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A retirada de Patrus Ananias

César Felício, do Valor Econômico

Há políticos que procuram construir sua imagem pública como realizadores de obras, ou com a identificação com uma determinada classe ou grupo social, ou alinhando-se a uma corrente ideológica. E há os que se consolidam investindo na construção de uma personalidade atraente para a opinião pública, a encarnação de um conjunto de virtudes. Os mais bem sucedidos costumam ser os que fazem uma composição de todos os fatores ao longo da vida pública, ou com ao menos mais de um deles.

Ex-ministro do Desenvolvimento Social por seis anos, o advogado mineiro Patrus Ananias é um dos que encarnam a figura do homem virtuoso, de maneira análoga à dos senadores Eduardo Suplicy e Pedro Simon, entre poucos outros. A começar pela austeridade: ele atualmente pode ser encontrado nos dias úteis, das 8h às 14h, dando expediente na Escola do Legislativo da Assembleia mineira, onde entrou por concurso em 1982 e para onde sempre volta quando está sem mandato.

Trabalha em um ambiente coletivo e nem sequer tem um ramal de telefone próprio. Há 19 anos mora no mesmo endereço, um apartamento no bairro de Funcionários, em Belo Horizonte, área em que o preço mais comum para imóveis está em torno de R$ 5 mil o metro quadrado. Algo que nem sempre acontece com políticos que administraram orçamentos bilionários.

Católico convicto, Patrus foi um dos escalados para visitar as paróquias entre o primeiro o segundo turno da eleição no ano passado, na tentativa de reaproximar os fiéis da candidatura da hoje presidente Dilma Rousseff. Seu preparo intelectual não é pouco: professor de direito na PUC mineira, deixa ao alcance da mão leituras densas, como "Ideologia e contraideologia", de Alfredo Bosi.

Como prefeito de Belo Horizonte nos anos 90 e ministro de Luiz Inácio Lula da Silva, responsável por nada menos que a implantação do programa Bolsa Família, seu saldo administrativo está muito acima do regular. 

O ex-ministro deixa poucas pistas para se entender porque sua carreira política chega a um momento de ostracismo com resultados eleitorais absolutamente pobres.

Patrus ganhou três eleições: vereador em 1988, prefeito em 1992 e deputado federal dez anos depois. Perdeu quatro: vereador em 1982, senador em 1990, governador em 1998 e vice-governador no ano passado. Viveu no governo Lula sua grande oportunidade, ao capitanear um programa que movimentava R$ 40 bilhões.

Chegou a ser citado como presidenciável. Mas não conseguiu nem ser candidato ao Senado. Há muitos anos tornou-se minoritário dentro do PT mineiro. Sugerido como opção para o ministério ou o segundo escalão do governo de Dilma, seu nome foi ignorado. Comenta-se que o veto teria partido de Lula, que atribui a Patrus a divisão petista que levou à derrota eleitoral em Minas no ano passado.

Patrus foi muito menos longe do que os próprios exemplos já citados dos que têm a virtude como trunfo: Suplicy conseguiu eleger-se três vezes senador por São Paulo e Simon chegou a ser governador gaúcho. Uma das explicações possíveis pode ser a baixa aptidão por liderança. Patrus não é um líder, segundo suas próprias palavras. "Não tenho grupo e nem seguidores. Eu tenho interlocutores, companheiros. Quem quer ter seguidores precisa ter uma trajetória inflexível, retilínea, que obriga a tornar a política uma profissão. Foi uma opção minha não ser assim", comenta.

O ex-ministro não cogita participar das eleições no próximo ano. Pretende escrever uma tese de doutorado sobre políticas sociais. Patrus não se considera o autor do programa Bolsa Família: lembra que a proposta foi formulada no fim de 2003, antes de sua entrada no ministério. E nem avoca para o sucesso do programa parte da responsabilidade pela reeleição de Lula em 2006, ano em que o presidente estava ferido pelo escândalo do mensalão. "O programa nunca sofreu oposição nem do PSDB e nem do DEM exatamente pelo caráter republicano que ele ganhou ao ser implantado", diz.

Para Patrus, o programa não chegou a erradicar a fome no Brasil. "Acabou a fome endêmica, aquela em que havia uma discussão sobre quantos milhões eram atingidos, mas permanece uma fome ligada ao núcleo duro da miséria, às pessoas que são incadastráveis pela regra atual, por não terem domicílio ou mesmo registro civil. São os moradores de rua, alguns quilombolas, algumas comunidades indígenas", afirma. Para avançar a este ponto, segundo Patrus, seria necessário agora estabelecer programas envolvendo diversos ministério em uma única ação. "A tarefa que existia no governo Lula era acabar com a fome como um fenômeno generalizado e isto nós fizemos", afirma.

Há relatos de antigos aliados de Patrus sobre a frustração que o petista causou entre os apoiadores ao se recusar a assumir compromissos políticos normais em campanhas, como a divisão futura de espaços políticos e o equacionamento de questões de financiamento. Sua intransigência ao estabelecer alianças em bases ideológicas foi interpretada como arrogância. O risco de um político que transforma a austeridade em um dos pilares de sua imagem é, de maneira involuntária, estabelecer uma relação de superioridade com os que não agem assim. E, por tabela, tornar-se uma figura relativamente solitária. O advérbio faz muita diferença. Patrus não pretende encerrar 30 anos de militância política. Ele deixa pairar no seu horizonte a perspectiva eleitoral em 2014. "O que estou vivendo agora é um período sabático", disse, usando um adjetivo que indica claramente a suspensão de uma atividade em caráter temporário, e não um estranho recomeço.

César Felício é correspondente em Belo Horizonte. A titular da coluna, Maria Cristina Fernandes, está em férias

E-mail: cesar.felicio@valor.com.br
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Pimentel foi traído por Aécio?

Guilherme Evelin, do Blog Boca de Urna da Revista Época


Quem corre o risco de terminar as eleições como um dos grandes derrotados nas urnas, por uma dessas ironias da política, é justamente um dos grandes amigos da candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, favorita para conquistar o Palácio do Planalto. O amigo é o ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel (foto ao lado), que aparecia, no começo da campanha eleitoral, como cotadíssimo para ser um dos homens fortes de um eventual governo Dilma. Os dois têm uma ligação histórica, que remonta ao final da década de 60, quando ambos foram militantes do Colina, grupo da luta armada contra a ditadura militar.

No começo da campanha eleitoral, Pimentel foi escalado para ser um coordenadores da campanha presidencial do PT, onde ele atuaria como uma espécie de porta-voz de Dilma. Uma série de erros cometidos, desde então, diminuíram a sua influência, com possíveis consequencias no papel que ele poderá vir a exercer em um governo Dilma. O primeiro foi o envolvimento na trapalhada da montagem de um “setor de inteligência” da campanha de Dilma, com o objetivo de montar dossiês contra os adversários e fazer contra-espionagem. Pimentel foi o responsável pela indicação do jornalista Luiz Lanzetta, que estava à frente das negociações com um grupo de arapongas para a criação do tal “setor de inteligência”, desmontado depois de descoberto.

O segundo erro de Pimentel foi insistir, até o último momento, na sua candidatura ao governo de Minas Gerais, apostando que a aliança do PT com o PMDB em torno da candidatura do ex-ministro Hélio Costa não iria adiante. Pimentel esticou a corda e acabou irritando o presidente Lula, grande avalista da coligação dos dois partidos. Ao dar prioridade a Minas Gerais, Pimentel perdeu espaço também para o ex-ministro e deputado Antonio Palocci, que virou o principal interlocutor de Dilma na coordenação de campanha.

Muitos petistas mineiros avaliam, porém, que o grande erro de Pimentel pode ter sido ter confiado em demasia na relação construída com o tucano Aécio Neves (foto ao lado), quando um era prefeito de Belo Horizonte e o outro governava Minas Gerais e ambos propagavam um discurso de união de PT e PSDB e de superação das rivalidades entre os dois partidos. Em nome da conciliação de petistas e tucanos, Pimentel fez o PT abrir mão, em 2008, de uma candidatura própria à prefeitura de Belo Horizonte e abraçar a candidatura de Márcio Lacerda, o atual prefeito, filiado ao PSB e ex-secretário de Aécio. Com esse gesto, Pimentel angariou a antipatia de uma larga fatia do PT mineiro, que o acusa de entregar de mão beijada a prefeitura para adversários históricos.

Ao se lançar candidato ao Senado, Pimentel estava esperando, talvez, um gesto de retribuição de Aécio – como um acordo branco que facilitasse a sua eleição para uma das duas vagas em disputa. O gesto não veio. Além de se lançar na disputa, Aécio patrocinou também a candidatura ao Senado do ex-presidente Itamar Franco, pelo PPS. Esta semana, uma pesquisa do Ibope mostrou que Pimentel dificilmente conseguirá se eleger senador. A pouco mais de um mês das eleições, a pesquisa dá a Aécio 69% das intenções de voto, a Itamar 43%, e a Pimentel 19%.

Uma derrota na eleição para o Senado poderá minar a influência de Pimentel em um governo de Dilma, a despeito da amizade que os une. Eleito senador, Pimentel poderia mais facilmente assumir um ministério de primeira linha. Derrotado, sua nomeação será vista como uma compensação política, e o mais provável será um cargo de escalão médio.

Em Minas, diz-se que Aécio não quis facilitar a eleição de Pimentel por temer o fortalecimento de um possível adversário no futuro. No PT, os adversários internos de Pimentel se regozijam com as suas dificuldades. Nos bastidores, o ex-prefeito reclama de um certo abandono pela campanha nacional e da atitude de Aécio. Nas avaliações feitas por Pimentel, se Aécio tivesse facilitado sua eleição, a vida do candidato do PSDB ao governo de Minas, Antonio Anastasia, que disputa a reeleição, também poderia estar mais fácil, porque haveria retribuição por parte de seus seguidores.

