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Patrus Ananias é premiado na Alemanha

As políticas de segurança alimentar e nutricional implantadas no município de Belo Horizonte, estabelecidas pela lei municipal 6.352 de 15 de julho de 1993, receberão o 1º. Prêmio Políticas do Futuro (Future Policy Award), concedido pelo World Future Council, organização não governamental fundada em 2004 pelo escritor sueco e ativista Jakob von Uexkull.
As ações datam da época em que era prefeito de Belo Horizonte o atual ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Patrus Ananias. Ele irá a Hamburgo, no dia 1º de outubro, para receber o prêmio.
No ano passado, os conselheiros da entidade escolheram o tema segurança alimentar em função da crise de alimentos mundial e o crescente número de pessoas com fome ao redor do globo – um bilhão de pessoas em dezembro de 2008, segundo a entidade.
Cinco iniciativas da Ásia, África, América Latina, América Central e Europa foram indicadas e o prêmio principal será entregue ao Brasil.
A experiência da prefeitura de Belo Horizonte foi escolhida como exemplo de solução local que pode ser colocada em prática por outros governos. Além disso, os conselheiros consideraram que é a mais abrangente legislação para acabar com a fome e garantir segurança nutricional para todos os cidadãos, com resultados impressionantes.
Entre eles, apontam que a mortalidade infantil diminuiu 60% nos últimos 10 anos, o número de crianças com menos de 5 anos internadas por desnutrição caiu 75% e 40% dos moradores da cidade se beneficiam das políticas municipais.
Comentário: Patrus Ananias e sua Secretária Municipal de Abastecimento, a falecida professora Maria Regina Nabuco, merecem maior reconhecimento pela atuação no combate à fome. A gestão Patrus criou políticas inovadoras como o restaurante popular, o comboio do trabalhador, a implantação do programa de abastecimento popular (ABC) e o programa Direto da Roça. Esse último reduzia os atravessadores, oferecendo alimentos de melhor qualidade e mais acessível para a população, principalmente de baixa renda. Isso mostra o compromisso de Patrus com os mais pobres. Sua experiência no combate à fome e melhoria da segurança alimentar vem muito antes do Bolsa Família, programa que tornou a principal marca do governo Lula após a entrada de Patrus no governo. Infelizmente, nossa mídia não publica essas coisas. Prefere nivelar por baixo. Parabéns Patrus! É um orgulho para nós mineiros.
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Votar ou anular o voto em Beagá?

É triste o final da encenação eleitoral que está acontecendo em Belo Horizonte. O "projeto aliança por BH" - ou melhor, aliança para os projetos políticos de Pimentel e Aécio - foi reprovado pela população. O problema é que as opções que restaram nesse segundo turno são para dar dor no estômago. De um lado um aventureiro cheio de chavões, mas sem nenhum conteúdo, de outro lado, um candidato-laranja que não conhece a cidade, e que representa a despartidarização da política - isto é, a política só serve para projetos pessoais (nesse caso, de Aécio e Pimentel).
O PT sai perdedor da lambança costurada pelo Pimentel, e isso independe do resultado de domingo. O partido já perdeu desde o início quando o prefeito abandonou os aliados (como o PC do B) e deixou de fora justamente os melhores do partido - Patrus, Dulci, só para citar alguns. É assim mesmo: impossível sair algo bom vindo de Virgílio Guimarães. Nem aqui vou relembrar suas atitudes desastrosas para o PT.

Como Belo Horizonte é uma cidade que está no meu coração, como o Atlético Mineiro, sinto-me obrigado a expor minha contrariedade com que houve nessa eleição municipal. Bem que não estarei mais na cidade para ter que decidir entre votar e anular meu voto. Mas meus amigos do Blog Pedreira na Vidraça fizeram um quadro com os motivos para anular o voto. Mesmo que sua decisão seja escolher um dos candidatos no domingo, o Quadro Comparativo (clique no quadro para ampliar a visualização) ao lado fala por si só. Como se vê, a que ponto chegou a eleição em Beagá.
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Movimento Vigília Democrática

Dias atrás comentei sobre esse movimento no post “No meu voto, quem manda sou eu”. Agora, encontrei mais uma divulgação do movimento no "Blog Pedreira Na Vidraça". Este blog sempre teve posição clara contra a aliança, ou seja, o arranjo político patrocinado pelo governador Aécio Neves (PSDB) e o prefeito Fernando Pimentel (PT) para eleger Márcio Lacerda (PSB), com o vice Roberto de Carvalho (PT). O cenário eleitoral de Belo Horizonte ficou dominado cacifismo político ou simplesmente “dedaço” como sugeriu o Ministro dos Esportes Orlando Silva (PC do B), em alusão à tradição autoritária mexicana.

O “dedaço” é uma referência ao Partido Revolucionário Institucional (PRI), que durante 70 anos, a escolha do candidato da legenda para concorrer às eleições se dava no “dedo”, sem qualquer discussão dentro do partido. O candidato escolhido estava praticamente nomeado, pois a competição eleitoral entre os partidos era apenas simbólica.
Os candidatos Sérgio Miranda (PDT), Jô Moraes (PC do B) e Leonardo Quintão (PMDB) declararam apoio ao movimento. O Movimento Vigília Democrática envolve integrantes do PT, PMDB, PC do B, PDT e personalidades da sociedade civil sem filiação partidária.

Clique aqui para acessar o Manifesto do Movimento Vigília Democrática.
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As opções do blogueiro nas eleições municipais

Belo Horizonte: Este blog apóia a candidatura Jô Moraes (PC do B). Fiquei muito triste com o papelão que o PT de Belo Horizonte representou nessa eleição. Nada de pessoal contra Márcio Lacerda (PSB), mas a forma com que foi conduzida a escolha do candidato pelo prefeito Fernando Pimentel (PT) e o governador Aécio Neves (PSDB) é um desrespeito aos eleitores da cidade. Por outro lado, a candidata Jô Moraes tem história de luta popular em Belo Horizonte. Nesses 16 anos, esteve sempre ao lado do projeto popular iniciado por Patrus. Porém, o candidato Lacerda tem a máquina municipal e estadual, recursos financeiros para campanha e uma vantagem de horário eleitoral sem precedentes. É muito difícil vencer uma candidatura nesse patamar. Todavia, o importante é manter a esperança. A última pesquisa mostrou um crescimento espantoso do candidato Lacerda. Isso era esperado, mas a rapidez da elevação das intenções de voto surpreende. Em Belo Horizonte, em que o número de indecisos era muito grande, a exposição do candidato é crucial para seu sucesso. E, nesse quesito, Márcio Lacerda dá de goleada na Jô Moraes. Uma eleição de Jô Moraes é uma grande vitória da democracia. Uma candidatura construída nas bases contra um adversário escolhido por caciques partidários.

Curitiba: A candidata Gleisi Hoftmann (PT), esposa do ministro do Planejamento Paulo Bernardo, é a opção do blogueiro para Curitiba. A vantagem do prefeito e candidato à reeleição Beto Richa (PSDB) é muito alta. A administração municipal possui elevados índices de avaliação popular, o que praticamente aniquila as chances de uma candidatura de oposição como a representada pela candidata petista. A estratégia eleitoral da petista de levar estrelas do PT para fazer campanha no município – Dilma, Lula, Paulo Bernardo, etc. – dificilmente produzirá o resultado de impedir a vitória do prefeito no primeiro turno. Todavia, pode elevar o “recall” da candidata para futuras campanhas eleitorais.

Porto Alegre: Este blog apóia a candidata Maria do Rosário (PT) contra a reeleição do prefeito José Fogaça (PMDB). A disputa para ir para o segundo turno trava-se no campo da esquerda entre Maria do Rosário (PT) e Manuela Ávila (PC do B). As mulheres estão representando bem nesta eleição de Porto Alegre. A quarta colocada é a filha do ministro Tarso Genro, a deputada Luciana Genro (PSOL). Este blog ficará satisfeito se a candidata do PC do B chegar ao segundo turno e vencer a eleição. Todavia, sua aliança com o PPS tira um pouco o brilho de sua candidatura, o que reforça a opção pela candidata do PT. A expectativa que a esquerda vença a eleição no segundo turno, até mesmo porque a soma dos votos das candidaturas do campo da esquerda supera largamente as intenções de votos da direita, e do prefeito em particular.

São Paulo: A melhor surpresa das últimas rodadas de pesquisas eleitorais – IBOPE e DATAFOLHA – foi o crescimento das intenções de voto da candidata Marta Suplicy (PT). Kassab realiza um governo razoável, para não dizer centrista. Não é um governo popular, mas também não nenhum governo que possa ser classificado como ruim. Todavia, eleitores de segmentos sociais de renda mais baixa – os pobres – sentem abandonados pela administração tucano-demos. Daí vem a principal força da candidatura da Marta. Ademais, os problemas no trânsito deram à Marta a chance de penetrar em segmentos da classe média baixa, que havia perdido no último embate eleitoral. Mas o mais importante é que a direita paulistana enfrenta uma divisão interna entre as candidaturas de Kassab e Alckmin. Esse último está completamente perdido na eleição. Não sabe se ataca Marta ou se ataca a administração Kassab, que também é tucana. Isso porque os tucanos ligados ao governador Serra detém os mais importantes cargos da administração. Este blog espera uma vitória de Marta em São Paulo. O melhor que poderia acontecer é se viesse no primeiro turno, o que passou a ser uma hipótese crível, tendo em vista as últimas pesquisas eleitorais. Aliás, esse é o desespero do tucanato atualmente.

