Marco Antonio Carvalho Teixeira, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), endossou a tese de que o cenário atual é mais favorável a uma decisão em primeiro turno e observou que apenas "algo fora do padrão" poderia ameaçar uma eventual vitória da candidata petista.

"As pesquisas apontam que Dilma cresceu sobre os eleitores do Serra, principalmente depois do horário eleitoral gratuito", esclareceu. De acordo com Carvalho Teixeira, o desafio do PSDB neste momento é levar a disputa para o segundo turno e impedir que o crescimento da petista se reflita nos cenários estaduais, levando candidatos aliados a garimpar dividendos eleitorais da popularidade de Dilma.
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DATAFOLHA: DISPARA A REJEIÇÃO AO PREFEITO CÉSAR MAIA

Ao completar sete anos e três meses como governante da cidade do Rio de Janeiro e, em meio à crise na área de saúde que atinge a segunda maior cidade do país, Cesar Maia (DEM) vê sua popularidade atingir o menor índice desde o início de seu segundo mandato, em 2001.

Maia obteve sua maior aprovação em julho de 2006 (37%), alcançando 33% em novembro de 2007 e, hoje, a sete meses do processo sucessório, 25% dos entrevistados avaliam seu governo como ótimo ou bom। Também diminuem os que consideram seu desempenho regular, de 35% no final do ano passado para 30% agora.


A queda na aprovação de Maia reflete-se diretamente na parcela dos que, atualmente, avaliam seu governo como ruim ou péssimo: 43%, doze pontos percentuais a mais que o verificado há quatro meses (31%)। A piora na imagem de Maia acontece durante grave crise na área da saúde. Vale lembrar que, ao final do primeiro mandato como prefeito do Rio de Janeiro, em dezembro de 1996, cerca de cinco em cada dez cariocas (52%) consideraram sua gestão como ótima ou boa. Em uma escala de zero a dez, Maia obtém nota média de 4,6, a menor desde maio de 2006. Vale notar que 17% atribuem nota zero ao prefeito, enquanto 19% atribuem-lhe cinco.

A reprovação ao atual prefeito da capital carioca cresce proporcionalmente conforme aumenta a faixa etária, a escolaridade e a renda familiar mensal. Enquanto 29% entre os que têm entre 16 a 24 anos avaliam atualmente seu governo como ruim ou péssimo, esse percentual alcança 42% entre os que têm 25 a 34 anos, 47% entre os de 35 a 44, e chega a 51% entre os que têm 45 anos ou mais. Entre os mais escolarizados, a reprovação ao prefeito atinge 50%, contra quatro em cada dez (41%) entre os que estudaram até o ensino médio. Já, aproximadamente 38% dos que declaram renda familiar até cinco salários mínimos reprovam-no, parcela que é de 50% na faixa de cinco a dez salários mínimos, atingindo 63% entre os que têm maior renda (acima de dez salários mínimos). Não há diferenças significativas de aprovação quando se observa o sexo dos entrevistados.

Comentário do blogueiro:

A crise no sistema de saúde do município do Rio de Janeiro é apenas um dos sintomas mais evidentes do desgoverno municipal. Mas demonstra que o país precisa urgentemente de uma Lei de Responsabilidade Sanitária, proposta do ex-ministro Humberto Costa (PT). Estranhamente, por uma razão qualquer, com a queda do ministro simplesmente a proposta não entrou na pauta política. É uma pena, pois milhões de brasileiros esperam por um atendimento melhor.

Atualmente, a maior responsabilidade no financiamento à saúde racai sobre o governo federal, mas este não gerencia as ações de saúde na ponta. É o município o principal ator nesse processo. Como não há definição clara das responsabilidades, prefeitos como César Maia simplesmente ignoram seu papel no Sistema Único de Saúde - SUS. Fogem de suas responsabilidades. Sem contar nos prefeitos de cidades do interior que por omissão não investem recursos no atendimento à saúde, apenas enviam pacientes para as grandes metrópoles com ambulâncias compradas com dinheiro federal ou estadual, em licitações municipais claramente direcionadas.

Com uma avaliação dessa, torna-se difícil o prefeito emplacar a candidatura da deputada federal Solange Amaral (DEM). Por outro lado, a crise no sistema de saúde carioca fortalece a candidatura de Jandira Feghalli (PC do B), historicamente ligada à questões envolvendo saúde. Fernando Gabeira (PV), que não é bobo, captou de início a mensagem e colocou a saúde como sua prioridade emergencial. Ou seja, a saúde tem espaço garantido na agenda dos candidatos a prefeito do Rio de Janeiro. Isso é bom. A população principalmente mais pobre e dependente do SUS espera por melhorias na saúde a algum tempo. É hora de acordar.
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