Segundo a última pesquisa Ibope, embora tenha encurtado a distância em relação a Hélio Costa, Anastasia ainda aparece 11 pontos atrás do oponente.Na semana passada, em Brasília, um jantar organizado pelo deputado Fábio Ramalho (PV-MG) tentou articular uma manobra capaz, em tese, de facilitar tanto a vida de Pimentel quanto a Anastasia: a transformação de Itamar em candidato a vice-governador na chapa de Anastasia, com a sua retirada do páreo do Senado. Pareceu, a essa altura do campeonato, uma tentativa um tanto desesperada de remendar os cacos da relação “Pimentécio” para que ela não termine nas urnas como um abraço de afogados.
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Minas: Diminui a vantagem de Hélio Costa (PMDB)

A primeira pesquisa IBOPE após o horário eleitoral em Minas Gerais apontou queda na vantagem de Hélio Costa (PMDB) contra o tucano Antônio Anastasia (PSDB). A diferença caiu de 18% para 11%. O peemedebista mantém a liderança com 38%, contra 27% do candidato tucano. Na pesquisa anterior, Hélio Costa tinha 39% (menos 1%) e Anastasia aparecia com 21% (mais 6%). 

Em Minas, as eleições são de continuidade, tanto no plano federal quanto estadual. Os governos de Lula e de Aécio Neves obtêm altos índices de aprovação no Estado, o que favorece a continuidade. Essa é a principal explicação para a subida de Dilma Rousself (PT) nas pequisas em Minas Gerais, ultrapassando José Serra (PSDB). Nesse sentido, era apenas uma questão de tempo a subida de Anastasia após o início do horário eleitoral. Afinal, o candidato tucano possui como principal cabo eleitoral justamente Aécio Neves, com seus altos índices de aprovação. 

A pergunta a ser respondida é se Anastasia conseguirá levar a eleição para o segundo turno, tendo em vista que os demais candidatos são inexpressivos. Caso se configure segundo turno, Anastasia entraria com franco favorito, podendo derrotar dois ex-ministros de Lula (Hélio e Patrus). 

Na disputa para o Senado, Aécio lidera com folga com 69% (contra 70% da última pesquisa). O segundo colocado, o ex-presidente e ex-governador Itamar Franco (PPS) subiu 4 pontos e atingiu 43%. Já o petista Fernando Pimentel teve leve alta, de 18% para 19%, mas ainda distante do segundo. A eleição de Pimentel está cada vez mais difícil, desenhando um quadro que pode dar tripla vitória para Aécio: sua própria eleição, o governo estadual e a eleição de Itamar. 

Em verdade, a coligação formada em Minas favorecia o Dilmasia, não a eleição estadual. O PT tinha os dois melhores candidatos para interromper o ciclo tucano no Estado (Patrus e Pimentel), mas como não houve entendimento, a eleição caiu no colo do PMDB de Hélio Costa. O problema é seu alto índice de rejeição, além da grande volatilidade verificada nas suas intenções de voto. 

Considerando a aliança PMDB-PT, como ocorreu, o melhor candidato ao Senado era o vice-presidente José de Alencar (PRB), atualmente o político mais popular de Minas depois de Lula e Aécio Neves. Com Alencar na disputa, dificilmente Itamar encararia o pleito, e mesmo que fosse candidato, dificilmente seria eleito. Assim, o futuro governo Dilma, caso seja confirmado nas urnas, teria um senador de oposição a menos. 

A presença de Alencar na chapa reforçaria enormemente a campanha da dupla Hélio-Patrus. Pimentel, por outro lado, puxaria votos para a Câmara Federal, ajudando a eleger uma grande bancada do PT e aliados (em Pernambuco, o popularíssimo ex-prefeito de Recife, João Paulo, desempenhará o papel de puxador de votos para o PT). 

Resta saber se o vice-presidente aceitaria a incumbência de candidatar ao Senado ou simplesmente foi alijado do processo eleitoral mineiro em virtude das ambições políticas de Pimentel. Pelo trator imposto ao PT mineiro pelo grupo de Pimentel, a segunda opção é mais provável. Sobrou voluntarismo e faltou cálculo político.
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Alencar aceita ser vice de Patrus em Minas

Na solenidade ocorrida no PT mineiro de homenagem do vice-presidente José Alencar (PRB) como “militante honorário” da legenda, o vice manifestou simpatia em ter como parceiro de palanque o ministro Patrus Ananias (PT). Alencar declarou que “ao lado de Patrus, como seu vice, eu toparia qualquer coisa”. Antes disso, o próprio Patrus teria dito: “Por onde você for, mestre, quero ser seu par”.

Uma chapa Patrus-Alencar, com Hélio Costa (PMDB) para o Senado, seria o melhor palanque para a candidata Dilma em Minas Gerais. O grupo ligado ao ex-prefeito Fernando Pimentel não ficará satisfeita, mas suas atitudes não desagradaram apenas parte substancial do PT, mas também a maioria dos aliados do governo federal no Estado. É preciso unificar a base, e a dupla Patrus-Alencar, ou vice-versa, é que mais agrega e unifica o palanque de Dilma em Minas.

É fato que o PMDB gostaria de ocupar a cabeça de chapa, com Hélio Costa, mas é Patrus e Alencar os postulantes que mais agregam. Candidatura não pode ser apenas vontade pessoal, mas capacidade de somar alianças com diversos setores da sociedade e amplo leque de partidos. É nisso que Pimentel e Hélio Costa esbarram. É importante que o candidato seja escolhido, pois a candidatura do Partido da Liberdade, ou seja, de Aécio Neves (PSDB), o vice Antônio Anastasia (PSDB), já está na rua.

Ressalte-se, ainda, o potencial de crescimento da candidatura de Patrus Ananias. Por ser o ministro responsável pelo programa de maior sucesso do governo Lula, o Bolsa Família, Patrus apresenta uma candidatura com elevada capacidade de crescimento. Em pesquisa recente, quando associado ao Bolsa Família, Patrus obtém crescimento de 136% nas intenções de voto. Tendo como vice uma figura da grandeza de José Alencar (PRB), além do apoio do PMDB, essa candidatura tem força para representar em Minas um projeto de mudança.
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Patrus e Pimentel rejeitam chapa em MG sem o PT na cabeça

2010: Adversários internos no PT, ambos refutam negociações com Hélio Costa, do PMDB
Do Valor Econômico, de 16/06/2009.
Pré-candidatos a governador de Minas Gerais pelo PT, o ministro do Desenvolvimento Social, Patrus Ananias, e o ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel adotaram o mesmo discurso ao defenderem a candidatura própria do partido em Minas Gerais. A alternativa a um nome próprio é o apoio ao candidato virtual do PMDB, o ministro das Comunicações, Hélio Costa.
“Sou um ator político, um militante, não um analista do cenário. Me dedico a fazer as coisas acontecerem. Estou empenhado em viabilizar a minha candidatura dentro do PT. A primeira etapa é garantir a unidade dentro do PT, depois dentro do campo das forças progressistas e depois dentro de um universo de uma aliança mais ampla”, afirmou Patrus Ananias, ao ser indagado sobre uma aliança com PMDB, durante evento promovido pela empreiteira Odebrecht e pela siderúrgica Vallourec & Sumitomo em Jeceaba, cidade a 120 km de Belo Horizonte.
“Há os que querem uma aliança a qualquer custo. Eu digo que a discussão da aliança deve ser feita a seu devido tempo”, disse Fernando Pimentel, em entrevista por telefone. Pimentel negou que haja pressão da direção nacional do partido para que o PT coloque em segundo plano as eleições para os governos estaduais, em detrimento da candidatura presidencial da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, e da eleição para o Senado. “Tudo o que existe é uma determinação para que a discussão das candidaturas estaduais seja feita após a escolha da nova direção do PT. Apenas isso”, afirmou.
Em recente reunião do diretório nacional, o PT mandou suspender todos os processos de escolha interna de candidatos a governador que estavam em curso neste ano. A decisão afetou com mais força Minas Gerais e o Rio Grande do Sul, onde há disputa pela vaga.
Primeiro colocado nas pesquisas de intenção de voto, o ministro das Comunicações já fez afirmações públicas de que só deverá ser candidato a governador em um contexto de aliança ampla, mas não é categórico em dizer que a coligação será com o PT. Mantém o diálogo com o governador mineiro Aécio Neves (PSDB), de cuja candidatura presidencial duvida, e com a ala do PT defensora da candidatura de Patrus Ananias.
Isto tem feito com que Patrus avance posições dentro do próprio PT nacional. Bastante próximo a Pimentel, o ex-ministro e ex-presidente nacional do partido, José Dirceu, encontrou-se com Patrus na posse do novo presidente salvadorenho, Mauricio Funes, em San Salvador. Ficaram de ter um novo encontro em breve. “Ele percebeu que o entendimento do PT com o PMDB em Minas está muito mais próximo do que se imagina”, disse o ministro. Pimentel têm procurado diminuir a distância com o PMDB, conversando com deputados estaduais do partido. Também deve encontrar-se com Dirceu, dentro de alguns dias, em Belo Horizonte ou São Paulo.
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Patrus, PT e plano B