Rio de Janeiro: Este é um blog de um eleitor petista, portanto, preferencialmente o apoio é para candidatos petistas. Porém, no Rio de Janeiro, o PT conseguiu se auto-destruir, desde a desastrada intervenção patrocinada por José Dirceu para impedir a candidatura de Vladmir Palmeira e apoiar o candidato Garotinho em 1998. Desde então, o PT nunca mais teve o mesmo brilho no município. O desgaste da figura de Benedita da Silva e a saída de Chico Alencar para o PSOL só agravaram uma situação que já não era boa. Tenho boas referências do candidato petista Alessandro Molon, é uma boa novidade. Porém, nessas eleições, sua candidatura não tem a menor chance. Assim, o melhor é o PT desistir de vez de seu sonho impossível e apoiar uma candidatura do campo popular: Jandira Feghali (PC do B). Essa sim é uma ótima opção para prefeita do Rio de Janeiro. Todavia, o PT tende a insistir com sua candidatura até o final. O risco é que o candidato metamorfose-ambulante Eduardo Paes (PMDB) consolide no segundo lugar e terei que apoiar o candidato Crivella (PRB). Nem eu, muito menos o Rio merecemos. Vale ressaltar que a candidatura Gabeira (PV) e seus neo-aliados (PSDB e PPS) não decola. Se a eleição fosse realizada somente no Leblon, Copacabana, Ipanema e adjacências, Fernando Gabeira seria o prefeito carioca. Todavia, o Rio é um pouco mais que a classe média da zona sul. Como os pobres também votam, é natural que queiram ser levados em consideração pelo candidato que deseja seu voto. Acorda Gabeira.

Recife: As últimas pesquisas eleitorais são unânimes em apresentar o crescimento da candidatura do petista João da Costa. A administração do prefeito João Paulo (PT) é muito bem avaliada, o que favorece uma candidatura de continuidade. Ademais, o governo estadual de Eduardo Campos (PSB) é bem avaliado pela população, e apóia o candidato do prefeito da cidade. Tal cenário favorece o crescimento da candidatura governista. Como nunca tinha disputado uma eleição, o candidato do PT era pouco conhecido (“baixo recall”), muito embora tenha sido o secretário de planejamento do governo municipal. O fato de participar de um governo bem avaliado é um fator que ajuda o crescimento de sua candidatura, pois fica mais fácil uma identificação pelo eleitorado da continuidade administrativa. Os dois outros postulantes mais competitivos têm bom “recall” de eleições passadas, mas fazem oposição à administração atual. A expectativa do blogueiro é que PT continue na administração de Recife.

Fortaleza: A opção do blogueiro para Fortaleza é para a continuidade da administração de Luizianne Lins (PT). Há uma disputa envolvendo os evangélicos, com cartazes de outdoors contra a prefeita por razões de puro fanatismo religioso. Ademais, a candidata Patrícia Saboya (PDT) tem atacado a candidata petista, principalmente por que foi proibida pela Justiça Eleitoral de usar as imagens de Lula e de mensagens de apoio do ex-marido Ciro Gomes (PSB). Este último partiu para ataques de baixo calão contra a candidata do PT, mostrando mais uma vez seu descontrole verbal. Vale lembrar o Ciro Gomes que o seu partido apóia a candidata do PT, tendo inclusive indicado o candidato a vice, e que o maior partido da base do governo de seu irmão Cid Gomes é o PT. Mas o descontrole do Ciro acaba contra ele mesmo. É um político de qualidades inegáveis, que tinha tudo para ser um grande estadista, mas deixa-se levar por querelas pessoais. Em Belo Horizonte, ao classificar como escoria os contrários à candidatura de seu apadrinhado político Márcio Lacerda, Ciro demonstrou sua pouca tolerância política. Agora em Fortaleza, mostra falta de coerência. Por último, vale ressaltar que o candidato do DEM, Moroni Torgan, está em segundo lugar nas pesquisas, tendo tudo para ir para o segundo turno.

Salvador: Em Salvador, as pesquisas mostram a liderança do neto do Toninho Malvadeza, o ACM Neto (DEM). Em seguida, o ex-prefeito Antonio Imbassahy (PSDB), seguido do atual prefeito João Henrique (PMDB). No quarto lugar, está o candidato do PT Walter Pinheiro, o único dos principais postulantes que subiu na última pesquisa DATAFOLHA. Este blog torce por sua candidatura. A subida do candidato petista foi significativa, já estando em empate técnico com o prefeito João Henrique. A expectativa é que o horário eleitoral ajude o candidato petista alcançar o segundo turno, representando a esquerda popular contra a candidatura direitista.

Em tempo: Este blog apóia o retorno de Maria do Carmo (PT) para a prefeitura de Betim (MG). Realizou talvez o melhor governo que Betim já teve. Ultimamente vem sofrendo ataques anônimos de baixo calão, de figuras que escondem no anonimato para divulgar mentiras e calúnias contra a candidata. Boa sorte Maria do Carmo.
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Patrus admite apoiar Jô e rejeita Lacerda

Do Hoje Em dia, publicado em 21/08/2008

O ministro do Desenvolvimento Social, Patrus Ananias (PT), disse ontem, em entrevista exclusiva ao HOJE EM DIA, que poderá apoiar outro candidato em Belo Horizonte, e não Marcio Lacerda (PSB), que tem como vice o petista Roberto Carvalho, caso haja desrespeito à decisão do Diretório Nacional do PT, que proibiu a aliança formal entre o partido e o PSDB.

Segundo ele, a participação do governador Aécio Neves (PSDB) no programa eleitoral de Lacerda, no rádio e na televisão, seria um motivo para reavaliar sua posição. "Se a decisão do Diretório Nacional não for cumprida, é claro que me reservo o direito de reavaliar. A participação do Aécio no programa do Marcio Lacerda merece um exame maior. A decisão do Diretório Nacional é muito clara: o PSDB não pode participar formalmente da aliança. A gente teria que considerar se a participação do Aécio no horário eleitoral representa um desrespeito à decisão”, apontou.

Patrus confirmou que não participará da campanha de Lacerda, independentemente se a decisão for descumprida ou não. "O processo da aliança foi ruim. Não posso apoiar o candidato, porque não participei do processo. Assim como outras lideranças de Minas do PT e fora do PT, fui excluído do processo. Fiquei sabendo pela imprensa da candidatura. Segundo, porque não conheço o candidato. Fui apresentado a ele recentemente. Não posso pedir ao povo de Belo Horizonte para votar numa pessoa que não conheço. Tenho até boas referências dele, mas, pela maneira como o processo foi conduzido, não sei quais são suas idéias e projetos para a cidade”, disse.

O ministrou voltou a criticar as decisões dos diretórios do PT de Minas e de BH, que aprovaram a aliança com os tucanos. "Questiono a decisão do diretório municipal, porque foi tomada por uma maioria circunstancial. Mas como não tomamos nenhuma posição oficial naquele momento, é uma questão julgada. A decisão foi confirmada por uma reunião muito equilibrada do diretório estadual. Penso que uma maior sensibilidade política levaria uma negociação naquele momento. Uma decisão por 29 votos a 26, com três abstenções, mostra que o melhor caminho seria a busca de consenso”, sustentou.

Patrus ressaltou que não tem nada pessoal contra Aécio nem contra o prefeito Fernando Pimentel, os dois articuladores da aliança. "Tenho uma boa relação com o Aécio e uma relação fraternal de muitos anos com o Fernando Pimentel. Faço um questionamento político em relação ao processo. Também não sou contra alianças com o PSDB. Apenas considero que elas devem ser discutidas pelos respectivos partidos. Lideranças importantes do PSDB têm se queixado comigo que também que não foram ouvidas”, observou.

Na sua avaliação, a aliança deveria ter sido feita em torno de um programa para Belo Horizonte. "O PT e o PSDB são partidos diferentes, que disputaram a eleição presidencial. Para fazer uma aliança numa cidade importante como Belo Horizonte, faltou conteúdo. Foi uma aliança em torno de projetos pessoais e que não teve dimensão programática”, condenou.

Patrus disse que ter sido excluído da negociação deixou nele uma "dor no coração”. "Belo Horizonte é minha cidade. É um dos grandes amores da minha vida. A cidade que me acolheu no início dos anos 70, onde participei da luta contra a ditadura, do movimento estudantil, das comunidades eclesiais de base, fiz faculdade de Direito, constituí minha família e me fiz profissionalmente como advogado, me fiz politicamente, como vereador, relator da Lei Orgânica da cidade, prefeito e deputado federal”, disse ele, que teve 500 mil votos para deputado em Minas, do quais 300 mil em BH.

O ministro informou ainda que, por coerência, também não participará da campanha em Bocaiúva, no Norte de Minas, sua terra natal, onde PT e PSDB estão coligados. "Embora considere que é uma situação diferente de Belo Horizonte, por coerência, também não participarei da campanha. Lá também não participei do processo e não fui ouvido”, admitiu.

Comentário do blogueiro:
Na entrevista com o ministro Patrus Ananias ao Hoje em Dia, ficou claro o processo de escolha do candidato-laranja, Márcio Lacerda (PSB), da dupla Aécio-Pimentel. Como já tenho dito, lideranças importantes da política mineira com laços com Belo Horizonte foram excluídas da “união mineira” envolvendo PT e PSDB. Tem mais gente de fora da aliança que dentro dela. Do governo federal, foram excluídos o vice-presidente José Alencar e os ministros Patrus Ananais, Luiz Dulci e Hélio Costa. Todavia, certamente Aécio também não consultou seu colega de partido, o senador Eduardo Azeredo (PSDB). O próprio senador assinalou recentemente que a aliança de BH acabou gerando exclusão de políticos com base eleitoral no município. E obviamente, o deputado João Leite (PSDB) também não participa da aliança.

Ao contrário que mostra a mídia, o descontentamento não é só dos petistas. Porém, é o PT que mais perde com a aliança. Ademais, o PSDB já ganhou, independente do resultado da eleição. Isso porque rachou seu principal adversário, além de abrir espaço para o governador Aécio Neves (PSDB). O triste é observar a cara-de-pau da candidatura Lacerda de mencionar no programa eleitoral do partido os nomes de Patrus e Célio de Castro. Ontem, o candidato à vice, o petista Roberto de Carvalho, tentou associar-se sua trajetória com a de Patrus Ananias. Um disparate que dispensa comentários.
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ONZE CONTRA UM… POR CAUSA DE UM GOL CONTRA

O Blog do Bruno que, assim como este blog, apóia a candidata Jô Moraes em Belo Horizonte, postou uma matéria sobre a disputa eleitoral na cidade. O PT, com sua bancada na Câmara dos Deputados, proporcionou horário eleitoral para a aparição de um adversário político, o governador mineiro Aécio Neves (PSDB). É o resultado de aliança esdrúxula sob a batuta do PT de Belo Horizonte e de seu prefeito, o atucanado Fernando Pimentel (PT).

