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Só a PF salva!



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Lei errada no momento errado

Para quem não sabe, mais uma vez um deputado fez uma lei que permite a "queima controlada" de campos no RS. Os defensores do projeto baseiam-se em um estudo feito por uma universidade privada sem qualquer reconhecimento na área das Ciências Agrárias. Estudo este encomendado pelos defensores da "queima controlada". Felizmente, o TJ acabou com este absurdo.
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Paralelo


Eu nem iria desenhar mais nada. Já estava de férias em 2011.
Mas ontem eu tive o desprazer de ver o cara-de-pau do Celso Bernardi no "Conversas Fiadas" e não pude deixar de dar meu pitaco...
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Lendas do Sul

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O dia em que Mano Changes me representou melhor do que Raul Pont

É duro admitir, mas no caso da Lei Policarpo Quaresma, de autoria de Raul Carrion Jr. (talvez possamos nomeá-lo, no espírito da lei, e brincando um pouco, Raul Carrião Jr., ou Raul Carniça [é a tradução de "carrion" -- outras traduções possíveis são "asqueroso", "vil", "repugnante"] Jr., isso se não for o caso de traduzir "júnior" do português que falamos para algo mais luso, como farei aí embaixo, ainda brincando com a proposta), o pobre do deputado Mano Changes me representou muito melhor do que Raul Pont, apesar desse último ter levado meu voto.

(Aliás, se valer o espírito da lei, o deputado Mano Changes vai virar o deputado Irmão Mudanças!)

Isso porque, de acordo com a planilha de votação do dia 19 do projeto de lei 156/2009, de autoria de Raul Policarpo Quaresma Carrião Filho-de-um-Pai-do-Mesmo-Nome (é minha lusificação de "júnior"), o PT, o PDT, o PSB decidiram passar o vexame de aprovar um projeto ingênuo, inócuo e inoportuno do muitas vezes engraçado PCdoB. Já Mano Changes e a bancada do PP trataram o projeto adequadamente, ou seja como uma besteira. Aliás, na matéria do Sul21 sobre o assunto, só os deputados do PP falam algo sensato:
Posição bem distinta da defendida por Frederico Antunes (PP). Para o progressista, a maior parte das expressões atingidas pela proposta de Carrion já estão incluídas até mesmo nos dicionários. “Estamos discutindo uma questão de importância menor. Faríamos melhor se nem tentássemos legislar a respeito dela”, criticou Antunes. “Estamos pedindo que sejam traduzidos termos que usamos diariamente, que somos capazes de ler e compreender imediatamente o significado”. Jorge Pozzobom (PP) reforçou essa posição, dizendo que, em tempos de globalização, uma proposta dessas não faz sentido e que por isso o seu partido votaria contra o projeto.
Eis a ementa da lei:
Institui a obrigatoriedade da tradução de expressões ou palavras estrangeiras para a língua portuguesa, sempre que houver em nosso idioma palavra ou expressão equivalente, no âmbito do Estado do Rio Grande do Sul e dá outras providências.
O insano projeto de lei supõe, falsamente, que as pessoas não falam usualmente na sua língua nativa, a qual é o português, e o qual cada falante enriquece a cada novo ato de fala.

(Como diz belamente o Merleau-Ponty, há a língua nova que surge, a língua falante, e a língua repetida, isto é a língua (já) falada. Há a língua falante que vai surgindo dos primeiros contatos com as novidades, que é como se fosse uma lufada de ar fresco na língua, e há essa língua falada, a qual simplesmente rumina o que antes foi experimentado. A expressão nova da fala falante é fundamental, pois sem ela não haveria a fala falada, aquela que é mera repetição no presente do que foi um contato com a novidade no passado. Falar é inventar, pois ser gente é ser falante, e ser falante é ser, antes de tudo, criativo. Se o fruto de tudo isso ofende os ouvidos dos lusófilos, pior para eles. Aceitar o humano é aplaudir a criatividade.)