Em face das incertezas de 2010, mais um blog de política apresenta Patrus como plano B do PT.
Apesar de todos do governo afirmarem e reafirmarem a ministra Dilma Rousseff como candidata do Partido dos Trabalhadores ao Palácio do Planalto, e que sua saúde, apesar do câncer, está intacta e pronta para a disputa eleitoral, o PT já dá sinais de possuir sim um Plano B.
Nítida expressão desse plano é a propaganda televisiva, onde aparecem nessa ordem, as seguintes personalidades: o ministro da fazenda, Guido Mantega; o ministro de Desenvolvimento Social, Patrus Ananias; e a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff. Muito inteligente, mas, não surpreendente, vindo de um partido que tem o Presidente da República, e assim, não se negligenciaria em não ter um bom estrategista e marqueteiro.
Apresentar Guido Mantega na abertura do programa reafirma a capacidade do PT de gerenciar a economia, alcançando bons resultados e afastando de uma vez por todas a idéia que antecedeu o primeiro mandato de Lula, de que o Partido dos Trabalhadores daria o calote nos fundos financeiros internacionais.
Logo após Mantega, aparece Patrus Ananias, uma cartada certeira, que também tem o seu propósito: aparecer logo depois do conforto de que a economia está fortalecida, ressalta que as Políticas Sociais do Governo Lula, comandadas pelo Ministro, podem coexistir num cenário econômico de responsabilidade, demonstrando que, melhorar a divisão de renda no país e dar atenção aos mais necessitados, não compromete a estabilidade do sistema financeiro, muito pelo contrário, injeta moeda no mercado, revigorando-o. Estar no meio, também significa que as Políticas Sociais é o cerne, o centro das atenções do Governo Petista. Dilma Rousseff aparece em terceiro lugar, e retorna ao final da propaganda, visto que, ainda é o Plano A do Presidente Lula.
Porém não foi desproposital Patrus ser incluído nessa propaganda, vejamos: o Ministro comanda a Pasta (ministério) carro chefe das administrações petista, as Políticas Sociais, é a pasta que chega a mesa do cidadão faminto, que coloca a criança na escola. E que garante segundo eles, um mínimo de dignidade à família. Além disso, Patrus já foi prefeito da cidade de Belo Horizonte, cidade estratégica para anular o poderio do Governador Aécio Neves. No mesmo sentido, Patrus, é entre as possibilidades dos petistas, aquele que já tem uma densidade eleitoral bastante considerável, visto sua votação em Minas, e, a reboque, encarna a figura do militante histórico, capaz de agregar os intelectuais, mas também, aqueles que saem às ruas, inflamados de emoção e com muito orgulho, exibem a estrela petista no lado esquerdo do peito. É importante lembrar que, caso o candidato seja Patrus, o grande imbróglio em Minas fica resolvido, visto que o caminho ficará aberto para Fernando Pimentel se candidatar ao Palácio da Liberdade. Nesse cenário, estariam no mesmo palanque, em Minas Gerais, Patrus e Pimentel, única aliança capaz de fazer frente a força do Governador Aécio Neves.
Portanto, a aparição de Patrus Ananias em Rede Nacional, ao lado do Ministro da Fazenda e da guerreira Dilma Rousseff, o credencia como o Plano “B” dos petistas. Caso a ministra não apresente condições de disputar o pleito em 2010, não tenham dúvidas que Lula lançará seu coordenador do Bolsa Família para a disputa, e a militância petista mineira, tamanha a identificação que tem com Ministro, fará campanha dia e noite, na certeza de que um Verdadeiro Petista dará continuidade ao “Governo do Povo”.
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Ministro culpa Pimentel por eventual racha entre PT e PMDB

Segundo Hélio Costa, se petistas ligados ao ex-prefeito de BH rejeitarem coligação, peemedebistas farão aliança com PSDB

Ezequiel Fagundes, do Jornal O Tempo

O ministro das Comunicações, Hélio Costa (PMDB), elevou o tom das críticas contra o ex-prefeito de Belo Horizonte, o petista Fernando Pimentel, que recentemente condenou a antecipação do debate eleitoral e a aproximação entre PMDB e o PT para a formação de chapa visando o governo de Minas. Costa lembrou que o PMDB é o maior partido do país e transferiu toda a responsabilidade para Pimentel caso não consiga costurar uma aliança com o PT para o Palácio da Liberdade.

Segundo Costa, se parte do PT ligada a Pimentel não quiser fazer aliança com o PMDB mineiro, como defende o ministro de Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Patrus Ananias, e o ministro da Secretaria Geral da Presidência, Luiz Dulci, os peemedebistas vão marchar juntos com o PSDB.

"Se o ex-prefeito Fernando Pimentel não entende que esse é o momento para viabilizar alianças que fique na sua responsabilidade a possibilidade de o PMDB fazer uma aliança com outros partidos. O PMDB hoje está numa posição muito especial. Temos uma ótima relação com o PT? Sim. Mas o PMDB também tem uma ótima relação com o governador Aécio Neves e nada nos impediria de fazer uma aliança com o grupo do governador", avisou o cacique peemedebista.

Costa voltou a dizer que está conversando frequentemente com os ministros Patrus Ananias e Luiz Dulci sobre formação de chapas para o governo estadual. Nos bastidores, especula-se que Costa pode abrir mão de sua candidatura ao governo para compor com Patrus. Segundo ele, os entendimentos estão sendo feitos com o aval da direção estadual e nacional do PT, com a chancela do vice-presidente da República, José Alencar (PRB).

"A gente tem sempre que colocar em primeiro lugar os interesses do Estado de Minas Gerais. Por isso que digo que eu não seria uma dificuldade, um empecilho, para fazer uma aliança visando defender os interesses nacionais e estaduais. Essa é também a opinião dos ministros Patrus e Luiz Dulci", afirmou.

Ao contrário do que pensa Pimentel, Costa disse que é o momento adequado para discutir alianças partidárias. "Nós entendemos que é absolutamente importante que se comece trabalhar imediatamente uma grande aliança, pensando sempre nas candidaturas para presidente e ao governo. Agora os projetos pessoais, as vezes, atrapalham os planos nacional e estadual", argumentou.

Comentário do blogueiro: Primeiro, o ex-prefeito Fernando Pimentel ao lado do deputado Virgílio Guimarães, entre outros, provocaram um racha inédito no PT mineiro. Como se sabe, a melhor forma de derrotar um partido é acirrar a divisão interna. Depois, eles buscam provocar divisão na base de apoio do governo Lula no Estado. A lambança em Belo Horizonte tinha desdobramentos nacionais tímidos, a maior importância era local mesmo. Todavia, se os petistas ligados a Pimentel provocarem outra lambança na costura de alianças para 2010 em Minas, os desdobramentos nacionais serão bem mais significativos. O PMDB mineiro tem uma situação confortável. Pode construir com Patrus um forte candidatura ao governo estadual. Ou pode simplesmente ir para os braços de Aécio, contribuindo inclusive para uma provável candidatura de José Serra. Perde o PT em Minas, e perde a candidatura Dilma também. Minas é decisivo para a candidata do PT. Caso o partido faça opção para o projeto personalista de Pimentel, depois não poderá ficar lamentando eventuais consequências da escolha. 

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Acordo entre Patrus e Hélio Costa unificaria a base do governo Lula em Minas Gerais

Os ministros Patrus Ananias e Hélio Costa dão passos em direção a um acordo que unificaria boa parte da base de sustentação do governo Lula no Estado. Além dos maiores partidos, PT e PMDB, o acordo contaria com o apoio do PC do B, de Jô Morais, e do vice-presidente José Alencar, do PRB. O ministro Patrus mostrou disposição de procurar outras legendas como o PDT, o PSB e o PV. Também não está descartada a participação do PTB e outras legendas. Dificilmente conseguirá reunir todas as legendas, principalmente porque algumas têm maior proximidade com o governo Aécio. Todavia, boa parcela da base do governo Lula poderá estar presente no mesmo palanque do Estado, o que reforça a candidatura para o governo estadual, assim como da ministra-chefe da Casa Civil Dilma Rousself à presidência.

No PT, uma ala do partido continua a apostar no divisionismo como estratégia de obter a hegemonia dentro do partido. Os aliados do ex-prefeito Fernando Pimentel trabalham para afastar o PT do PMDB, do PC do B e do PRB, o que reforçaria a divisão da base do governo Lula em Minas. Tal estratégia pode até viabilizar a candidatura de Pimentel ao governo do Estado, mas representa elevado risco político na estratégia do partido em Minas, incluindo o sucesso da provável candidatura de Dilma dentro do Estado. Além disso, fortalece o campo adversário, do atual governador Aécio Neves. Apesar de não ter candidato forte ao governo do Estado, Aécio certamente se beneficiária de uma eventual divisão no campo lulista.

O PT em Minas precisa tomar juízo, deixando de ser mero instrumento de projetos pessoais. Sendo assim, é urgente a construção de uma candidatura unificadora, dotada de representatividade entre os mais diversos segmentos políticos do Estado. Isso é importante não só para ganhar as eleições, mas também para construir um processo de mudança que represente avanços no campo do desenvolvimento econômico, social e ambiental. É aproveitar os avanços de gestão do governo Aécio para seguir em frente ao novo olhar, com prioridade social e ambiental, mas ao mesmo tempo aproveitando as vocações de cada região do Estado para acelerar o desenvolvimento.
O post anterior traz uma reportagem do Estado de Minas sobre o possível acordo entre os ministros do governo Lula.

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Ministros costuram acordo para eleições em Minas

Pré-candidatos ao governo do estado, Patrus Ananias e Hélio Costa defendem unidade entre PT e PMDB, apostando também no entendimento nacional entre as duas legendas

Do Estado de Minas

O ministro das Comunicações, Hélio Costa (PMDB), e o ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Patrus Ananias (PT), afinam o discurso da sucessão ao Palácio da Liberdade. Ambos potenciais pré-candidatos, encetam um namoro entre as legendas, estremecido nas eleições municipais do ano passado, quando PT e PSDB se aliaram em torno da aliança que elegeu o socialista Márcio Lacerda prefeito de Belo Horizonte. Dos dois lados há acenos que apontam para conversas políticas que têm o aval do ministro da Secretaria Geral da Presidência, Luiz Dulci, e do vice-presidente da República, José Alencar Gomes da Silva, além do PCdoB, da deputada federal Jô Moraes. 


“Temos mantido permanente contato”, disse Hélio Costa ao Estado de Minas, ao repercutir as declarações de Patrus Ananias em defesa da unidade entre as legendas no estado. Em Mariana, na Região Central do estado, onde discursou durante a romaria dos trabalhadores, movimentos sociais e da Igreja Católica para comemorar o Dia do Trabalho, Patrus afirmou: “Tenho uma excelente relação com o ministro. Fazemos parte do mesmo governo e estamos conversando sobre a perspectiva de construir uma unidade em Minas”. 

Hélio Costa prosseguiu a sequência de afagos: “Acho que tanto da parte do ministro Patrus quanto da minha, há posicionamento claro de que o PT e o PMDB têm construída uma relação. É preciso aprimorá-la com as campanhas majoritárias para o governo de Minas e para o Senado. Não temos a menor dificuldade de fazer qualquer tratativa com o ministro Patrus”. 