Se alguém tinha dúvidas de que Aécio representa oposição ao governo Lula, basta ver suas críticas às ações do governo federal, em que ataca as obras do PAC (Programa de Aceleração Econômica) que tanto beneficia os mineiros e Belo Horizonte em particular. Segundo o governador, o governo Lula seria gastador, e também gastaria mal os recursos. De fato, o governo Lula comete um pecado para os padrões políticos dos tucanos: gasta com os pobres. Por isso, o governador clama por um choque de gestão federal, ou seja, corte de recursos de programas sociais, saúde, etc. Para comprovar tal assertiva, é só observar a revolta do PSDB com a possibilidade do governo utilizar os recursos extras do pré-sal para a melhorar a vida dos brasileiros, elevando os investimentos em educação e programas de combate à pobreza e redução das desigualdades sociais. Mas essa é outra discussão, que será objeto de um post posterior.

Do Blog do Bruno

Começou ontem na TV o horário eleitoral gratuito dos candidatos a Prefeito. Em Belo Horizonte, o tempo destinado ao candidato indicado pelo Governador Aécio Neves foi de pouco mais de onze minutos. Já a candidata Jô Moraes, que lidera as pesquisas de opinião pública, teve pouco mais de um minuto de espaço para se apresentar ao eleitor e expor suas propostas.

E por que o tempo do candidato do Governador Aécio Neves foi tão extenso? A resposta é simples: o critério de divisão do tempo entre os candidatos leva em conta o número de deputados federais que tem cada coligação. O PT, como é sabido, tem uma grande bancada na Câmara dos Deputados em Brasília (tanto é que fez o Presidente da Câmara) e está na coligação que apoia o candidato indicado pelo Governador Aécio Neves, juntamente com vários outros partidos.

Como já era esperado, o Governador Aécio Neves apareceu e ocupou parte mais do que significativa no programa eleitoral de seu candidato, embora o PSDB “formalmente” não componha a coligação PSB-PT.

Assim, graças ao grande tamanho da bancada do PT na Câmara dos Deputados em Brasília, o Governador Aécio Neves, do PSDB, teve bastante tempo no programa eleitoral gratuito.

O PSDB é um partido que faz oposição ao Governo Lula. E essa oposição, é bom dizer, é programática. Aliás, recentemente, o próprio Governador Aécio Neves fez pesadas críticas aos “gastos” do Governo Lula. Essas críticas foram rebatidas pelo Deputado Estadual André Quintão (PT), em pronunciamento na Assembléia Legislativa na 3ª feira (dia 19), ao citar os investimentos do PAC em saneamento e habitação do Governo Federal em Belo Horizonte. Nada mais natural: a diretita é contra gastar dinheiro com pobre.

Não é preciso ser nenhum gênio para concluir que o tamanho da bancada de deputados federais do PT proporcionou, em Belo Horizonte, o grande tempo no horário eleitoral gratuito de que hoje dispõe, na prática, o Governador Aécio Neves.

E é assim porque o PT de Belo Horizonte decidiu compor a coligação encabeçada pelo candidato indicado pelo Governador Aécio Neves. Na minha terra (que, por coincidência, é Belo Horizonte), isso tem nome: gol contra.

E o Diretório Nacional do PT, o que fez? Não vetou a esdrúxula aliança, limitando-se a se manifestar contra a participação “formal” do PSDB na coligação. Talvez tenha achado que isso seria suficiente para alijar o Governador Aécio Neves da campanha, inclusive do tempo na TV.
O PT e o Governo Lula agora pagam o preço dos atos cometidos.

Mas nem tudo está perdido. A candidata Jô Moraes, do PCdoB, com pouco mais de um minuto na televisão, está em primeiro lugar em todas as pesquisas realizadas. Trata-se, realmente, da campanha afinada com as propostas que hoje norteiam o Governo Lula. Não é por acaso que vários dirigentes e militantes do PT estão apoiando abertamente a candidatura Jô Moraes.

Aliás, não só gente do PT, mas também pessoas comuns, que, exatamente porque estão de acordo com a política do Governo Lula, entendem que o mais adequado é apoiar Jô Moraes. É o meu caso, e também do Blog do Jefferson Marinho, http://blogjefferson.blogspot.com/

Por fim, não posso deixar de notar: a campanha de Jô Moraes se parece muito com as campanhas do PT dos anos 80: pouco dinheiro, pouco espaço na TV, mas muita militância e muita criatividade para combater os economicamente poderosos. Para quem sente saudades daquele tempo, a candidatura Jô Moares é um colírio…
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“No meu voto, quem manda sou eu”

O jornalista Lauro Jardim, da Veja, antecipou sobre a existência de um movimento em defesa do voto consciente em Belo Horizonte, o Movimento Vigília Democrática. Na aliança Aécio-Pimentel, o governador mineiro não perde a oportunidade de chamar de sectários todos aqueles que não concordam com seu conchavo político com o prefeito da cidade, Fernando Pimentel (PT). Para o governador tucano, a política não passa de um acerto entre elites, no velho estilo mineiro de fazer política, em que os governantes eram escolhidos no sistema de rodízio. É política como sendo um negócio de famílias tradicionais mineiras. A população, a grande interessada, assistiria de camarote os líderes políticos decidirem seu destino. Nesse sentido, Pimentel e Aécio se julgam proprietários dos votos dos eleitores de Belo Horizonte, sob o argumento simplista de que possuem grande aprovação no município. Querem mandar nos votos dos eleitores belo-horizontinos. Todavia, “No meu voto, quem manda sou eu”, slogan do Movimento Vigília Democrática, em defesa do direito do eleitor escolher livremente seu candidato. Aqui não tem voto de cabresto.
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O fenômeno da transferência de votos e a eleição para a prefeitura de Belo Horizonte

Há um mito em torno da idéia de transferência de votos por lideranças políticas cuja discussão está em voga nesse momento. Uma razão para que o tema esteja na moda é a sucessão de Lula em 2010. Com o quadro atual, o governo Lula ostentando altos índices de aprovação, o PT sem candidato natural e o principal partido de oposição com dois fortes postulantes – Aécio e Serra -, a expectativa é que Lula possa eleger seu sucessor com base em sua incrível capacidade de transferência de votos. O fato de ser uma liderança política carismática reforça essa crença. Dessa forma, mesmo possuindo bons candidatos, a oposição ao governo Lula poderia morrer na praia, vendo Lula eleger um aliado para sucedê-lo. Um teste atual para a força do fenômeno da transferência de votos acontece na eleição para a prefeitura de Belo Horizonte, em que duas figuras políticas de peso - Aécio Neves (PSDB) e Fernando Pimentel (PT) -, com administrações bem avaliadas, tentam eleger um candidato-poste para a prefeitura do município. Havendo êxito na empreitada, estaria comprovado o tal fenômeno da transferência de votos.
Todavia, o que realmente importa para o eleitor é saber se o candidato representa a continuidade administrativa ou a mudança. Como tendência geral, o eleitor deseja continuidade de governos bem avaliados. De outro lado, se o mandatário tem alto índice de rejeição, a tendência é que a eleição seja dominada pelo desejo de mudança. No primeiro caso, o candidato governista tem ampla vantagem. No segundo, a vitória eleitoral é uma tarefa bem mais tranqüila para a oposição. Somente circunstâncias muito especiais podem alterar esse quadro. Essa tendência do eleitorado pode ser verificada na maioria das eleições (seja municipal, estadual ou federal), sendo uma regra. Os casos excepcionais são a exceção que confirmam a regra. Em 2010, caso o governo Lula obtenha os índices de avaliação obtidos hoje, é natural que o eleitor deseje continuidade administrativa. Uma candidatura de oposição – Serra ou Aécio – para ter sucesso deverá preservar o governo Lula, inclusive adotando algumas de suas bandeiras – isto é, dialogar com o eleitorado de Lula. Um candidato do governo terá maior facilidade de associar-se ao governo Lula, e é uma vantagem que não pode ser menosprezada. Porém, o desejo de continuidade não pode ser confundido com transferência de votos.
Em Belo Horizonte, os governos municipal e estadual têm aprovação alta. No entanto, não devemos conferir o mesmo peso para as avaliações da esfera municipal e estadual, pois o que está em jogo é a administração local. Nesse caso, a eleição de Belo Horizonte é claramente de continuidade administrativa. Significa dizer que o candidato que identificar com maior êxito à administração municipal tem alta chance de sair vitorioso. Assim, a figura do Pimentel é muito importante. Quanto mais Márcio Lacerda (PSB) identificar-se com o prefeito Pimentel, maiores serão suas chances de vitória. Aécio, bem mais conhecido do eleitor do município, pode fazer pouco com sua imagem associada ao candidato Márcio Lacerda (PSB). Há o risco de trazer alguma confusão na cabeça do eleitor, na medida em que o PSDB sempre atuou como oposição à administração petista de Belo Horizonte. Assim, o mesmo eleitor que avalia positivamente o governo Aécio, deseja a continuidade da administração local. Tanto é verdade que o partido de Aécio, o PSDB, não possuía nenhum candidato competitivo nessa eleição, a despeito da popularidade elevada de seu governo. Para a maioria dos eleitores, bom relacionamento entre esferas administrativas não tem o mesmo significado de continuidade.
Para complicar o cenário, o candidato da aliança Aécio-Pimentel enfrenta uma candidata que desde 1993 está associada à administração municipal. É praticamente impossível emplacar em Jô Moraes (PC do B) a pecha de oposição (ou de mudança administrativa), mas o mesmo não pode ser dito com relação à candidatura de Márcio Lacerda (PSB). Se o eleitor identificar que Jô Moraes (PC do B) representa a continuidade administrativa, enquanto Márcio Lacerda (PSB) a mudança (ou oposição), a articulação de Aécio-Pimentel pode não funcionar. Não é que a transferência de votos não funcionou, é que o poder da liderança política de transferir votos para seu candidato tem óbvias limitações.
Mas como representar a mudança (ou oposição) com o apoio do prefeito? Em 1996, Patrus Ananias (PT), então prefeito de Belo Horizonte, fez de tudo para o PT apoiar a candidatura de seu vice, Célio de Castro (PSB). O partido lançou Virgílio Guimarães (PT), juntamente com outros tradicionais aliados na administração municipal, tendo o prefeito respeitado a decisão do seu partido e apoiado a candidatura petista. Célio de Castro (PSB) saiu candidato com apoio de outros partidos, alguns de oposição à administração, mas com uma proposta de continuidade, e saiu-se vencedor. Naquela época, a administração de Patrus era bem avaliada, e a população queria um governo de continuidade. Virgílio Guimarães (PT) apresentou um projeto de mudanças com relação à administração Patrus, entrando em choque com o desejo do eleitor do município.
O eleitor na época entendeu que o candidato Célio representava a continuidade, sendo que Virgílio ficou como candidato da mudança. Não era o caso de representar oposição ao partido do poder, que era o PT, mas à administração vigente na época, que também era PT. No mesmo pleito, o governo de Eduardo Azeredo (PSDB), na esfera estadual, obtinha índices de aprovação elevados no município. Todavia, o seu candidato à prefeitura, Almicar Martins (PSDB), ficou na lanterninha como terceiro colocado, muito abaixo dos principais postulantes ao cargo. Ou seja, a população aprovava o governo Azeredo (PSDB), bem como a administração de Patrus Ananais (PT), e como a eleição era local, queria uma continuidade da administração do município, não um candidato de oposição que simbolizava a mudança. O elevado índice de aprovação de Azeredo não serviu de nada para seu candidato.
Não é intenção comparar a liderança política de Azeredo à época com Aécio de hoje, e o cenário atual é bastante distinto, pois o candidato do prefeito é o mesmo do governador. É claro que há um complicador relevante nessa eleição: a desproporcional vantagem da campanha Márcio Lacerda (PSB) com relação a seus concorrentes, tanto no quesito de recursos econômicos quanto de máquina política, e ainda de horário eleitoral gratuito. Porém, a vitória ou derrota de sua candidatura deverá ser explicada pela capacidade de associação ou não com a continuidade da administração municipal. De todo modo, a importância do fenômeno de transferência de votos é mensurada com exagero, na medida em que não leva em consideração o desejo de continuidade ou de mudança do eleitor.
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Os fatos e a cena