A tolíssima lei exige que as pessoas "traduzam" (sic) o que falam e escrevem (mas suas línguas!) para uma língua que (sic) não seja estrangeira (ou seja, ou falantes nativos não falam a língua nativa, o que é bizarro).

Isto é, de acordo com a lei aprovada pelo parlamento gaúcho, com total apoio da bancada do PT, é ilegal se expressar na língua com a qual você pensa, pois esta não é sua língua nativa (sic!), mas sim (sic) uma língua estrangeira, a qual estranhamente você aprendeu convivendo com os falantes da língua nativa, não com um estrangeiro.

Daí, o que você deve fazer?

Bem, creio que você vai ter que andar com um português de Portugal a tira-colo, para que ele transforme o que você diz na sua língua nativa que é estrangeira (!) para a língua nossa (sic), a qual é falada por um português, logo um... estrangeiro.

Eu confesso que esperava mais do PT, e mais do Raul Pont, que é uma pessoa instruída.

A ingenuidade da lei vem do fato de que talvez até o tupi seja "estrangeiro", no sentido de ter palavras de línguas que o formaram.

O inócuo da lei vem do Houaiss registrando tudo o que de fato usamos, tornando qualquer "estrangeirismo" que fere aos ouvidos dos lusófilos (já voltarei a isso) em palavra do português -- e fazendo isso corretamente!

O inoportuno da lei vem da tentativa de moldar de uma maneira tolíssima o pensamento e a expressão.

Os defensores da lei simplesmente não sabem o que é uma língua viva, pois línguas são como rios: o que era Solimões vira Amazonas, o que era Amazonas vira Oceano Atlântico, o que era Oceano vira chuva...

Ou seja, "estrangeirismo" hoje, a língua "pura" (hahaha) amanhã; latim ontem, português hoje.

O Zé Porcher deu um exemplo simples: houve um tempo em que a palavra "alface" não era uma palavra nativa, mas hoje é.

O melhor texto sobre o assunto ainda é "A idioletice de Aldo Rebelo", publicado em 2007 pelo Idelber Avelar, quando o sr. Aldo Rebelo veio com proposta semelhante para a federação (e tentou tirar uns trinta mil reais do bolso do artista Millôr Fernandes por chamar a proposta de "idioletice").

Eu espero que o governador Tarso Genro leia esse texto, caso tenha alguma dúvida antes de vetar a lei. Reproduzo o trecho central:
Para resumir o que colegas mais pacientes que eu diriam de outra forma, o projeto de Aldo Rebelo contra os estrangeirismos é de imbecilidade: 
a) sociolinguística, porque ignora que sobre a língua viva não se legisla. 
b) filológica, porque não sabe que a evolução da língua inclui a incorporação de vocábulos estrangeiros. Ou será que a digníssima esposa do deputado usa porta-seios, ao invés de sutiãs? Será que ele ignora que este último foi, um dia, um vocábulo estrangeiro? 
c) pragmática, porque ignora que cada falante, individualmente, tenderá a ter a capacidade de selecionar os estrangeirismos adequados para cada contexto e, no caso de não fazê-lo, a própria interação subseguinte com os outros falantes atuará, corrigindo-o. 
d) psicolínguística, porque quer cercear legislativamente o leque de escolhas lexicais do falante da língua. 
O governador Tarso Genro é uma pessoa instruída, e pelo jeito vai vetar o projeto. A saída elegante pra não ofender a turma que votou a favor é consultar os especialistas.

Ainda bem!

Nenhum especialista de verdade na língua aceitaria um projeto tolo como este, assim como nenhum físico aceitaria um projeto de lei que revogasse a lei da gravidade, porque a mesma é uma das causas das dores nas costas.

Volto ao ponto que toquei acima, a lusofilia.

É claro que nem o deputado Raul Carrião nem o deputado Aldo Rebelo sabem o que é uma língua, pois do contrário não proporiam seus estranhos projetos antigravitacionais, tentando legislar sobre a língua viva, o que é mais ou menso o mesmo, no nível da confusão, que tentar modificar a configuração do Orkut com uma chave de fenda.