Hélio Costa disse ainda que antes de nomes, ele e Patrus vão discutir um projeto político em defesa dos interesses de Minas. “Estamos conversando sobre um projeto para o estado, sem preocupações pessoais”, afirmou Hélio Costa, sem detalhar os termos da composição. Mesmo considerando a política mineira, de certa forma, “independente” em relação aos acordos nacionais, Hélio Costa sugeriu que o acerto local entre as legendas poderá ser ajudado pela composição nacional. “O PMDB é um aliado confiável do governo Lula. Esperamos caminhar juntos. No plano nacional, diria que nunca esteve tão bem o relacionamento entre PT e PMDB e tão próxima uma aliança”, afirmou Hélio Costa. 

Assim como Hélio Costa, Patrus evitou detalhar as condições de uma aliança entre as duas legendas. Ele também não comentou como se articularia essa aproximação entre o PT e o PMDB com os interesses de Fernando Pimentel, ex-prefeito de Belo Horizonte, que também é pré-candidato ao governo de Minas e, inclusive, já percorre o estado em campanha. “Essa pergunta deve ser feita a ele”, desconversou Patrus. 

Ele afirmou ainda ter dado início à caminhada para a indicação de sua candidatura pelo PT e assinalou estar empenhado em unir no estado as forças que apoiam o presidente Lula. “Queremos essa união para que possamos fazer em Minas, sobretudo no campo social, o que estamos fazendo no governo Lula. Nesse sentido, o PMDB é um partido importante”, afirmou. Patrus pregou a responsabilidade do PT de apresentar um projeto alternativo de desenvolvimento econômico, social e ambiental para o estado, a partir das características de cada região mineira. 

A movimentação e as declarações dos dois ministros são acompanhadas com interesse pela bancada estadual peemedebista. O vice-líder, Vanderlei Miranda (PMDB), diz trabalhar pela dobradinha entre petistas e peemedebistas. “Nosso partido é a principal base de sustentação do governo Lula. Queremos os dois juntos no plano federal e aqui no estado”. Opinião semelhante manifesta o deputado estadual Sávio Souza Cruz (PMDB): “Temos candidatura própria ao Palácio da Liberdade. Hélio Costa é nosso candidato. Mas a relação política com Patrus Ananias é excelente. Desejamos essa aproximação, a unidade com o PT de Patrus, o verdadeiro PT”, disse. 

"Tenho uma excelente relação com o ministro Hélio Costa. Fazemos parte do mesmo governo e estamos conversando sobre a perspectiva de construirmos uma unidade em Minas" 

Patrus Ananias (PT), ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome 

"Há um posicionamento claro de que o PT e o PMDB têm construída uma relação. Estamos conversando sobre um projeto para o estado, sem preocupações pessoais" 

Hélio Costa, ministro da Comunicações

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O Avanço de Patrus Ananias

Do Sítio do Novo Jornal
Por Geraldo Elísio, 29/04/2009
“Em política não se deve aproximar com tanta afoiteza para não parecer ofensa e nem se afastar com tanta pressa que possa parecer fuga”. – Antigo ditado mineiro atribuído aos ex-pessedistas.
Uma segura fonte petista assegurou a este repórter que todo o campo está sendo aplainado para que possa vir a ser viabilizada a candidatura de Patrus Ananias ao governo do Estado de Minas Gerais.
A mesma fonte, respeitada no meio partidário, acrescenta que o ministro das Comunicações poderá também aceitar ser vice, o que facilitará a vida de Patrus, criando uma situação delicada para o Palácio da Liberdade em termos de sucessão do governador Aécio Neves.
Esta fonte analisa que os recentes encontros entre Patrus e Hélio Costa “avançaram muito”, elogiando o desprendimento do ministro das Comunicações. Segundo ele, a imagem de Ananias desfruta de um “conceito raro em termos de honestidade, transparência e credibilidade política nos tempos modernos, com o foco voltado tanto para Belo Horizonte quanto para o interior do Estado. Em determinados setores da divisão territorial de Minas, a ajuda do ministro Hélio Costa será fundamental, consolidando a ampliação do leque”.
Outro que mereceu elogios foi o ex-prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel. Tal fonte garante que estão superados os episódios que envolveram a última eleição para prefeito de Belo Horizonte, tendo os fatos posteriores ao pleito contribuídos para a base do Partido dos Trabalhadores “despertar para a reorganização de seus princípios e união”.
Relativamente à figura de Patrus Ananias é relevado “o espírito calmo e cordato, porém sem perder a energia quando isto se torna necessário e a confiança que ele inspira, lastreada “numa experiência que resultou numa modificação histórica dos parâmetros de administração de Belo Horizonte. Eu diria, politicamente existem duas eras: antes e depois de Patrus. Com um detalhe importante: sem rotas de colisões com ninguém. Patrus tem um objetivo fixo de apresentar propostas de governo, não atacar eventuais adversários. E o povo tem demonstrado que é isto que ele quer. A população despreza querelas inúteis. “E busca saber de qual forma poderá se beneficiar ao escolher seus representantes”.
Quanto ao plano federal, ele diz que o nome de Dilma Rousseff “está posto em definitivo” e que é “muito ampla” a sintonia dela com Patrus Ananias, o que aumenta a expectativa de vantagem eleitoral petista tanto no ângulo nacional quanto estadual.
“Afinal, Minas é o segundo maior colégio eleitoral do País e, se o presidente Lula está sendo bem avaliado, por vias de consequência este é um forte apelo popular a que não temos o direito de colocar em risco. Em política não pode existir como verdade a máxima se eu quiser elejo um poste. Ninguém pode esquecer que tudo tem de ser tratado às claras e de maneira democrática com o povo”.
“Por isto não estamos preocupados com quem possa vir a ser o adversário. Estamos preocupados é com um moderno programa de governo. Preocupações adversárias são deles, não as nossas”.
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Patrus reforça candidatura ao governo de Minas

Hélio Costa analisa apoio à candidatura de Patrus Ananias ao governo; diretório do PCdoB confirma adesão ao petista
Do Sítio do Novo Jornal   
O diretório estadual do PCdoB anunciou apoio ao ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Patrus Ananias (PT), nas eleições de 2010 para o governo de Minas.     
Segundo a presidente da legenda, deputada federal Jô Moraes, o apoio a Patrus já estava sendo planejado porque o partido não terá candidatura própria e irá trabalhar no sentido de apoiar as siglas que estarão a favor da candidatura da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT).    
"Nós não vamos entrar na disputa pelo governo de Minas, portanto, já estamos iniciando as conversas com lideranças que apoiam projetos populares", afirmou.    
Patrus agradeceu. "Todo apoio é bem vindo neste momento. Nós sempre caminhamos juntos, temos um diálogo histórico, com compromissos comuns com os pobres, com os trabalhadores e com a justiça social", destacou.    
O PT de Minas está dividido desde a disputa pela Prefeitura de Belo Horizonte. Uma ala do partido, comandada pelo ex-prefeito Fernando Pimentel, fechou aliança com o PSDB para eleger o prefeito Marcio Lacerda (PSB) no ano passado. Na outra ponta, ficou o grupo de Patrus, contrário à dobradinha.     
O clima de animosidade interna continua. Tanto Patrus quanto Pimentel intensificaram os encontros com lideranças no interior do Estado.     
Com o apoio do PCdoB, o ministro larga em vantagem nas negociações eleitorais. Mesmo restando mais de um ano para as eleições, Patrus acredita que o apoio do PCdoB fortalece sua pré-candidatura, não só dentro do PT, mas também no Estado.    
O ministro espera ter também o apoio de outras legendas que formam a base do governo Lula. “Sem dúvida. Estou conversando dentro do PT. A minha candidatura está colocada. E estamos conversando com nossos interlocutores históricos como o PCdoB, o PDT e o PMDB. Vou procurar também o PSB na perspectiva de fazermos uma grande aliança, que nos possibilite que ganhemos o governo de Minas e façamos no Estado o que o presidente Lula fez no Brasil”, afirmou.
Hélio Costa
O ministro das Comunicações, Hélio Costa (PMDB), voltou a admitir que poderá abrir mão de sua pré-candidatura ao governo do Estado para intensificar as negociações com o ministro Patrus Ananias.    
Informações extra-oficiais dão conta de que Costa aceitaria compor apenas com o ministro petista - e não com o adversário de Patrus dentro do PT, o ex-prefeito Fernando Pimentel.    O próprio peemedebista disse que tem mantido conversas constantes com Patrus e com o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Luiz Dulci (PT), na construção de um projeto para 2010. 
"Tenho pensado seriamente no meu futuro. O compromisso que assumi com o povo mineiro eu já cumpri. Gostaria muito de continuar trabalhando de alguma forma em benefício do meu Estado. Mas não tenho essa ansiedade que outras pessoas têm", disse.    
Costa negou que estivesse desmotivado na disputa e afirmou que "lá na frente", se o PMD conseguir construir uma candidatura, seria, sim, o candidato.     
"Eu e meu partido não somos empecilho, não somos obstáculo a qualquer composição ou negociação. Estamos muito confiantes de que já cumprimos a missão que temos. O PMDB nunca esteve tão bem em Minas Gerais, tão pacificado. Mas isso não quer dizer que temos que ter, obrigatoriamente, candidato", argumentou.    
Questionado sobre seu afastamento do ex-prefeito Fernando Pimentel, Costa reconheceu que o relacionamento entre os dois ficou estremecido depois que o PMDB foi excluído das negociações para a disputa pela prefeitura da capital, em 2008.    
Ao mesmo tempo, o ministro contou que foi procurado pelo petista e que o episódio foi superado e "está no passado". 
Retrospecto
Contrário à aliança com o PMDB, Pimentel lembrou os problemas enfrentados pelo PT nas últimas eleições para o governo de Minas, quando fechou uma ampla aliança partidária com a participação de adversários históricos, como a ala do PMDB comandada pelo ex-governador Newton Cardoso. 
"O retrospecto das nossas alianças com o principal partido da base aliada do presidente Lula em Minas é muito ruim. Nós disputamos duas eleições estaduais aliados ao PMDB e o resultado foi ruim", declarou o ex-prefeito de BH, praticamente descartando a aproximação com os peemedebistas. 
Pimentel lembrou que, seja qual for o candidato petista escolhido, o grande desafio será enfrentar um governo com altos índices de popularidade.    
Comentário do blogueiro: 
Fica cada vez mais claro que o único candidato com condições de unir a base do governo Lula em Minas Gerais é Patrus Ananias. A união é importante para conquistar o governo de Minas como também para o projeto político de eleger Dilma presidenta. É até engraçado o Pimentel queixar-se de aliança com o PMDB.     
É fato que em 2006 foi um equívoco aliar-se ao PMDB do Newtão. O PT tinha todas as condições de eleger um senador pelo partido, e preferiu uma aliança eleitoral que sacrificou sua bancada de deputados federais (o PMDB foi claramente beneficiado na coligação), abriu mão do candidato ao senado, e como contrapartida o partido carregou toda a rejeição do ex-governador Newton Cardoso. O PT naquele momento fez uma escolha errada ou equivocada. Pimentel, Nilmário Miranda e diversos outros petistas apoiaram a aliança.  Aliás, é a turma do Pimentel.
Só que as circunstâncias políticas de 2010 são bem diferentes de 2006. Um equívoco não justifica o outro. Caso o PT alie-se com o PMDB no Estado, o fiador da aliança será Hélio Costa, ministro do governo Lula, e não Newton Cardoso, como ocorreu em 2006. Isso por si só faz toda diferença. Além disso, o PMDB nacional deve indicar o vice de Dilma. O próprio Hélio Costa é um dos cotados para o cargo.     
O que o Pimentel deseja é isolar o PT no Estado. Como não terá apoio do grupo de Aécio, que já tem seu candidato, o vice Anastásia, Pimentel busca distanciar o PT dos partidos que não apóiam sua candidatura, mas têm simpatia pela candidatura de Patrus. A estratégia divisionista de Pimentel tem tudo para causar mais estragos no PT mineiro. O PT nacional deve ficar de olho nas articulações de Pimentel. O menino travesso pode naufragar de vez o PT no Estado. 

