Enquanto o governador de Minas, Aécio Neves, concentra seus esforços na disputa pela indicação como presidenciável do PSDB em 2010, seu vice, Antônio Augusto Anastasia, tem sido estimulado a assumir uma agenda mais robusta para ganhar visibilidade e se projetar como candidato na sucessão estadual. Filiado ao PSDB, mas com pouca experiência em eleições, Anastasia é o gerente responsável por coordenar o "choque de gestão" na administração. Homem de confiança do governador, o vice é também uma espécie de carta na manga de Aécio, cuja sucessão deve entrar na costura de seu projeto eleitoral ano que vem.
"Estou totalmente vinculado às determinações e orientações do governador, não só sob o ponto de vista administrativo, mas também sob o ponto de vista da orientação política", afirma Anastasia. Ele se diz honrado, mas considera cedo para falar em candidatura. "Não vou dizer nem que sim, nem que não, porque é uma hipótese futura."
O PT mineiro - que tem dois postulantes a candidato, o ministro do Desenvolvimento Social, Patrus Ananias, e o ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel -, porém, já ensaia o discurso para se contrapor ao eventual candidato do governador. "O nome deles é o Anastasia", sentencia o presidente estadual, deputado Reginaldo Lopes. "Estamos construindo o nosso projeto. O PT não precisa ter pressa para definir o nome."
Reconhecido como eficiente técnico da gestão pública, o vice aos poucos vai se desvinculando da esfera burocrática e adentrando nos bastidores políticos, assumindo com crescente desenvoltura iniciativas como articulador. Intensificou o ritmo de palestras e cada vez mais representa o governo em viagens pelo interior, onde anuncia e inaugura obras e estreita o relacionamento com os políticos locais.
"Apesar de técnico, ele tem demonstrado carisma político", diz o deputado Abi-Ackel, presidente do PSDB-MG. Ele prega "cautela" na definição do candidato e afirma que irá se dedicar a "uma consulta prévia às bases".
Caso não consiga emplacar a candidatura à Presidência, Aécio deverá se desincompatibilizar para disputar o Senado. Ciente disso, Anastasia já se prepara para assumir o governo, provavelmente em abril de 2010. "Todos nós desejamos que o governador seja candidato a presidente. Mas se não for, será candidato ao Senado”.
Comentário do blogueiro:
Para entregar a prefeitura de BH para a turma de Aécio, Pimentel e seus aliados espalharam um conto da cachorinha: Aécio apoiaria Pimentel para o governo. Sempre soubemos que a estratégia de Pimentel buscava mesmo era expulsar os remanescentes de Patrus e Dulci em BH. A estratégia de Pimentel era calculada, e para conseguir a indicação para o governo de Minas, o PT abriria mão da PBH.
Ao lado de Virgílio Guimarães (outro que só traz problemas), Pimentel e aliados promoveram filiações em massa com o fim de obter uma vitória numérica. Passou por cima das orientações do Diretório Nacional, e promoveu uma aliança em que o PT só cedia, sem nada receber em troca. Um exemplo: o PSB apoio o PSDB em Juiz de Fora, mesmo recebendo a prefeitura mais importante do Estado - Belo Horizonte. Já em Itamarandiba, o PT entregou de graça a prefeitura mãos do PSB. De fato, o PSB não tinha qualquer compromisso com o PT. Assim, na cidade em que o PT não apoiava um candidato do PSB, o partido estava do outro lado, contra o PT e apoiando o PSDB. É essa a estratégia inteligente de Pimentel.
Duvido que algum dia o Aécio fez promessas no sentido de apoiá-lo. Mas teve muita gente que preferiu acreditar em Pimentel e Aécio, poderia também é acreditar em duendes, era mais crível. Minas merece muito mais. Patrus 2010 governador.