Da Coluna de Rosângela Bittar, no Valor Econômico

Pode ser já o esperado vale-tudo para prospectar agora a campanha de 2010; ou, que seja, então, uma pré-aliança, uma espécie de desenho formal do que ficou apenas subentendido em encontros anteriores que vêm ocorrendo há pelo menos dois anos; talvez, ainda, uma maneira de criar fato que provoque e exaspere o candidato a presidente melhor situado no PSDB, que aparenta não se abalar com nada. Pode ser qualquer coisa. Mas o que a cena dos braços dados de Aécio Neves (PSDB), Ciro Gomes (PSB), Fernando Pimentel (PT) e Márcio Lacerda, em foto dos jornais de ontem, menos parece, é uma competente investida de campanha para levantar este último, o candidato do PSB à prefeitura de Belo Horizonte.

Márcio Lacerda não se move nas pesquisas de intenção de voto feitas em maio, em junho, em julho e neste início de agosto. A transferência de votos, no caso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para seu candidato a presidente, hoje a ministra Dilma Rousseff, seria automática, mas não no caso do governador de Minas, Aécio Neves, e do prefeito da capital, Fernando Pimentel, que ainda não conseguem movimentar a candidatura Lacerda .
Pesquisa do Instituto Vox Populi, feita para o PT, mostra que a transferência esperada para a sucessão de Lula não é aquela prevista para qualquer um que detenha a caneta de nomeação e concessão de verbas. O cientista político Marcos Coimbra, presidente do Instituto, diz que, no caso do presidente Lula o eleitorado concede-lhe quase um “cheque em branco”. À pergunta se o entrevistado votaria em qualquer um que fosse candidato do presidente, independentemente de saber o nome, 20% respondem que sim. Ou seja, um em cada cinco eleitores está disposto a seguir Lula, de olhos fechados. No Nordeste, então, passa de 30% o percentual dos que votariam em qualquer um que fosse escolhido por Lula. Aqui, não é mais um em cada cinco, mas um em cada três eleitores informando que votariam em que seu mestre mandasse.
Além deles, passam dos 30% os dizem que poderiam votar no candidato do presidente dependendo de quem fosse. Assim, somando-se os dois tipos de seguidores, o presidente teria o potencial de influenciar a opinião de mais da metade dos eleitores.
O tipo de popularidade do presidente, que leva emoção ao eleitor e cria a adesão espontânea, não se repete nos estados, mesmo onde governadores ou prefeitos obtêm adesões maiores que as de Lula. As disputas nas cidades, porém, não estão definidas. Marcos Coimbra acredita ser impossível dizer, no momento, se Aécio Neves e Fernando Pimentel, com popularidade mais alta que a do presidente Lula, conseguirão ou não transferir votos para Márcio Lacerda, que amarga o terceiro lugar nas pesquisas em que pontua abaixo dos 10%. Menos ainda se sabe sobre em que Ciro Gomes poderá ajudar seu candidato neste momento.
Marcha dos mosqueteiros nada diz ao eleitorado
O quadro de informações do eleitor, no país inteiro, ainda é insuficiente, afirma Coimbra. Por esta razão as pesquisas feitas no fim de julho não foram em quase nada diferentes das pesquisas do final de junho, e essas quase nada diferentes do final de maio. ” O quadro de informação do eleitor só vai mudar mesmo a partir do começo da propaganda eleitoral, seja dos programas gratuitos, seja dos comerciais, das inserções. Só quando tivermos uma mudança nesse quadro de informação é que faz sentido imaginar mudança na intenção de voto do eleitorado”.
O caso de Belo Horizonte é completamente diferente do caso de uma eleição como a de São Paulo, compara o presidente do Vox Populi. Em SP, os quatro principais adversários são conhecidos por 100% dos eleitores, afirma. “O atual prefeito (Kassab), dois ex-governadores (Alckmin e Maluf), e dois ex-prefeitos (Marta e Maluf) estão disputando. Num quadro como esse, as pesquisas seriam capazes de dar, hoje, uma boa sinalização do cenário de setembro, quando já terá começado a propaganda pela televisão e, com ele, divulgação de mais informações sobre os candidatos.
Sobre Márcio Lacerda, candidato a receber a incontestável popularidade do governador de Minas e do prefeito de BH, apenas 5% dizem hoje que o conhecem bem. E apenas 10% informam que sabem alguma coisa sobre ele. “Inversamente, isso quer dizer que 85% dos eleitores da cidade sequer podem considerá-lo como opção, pois não sabem quem é”, afirma Coimbra. Não será a marcha-passeio dos quatro mosqueteiros o canal eficiente desta informação ao eleitorado.
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Este blog apóia Jô Morais em Belo Horizonte


A experiência popular iniciada com a eleição de Patrus Ananias em Belo Horizonte ao lado de Célio de Castro deve prosseguir. Não podemos cair na armadilha costurada pelo prefeito petista Fernando Pimentel e pelo governador mineiro Aécio Neves (PSDB). Embora sejam duas figuras com altos índices de aprovação dos governos, a candidatura por eles proposta para o povo de Belo Horizonte possui um projeto político bastante distinto do projeto que governa a cidade há 16 anos. O governo Aécio é um governo que não guarda qualquer relação com compromissos populares. Pimentel também não é o melhor exemplo nesse quesito.

Não é uma questão de deixar de reconhecer méritos administrativos do governo Aécio, mas isso não significa que ele seja popular. É só olhar para seu desempenho na área de saúde, em que investe menos de 6% do orçamento estadual, bem distante dos 12% de investimento mínimo. E nem precisamos entrar na forma que o governo trata seus trabalhadores e os movimentos populares. Mas esse não é um post para analisar o governo Aécio, mas apenas para pontuar que seu compromisso político é bem diferente do sonhado por Patrus e Célio.

Da mesma forma, o governo petista de Fernando Pimentel afastou do modelo de administração popular que governava Belo Horizonte desde 1993. O orçamento participativo foi esvaziado e os movimentos populares deixaram de ter voz na sua administração. O privatismo e a terceirização sem critério tornaram-se regra. Todavia, beneficiado por vultuosos recursos federais em diversas obras viárias do município, o prefeito da capital mineira ostenta elevados índices de aprovação.

Precisa-se retomar o projeto popular em Belo Horizonte. O povo da cidade em diversas ocasiões mostrou apoio a candidaturas comprometidas com o ideário de maior justiça social. Não podemos admitir que projetos personalistas de algumas figuras políticas coloquem o município na contramão de sua história recente. Pimentel, aliando-se a setores do partido que nunca tiveram compromisso com o projeto político de Patrus e Célio – lembrar-se do papel que Virgílio Guimarães protagonizou em 1996 -, e com setores políticos que sempre foram oposição à administração municipal – PSDB, PPS e o próprio PSB após a saída de Célio do partido -, tentam acabar de vez com aquilo que restou de uma visão política comprometida com setores populares. É isso que está em jogo nessa eleição.

A militância política de Jô Moraes (PC do B) no município de Belo Horizonte a credencia com muita honra para a continuidade de um projeto popular. Sua luta ao lado de movimentos populares, habitação, ensino de melhor qualidade, salário dos professores, mostra o valor de sua biografia. Enquanto isso, o candidato da dupla Aécio-Pimentel estava ganhando dinheiro. Tudo bem. Não há nenhum pecado nisso. Mas a população de Belo Horizonte não o conhece, não sabe o que pensa e quem ele representa. A gente desconfia, mas isso é outra história. Escolhido como candidato de gabinete pelo cacifismo político de Aécio e Pimentel, sem qualquer compromisso com a população de Belo Horizonte. A cidade não merece um “prefeito laranja”, de um partido que em Belo Horizonte também é laranja. É isso mesmo, é o que o PSB em Belo Horizonte transformou-se desde a passagem de Garotinho em 1998 (Célio de Castro e outros saíram do partido na época). Um partido-laranja e auxiliar do PSDB. Nada mais.

Márcio Lacerda (PSB), candidato da dupla Aécio-Pimentel, não sabe diferenciar Venda Nova de Barreiro. Nessa semana, em comício em Belo Horizonte, chamou a região Nordeste de região Noroeste. É um candidato que não passa de um pau-mandado do governador mineiro, que não tem a menor idéia dos problemas que a população do município enfrenta. E mesmo assim se julga melhor preparado para ser prefeito. Resta saber quais seriam os segmentos da população que se beneficiariam com sua eleição. Só falta voltar aos tempos do prefeito-contorno. Isso mesmo. Um prefeito que não consegue ver além dos limites que cercam a Avenida Contorno.