Uma matéria da Zero hora dá a entender que ele usa "centro comercial" pra "xopicenti", e "telefone inteligente" pra "smart phone".

Até aí, tudo bem, pois cada um fala como quer.

O estranho é ele achar que fala de maneira (sic) menos estrangeira do que os seus vizinhos, o que me faz rir de cuspir a farofa no monitor.

Como o Idelber postou no Facebook, o Houaiss de 2008 já traz, como termos do português (e do que mais seria??!), "shopping center" e "centro comercial". E acontece que não são sinônimos!

Se prestassem atenção à língua e ao dicionário, ao invés de prestar atenção a fantasias ingênuas, Rebelo e Carrião saberiam disso.

"Shopping center" é uma expressão do português que designa um centro de compras que tem uma arquitetura específica. Logo, não é sinônimo de "centro comercial", e o Carrião simplesmente tá se expressando mais ou menos em português ao usar "centro comercial" em um caso onde seria mais preciso usar "shopping center".

Mas talvez o espírito da sua lei seja outro, e bem pior, dado que a atenção e o respeito pelos estudiosos da língua é zero.

Talvez o espírito seja de ilegalização do trabalho do dicionarista que descreve a língua viva, sem colocá-la em um espartilho lusófilo. Se assim for, o que seria um cenário lamentável, ao invés de elogio ao dicionarista que dá conta da mutação da língua viva, haveria punição a ele por não manter uma suposta pureza lusófila.

Daí, se me perdoam a expressão, estaríamos f_d_d_s, como sempre estamos nos casos nos quais as leis prescrevem algo que simplesmente vai contra aquilo que as melhores teorias descrevem como sendo a realidade, a qual não pode ser abolida por ninguém, muito menos por quem vive no mundo da fantasia.

Nesse caso estaríamos mal porque uma preferência estética, a lusofilia, estaria impedindo a adequada descrição da realidade.

Nada contra as preferências estéticas, mas impô-las aos outros como verdades é o caminho pra intolerância, pro preconceito, pra discriminação e pra violência.

Para comparar, há boas razões para crer que boa parte da oposição à união civil homoafetiva é estética, dado que as pessoas que a rejeitam a consideram repugnante, e daí, via racionalização, propõe sua proibição.

Na realidade há gente que ama gente do mesmo sexo, há gente que ama gente de outro sexo, e há outras variedades. Muitas outras.

Nenhuma preferência ou repugnância estética pode impedir isso.

Do mesmo modo, há gente que fala de maneira lusófila, e há gente que fala de outras maneiras.

Nenhuma preferência ou repugnância estética deve impedir isso.

Esperemos que tal tentativa de imposição estética não esteja ao fundo dessa lei. Mas façamos isso exigindo que nossos legisladores deixem claro o que propõem, e façam isso respeitando o melhor conhecimento disponível sobre a natureza e o funcionamento da linguagem, não meras fantasias ou preferências estéticas.
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E se Igrejinha fosse no Texas?


E se os alemães que se instalaram no Rio Grande do Sul, em cidades como Igrejinha, tivessem ido para o Texas? Bem, daí eles provavelmente teriam fundado Fredericksburg, no Texas.

As perspectivas socioeconômicas domésticas eram sombrias para os alemães, em meados do século 19. A solução era emigrar. É um fato bem conhecido, e central para a narrativa da identidade gaúcha, que colonos alemães se instalaram no Rio Grande do Sul. Mas é um fato menos amplamente conhecido que alemães também foram para o Texas, se instalando em Fredericksburg e em outras cidades próximas do que é conhecido como o Cinturão Alemão, German Belt.

Conhecemos o Texas pelas leis educacionais que inventam um passado oximoronicamente mais-bonito-e-mais-reaça para os brancos, não pelas suas raízes germânicas. No entanto, os colonos alemães chegaram em Fredericksburg em 1846, sendo os primeiros colonos brancos a povoar o estado.