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Recadastramento de filiação do PT de BH

Em com a política, do jornalista Baptista Chagas de Almeida
Os adversários do ex-prefeito Fernando Pimentel vão tentar anular no Diretório Nacional todas as filiações feitas em 2008, inclusive dos que procuraram à sede do partido na capital mineira para se recadastrar. Entre os poucos que apareceram, alguns foram transportados em carros colocados pelo partido à disposição dos supostos filiados. A anulação dessas filiações pode ser um golpe fatal no grupo liderado pelo ex-prefeito. Além da desmoralização, vai haver queda no colégio eleitoral pró Pimentel. A briga na direção nacional promete.
Comentário: O Diretório Nacional precisa acabar com a farra de filiações em massa de BH, visando construir maioria para o grupo de Pimentel. Do jeito que a coisa ficou, pode ter ocorrido do grupo de Pimentel ter agarriado votos para sua aliança em BH com gente que pensava que estavam lá para receber moradia ou outros programas sociais. O certo é que boa parte dos filiados de 2008 nem sabiam que eram filiados no partido. É uma gente simples que somente buscava melhoria para as condições de vida de sua família e da comunidade em que vivem. Fica a indagação de como foi a participação desse pessoal na vitoriosa tese de aliança com o PSDB do ex-prefeito Pimentel. A cada dia, a cada descoberta, torna-se mais difícil compreender tudo que há de podre na maneira que Pimentel e seus aliados construíram a maioria no Diretório Municipal do PT em Belo Horizonte. O Diretório Nacional do PT tem que dar basta a essa malandragem. E anular de vez todas as filiações realizadas naquela época.
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O Rei do Axé: Traidor e Suspeito de Corrupção

A estrela do ex-prefeito Pimentel, o deputado federal Miguel Correa Jr. (PT-MG) ou simplemente Miguelzinho, não é apenas traidor, como já sabemos, mas também é suspeito de desvio de verba pública destinada ao turismo. Aliás, é este deputado um dos responsáveis por fraude em filiação em massa no partido em Belo Horizonte. A tropa de choque de Pimentel no mar de lama. Acorda PT. É a hora de Patrus governador. Veja a reportagem.
Do Portal da Revista Isto É
Nos próximos dias, a Comissão de Ética do PT analisará o pedido de expulsão do deputado federal Miguel Correa Jr. (MG), 30 anos. No ano passado, uma denúncia de suposto envolvimento do parlamentar com desvio de verbas bateu às portas do Ministério Público Federal (MPF). Os procuradores receberam a informação de que Miguelzinho, como é conhecido em Minas Gerais, estaria por trás de uma triangulação no envio de dinheiro público para empresas privadas. 
Nos documentos encaminhados ao MPF constam que, em 16 de maio do ano passado, o petista conseguiu no Ministério do Turismo R$ 400 mil para uma festa de axé, por meio de emenda parlamentar. A derrama do dinheiro público aconteceu nos cofres do Instituto de Desenvolvimento e Cidadania (IMDC) que fez o depósito na conta bancária da DM Produções de Eventos, empresa de Leonardo Dias, um dos amigos mais próximos do deputado. "Assim como o governo apoia a Fórmula 1 e o Carnaval do Rio, imaginei que não haveria problema em destinar o dinheiro à festa em Belo Horizonte, já que temos pouca opção de lazer", justifica Miguelzinho. 
"É tudo normal. É investimento em turismo, mas não farei mais isso." Procurado por ISTOÉ, o IMDC - registrado como um instituto sem fins lucrativos - admitiu que, de fato, recebeu o dinheiro e o repassou à organização do evento. "Era um projeto social", explica Deivison Oliveira Vidal, coordenador da ONG. "Gastamos o dinheiro na entrada de 15 mil jovens carentes no show", diz. Segundo consta no Siafi, sistema de informações das contas do governo federal, em 2007 o deputado vivia uma fase roqueira. 
De acordo com o próprio Vidal, Miguelzinho intermediou a liberação de R$ 300 mil para o instituto. A balada da vez foi o Pop Rock Brasil. A ong conseguiu também R$ 5.900.400, com o mesmo Ministério para pesquisas de opinião. Detalhe: o acordo foi publicado no Diário Oficial no dia 24 de dezembro e a primeira parcela da verba foi liberada no dia 30 de dezembro. 
O IMDC obteve ainda outros R$ 6.105.640, do Ministério de Desenvolvimento Social, em 2007, repassados pelo governo de Minas Gerais, para a construção de 4.270 cisternas, no Vale do Jequitinhonha. Sem licitação. A justificativa era de que o povo estava morrendo de sede. "Era uma questão de urgência", afirma Vidal. Porém, até hoje nem metade das cisternas foi entregue. 
Apesar desses fatos, o processo de expulsão de Miguelzinho é com base em um problema que não envolve dinheiro: infidelidade partidária. Pesa contra o deputado seu apoio a candidatos do PSDB e do DEM na eleição municipal em Belo Horizonte. Ele foi o braço direito do ex-prefeito Fernando Pimentel na defesa da aliança do PT com o PSDB do governador Aécio Neves. 
Miguelzinho entrou em rota de colisão com pesos pesados do partido, como os ministros Luiz Dulci (secretário- geral da Presidência da República) e Patrus Ananias (Desenvolvimento Social). "Se me expulsarem, terão que tirar mais nove deputados", defende-se. Na disputa petista de 2010, ele trabalha contra a candidatura de Patrus à sucessão estadual e a favor de Pimentel - candidato do ex-ministro José Dirceu. Aliás, que considera Miguelzinho um dos jovens políticos mais promissores de Minas Gerais.

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Disputa entre Pimentel e Patrus expõe fratura em palanque de Dilma em MG