A batalha será dura. É o candidato mais rico, com uma aliança política que reúne o maior número de partidos. Ademais, é a candidatura com maior previsão de gastos de campanha. Por fim, o candidato Márcio Lacerda (PSB) terá 12 minutos no horário gratuito, contra apenas 2 minutos de Jô Moraes (PC do B). A vitória de Jô Moraes é uma oportunidade para a população de Belo Horizonte mostrar que o cacifismo político não pode vencer a democracia.
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Aliança PT-PSDB (Pimentel-Aécio) é vetada pela Executiva Nacional do PT

Uma resolução da Comissão Executiva Nacional do PT vetou ontem a aliança envolvendo o PT e PSDB em Belo Horizonte. A aliança costurada pelo prefeito Fernando Pimentel (PT) e o governador mineiro Aécio Neves (PSDB) em torno da candidatura de Márcio Lacerda (PSB), atual Secretário de Desenvolvimento Econômico do governo de Minas. O acordo favorecia as candidaturas de Pimentel para o governo de Minas e de Aécio para Presidência da República em 2010. O inusitado da aliança é justamente colocar um projeto regional do PT (governo de Minas) acima de seu projeto nacional (sucessão de Lula). Pimentel ao privilegiar a aliança com os tucanos criou fissuras na base de sustentação do PT na capital mineira. O PSDB, seu adversário, vinha sofrendo de inanição em Belo Horizonte, pois só elegeu um único vereador na última eleição municipal.

Com a insistência de Pimentel, os partidos da base no município – PMDB, PR, PV, PTB, PC do B e PRB (para citar alguns) – intensificaram as negociações políticas buscando posicionamento na eleição municipal, o que pode comprometer uma futura candidatura petista. O PT tinha a faca e o queijo na mão. Tinha tudo para formar uma ampla aliança em torno dos partidos de sua base em Belo Horizonte. Mas o prefeito e seus aliados preferiram o caminho de privilegiar os partidos de oposição política no município – PSDB e PSB -, em detrimento daqueles partidos que garantem a sustentação do PT no governo municipal. Era a condição para uma futura candidatura de Pimentel ao governo de Minas com a benção de Aécio Neves.

O resultado agora é incerto. O que se sabe é que Aécio acabou criando divisões dentro do PT e seus aliados. Em outras palavras, o governador mineiro sai vitorioso. A verdade é que Aécio ganharia independente do desfecho final. Se a aliança fosse concretizada, colocaria no lugar de um petista um aliado de sua confiança na capital mineira. De qualquer forma, sua imagem de conciliador foi reforçada, enquanto o PT sofre o constrangimento de vetar a aliança. Além disso, criou um fato político favorável à candidatura de Márcio Lacerda (PSB), um desconhecido do eleitor de Belo Horizonte, mesmo sem a presença do PT. O candidato do PSB deve ampliar sua aliança com o PPS. Se trouxer mais outros partidos – PV e PMDB, por exemplo - começa a incomodar o ninho petista.

Ficou mais difícil a tarefa de buscar aliados para uma candidatura petista visando permanecer à frente da administração municipal. Além disso, ficou nítido que os aliados do Pimentel não tem candidato competitivo na eleição municipal. O candidato do prefeito é Roberto de Carvalho (PT), um candidato com perfil difícil de emplacar, velho conhecido do eleitor da cidade. O melhor candidato do partido é mesmo o deputado estadual André Quintão (PT), afilhado político do ministro Patrus Ananias. Porém, em razão da maioria que o prefeito conquistou no diretório municipal do partido, dificilmente sairia candidato. E mais difícil ainda seria obter o apoio do prefeito, fundamental para o sucesso de uma candidatura em Belo Horizonte. A manobra de Pimentel foi uma clara antecipação das articulações com vistas às eleições de 2010. O prefeito buscou um atalho para evitar uma disputa direta com Patrus Ananias lá na frente, mas acabou mesmo é antecipando essa disputa. Assim, o partido e seus principais líderes no Estado saem enfraquecidos.

Clique aqui para ver a “Resolução da Executiva Nacional do PT”.

Clique aqui para ver “PT veta aliança com PSDB em Belo Horizonte para preservar 2010, diz Cardozo

Clique aqui para “Pimentel considera erro PT barrar aliança com PSDB
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ALIANÇA PIMENTEL-AÉCIO: A POLÊMICA DA ESCÓRIA DE CIRO GOMES

Um artigo publicado no Jornal O Tempo sobre a aliança PT-PSDB em Belo Horizonte, levanta a polêmica sobre a escória de Ciro Gomes.

Do Jornal O Tempo , 19/04/2008.

A escória de Ciro

VITTORIO MEDIOLI
Recebi uma carta da Assembléia Legislativa de Minas que informa o voto de repúdio ao Ciro Gomes subscrito por 16 deputados. Motivo do qüiproquó é a declaração de 20 de março do ex-governador do Ceará, "Aqui o que eu vejo é que a escória da política não tem espaço.

A hegemonia moral e intelectual que preside esse movimento que Minas está fazendo é tão eloqüente e importante que a escória da política deve estar apavorada com isso". Ciro abriu assim as comportas da insolência, mais uma vez, contra os que não aprovam a aliança PT/PSDB, aliança em volta de seu pupilo e ex-secretário Márcio Lacerda para prefeito de Belo Horizonte.

Quem não quer saber dessa aliança em Minas são pessoas (talvez não atinou o boquirroto) como os ministros Luiz Dulci e Patrus Ananias que representam a vertente mais "moral e intelectual" do PT.

Mas há muitos outros, que possuindo uma intelectualidade mais avantajada que a tropa de "comissionados e apadrinhados", enxergam na aliança Frankestein um casuísmo. Melhor, uma fórmula sutil de golpe branco que tolherá o eleitor de Belo Horizonte do direito de escolha. Dar-se-ia uma eleição que lembra as eleições em Cuba durante os últimos 50 anos.

Lá vence apenas um partido porque existe só um e apenas um candidato. Castra-se assim como machado o princípio básico da democracia moderna, a alternância no governo e na oposição fiscalizadora.

Não sei que "intelectualidade" pode se ajoelhar a uma fórmula sem propostas, sem programas, sem meta diferente que o poder pessoal de algumas pessoas diretas, beneficiárias desse acordo.

Ciro provavelmente tem algo a ganhar também, mas não o revela. O ex-governador se agita para defender a escolha de seu pupilo Marcio de Lacerda, ex-tesoureiro de sua campanha, ex-secretário executivo de seu ministério e titular (segundo a "Folha de S.Paulo") de 82% das doações para a campanha presidencial de Ciro em 2002.

Ainda principal articulador da transposição do São Francisco que assalta a região mais pobre de Minas em suas parcas reservas para o futuro. E por falar de "moral", ingrediente que Ciro usa como se fosse sua exclusividade, Marcos Valério declarou, e nunca desmentiu ter entregado a Lacerda R$ 1 milhão para cobrir dívidas de campanha de Ciro.

Ciro, na época, afirmou que processaria Marcos Valério por essa infâmia. Ele o fez? Mesmo com isso consegue enxergar uma "hegemonia moral" ao lado de seu pupilo, como se fosse hegemonia quem conspira contra seu próprio Estado, e uma "escória da política" que se opõe.

Em sua terra natal, Ciro considera "hegemonia moral" o irmão governador que viaja à Europa com mulher e sogra em jatinho alugado por R$ 388,5 mil, ainda com direito a diárias, e "escória" quem protesta por este assalto ao erário do paupérrimo Ceará. Afinal, de que lado está a escória de Ciro?

Comentário do blogueiro:
O presidenciável Ciro Gomes volta e meia se excede nas palavras, além de se colocar numa superioridade ética e moral. Na tão propalada aliança mineira, o deputado cearense classificou como escória os políticos contrários à aliança esdrúxula entre PT-PSDB, sob a tutela do candidato do seu partido, o PSB.

A hegemonia moral de Ciro Gomes tem perna curta. Sem ater aos detalhes, nunca ele esclareceu como foram pagas suas dívidas da campanha de 2002. Depois, fez de seu secretário executivo no Ministério da Integração Nacional justamente o principal financiador de sua campanha, o próprio Márcio Lacerda, pré-candidato na aliança de Belo Horizonte. É só um começo.

Mas o que intriga mesmo é sua capacidade de inversão dos fatos. Aécio Neves, sem entrar no mérito de seu governo, é ligado ao que existe de mais tradicional na política mineira. Pimentel aliando-se com Aécio Neves se credencia para obter o apoio desse grupo político para uma candidatura ao governo do Estado. É a velha política clientelista das antigas famílias se perpetuando. Enfim, a verdadeira escória. Daí aparece o Ciro Gomes para dizer que na aliança de Belo Horizonte não tem lugar para a escória. Políticos mais comprometidos com a questão ética e moral dentro do PT como Patrus Ananias e Luiz Dulci, contrários à aliança, passaram a ser escória. Será esse o entendimento de Ciro Gomes? Inaceitável o posicionamento do presidenciável.

O artigo também tocou num ponto fundamental: a possibilidade da aliança representar um golpe branco que tolherá o eleitor de seu direito de escolha. Só assim alguém sem qualquer representatividade política na capital mineira como Márcio Lacerda poderá tornar-se prefeito. Pimentel e Aécio manipulam pesquisas para dizer que a população apóia a aliança PT-PSDB. O que isso quer dizer com relação à candidatura de Lacerda? Absolutamente nada. A população aprova a aproximação entre PT e PSDB, não o acordo como está sendo feito. Não tem nada que os autorize a dizer isso.