Lá, como aqui, foram dadas aos colonos terras que antes eram de ameríndios. No caso de Fredericksburg, as terras antes pertenciam aos famosos índios comanches. Houve conflitos, e em 1847 o comissário geral da Sociedade para a Proteção dos Imigrantes Alemães no Texas, o barão Otfried Hans von Meusebach, posteriormente autorrebatizado como John O. Meusebach, assinou um tratado entre o povo comanche e a Companhia Alemã de Imigração.

Por volta de 1850, Fredericksburg tinha uma população de cerca de 2.000 pessoas, e o germânico-texano era o dialeto oficial, o qual misturava elementos do alemão, do inglês e do espanhol. Existe um projeto que estuda e busca a preservação desse dialeto.

Em Fredericksburg, o germanismo foi forte até 1940, mas começou a sumir com o advento da Segunda Guerra Mundial. O mesmo fenômeno se deu por aqui. Para dar exemplos caseiros, na mesma época o pai do meu sogro, quem veio para o Brasil buscando uma terra de paz, ficou preso por uma semana por só ser alemão, tendo sua Cruz de Ferro da Primeira Guerra Mundial roubada pela polícia, e minha avó materna não aprendeu alemão porque minha bisavó temia a brutal perseguição da polícia. Minha avó também relata que era comum os vizinhos queimarem livros escritos em alemão chorando, pois qualquer coisa que os ligasse ao passado alemão era motivo para violência e prisão.

Fredericksburg tem uma Oktoberfest, tal como Igrejinha. Aliás, os sites das duas Oktobers têm algo em comum, o reloginho de contagem regressiva para a próxima festa. Quem já foi em uma Oktoberfest das boas, como a de Igrejinha, sabe muito bem que lá se encontra festejo, alegria e celebração tal como temos no Carnaval e nos grandes momentos de alegria coletiva da humanidade. Também se encontra gente que fala um dialeto do alemão, ou mesmo o próprio alemão, tal como acontece com as garotas da foto ao lado, Lisa Hamelow e Regina Brunner. Não se deixe enganar pelo visual de garotas do Texas, pois a primeira é de Berlim, a segunda é de Viena. Ambas estavam curtindo a Oktober de Fredericksburg na ocasião da foto.

Imagens de David KozlowskiFredericksburg Standard, About.com, The Texas Comanches, eHow e HoustonPress Blogs.
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Yeda, ainda

O tal do Novo Jeito de Governar acabou, mas seu vazio permanece, ou ao menos mudou de endereço, pois passou das ideias pros cofres do estado do Rio Grande do Sul, arrombados em R$ 150 milhões. Só sabemos disso porque a oposição venceu. Do contrário, a falta de transparência manteria no ar a mentira do défice zero.

*

Yeda estava certa ao dizer que sua administração iria entrar pra história do estado do Rio Grande do Sul. Mas ela poderia ter nos avisado que os historiadores se debruçariam sobre boletins de ocorrência.

*

O Diário gauche publicou o texto definitivo sobre a despedida de Yeda do poder. Meu trecho preferido: «O ponto alto do seu discurso de despedida do Piratini, entretanto, foi a afirmação segundo a qual o general Bento Gonçalves da Silva teria sido o primeiro governante guasca a ser inquilino do Palácio Piratini, tendo o cuidado até de precisar a data. Para a governadora tucana o fictício acontecimento ocorreu no ano de 1921, quando todos sabem que o dirigente farrapo morreu em julho de 1847. Não é de estranhar mesmo esses exercícios súbitos de ficção em Yeda, mas sim, do silêncio solidário da mídia amiga do Rio Grande.»