César Felício, de Belo Horizonte
08/04/2009
Protagonistas da mais acirrada luta interna do PT para definir os candidatos majoritários em 2010, o ministro do Desenvolvimento Social, Patrus Ananias, e o ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel começam a se preparar para a possibilidade de decidirem a candidatura a governador por meio de prévias. Diminui, de um lado e de outro, a possibilidade de êxito nas estratégias para impedir a disputa pelo voto dos filiados.
Entre os aliados de Pimentel, ainda há a convicção que um bom resultado dos apoiadores do ex-prefeito na escolha das direções municipais e da direção estadual no processo de eleição direta dos dirigentes petistas (PED), no fim deste ano, pode fazer com que o ministro desista da pré-candidatura. Mas a ala que apoia Patrus Ananias articula composições internas nos municípios para impedir que o resultado do PED seja um mapeamento sobre qual dos dois lados têm o domínio do partido.
Os aliados de Patrus contam com interferências externas para debilitar Pimentel: apostam que podem conseguir a preferência do PMDB, do PCdoB e do vice-presidente José Alencar (PRB) para a montagem de um palanque mais amplo do que o que poderia ser o de Pimentel. E lembram do melhor trânsito do ministro no meio sindical e nos movimentos sociais, em grande parte ação de um aliado em Brasília, o secretário-geral da Presidência, ministro Luiz Dulci. Mas o ex-prefeito acredita que o pragmatismo irá prevalecer: os partidos da base aliada de Lula tenderiam a se alinhar com o candidato mais bem colocado nas pesquisas de intenção de voto. No último levantamento publicado pelo instituto Datafolha, Pimentel oscilou entre 24% e 25%, conforme a lista de candidatos. Patrus patinou entre 11% e 13%.
Na disputa pelas preferências dos filiados, o primeiro obstáculo que Pimentel terá que superar é a ofensiva dos aliados de Patrus para reduzir a base de votantes em Belo Horizonte, onde a hegemonia do ex-prefeito é completa. Termina no dia 17 de abril o prazo para a revalidação ou não de 6 mil filiações feitas em 2008, tendo como principal região eleitoral o bairro de Venda Nova, na zona norte da capital. De acordo com a Justiça Eleitoral, a capital mineira concentrava 16 mil dos 139 mil filiados ao PT no Estado em fevereiro deste ano, mas tanto aliados de Pimentel quanto de Patrus estimam que o total de aptos a votar no processo interno em Belo Horizonte, incluindo as filiações contestadas, chegue a, no máximo, 13 mil.
O grupo que apoia Patrus conseguiu questionar estas filiações em uma reunião do diretório estadual da sigla em 2 de dezembro, sob o argumento de que foram feitas em massa. Caso as 6 mil inscrições fossem anuladas, seria um golpe decisivo no ex-prefeito: elas correspondem a quase 40% do colégio eleitoral da cidade. Os aliados de Pimentel recorreram ao diretório nacional, que concedeu um prazo para que as filiações questionadas fossem recadastradas pela direção nacional. Até 31 de março, foram feitos 90 recadastramentos.
"A opinião de muitos é que o processo de crescimento do partido em Belo Horizonte no ano passado seguiu um padrão diferente do que o de anos anteriores, que estava amparado na articulação do partido com movimentos sociais e comunitários", disse o deputado estadual André Quintão (PT), que foi aluno de Patrus na universidade, coordenador de sua campanha para prefeito de Belo Horizonte em 1992, chefe de gabinete do atual ministro na prefeitura e seu secretário municipal de Desenvolvimento Social.
Com cerca de 200 mil eleitores, Venda Nova é um dos maiores e mais pobres bairros de Belo Horizonte e o PT na região é comandado pelo deputado federal Miguel Corrêa Júnior. Ex-líder estudantil, Corrêa montou entidades assistenciais na região e ingressou na política filiado ao PPS. Chegou ao partido trazido por Fernando Pimentel. Para Corrêa Júnior, "a revalidação está sendo feita porque alguns setores do partido ficaram em minoria nas instâncias partidárias". O parlamentar afirma que articulou as milhares de filiações por orientação de uma campanha promovida pela direção nacional da sigla. E diz que não está sozinho nesta prática. "Em Betim, são 4 mil filiados. Cerca de 1,2 mil entraram no ano passado. Lá não é nossa base e estas filiações não estão sendo contestadas", disse. Segundo a Justiça Eleitoral, em Betim o PT está com 2.937 filiados.
Em caso de prévias, Patrus Ananias conta com um eleitorado pulverizado em pequenos e médios municípios, muitos dentro dos bolsões de pobreza que foram beneficiados pelas políticas assistenciais coordenadas por ele no governo federal, como o programa Bolsa Família.
Com o apoio da esquerda petista, Patrus deve ter o apoio do prefeito de Coronel Fabriciano, Francisco Simões (1,5 mil filiados, segundo o TSE). Sua base ainda deve estender-se por Betim, Teófilo Otoni , da prefeita Maria José Haueisen (809 filiados), Varginha, do prefeito Eduardo Carvalho (579 filiados), Janaúba, administrada por José Benedito (354 inscritos), além de cidades onde o PT não governa como Montes Claros (700 filiados), Uberaba (1.009 inscritos), Uberlândia (3,7 mil militantes) e Juiz de Fora (1,5 mil integrantes), entre as mais importantes.
Já Pimentel está mais presente nos grandes centros. Deve ter, além de Belo Horizonte, a hegemonia sobre o segundo maior colégio eleitoral petista em Minas, Ipatinga, onde a Justiça Eleitoral registrava em fevereiro 12,9 mil filiações. E disputa em situação de favoritismo em Governador Valadares (1,6 mil inscritos), Nova Lima (420 filiados) e Contagem (3,6 mil integrantes).
Depois das eleições municipais, Patrus reforçou a sua agenda de viagens dentro do Estado. Procura fazer encontros todos os sábados. Já esteve nas cidades de Betim, Luz, Montes Claros, Itaobim e Teófilo Otoni. Neste mês, irá a Ponte Nova, Caratinga, Governador Valadares, Coronel Fabriciano e cidades do sul e do Triângulo Mineiro.
Articulando sua candidatura a partir de um pequeno escritório no centro de Belo Horizonte, Pimentel gastou os últimos dias procurando aumentar seu espaço na direção nacional do PT, que tentou impedir no ano passado a aliança informal com o PSDB costurada por ele para apoiar o secretário estadual Márcio Lacerda, do PSB, que terminou eleito. No fim de março, encontrou-se na capital mineira com o ex-deputado e ex-presidente do PT, José Dirceu. E cultiva a antiga relação com a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, com quem militou na luta armada nos anos 60 no Comando de Libertação Nacional (Colina).
A virtual candidata do PT à Presidência, que é natural de Belo Horizonte, procura se manter longe da briga em seu Estado de origem. Em fevereiro, cancelou de última hora a sua participação em um evento organizado pelo PT mineiro em Venda Nova, o reduto dos pimentelistas recém-filiados à sigla. O encontro era boicotado pela ala do partido que defende a candidatura de Patrus e havia o receio de que se tornasse um instrumento a favor de Pimentel na disputa interna. No início de fevereiro, Pimentel concedera uma entrevista à revista "Veja" em que defendera a candidatura de Dilma à Presidência e criticara adversários internos petistas como vinculados a práticas políticas de esquerda ultrapassadas. A entrevista até hoje irrita os aliados do ministro do Desenvolvimento Social.
Neste mês, no dia 17, Dilma irá finalmente a Belo Horizonte, em um evento com perfil completamente diferente. A pré-candidata irá a um seminário organizado pela Fundação Perseu Abramo, órgão de estudos do partido, formalmente para debater a crise econômica global. Também farão parte da mesa Patrus Ananias e Fernando Pimentel. O primeiro, na condição de gestor da área social do governo. O segundo, por ser um dos poucos quadros dirigentes do partido com formação específica em economia. O evento será em um hotel no centro da cidade, que não é reduto de nenhum dos dois postulantes.
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Sucessão mineira: conjecturas

Uma boa análise das últimas pesquisas sobre a sucessão mineira.

Do Blog do Bruno
Fiquei de cabelos em pé ao tomar conhecimentos das pesquisas para o governo de Minas Gerais realizadas pelo Datafolha e pelo Vox Populi. Uai, não era para menos, elas indicam que Hélio Costa lidera com folga a disputa e, pior, venceria no primeiro turno em alguns cenários. Outro detalhe que serviu para me assustar: Fernando Pimentel tem mais intenções de voto do que o seu adversário interno, Patrus Ananias, o preferido do blog.
Passado o primeiro impacto, acalmei-me: muita água ainda passará por baixo da ponte. Afinal, falta um ano para o início da campanha. Mas, ainda assim, vamos analisar os números.

No cenário em que o candidato do PT é Patrus, Hélio Costa tem 55% de intenções de votos de acordo com o instituto Vox Populi e 41%, pelo Datafolha. Patrus tem 16% e 11%, respectivamente.
Na outra situação proposta, em que Pimentel é o candidato, a vantagem de Costa é menor: tem 47% das intenções de voto pelo Vox Populi e 37%, pelo Datafolha. Pimentel fica com, respectivamente, 28% e 24%.
O provável candidato pelo PSDB, o vice-governador Antonio Anastasia, tem ao redor de 5% de votos em todas as simulações.

Esses números, no entanto, não servem para muita coisa. Quem se lembra quem liderava as pesquisas para presidente da República em abril de 1993? Eu me lembro muito bem, era Lula. E, no entanto, nós sabemos qual foi o resultado das eleições de 94... Lembrei de outra: alguém aí se recorda de quem liderava todas as pesquisas de intenção de voto para o governo de Minas Gerais nesse mesmo abril de 1993? Sim, era ele mesmo, Hélio Costa. Abertas as urnas, em 1994, o atual ministro das Comunicações amargou a segunda colocação, sendo suplantado por Eduardo Azeredo. Como eu já disse, muita coisa ainda vai acontecer até a eleição de 2010. Por isso, Hélio Costa não me preocupa muito, pelo menos por enquanto.
O que mais me preocupa é a disputa interna no PT entre Patrus Ananias e Fernando Pimentel. Se esses números apresentados não nos permite projetar nada para 2010, eles são importantes para a definição dos candidatos. O grupo de Pimentel, com certeza, irá usá-los para convencer o partido de que ele deveria ser o candidato pelo PT, pois está mais bem posicionado nas pesquisas. A Patrus caberá contra-argumentar que a campanha ainda nem começou e que os números das pesquisas se devem ao "recall" (Pimentel acabou de deixar a prefeitura depois de fazer um governo muito bem-avaliado e que quase não enfrentou oposição) e que durante a campanha ele, Patrus, teria mais chances de crescer à medida que forem relembradas a sua revolucionária gestão frente a prefeitura de BH e sua destacada atuação no ministério "do bolsa-família". Enfim, esses números podem acirrar ainda mais a disputa dentro do PT. Administrar essa briga de modo que ela não deixe cicatrizes muito profundas e não impeça o partido de marchar unido vai ser uma tarefa para lá de delicada. Talvez só Lula seria capaz de apartar essa briga antes que ela termine em "derramamento de sangue".
Bom, definido o quadro dentro do PT, começa outra batalha: a eleição propriamente dita. O fantasma de uma vitória de Hélio Costa no primeiro turno me parece que não passa mesmo de um fantasma. Primeiro, a ampla vantagem de Costa se deve, em grande medida, ao fato dele ser o pré-candidato mais conhecido isso sem dúvida tem grande importância nessa fase da disputa). Segundo, as bases de apoio popular tanto de Pimentel quanto de Patrus, principalmente na capital, são muito mais sólidas que a do peemedebista. E por fim, as intenções de voto para Anastasia devem aumentar muito durante a campanha. Ele é muito pouco conhecido e à medida que, durante a campanha, ficar claro que ele é o candidato de Aécio e que ele é o principal mentor e executor do "choque de gestão" do governo estadual, sua candidatura deve ganhar robustez. Com isso, com três candidatos fortes, fica quase impossível que haja uma vitória em primeiro turno.
O crescimento da candidatura de Anastasia é inevitável, pelos motivos que expus acima, por isso deve-se ficar atento para impedir que um eventual racha no PT faça com que Patrus ou Pimentel fique fora do segundo turno. Isso seria uma tragédia (acho que só comparável à eleição de 1990, quando os mineiros tiveram que decidir entre Hélio Costa e Hélio Garcia. Felizmente eu ainda era criança e não tive que optar entre a cruz e a caldeira). Seria muito importante que, além de marchar unido, o PT reestabeleça a aliança de esquerda que ficou abalada nas últimas eleições municipais. Todo esforço é bem-vindo para garantir que o PCdoB de Jô Moraes, o PDT de Sérgio Miranda e o PSB de Marcio Lacerda esteja ao lado do PT. Não vai ser nada fácil costurar essa aliança, existem mágoas e projetos pessoais que a dificultam. Mas em 2010, mais do que nunca, ela é necessária.
Comentário: Este blog apóia Patrus Ananias para o governo de Minas. Claro, se Fernando Pimentel vencer a disputa interna no PT, o blogueiro estará do seu lado na disputa. Mas espero que o desfecho seja outro, com Patrus saindo para governador. O ideal seria uma dobradinha com o PMDB, porém como Hélio Costa aparece muito bem colocado nas pesquisas, isso fica cada vez mais distante. Dois postulantes da base do governo Lula (Hélio Costa e Patrus ou Pimentel), o que dará à candidatura de Dilma enorme fôlego no segundo colégio eleitoral do país.
Quem acompanha o blog sabe das divergências que tenho com relação à atuação de Pimentel na eleição de 2008. Mas o momento é unidade no PT, seja com Patrus ou Pimentel. Assim, a candidatura governista para o Planalto se fortalece, enquanto o PT pode chegar ao Palácio da Liberdade. Os verdadeiros adversários estão do outro lado do espectro político, unindo-se em torno do projeto direitista.
Tanto com Serra quanto Aécio, o projeto do PSDB é governar ao lado do DEM, do PPS e outras siglas da direita. Um retrocesso com relação aos avanços do governo Lula. A luta política de 2010 será dura, confrontando dois projetos políticos diferentes. Embora o PSDB empunhe o discurso pós-Lua, tentando vender para o eleitor a idéia de continuidade do governo Lula, de mais do mesmo, nós sabemos que isso é falso. O projeto deles é outro.
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Aécio estimula vice a concorrer ao governo de Minas em 2010