Sobre Ciro Gomes, é um político de qualidades, não escondo certa admiração, mas tem seus pecados. Só acrescento que ele não é mineiro, muito menos belo-horizontino. A eleição na capital mineira não lhe diz respeito. O fato de que o acordo costurado pela dupla Aécio-Pimentel favoreça seu principal financiador não é motivo para aceitar seu descontrole verbal. É isso.
Clique aqui para saber mais sobre o acordo Pimentel-Aécio (PT-PSDB) em Belo Horizonte.
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Novidades nas eleições municipais do Rio de Janeiro, Fortaleza e Belo Horizonte

No Rio de Janeiro, o candidato líder nas pesquisar, Marcelo Crivella (PRB), da base de sustentação do governo Lula, amplia sua aliança política, o que lhe garante maior tempo no horário gratuito de televisão. A chapa de Crivella contará com PR, PTB e PT do B, além do próprio partido PRB. Segundo Crivella, “estamos procurando apoio dentro da base do governo”. O candidato reforça a idéia de aliança política entre os governos municipal, estadual e federal para enfrentar os desafios e problemas do município. O PTB deverá indicar a vice. A vereadora Cristiane Brasil (PTB), filha do ex-deputado cassado Roberto Jefferson, é uma das indicadas para a vaga de vice na chapa.

O ponto fraco da campanha do senador era o baixo tempo de televisão. Inicialmente, sua aliança restringia ao PRB e PT do B, dois partidos nanicos e com pouco tempo no horário eleitoral gratuito. Com a ampliação da aliança, seu tempo de televisão dá um salto, o que é extremamente positivo para sua candidatura. O grande empecilho agora do candidato é a rejeição bastante elevada, o que pode criar dificuldades num hipotético segundo turno. Clique aqui para saber mais sobre as eleições no Rio de Janeiro.

Em Fortaleza, a candidata do PT Luizianne Lins também ampliou sua aliança com vistas à reeleição. O PMDB passa a integrar sua coligação, juntando-se ao PSB, PC do B e PT. A única candidatura definida é do deputado federal Moroni Torgan (DEM), em aliança com o PP. Outro possível candidato é o ex-governador Lúcio Alcântara (PR). Mas a candidatura bastante aguardada é da senadora Patrícia Saboya (PDT), ex-mulher de Ciro Gomes (PSB). A senadora busca aliança com o PSDB de Tasso Jereissati, que já demonstrou interesse em apoiá-la. O empecilho é a posição dos partidos em nível nacional.

O fato concreto é que candidata do PT enfrenta uma rejeição grande, embora tenha uma aliança bem consolidada. A candidatura de Patrícia Saboya (PDT) pode dificultar os planos do PT de continuar à frente da prefeitura de Fortaleza. Por outro lado, a senadora enfrenta uma aliança mais frágil, com tempo menor de televisão e uma rejeição cada vez maior ao clã Jereissati.

Já a candidatura de Moroni Torgan (DEM) sempre inicia bem nas pesquisas. Uma razão é o recall, foi candidato nas últimas eleições. E também é que uma parcela do eleitorado acredita no discurso mais duro contra a violência, embora essa não seja uma atribuição do prefeito. Sinceramente não acredito que vença num eventual segundo, seja contra Luizianne Lins (PT) ou Patrícia Saboya (PDT). A população de Fortaleza é mais de centro-esquerda, o que torna difícil uma vitória de centro-direita (caso de Moroni Torgan).

Em Belo Horizonte, a novidade era aguardada. É que o PT municipal aprovou a aliança com o PSB, com apoio do PSDB. O PT deverá indicar a vice, que deverá ficar com o deputado estadual Roberto de Carvalho, ligado ao prefeito Fernando Pimentel. A aliança expôs um racha entre as lideranças petistas no Estado, ficando contrários à aliança os ministros Patrus Ananias e Luiz Dulci, bem como o presidente do PT no Estado, Reginaldo Lopes. Clique aqui para saber mais sobre a aliança PT-PSDB (Pimentel-Aécio) na capital mineira.
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ALIANÇA PT-PSDB EM BH: PIMENTEL ATROPELA PT E ALIADOS DE OLHO EM 2010

O PT tem fama de ser sectário, refratário a alianças. A fama construída ao longo da história do partido tem custado caro. Nas eleições municipais de 2004, o partido fez alianças de ganhos duvidosos com praticamente todos os partidos, inclusive DEM e PSDB. Só faltou mesmo o PSTU e o PSOL. O partido errou feio em sua estratégia eleitoral naquele ano, priorizando candidaturas de competição duvidosa – Porto Alegre e São Paulo – e deixando de lado candidaturas com chances reais de vitória – Fortaleza e Campo Grande. Nesta última o partido perdeu uma eleição praticamente ganha, pois não entrou nas prioridades do comando do partido. Há outros exemplos que poderíamos citar, mas não acrescenta muito à análise.

Novamente estamos em uma eleição municipal. E o partido não pode cometer o erro de condicionar a estratégia eleitoral deste ano com 2010. Primeiro, a eleição municipal não é termômetro para a eleição de 2010. Os vencedores serão aqueles candidatos que tratarem dos problemas de sua população, e não ficarem discutindo questões que extrapolam a administração local. Segundo, o cenário de 2010 não está dado, e não será a eleição municipal que definirá o cenário da disputa eleitoral de 2010.

Na eleição municipal de Belo Horizonte, os protagonistas (Aécio e Pimentel) querem fazer da futuridade o principal ativo em disputa. O jogo do governador mineiro tem endereço certo, mas o mesmo não pode ser dito para o PT. Mas o prefeito de BH, Fernando Pimentel, transforma o jogo de cena de Aécio numa disputa antecipada por uma candidatura a governador em 2010. E isso explica a inflexibilidade de Pimentel. O ministro Hélio Costa disse recentemente que é mais fácil negociar com Aécio, numa clara crítica à postura do prefeito.

Uma prova da maior flexibilidade do governador mineiro é que ele filiou ao PSB Ana Lúcia Gazzola, com ligações com Patrus e Luiz Dulci e outros petistas do antigo quadro do PSB na capital। O governador já sinalizou que aceitaria a troca, mas o Pimentel não aceita. Ou seja, sua disputa é outra. Ao excluir parcela do PT mineiro, o PMDB e outros aliados da negociação política em torno da aliança, a linha divisionista do bloco de apoio do governo federal pode começar a sofrer defecções. Como bem disse o ministro Hélio Costa, cabe ao prefeito consertar o estrago, mas ele se mostra reticente.

Um quadro eleitoral de Belo Horizonte teria Pimentel, Patrus, Aécio, Azeredo, João Leite e Virgílio Guimarães entre os nomes de maior densidade eleitoral na capital. Como os quatros primeiros estão fora do páreo, se deixasse o PSB decidir sozinho, provavelmente o partido sairia com João Leite com um vice do PT. Porém, desde quando Garotinho passou pelo PSB (1998), o partido em Belo Horizonte e Minas não tem nada a ver com aquele que elegeu Patrus. É apenas mais uma perna do PSDB mineiro para aglutinar as diferenças políticas. E como tal, de oposição ao governo municipal. Tem sido assim desde aquela época.

Do outro lado, Pimentel e o PT construíram uma ampla aliança: PT, PMDB, PRB, PTB, PV, PR, PC do B, etc. Tal política de alianças foi iniciada com Patrus Ananias e ampliada em muito com Célio de Castro. O DEM não tem votos na capital, o PSDB e PSB reduziram suas bancadas na Câmara nas últimas eleições. Ou seja, a base de sustentação do Pimentel contempla todos os partidos, menos PSDB e PSB. Não é que os dois partidos de oposição no município que aparecem como protagonistas. A justificativa é que a aliança se daria com um partido neutro e da base de sustentação do governo federal e estadual. Se esse fosse o critério de fato, a cabeça da chapa deveria caber ao PMDB, pois está na base de sustentação dos governos federal, estadual e municipal. E justamente o PMDB é excluído da negociação.

A manobra divisionista pode atingir Aécio indiretamente, na medida que afasta um pouco o PMDB mineiro de seu projeto político. Mas nada que não possa ser consertado futuramente. Talvez por isso que o governador mineiro seja mais flexível. Para ele interessa vender a idéia de união das forças políticas mineiras, em contraponto ao estilo mais centralizador de seu oponente dentro do partido, José Serra. Mas se os descontes lançarem uma candidatura à revelia, a cisão torna-se evidente. O copo estará meio cheio e meio vazio. Como sempre esteve.

Em qualquer aliança política deve existir algum denominador comum. Isso não tem nada a ver com ideologia partidária. Na Bahia, o PT e PSDB aproximaram-se para combater o carlismo. Faz todo o sentido. Podem manter suas diferenças ou conveniências. Qual seria esse denominador comum em Belo Horizonte? Não existe nenhum. Bom relacionamento administrativo como uns apontam não faz sentido. Porque o PSDB não aderiu ao bloco governista na Câmara Municipal? A parceira entre governo estadual e municipal só viabilizou porque era do interesse de ambos. A lógica é a mesma que Lula faz com os outros governadores do PSDB: Serra, Cássio Cunha Lima, Theotônio Vilela e Yeda Cruisius. As aparentes diferenças não existem, a não ser o estilo mais conciliador de Aécio Neves.

Dizer que o PT não tem candidato forte é mera saída política, porque ninguém vai tentar me convencer que o Márcio Lacerda é um candidato forte। Como ninguém tem candidato forte, um nome de baixa rejeição e que tem votos em Belo Horizonte como de André Quintão (PT), considerando a força do tamanho da aliança, pode desbancar qualquer candidato adversário. Na verdade, o único risco real seria João Leite (PSB), mas esse enfrenta forte rejeição.

A verdade é que o PSB e o PSDB não têm votos para levar a prefeitura, mas pode ganhá-la de bandeja। Simplesmente porque não terão competição। E com a ajuda do PT. Se o desejo é formar uma aliança mineira entre PT e PSDB, deveria primeiro rediscutir o apoio aos governos municipal e estadual. E isso, nenhum dos dois partidos querem. Se irão manter-se distante no plano estadual, e também municipal, a união atende apenas projetos políticos muito personalistas. Seria melhor para o PT fazer a aliança diretamente com o PSDB, entregando espaços políticos, mas conservando outros espaços. Corre-se o risco de ficar na berlinda. É claro que o Lacerda deverá manter alguns petistas ligados ao Pimentel, pelo menos até quando não há confronto no projeto político do Aécio e PSDB. Se no futuro o confronto não puder ser evitado, não tenho dúvidas de que lado o prefeito ficará. Não é com o PT, certamente.
Pimentel faz uma aposta de alto risco para alavancar sua candidatura ao governo do Estado. E pode destruir as relações do PT com outros partidos no Estado (PMDB, PR, PRB, PV e PTB). Em vez de buscar a unificação das forças para 2010 em Minas Gerais, o prefeito aposta na linha divisionista. Pode acabar tornando novamente o PMDB competitivo para o governo estadual e facilitar as pretensões do PSDB de manter-se no governo. Em 2010, Pimentel terá duas difíceis missões. A primeira é unificar o PT em torno de seu nome, que pode preteri-lo em favor de Patrus Ananias. A segunda será reconciliar com aliados de outros partidos insatisfeitos, pois o PSDB não estará do seu lado, a despeito do chamado bom relacionamento com Aécio.