Atualizado 9h30.
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A Última Bolacha do Pacote

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Ornitologia

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Rio Grande do Sul, top em AIDS (RS às segundas)

O estado do Rio Grande do Sul acumula diversos recordes negativos com respeito à AIDS:
  • Dentre as capitais brasileiras, Porto Alegre tem o maior número de casos por habitante
  • 15 municípios gaúchos estão no topo da lista de casos de AIDS
  • Não há campanha de prevenção da AIDS dirigida às populações vulneráveis, incluindo usuários de drogas
Esse quadro levou o Sindicado Médico do Rio Grande do Sul (SIMERS) a denunciar em entrevista coletiva o caos no sistema de tratamento e prevenção da AIDS no estado. A denúncia do SIMERS envolve:
[...] gestão de verbas, inconsistência de registros, falta de medicamentos e exames, inexistência de controles e políticas de prevenção; fatos que ocasionam gravíssimos problemas à saúde pública e à população.
Além dessas denúncias, o SIMERS pede o enquadramento do Secretário Estadual de Saúde, Osmar Terra, no artigo 132 do Código Penal, por "colocar a vida de pessoas em risco".

Ou seja, é mais um caso de déficit de manutenção no governo Yeda. Como ocorreu no caso da ponte, a vida das pessoas está em risco.

Das vinte cidades com maior incidência de AIDS no Brasil, contando número de casos por 100 mil habitantes, quinze estão no RS:
1. Porto Alegre (RS): 111,5
2. Camboriu (SC): 91,3
3. Canoas (RS): 83,0
4. Itajaí (SC): 81,2
5. São Leopoldo (RS): 72,9
6. Alvorada (RS): 72,8
7. Sapucaia do Sul (RS): 70,3
8. Viamão (RS): 68,5
9. Balneário Camboriu (SC): 67,9
10. Cruz Alta (RS): 64,9
11. Rio Grande (RS): 59,4
12. Florianópolis (SC): 57,4
13. Esteio (RS): 56,7
14. Cachoeirinha (RS): 54,0
15. Guaíba (RS): 53,0
16. Pelotas (RS): 51,9
17. Gravataí (RS) 49,9
18. Camaquã (RS): 47,7
19. Criciúma (SC): 47,1
20. Novo Hamburgo (RS): 44,6
Para alertar a população sobre o caos na gestão da saúde e para os riscos, o Grupo Somos espalhou outdoors em Porto Alegre com os recordes lamentáveis dos gaúchos. Também lançou o blog Rio Grande do Sul 1º Lugar em Tudo. O grupo revela que, após a coletiva do SIMERS, novas denúncias surgiram, incluindo exames que não são feitos no prazo, e precisam ser refeitos, o que traz transtornos e despesas aos moradores do interior que se deslocam a Porto Alegre para fazê-los. Os exames não estão sendo feitos por falta de kits para exame da carga viral. Ou seja, é o déficit de manutenção típico da perigosa administração Yeda Crusius.
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Pacotinho de bondades - Final

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Pacotinho de bondades

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Abaixo do...

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O projeto Serra 2010 e a denúncia da Veja contra Yeda Cruisius