Do Estadão

Enquanto o governador de Minas, Aécio Neves, concentra seus esforços na disputa pela indicação como presidenciável do PSDB em 2010, seu vice, Antônio Augusto Anastasia, tem sido estimulado a assumir uma agenda mais robusta para ganhar visibilidade e se projetar como candidato na sucessão estadual. Filiado ao PSDB, mas com pouca experiência em eleições, Anastasia é o gerente responsável por coordenar o "choque de gestão" na administração. Homem de confiança do governador, o vice é também uma espécie de carta na manga de Aécio, cuja sucessão deve entrar na costura de seu projeto eleitoral ano que vem. 

"Estou totalmente vinculado às determinações e orientações do governador, não só sob o ponto de vista administrativo, mas também sob o ponto de vista da orientação política", afirma Anastasia. Ele se diz honrado, mas considera cedo para falar em candidatura. "Não vou dizer nem que sim, nem que não, porque é uma hipótese futura."

O PT mineiro - que tem dois postulantes a candidato, o ministro do Desenvolvimento Social, Patrus Ananias, e o ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel -, porém, já ensaia o discurso para se contrapor ao eventual candidato do governador. "O nome deles é o Anastasia", sentencia o presidente estadual, deputado Reginaldo Lopes. "Estamos construindo o nosso projeto. O PT não precisa ter pressa para definir o nome."

Reconhecido como eficiente técnico da gestão pública, o vice aos poucos vai se desvinculando da esfera burocrática e adentrando nos bastidores políticos, assumindo com crescente desenvoltura iniciativas como articulador. Intensificou o ritmo de palestras e cada vez mais representa o governo em viagens pelo interior, onde anuncia e inaugura obras e estreita o relacionamento com os políticos locais. 

"Apesar de técnico, ele tem demonstrado carisma político", diz o deputado Abi-Ackel, presidente do PSDB-MG. Ele prega "cautela" na definição do candidato e afirma que irá se dedicar a "uma consulta prévia às bases". 

Caso não consiga emplacar a candidatura à Presidência, Aécio deverá se desincompatibilizar para disputar o Senado. Ciente disso, Anastasia já se prepara para assumir o governo, provavelmente em abril de 2010. "Todos nós desejamos que o governador seja candidato a presidente. Mas se não for, será candidato ao Senado”.

Comentário do blogueiro:

Para entregar a prefeitura de BH para a turma de Aécio, Pimentel e seus aliados espalharam um conto da cachorinha: Aécio apoiaria Pimentel para o governo. Sempre soubemos que a estratégia de Pimentel buscava mesmo era expulsar os remanescentes de Patrus e Dulci em BH. A estratégia de Pimentel era calculada, e para conseguir a indicação para o governo de Minas, o PT abriria mão da PBH.

Ao lado de Virgílio Guimarães (outro que só traz problemas), Pimentel e aliados promoveram filiações em massa com o fim de obter uma vitória numérica. Passou por cima das orientações do Diretório Nacional, e promoveu uma aliança em que o PT só cedia, sem nada receber em troca. Um exemplo: o PSB apoio o PSDB em Juiz de Fora, mesmo recebendo a prefeitura mais importante do Estado - Belo Horizonte. Já em Itamarandiba, o PT entregou de graça a prefeitura mãos do PSB. De fato, o PSB não tinha qualquer compromisso com o PT. Assim, na cidade em que o PT não apoiava um candidato do PSB, o partido estava do outro lado, contra o PT e apoiando o PSDB. É essa a estratégia inteligente de Pimentel.

Duvido que algum dia o Aécio fez promessas no sentido de apoiá-lo. Mas teve muita gente que preferiu acreditar em Pimentel e Aécio, poderia também é acreditar em duendes, era mais crível. Minas merece muito mais. Patrus 2010 governador.

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Pimentel e Veja: A bala perdida no Palácio do Planalto

"O que mais irritou o presidente Lula é tratado no Palácio do Planalto como o crime confesso. Pimentel disse à revista que iria usar o cargo público para fazer campanha eleitoral para Dilma"

Da Coluna de Baptista Chagas de Almeida, do Estado de Minas

A metralhadora giratória acionada pelo ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel, em entrevista à revista Veja, mandou uma bala perdida para o principal gabinete do Palácio do Planalto. Atingiu em cheio o próprio presidente Lula, que está irritado com as declarações e é apontado como responsável pela ausência da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, do encontro que o PT fará este fim de semana em Belo Horizonte. É claro que há um silêncio em torno do assunto. A própria influência presidencial na decisão de Dilma é apenas especulação. É certo, contudo, que Pimentel conseguiu desagradar a todo mundo com a entrevista. Do presidente Lula ao governador Aécio Neves, que ontem reagiu, pela primeira vez, publicamente. Sem contar os colegas de partido, os ministros Patrus Ananias, de Desenvolvimento Social e Combate à Fome, e Luiz Dulci, da Secretaria-Geral da Presidência, que tinham optado por uma postura de armistício interno no PT. Sem contar a ministra Dilma, também atingida indiretamente pelas palavras mal formuladas.

O que mais irritou o presidente Lula é tratado no Palácio do Planalto como o “crime confesso”. Pimentel disse à revista que iria usar o cargo público para fazer campanha eleitoral para Dilma, pré-candidata à sucessão de Lula. Também desagradou ao presidente o fato de Pimentel ter relatado que teria um cargo no governo, passando o carro na frente dos bois e desrespeitando a liturgia do rito que este tipo de coisa deve ter. No caso do crime eleitoral, atingiu também Dilma.
Não é à toa que a oposição, em especial o PSDB, o DEM e o PPS, estuda ir à Justiça para acusar Lula e Dilma de campanha antes da hora, o que é proibido pela Justiça Eleitoral.

O resultado é o completo esvaziamento do encontro que o PT mineiro fará neste fim de semana para marcar o início de seu processo interno de eleição e começar as discussões em torno do programa de governo para a disputa pelo Palácio da Liberdade no ano que vem. Quem fala demais...

Comentário do blogueiro: Pimentel conseguiu com a entrevista da Veja desagradar a todos: Lula, Dilma e Aécio. E ainda atacou Patrus e Dulci e seus aliados, “o setorzinho xiita do PT”. O ex-prefeito petista continua no estilo atropela todo mundo, e se achando o todo poderoso. Cantando ao quatro ventos o preferido de Lula e Dilma. Sabemos que ele é o preferido de Dirceu, mas até aí tudo bem. A Dilma também é. Mas a atitude de Pimentel é mais prova inequívoca de que ele se julga acima dos partidos, em que o PT é somente um instrumento de seus projetos pessoais. Acorda PT. Está na hora de dar um basta em tudo isso: Patrus 2010. Os mineiros merecem o melhor. E o Brasil também.
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Sucessão Mineira: Jogada de Mestre

Sobre o quadro eleitoral mineiro, uma boa avaliação do Blog do Bruno, de Belo Horizonte, traçando um cenário com a vinda de Pimentel para o governo federal, provavelmente o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), devendo ainda ser o principal coordenador da campanha de Dilma 2010. Nesse caso, Patrus Ananias disputaria o governo mineiro, aglutinando em torno de si boa parte do consórcio governista, e ainda dando à Dilma um ótimo palanque no segundo colégio eleitoral do país. De fato, é uma jogada de mestre, pois unifica o PT mineiro que chega em 2010 com chances de chegar ao Palácio da Liberdade, ao mesmo tempo a candidata Dilma tem um quadro respeitável (apesar das diferenças que guardo) para um futuro governo. Segue o post logo abaixo:

Do Blog do Bruno

Jogada de mestre

José Sarney foi eleito presidente do Senado e Michel Temer, da Câmara. Isso tem monopolizado as atenções dos comentaristas políticos, que tentam analisar quem ganhou e quem perdeu com essas eleições. E não tem havido consenso; uns dizem que Lula saiu vitorioso e outros, que ele sofreu uma derrota. Há também os que dizem que ele ganhou no Senado e perdeu na Câmara, pois Sarney lhe é simpático e Temer faz parte da "ala tucana" do PMDB. O único consenso que existe é que essas eleições no Congresso serão importantíssimas para o pleito presidencial de 2010. Quanto a isso não restam dúvidas.