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ANÁLISE DA ALIANÇA PT-PSDB (PIMENTEL-AÉCIO) EM BELO HORIZONTE

Existe algo ainda a ser explicado na aliança entre Pimentel e Aécio. Ou será uma aliança de Lula e Aécio? A tese de apoio recíproco não se sustenta, pois o PT terá candidato presidencial em 2010. Alguém duvida disso? O PT comanda a capital desde 1993. Como tem uma gestão bem avaliada, a exclusão de seu nome da cabeça de chapa não tem o mesmo significado que a exclusão do PSDB. O único candidato competitivo do PSDB é Eduardo Azeredo, e seu nome já estava fora do páreo. O PT entra na aliança entregando espaços políticos e o PSDB entra na mesma aliança ocupando parte desses espaços. É assim mesmo, o PSDB ganha e o PT perde. E o PSB ganha de bandeja uma prefeitura importante.

A proposta de aliança PT-PSDB daria de forma indireta, na medida que o candidato seria do PSB com vice do PT. O PSDB seria contemplado com a futura participação no governo municipal. A idéia é de que o PSB seria um partido neutro, e com ligações com o PT. Será? É claro que o PSB é da base de sustentação do governo federal e historicamente tem ligações próximas com o PT. Na primeira administração petista, a aliança PT-PSB levou Patrus Ananias à prefeitura. Na eleição seguinte, o vitorioso foi Célio de Castro (PSB), com o PT ocupando os principais postos. Uma disputa interna dentro do PSB levou Célio de Castro e seu grupo a filiar ao PT, tendo sido reeleito em 2000 com Pimentel como vice. Após a saída do grupo de Célio de Castro do PSB, os caminhos dos dois partidos na capital nem sempre foi de convergência, como a candidatura oposicionista do ex-goleiro do Atlético de João Leite (PSB) em 2004.

Uma versão recorrente dentro do PT é que o PSDB aderiu à aliança que governa a cidade desde 1993। José Dirceu defendeu esta tese. Outros petistas foram na mesma linha. Não há nenhuma semelhança entre a aliança entre Patrus e Célio (PT-PSB) vitoriosa naquele ano e a aliança de agora. E como mostrei, não se pode dizer que há uma aliança entre PT-PSB desde 1993. Antes mesmo de 2000, o PSB não figurava mais entre os principais partidos da base de apoio do governo municipal. Na atual administração, isso fica mais evidente. A aliança torna protagonista o PSB, deixando de lado os partidos principais da base de sustentação do governo municipal. Perde o PT e seus aliados no município. Ganham o PSDB e o PSB. É o jogo.

Mas a base de sustentação do prefeito e também do governo federal em Minas saiu aranhada. O PMDB, PR, PTB, PRB e outros aliados importantes não aceitam a imposição da aliança pelo prefeito e o governador, bem como parcelas do PT mineiro e municipal. Estariam contra a aliança (ou pelo menos contra o modelo proposto da aliança) os ministros Patrus Ananias, Luiz Dulci e Hélio Costa. E também o vice-presidente José Alencar e presidente do PT mineiro Reginaldo Lopes. Para não dizer de Ricardo Berzoini, presidente do PT. Com a interferência do presidente Lula, o esforço de aglutinação de todas as forças políticas na candidatura de unidade deve ocorrer, mas é ilusão imaginar que não há feridas. A base governista em Minas ficou dividida, enquanto reina o governador mineiro.
O candidato escolhido, Márcio Lacerda, não tem história política com a capital mineira nem mesmo com o PSB de Belo Horizonte. Como bem disse o ministro Patrus Ananias, ninguém em BH conhece o candidato, suas idéias ou projetos para a cidade. É um estranho na política da capital mineira. Foi uma escolha do governador de Minas com o prefeito Fernando Pimentel. Sua filiação ao PSB se deu unicamente para o projeto político do prefeito e do governador. O risco é os descontentes unirem em torno de uma candidatura aceitável, o que poderia ser um teste para os limites da transferência de votos.

O óbvio seria buscar um nome dentro do PSB que seria aceito pelos dois partidos, não apenas por alas do PT ligadas ao prefeito e o PSDB. Com certeza, a ligação de Márcio Lacerda é bem maior com o Aécio e o PSDB que com o PT. Nesse sentido, justifica-se o temor de alas do PT de ficar fora (ou sub-representado) da participação do futuro governo municipal. O PT corre o risco de entregar uma prefeitura importante, bem avaliada, sem ao menos disputar a eleição. Se o partido não tiver participação importante na hipotética administração, poderá ter dificuldade em eleições futuras. O risco é real. E tem precedentes na relação de alianças envolvendo o PT e PSB.

Uma forma de garantir que o partido como um todo seja contemplado é buscar um nome mais próximo ao partido, como da ex-reitora da UFMG Ana Lúcia Gazzola. É também um nome que tem ligação com a cidade, bem como é próxima do governador mineiro. Porém, a indicação da professora esbarra na resistência do prefeito petista, em razão de sua proximidade com o ministro Patrus Ananias. Ou seja, é uma disputa política dentro do PT. O que está em jogo é a escolha do candidato a governador em 2010.

Uma outra forma de resolver o impasse e unificar o PT municipal seria a candidatura do próprio ministro Patrus Ananias. Ele que deu início à gestão petista no município não sairá porque têm outros projetos políticos. Oficialmente não sairá porque assumiu o compromisso com o governo Lula quando aceitou continuar no governo federal. Mas isso é apenas uma parte da explicação. O ministro procura manter-se na mira como presidenciável e também cogita o governo mineiro, da mesma forma que seu colega petista Fernando Pimentel. Ser candidato a presidente está ainda muito distante, mas caso outros candidatos do partido não emplaquem e Serra seja candidato pelo PSDB, Patrus torna-se uma boa opção para o PT, podendo unir Minas em torno de seu nome. E reforça suas pretensões com relação ao Palácio da Liberdade.

A política é mesmo cheia de surpresas. Há poucos anos atrás, Pimentel não existia politicamente. Com o apoio do grupo do ministro foi vice-prefeito e depois prefeito da cidade. Porém, suas ambições políticas com mira no governo estadual o levaram a distanciar de Patrus Ananias e também do ministro Luiz Dulci, e trilhar um caminho próprio. Resta saber até que ponto sua aliança municipal excluindo parcelas importantes do PT será útil para obter a indicação do partido em 2010. Sabe-se que tanto o PT estadual como o PT nacional resiste ao modelo de aliança. O partido aceita uma aproximação com o PSDB, inclusive uma aliança entre os partidos, porém desconfiam da aliança na forma que está sendo feita.

Por que não lançar uma aliança com o PT na cabeça da chapa e o PSDB de vice? A resposta é simples. Os dois partidos são adversários no município. O PSDB sempre foi e continua sendo oposição à administração petista de Belo Horizonte. Da mesma forma que o PT é da administração de Aécio no governo estadual. Se não há proximidade entre os partidos no município, mas somente bom relacionamento administrativo (que também existe entre Lula e Serra em São Paulo), fica difícil construir um entendimento para uma aliança. Não há qualquer semelhança com a aliança do petista Jacques no governo baiano.

O PSB surge como a salvação. A chamada tese de aliança indireta. É uma tese ruim, pois camufla as diferenças não só de projeto como as disputas de espaços de poder. Além disso, enquanto o PSB não tem qualquer relevância na administração municipal, o mesmo não ocorre no governo estadual. A idéia de partido neutro para sacramentar a aliança não é verdadeira. A proximidade entre PSB e PSDB em Minas Gerais, nos dias atuais, é bem maior que entre PT e PSB. E o candidato escolhido não foge à regra. Isso só reforça o argumento de setores do PT.

Como a aliança parece ter sido resultado de uma costura entre Aécio, Lula e Pimentel, ou seja, tem as digitais do presidente, torna-se mais complexa a análise de suas conseqüências. O presidente pode querer fortalecer Aécio, mas não a ponto de dividir sua base política. A estratégia do presidente tem sinal claro: fomentar a disputa política entre os presidenciáveis tucanos. Só que algo na aliança pode ter fugido de seu controle: a disputa dentro do PT mineiro colocando em lados opostos o prefeito e seus ministros. Nesse sentido, o prefeito pode ter isolado na aliança políticos da base política do presidente no Estado simplesmente por estarem próximos do ministro Patrus Ananias. Assim, a aliança provoca perdas no campo lulista em Minas.

A ausência de nomes fortes do PT – os ministros Patrus e Luiz Dulci não aceitam concorrer –, o partido fica sem condições de vetar a aliança nos diretórios estadual e nacional। Embora isso não esteja descartado. Nessa queda de braço, o prefeito pode sair vitorioso no primeiro round. Mas deverá colaborar para desintegrar precocemente a base política do governo Lula em Minas Gerais. Não dá para se fazer uma omelete sem quebras os ovos. Na política, a regra também vale.