Por bom tempo a revista Veja protegeu a governadora do Rio Grande do Sul. Mesmo com as evidências do seu desastroso desgoverno, na edição 2092, de 24 de dezembro de 2008, a Veja produziu matéria elogiando a governadora. Sob o título “A casa está em ordem”, a revista ignora as denúncias e elogia a administração Yeda. Naquela época, o país todo já sabia das graves denúncias contra Yeda. O vice-governador, Paulo Feijó (DEM) mostrou ao país gravações contendo desvios para financiar deputados aliados, bem como desvios no DETRAN (44 milhões) e BANRISUL. Mas isso não incomodava a Veja, que seguia na defesa da governadora. O que mudou de lá para cá?
A verdade é que Yeda é um governo que já foi liquidado politicamente. As pesquisas para 2010 mostram o ministro Tarso Genro (PT) na frente, seguido do peemedebista José Fogaça, prefeito de Porto Alegre. Não adiantava insistir na tecla, Yeda não se salvava. A revista mudou de tática, mas não mudou de lado. Produziu uma matéria leve, pela gravidade das denúncias, mas suficiente para enterrar de vez o governo Yeda. Assim, a revista volta a posar de independência, mas é jogada política para eleger Serra 2010. Não tenham dúvida que o projeto de Serra continua de pé.
Yeda era empecilho para o PSDB no Estado, pois pretendia disputar reeleição. Serra teria que dividir o palanque ao lado de uma governadora manca, que mostrou ao Rio Grande do Sul o estilo tucano de governar: corrupção, privatismo e baixo investimento social. E pelo visto, não é um estilo aprovado pela população. Não é por acaso que as lideranças nacionais do PSDB logo trataram de abandonar Yeda, deixando-a sozinha na difícil tarefa de se defender. Ninguém quer colar sua imagem nela. Serra que o diga.
Assim, a Veja liquida a governadora e dá espaço para as articulações do PSDB nacional em torno da candidatura de José Fogaça (PMDB). Em vez de uma candidata impopular, Serra passa a ter um forte candidato no palanque estadual. Fogaça talvez seja o único que pode unir grande parte da classe política do Rio Grande do Sul contra o PT, de Tarso Genro. É a candidatura anti-PT, pois eles hoje estão todos no governo Yeda, mas a roupagem muda. Serra fortalece no Estado. É uma ironia que o partido precise sacrificar sua única governadora para fortalecer seu candidato presidencial no Estado. A revista Veja faz o serviço sujo ao grão-tucanato.

Nota 1: Enquanto o PT bate-cabeça, o PSDB já articula com Fogaça. O PT nacional dá sinais de que entregaria de bandeja o governo gaúcho para o PMDB, em troca de apoio à candidatura Dilma. Serra, nesse caso, ficaria enfraquecido no Rio Grande do Sul. Mas o que parece é que o PMDB não quer o PT, prefere o PSDB de Yeda. Afinal, precisaria dividir mais o poder. Desde já o PT deveria colar Yeda no PMDB, desgastando o principal partido de sustentação do seu governo, mas essa atitude poderia atrapalhar o plano de aliança nacional com o partido. Desse jeito, o PMDB se fortalece, aproveitando-se das fraquezas do PT e PSDB.

Nota 2: Para o cidadão comum fica difícil explicar porque se mantém no cargo a governadora gaúcha, com tantas denúncias de desvios para campanha eleitoral, além de desvios com outras finalidades, enquanto cassa o governador do Maranhão com provas testemunhais e suposto abuso de poder contra a candidata filha de Sarney.

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O PT gaúcho e a polêmica da aliança com o PMDB

De Bruno Lima Rocha, publicado no Blog do Noblat
Depois de sofrer seguidas derrotas, chegou o momento do PT do Rio Grande do Sul amarrar um mínimo de unidade interna. E, se algo pode frear o processo de unificação em torno de um chefe político – Tarso Genro – é a política nacional para a candidata de Lula. O problema está na agenda de trabalho, no campo de alianças e nos discursos de legitimação que justificam quem subirá no palanque de quem em 2010. No caso do PT gaúcho, esta unidade impõe necessariamente um calendário pré-eleitoral estadual e um jogo de acompanhamento das lideranças sindicais do rincão. Assim, empurra os correligionários de Diógenes Oliveira para as marchas de rua, fazendo coro na luta contra a gestão de Yeda Crusius (PSDB) e seus aliados. É nesta confluência que se dá o choque de interesses.

O calendário dos petistas gaúchos se viu emparedado pela Direção Nacional e o tema saltou para a mídia. A polêmica visível foi entre Tarso e José Dirceu, sendo que o primeiro acusa um “atropelamento” da agenda estadual. O recurso discursivo de Tarso cala fundo na base dos petistas gaúchos. Ao acusar de intromissão do “centro do país”, o tema mobiliza corações e mentes, incluindo os cansados e desiludidos. Desse modo, pode-se recuperar um pouco da auto-estima perdida, e abrir caminho para uma aliança de tipo “mal menor”, como nas prefeituras de Canoas (com o PP) e de Santa Cruz (com o PTB).