Mas o jogo de xadrez não se limita a isso. Lula, ao que parece, está prestes a fazer uma jogada de mestre: o presidente convidará Fernando Pimentel para presidir o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, dando ao ex-prefeito o status de ministro.Você logo vai saber por que eu acho esse convite tão genial.

O PT mineiro está dividido em 2 grupos: o de Fernando Pimentel e o de Patrus Ananias, ambos querendo concorrer ao governo em 2010 -- qualquer um dos dois disputaria a eleição com grande chance de vencer. Esse racha ficou mais escancarado nas últimas eleições, quando Pimentel enfiou o Marcio Lacerda e a aliança com os tucanos goela abaixo do partido. Patrus não gostou, e fez questão de dizer isso aos quatro ventos. Embora no final tenha vencido a parada, com a eleição de Lacerda, Pimentel ficou sem clima no partido e está sendo tachado de traidor por muitos eleitores da esquerda mineira. Eles avaliam que Pimentel entregou de mão beijada a prefeitura de BH, que foi governada com muito sucesso por PT e aliados por 16 anos, para a turma do Aécio (em troca, este o apoiaria na eleição para o palácio da Liberdade, em 2010), por uma pura questão de ambição pessoal. Enfim, foi a famosa vitória de pirro. Chegou-se até a falar aqui nos botecos de BH que Pimentel, enfraquecido e prevendo-se sem espaço, deixaria o PT rumo ao PSB e à uma secretaria no governo Aécio.

Fernando Pimentel, apesar desse erro estratégico de andar a reboque de Aécio, é um excelente quadro do PT, não há como negar. Mas só há uma vaga para candidato a governador pelo PT nas próximas eleições, e, na opinião da maioria dos petistas e de outros eleitores de esquerda de Minas Gerais, essa vaga tem de ser de Patrus Ananias. E é aí que entra a jogada genial de Lula. Pimentel está fragilizado dentro do PT e, magoado e prevendo que seria preterido na disputa interna com Patrus, poderia deixar o partido, que perderia um ótimo quadro e um político para lá de popular, além de correr o risco de o ex-prefeito engrossar as fileiras adversárias. A intenção de Lula com esse convite seria "resgatar" Pimentel e, daqui a um ano, torná-lo homem-forte da campanha de Dilma. Ele seria o Palocci dela. E, em caso de vitória da petista, seria o seu provável ministro da Fazenda.

Com esse lance, Lula contentaria os dois gigantes do PT mineiro. Abriria caminho para que Patrus fosse o candidato a governador, sem ter enfrentar uma desgastante disputa interna (lembre-se, estamos falando de Minas Gerais. As disputas aqui se dão silenciosamente, nos bastidores, mas são violentíssimas) e prestigiaria e estimularia o ex-prefeito Pimentel, que, com certeza, se engajaria ao máximo na campanha de Dilma. Esta, por sua vez, também não sairia de mãos abanando: ela teria um ótimo palanque em Minas Gerais com o Patrus e um aliado de peso na condução da sua campanha e um quadro muito interessante no seu ministério.

É notório que, se não der um daqueles seus famosos tiros no pé, o PT é talvez o grande favorito a ganhar a próxima eleição para o governo do estado que tem segundo colégio eleitoral do Brasil, o que, além de tudo, seria importantíssimo para as pretensões de Dilma (sabemos o quão importante é ter um bom palanque em Minas Gerais para se vencer uma eleição presidencial no Brasil, não é mesmo?). Lula é esperto, e está planejando fazer a jogada certa, dar o golpe de mestre, para evitar a possibilidade de uma indigesta disputa interna, que poderia tirar o seu partido da privilegiada posição em que se encontra em Minas Gerais.
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Aécio-Pimentel: Entrevista do ex-prefeito à revista Veja sinaliza rompimento da aliança

A entrevista de Fernando Pimentel (PT) na revista Veja pode chancelar o divórcio de uma aliança política que nunca houve de fato, apenas serviu para entregar ao PSDB de Aécio o controle sobre a prefeitura de Belo Horizonte. Os apoiadores de Pimentel construíram uma aliança com Aécio para dividir o comando da capital mineira com o PSDB de Aécio e o PT ligado à Pimentel e Virgílio Guimarães, desbancando da prefeitura políticos ligados aos ministros Patrus Ananias e Luís Dulci. O argumento era de que o governador retribuiria o apoio à Pimentel para o governo estadual. A historinha é mais que conhecida. Quem acredita em contos de fada, duendes e nos políticos, não custa nada também acreditar nesse lenga-lenga. 
Aécio Neves (PSDB) vem promovendo a candidatura de seu vice-governador, Antônio Anastásia, que tem se exposto pelo interior de Minas. Só faltava uma desculpa para romper politicamente com o ex-prefeito. A desculpa veio na entrevista de Pimentel à Veja. De fato, Pimentel foi afoito ao dizer que Aécio era carta fora do baralho na sucessão de Lula pelo PSDB. É claro que Pimentel fez uma constatação, só que vindo de um aliado das últimas eleições municipais não soou bem. O ex-prefeito de Belo Horizonte tem se especializado na traição. Antes, traiu Patrus Ananias, este que o levou para a prefeitura de Belo Horizonte, e depois apoiou seu nome para vice de Célio de Castro. Assim, Pimentel chegou ao comando da prefeitura. Todavia, Pimentel preferiu seguir por outros caminhos, abandonando Patrus e os aliados tradicionais da administração municipal, como PC do B e PMDB. Preferiu aliar aos adversários, jogando para o escanteio seus aliados. É assim mesmo. Pimentel experimenta do próprio veneno. Segue uma reportagem publicada no Estado de Minas.   
Declaração provoca racha entre Pimentel e PSDB
Depois de caminharem de mãos dadas para eleger o prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda (PSB), o ex-prefeito da capital Fernando Pimentel (PT) e o governador Aécio Neves (PSDB) estão praticamente de caneta em punho para assinar o divórcio político. O motivo foi a declaração dada por Pimentel no fim de semana de que Aécio não será o candidato dos tucanos à Presidência da República em 2010, e que o governador de São Paulo, José Serra, disputará o cargo pelo partido no ano que vem. 
O posicionamento de Pimentel jogou folhas para o alto no ninho tucano. O secretário-geral nacional do partido, deputado federal Rodrigo de Castro, disse que o ex-prefeito demonstrou completo desconhecimento do que ocorre no PSDB. "Essa não é a realidade do partido. Há a garantia de que Aécio pode ser posicionar como pré-candidato dentro da legenda e que, até o momento, não há nenhuma definição em relação a quem disputará o cargo pelo partido em 2010", declarou.  
O parlamentar acrescentou que, "para uma pessoa que quer ter vôo mais alto no estado, Pimentel está na contramão inclusive do sentimento dos mineiros, que, segundo pesquisas, querem ver Aécio na presidência", disse Rodrigo de Castro. 
O parlamentar afirma que a tendência é a realização de prévias para definição do candidato e que a escolha interna só não ocorrerá se houver um acordo entre os dois pré-candidatos. "No cenário atual, o que existe é que ambos estão muito animados com a possibilidade de concorrer", afirmou. 
Em meio às reações tucanas, um correligionário do governador com cargo no alto escalão do partido disse que Pimentel, ao se referir dessa forma a Aécio, quis mostrar serviço. "O ex-prefeito quer espaço no governo federal. Tudo bem, mas não precisa ganhar ponto lá detonando aqui", analisou. Pimentel é cotado para assumir posto em Brasília. Uma das possibilidades é a secretaria-executiva do Conselho Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (CNDES). 
Para o primeiro-secretário da Câmara dos Deputados, Rafael Guerra (PSDB-MG), Pimentel "passou o carro na frente dos bois" ao opinar sobre o destino político do governador. O parlamentar disse ainda que as declarações do petista sinalizam ser de alguém que "precisa se aproximar do PT para ter um cargo no governo federal". O tucano afirmou também que Pimentel "não decide espaço no PSDB.

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Votar ou anular o voto em Beagá?

É triste o final da encenação eleitoral que está acontecendo em Belo Horizonte. O "projeto aliança por BH" - ou melhor, aliança para os projetos políticos de Pimentel e Aécio - foi reprovado pela população. O problema é que as opções que restaram nesse segundo turno são para dar dor no estômago. De um lado um aventureiro cheio de chavões, mas sem nenhum conteúdo, de outro lado, um candidato-laranja que não conhece a cidade, e que representa a despartidarização da política - isto é, a política só serve para projetos pessoais (nesse caso, de Aécio e Pimentel).
O PT sai perdedor da lambança costurada pelo Pimentel, e isso independe do resultado de domingo. O partido já perdeu desde o início quando o prefeito abandonou os aliados (como o PC do B) e deixou de fora justamente os melhores do partido - Patrus, Dulci, só para citar alguns. É assim mesmo: impossível sair algo bom vindo de Virgílio Guimarães. Nem aqui vou relembrar suas atitudes desastrosas para o PT.

Como Belo Horizonte é uma cidade que está no meu coração, como o Atlético Mineiro, sinto-me obrigado a expor minha contrariedade com que houve nessa eleição municipal. Bem que não estarei mais na cidade para ter que decidir entre votar e anular meu voto. Mas meus amigos do Blog Pedreira na Vidraça fizeram um quadro com os motivos para anular o voto. Mesmo que sua decisão seja escolher um dos candidatos no domingo, o Quadro Comparativo (clique no quadro para ampliar a visualização) ao lado fala por si só. Como se vê, a que ponto chegou a eleição em Beagá.
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