Entre os ganhos e perdas, Aécio Neves obteve sua vitória política particular. Mesmo que a aliança não prospere, o governador mineiro dividiu a oposição política e lançou ares de conciliador para a sua virtual candidatura presidencial. Marcou pontos importantes em sua batalha dentro do PSDB. Uma jogada de mestre. Nesse caso, o governador mineiro saiu-se vencedor. Um possível perdedor é o ministro Patrus Ananias. Outro é José Serra. Só que não há garantias de que Pimentel seja também vencedor. Este precisará esperar 2010.
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Aliança PT-PSDB tem apoio de 84% da população em Belo Horizonte

Neste último domingo, o PT de Belo Horizonte realizou votação para escolher os delegados que votarão no próximo dia 06 sobre a aliança idealizada pelo governador mineiro Aécio Neves e o prefeito Fernando Pimentel, do PT. A chapa “PT Pelo Entendimento” - que representa a aliança entre PT-PSDB obteve cerca de 85%. Os partidários ligados aos ministros Patrus Ananias e Luiz Dulci e também ao deputado estadual André Quintão, pré-candidato à prefeitura de BH, não apresentaram chapa para a votação neste domingo. O boicote é uma maneira de mostrar a insatisfação do grupo com relação à forma que a aliança está sendo conduzida. A despeito disso, uma pesquisa do Vox Populi mostrou que a aliança PT-PSDB tem amplo apoio na população belorinzontina. Resta saber se esta mesma população estaria disposta a eleger um candidato sem história com a cidade, escolhido para ser filiado a um partido da base do governo federal simplesmente para a continuidade do projeto político do prefeito petista e governador tucano. Veja a matéria abaixo:

A julgar pela opinião da grande maioria dos belo-horizontinos, os delegados do PT devem aprovar na votação que ocorrerá domingo que vem a aliança com o PSDB em torno da sucessão da prefeitura da capital mineira. Pesquisa Vox Populi realizada para a Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg) entre os dias 7 e 11 revela que 84% dos eleitores de Belo Horizonte aprovam a parceria entre o governador Aécio Neves (PSDB) e o prefeito Fernando Pimentel (PT) – os dois principais articuladores da dobradinha em torno de um candidato único filiado a um partido neutro.

Questionados sobre notícias veiculadas na imprensa apontando o bom relacionamento administrativo e entendimento político entre os governos estadual e municipal, apesar de pertencerem a partidos diferentes, apenas 7% dos entrevistados reprovaram a relação entre ambos, enquanto outros 7% não souberam ou não responderam à pergunta feita pelos pesquisadores. Na capital mineira foram ouvidos 500 eleitores com mais de 16 anos, em pesquisa que tem margem de erro de 2,2 pontos percentuais para mais ou para menos.

Na avaliação do sociólogo Marcos Coimbra, diretor do Vox Populi, os números revelam que os eleitores estão muito mais atentos à gestão de um administrador e aos candidatos que disputam as eleições do que aos partidos políticos aos quais eles são filiados. “Os partidos nunca tiveram muita importância para a maioria das pessoas. Apenas 30% das pessoas se identificam com algum partido. Por isso as questões de conflitos partidários parecem conversa remota, pois para eles pouco contribui para a solução de problemas de sua cidade, estado ou país”, diz.

E essa percepção de administração tem se mantido estável quando questionados sobre o desempenho tanto do governo estadual quanto federal – levando-se em conta a margem de erro das pesquisas. A nova rodada da pesquisa Vox Populi revela que há um ano e três meses a avaliação do governo Aécio Neves se mantém estável, acima dos 70%. Entre os 2.261 mineiros entrevistados em 99 municípios, a gestão do Palácio da Liberdade é boa ou ótima para 74% deles, regular para 18% e ruim ou péssima para 5% deles. Outros 2% não souberam ou não responderam à questão.

Essa mesma estabilidade é verificada na percepção do desempenho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), cuja administração foi considerada ótima ou boa para 61% dos mineiros, regular para 26% e ruim ou péssimo para 12%, enquanto 1% não opinou. O fenômeno semelhante, verificado em relação aos palácios da Liberdade e Planalto, é avaliado como natural pelo diretor do Vox Populi, uma vez que tanto Aécio Neves quanto Lula gozam há mais de um ano de um alto índice de aprovação em Minas.

“Quando se tem um elevado nível de avaliação, as mudanças possíveis são sempre para baixo, já que seria difícil ultrapassar os números atuais. Como não houve nenhuma razão para que piorasse a avaliação sobre eles, o resultado é a estabilidade”, explica Marcos Coimbra. Aprovação que coincide com as avaliações e expectativas sobre a economia brasileira e mineira. Para 63% dos entrevistados, a situação do estado é boa ou ótima, enquanto 31% consideram regular e 5% ruim ou péssima. Em relação ao país, 47% dos mineiros avaliam que a situação é ótima ou boa, enquanto 39% apontam regularidade e 14% não estão satisfeitos, pois consideram o país ruim ou péssimo.

Desempenho

O governo Aécio Neves é melhor avaliado do que a gestão do prefeito Fernando Pimentel pelos belo-horizontinos. Segundo a pesquisa Vox Populi realizada para a Fiemg, 85% dos 500 entrevistados classificam de positiva a administração tucana e 12 como regular. O petista tem gestão positiva para 73% e regular para 21%. Na avaliação negativa houve empate técnico: 2% e 3%, respectivamente.
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Acordo Pimentel-Aécio (PT-PSDB) em Minas Gerais

A imprensa tem publicado matérias sobre a união das forças do PT e PSDB para a eleição da capital mineira. A chancela política seria um acordo entre o prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel, e o governador de Minas, Aécio Neves. O jogo político por trás da complicada equação é o olho no futuro, mais precisamente em 2010. Pimentel poderia ser candidato a governador com o apoio de Aécio. Uma versão é que tal acordo facilita a obtenção de sua candidatura dentro do PSDB, pois poderia propor um governo de união nacional, incluindo a participação do PT. Mas o PT terá candidato em 2010, alguém duvida? Nesse cenário, Pimentel terá condições de retribuir o apoio de Aécio à sua futura candidatura a governador? Difícil imaginar não é.

Há uma outra versão circulando nos bastidores. Aécio sairia do PSDB em direção ao PSB, de Ciro Gomes. Só que o PSB tem candidato a presidente em 2010. Ou será que Ciro não é candidato? Será que aceitaria ser vice de Aécio? Como ficará o PT nesse jogo? Será que abrirá mão de sua candidatura para ser mero coadjuvante? Muitas perguntas aguardando respostas. Como a política tem caminhos tortuosos, o que parece hoje pouco lógico pode ser amanhã bastante óbvio. O jeito é aguardar.
Já que entramos no terreno das especulações em torno das articulações políticas mineiras, o Blog do Rovai informou que Fernando Pimentel encontrou com José Dirceu nesta quarta-feira (13/02) em São Paulo. O ex-ministro fazia uma palestra para sindicalistas e a interrompeu para ir ao encontro do prefeito de Belo Horizonte. Queria ser uma mosca para estar no local e saber o que trataram. Será que falaram da aproximação do PT (ou Pimentel) com Aécio? Mistério.
Falando nisso, vale conferir a matéria (logo abaixo) do jornalista Pedro Venceslau, publicada no Portal Imprensa (http://portalimprensa.uol.com.br/), em 13/02/2008.

Uai, cadê o mensalão?

Em Minas Gerais não se fala de outra coisa. Finalmente, o governador Aécio Neves, do PSDB, e o prefeito Fernando Pimentel, do PT, chegaram a um nome de consenso para disputar a Prefeitura de Belo Horizonte. Trata-se de Márcio Lacerda, secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado de Minas Gerais. Pelos relatos da mídia mineira, Lacerda reúne todas credenciais necessárias para selar o casamento entre tucanos e petistas: é homem de confiança de Aécio Neves, mas não é filiado ao PSDB (e sim ao "socialista" PSB). Não é um nome conhecido, mas está em um cargo com bastante visibilidade. Por fim, a cereja do bolo: tem um passado de militância de esquerda - foi quadro da ALN, a mitológica organização de Carlos Marighella. Ainda falta fazer alguns ajustes e apagar alguns incêndios internos (Luiz Dulci e Patrus Ananias são contra), mas, pelo menos entre colunistas e repórteres, essa fatura é dada como liquidada.

O amigo e jornalista mineiro Kerison Lopes me ligou na redação para a contar novidade. Papo vai, papo vem, ele me convida para um passeio pelos jornais mineiros na Internet, a fim de conferir a repercussão da novidade. Não foi manchete de capa, mas todos os jornalões mineiros trataram do assunto e fizeram perfis sobre o indicado da inusitada aliança. "Estado de Minas", "Hoje em Dia" e "O Tempo" informam o passado de preso político de Lacerda. Contam que ele entrou no curso de Administração de Empresas da Faculdade de Ciências Econômicas da UFMG, mas só se graduou 10 anos depois. E que foi secretário-executivo de Ciro Gomes (PSB-CE) no Ministério da Integração Nacional, além de assessor do governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB). A biografia acaba por aí.

"Tá bom, agora vamos dar uma olhada no Google", convida Kerison. Ao digitar o nome de Márcio Lacerda, uma surpresa: quase todas as primeiras vinte referências que surgem no site de busca remetem a um episódio que passou batido pela apuração dos cronistas mineiros. O nome do secretário de Aécio aparece em várias reportagens com o chapéu: "Escândalo do mensalão". Vamos refrescar a memória. Quando o publicitário Marcos Valério Fernandes de Souza leu para os parlamentares, durante a CPI, duas listas de pagamentos feitas por suas empresas, foram "revelados" os nomes das pessoas que sacaram recursos das suas contas em 2003 e 2004. Entre eles está Márcio Lacerda, então secretário-executivo do ministro Ciro Gomes, da Integração Nacional, que teria sacado R$ 457 mil.

Na ocasião, Ciro saiu em defesa de seu secretário e disse que houve um equívoco. Mas não teve jeito. Lacerda acabou tendo que deixar o cargo. Em nota lacônica, a assessoria do ministro informou: "Para assegurar a normalidade da missão institucional do Ministério da Integração Nacional e compreendendo que estaria em marcha uma tentativa de envolver esta pasta e seu titular no ambiente de escândalo por que passa o país, o sr. Márcio Lacerda solicitou seu afastamento do cargo."

Pode ser que Márcio Lacerda tenha sido vítima de mais um linchamento da mídia. Mas também pode ser que não. A novela do "mensalão", como sabemos, está em curso e ainda vai demorar para terminar. O que causa estranheza é que uma passagem relevante como essa não tenha sido sequer citada em nenhum jornal ou site mineiro. Amnésia? Preguiça? Duvido. Bastava acessar o Google antes de escrever.

Em tempo: não por acaso, Minas Gerais é o estado onde está concentrado o maior foco do movimento pela democratização da mídia no Brasil.
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