O epicentro gaúcho é a tentativa de costurar um acórdão com o PMDB em escala nacional, incluindo o Rio Grande. Segundo José Dirceu, o PT deve tentar dialogar com o seu maior aliado em nível nacional (e grande rival nas eleições locais), “sem pré-condições e sem ilusões”. Isso por aqui ainda é difícil. Que o partido de Simon é uma federação de caciques e oligarquias estaduais todos sabemos. Também é de entendimento público que esta legenda não se comporta de maneira programática. E, como até as pedras da Rua da Praia sabem, o PMDB do RS governou ombro a ombro com FHC durante seus oito anos de Planalto, incluindo a gestão do deputado Eliseu Padilha como ministro dos Transportes. E, mesmo diante de todas essas evidências, o PMDB é o maior aliado de Lula no país, ocupando postos-chave e sendo decisivo na crise política de 2005. É hora do PT do presidente retribuir em todo o país, incluindo a Província de São Pedro. Eis a “revolta”.

Na verdade, trata-se de puro pragmatismo dos dois lados. Pela racionalidade da política eleitoral do estado, o PT do RS deve se afastar do PMDB. Ao mesmo tempo, para tentar permanecer no Planalto, o movimento deve ser o oposto. Esse é o jogo e não é nada ideológico.

Bruno Lima Rocha é cientista político (www.estrategiaeanalise.com.br / blimarocha@via-rs.net)
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A Paraíba, quem diria, virou exemplo

Um ótimo artigo relacionando a cassação de Cunha Lima (PSDB-PB) e o desgoverno de Yeda Crusius (PSDB-RS). Segundo o autor, a tucana mandatária do Rio Grande do Sul é uma ex-governadora em atividade. Não vou me ater muito às trapalhadas de Yeda. Seguindo o exemplo do Blog RS Urgente, republiquei esse artigo do Terra Magazine porque acredito que quanto mais gente souber das coisas estranhas que ocorrem no ninho tucano, melhor para o Brasil. Aliás, a turma do Blog RS Urgente tem boas matérias sobre a corrupção da governadora tucana Yeda Crusius. É uma boa referência para quem quiser tomar conhecimento do que está ocorrendo nas terras gaúchas. Segue o artigo abaixo:

Eduardo Tessler*, de Salvador (BA)

Aos olhares dos sulistas, quem nasce acima do Rio de Janeiro é Paraíba. Não importa de onde venha, do Ceará até a Bahia todo mundo é Paraíba. O apelido nada carinhoso é depreciativo e pouco tem a ver com os paraibanos de verdade e carteirinha, como Ariano Suassuna - é bem verdade que o escritor optou por viver em Recife, mas isso é outra história. Ser Paraíba, hoje, é quase uma ofensa.

Mas a Paraíba acaba de dar um exemplo de lisura política ao Brasil, ao conseguir afastar o governador Cassio Cunha Lima, acusado de distribuir cheques no valor de R$ 3,5 milhões disfarçados de programas assistenciais. Cunha Lima bem que tentou se manter no poder de todas as formas, mas o TSE foi enfático na cassação e entregou o cargo ao candidato derrotado em 2006, o ex-governador e ex-senador José Maranhão (aliás, o que faz alguém de nome Maranhão na Paraíba???). O novo governador assume com oito processos nas costas e talvez não consiga chegar ao fim do mandato, vai depender outra vez dos tribunais.

Cassio Cunha Lima, herdeiro de uma tradição política que domina a Paraíba há anos, parecia ser um cidadão acima de qualquer suspeita. Aos 45 anos, expoente do PSDB (de Fernando Henrique Cardoso, José Serra e outros tucanos), Cunha Lima naufragou. Agora precisa cumprir as regras de inelegibilidade.

Cerca de 4 mil quilômetros ao sul da Paraíba, outra expoente do mesmo PSDB tenta segurar-se de todas as formas nos corrimãos do Palácio Piratini. A economista Yeda Crusius, ex-ministra sem expressão de Itamar Franco e ex-deputada com algum brilho na década passada, lidera o mais instável governo da história do Rio Grande do Sul. Uma sucessão de escândalos, brigas, picuinhas, desvio de dinheiro e agora até morte misteriosa - a do ex-representante do escritório do RS do Distrito Federal, Marcelo Cavalcanti, encontrado morto no Lago Paranoá pouco antes do Carnaval. O executivo é citado nos autos dos processos de desvio de verba do Detran gaúcho.
Com a licença da expressão criada pelo jornalista Paulo Cesar Vasconcellos e utilizada com brilho por Nelson Motta no Rio, Yeda Crusius é uma ex-governadora em atividade. As façanhas de Yeda são incomparáveis, ela bem poderia estar do livro dos recordes, tamanha ineficiência política. Alguns exemplos:

- Depois de prometer em campanha não subir impostos, tentou aprovar antes de sua posse um projeto de aumento de ICMS, causando o primeiro incidente de governo. Três secretários escolhidos da sua base aliada renunciaram antes de assumirem as pastas;
- Ao completar 100 dias de governo, exonerou o secretário da segurança Enio Bacci, que começava a desmontar uma rede de corrupção entre o Jogo do Bicho e delegados de polícia. Yeda considerou-o "personalista" e no seu governo a ordem parece ser que ninguém brilha mais que ela própria;
- Rompeu com o vice-governador Paulo Feijó (DEM) ao tomar posse, mantendo-o longe da mesa de decisões do Palácio. Até que Feijó gravou uma conversa com um dos principais secretários de Yeda, Cesar Busatto, que tentava - a pedido da governadora - acertar algumas comissões para que Feijó ficasse calado;
- Comprou uma casa para uso próprio avaliada em R$ 1 milhão. Alegou ter pago pouco mais de R$ 500 mil, embora não tenha declarado fonte de renda para tanto. Até hoje ainda não há uma versão aceitável para tal matemática;
- Envolveu-se no escândalo do Detran, descoberto pela Operação Rodin. Trata-se de um esquema de corrupção utilizando-se de fundações ligadas à Universidade de Santa Maria, onde cada envolvido saia com os bolsos cheios e a governadora fazia caixa para a campanha de reeleição;

Yeda Crusius pertence ao PSDB, como o governador cassado da Paraíba. A dignidade gaúcha aconselharia Yeda a renunciar, enquanto se investigam os inúmeros escândalos de seu governo. Yeda, nascida em São Paulo, prefere permanecer no Piratini. Semana passada, quando o PSOL encaminhou proposta de impeachment à Assembléia - logo apoiada pelo PT - Yeda preocupava-se em enfrentar o Cpers (Centro de Professores do Estado) e mais 10 sindicatos, descontentes com a falta de diálogo da governadora. Mais que isso, Porto Alegre amanheceu coberta com cartazes dizendo: "O PSOL exige: Fora Yeda". Menos de 24 horas depois, a palavra "Fora" era substituída por um adesivo do mesmo tamanho escrito "Fica".

Ou seja, se o marketing pessoal da governadora vai de mal a pior, sua estratégia pública parece ser ainda pior, ao querer ludibriar o cidadão, mesmo que para isso tenha que beirar o ridículo (ou alguém imagina que o PSOL coloque cartazes na rua pedindo a permanência de Yeda?).

A ex-governadora em atividade está na rota de Cunha Lima. Só ela ainda não se deu conta.

*Eduardo Tessler é jornalista e consultor de empresas de comunicação.
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Seitas suicidas

Esta charge não é sobre nada em particular. Mas serve para quase tudo o que se discute no RS: Ford, papeleiras, estádios-arenas-fifas, pontais e outros que tais.

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