The U.S. vs John Lennon

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  • domingo, 11 de abril de 2010
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  • Domingo à noite é sempre fantástico! Rolezinho, cineminha e tudo mais! Em cartaz, o documentário "The U.S. vs John Lennon" (2006), dirigido por David Leaf e John Scheinfeld! Delííícia.

    Por meio de imagens de época, entrevistas incríveis com uma galera de peso, music, music and good fucking music, mergulhamos em um retrato muito bem feito sobre o que foi a contra-cultura dos anos 60 e 70,  respiramos junto com aquelas pessoas da tela a importância artística e política de John Lennon em um dos momentos mais traumáticos do século XX. 

    Se no Brasil a temperatura estava sufocante e o ar irrespirável por conta dos Anos de Chumbo, nos EUA a situação definitivamente não estava muito melhor. Eram os anos de Richard Nixon (1969-74).
     
    Massacre de Ken State, em 04 de maio de 1970.
    Na passeata anti-guerra, a Ohio National Guard abriu fogo contra estudantes desarmados.
    Quatro foram assassinados. Outros nove feridos (sendo que um ficou paralítico).
    E um presidente ficou bem satisfeito.

    E é o próprio John Lennon quem afirma por diversas vezes: "o flower-power acabou.  É necessário construir algo novo". Como sabemos, trata-se de um John bem diferente da época da beatlemania.

    Pois é... os Beatles...

    Assim como a maior parte do pessoal da minha idade (ou seja, vinte e alguma coisa), passamos a gostar mais de Beatles quando, na surdina, surrupiamos os LPs dos nossos pais. Porém, passada a curtição inicial, vem  aquela decepção do tipo "pô, mas eles só falam de amor e tal?!"

    Até que em um belo dia, sob óbvia influência das más companhias, você fica sabendo que os anos 60, o Bob Dylan e o Dr Robert salvaram tudo! E aí toda sua visão sobre os caras é alterada. Digamos que as portas da percepção se abrem para novas sinestesias auditivas!

    [Aliás, pausa: é incrível como a tal da beatlemania da mídia mainstream camufla a fase mais lisérgica e madura da banda (prefere insistir em clichês inofensivos dos "garotos de Liverpool" colocando as meninotas para gritar e desmaiar).]

    Estariam essas fãs insandecidas em frenesi incontrolável devido à barba do Maharishi Mahseh Yogi?

    Poizé! Nessa hora seu interesse pelo trabalho deles se expande, encontram-se mensagens escondidas nas capas, nas letras, até rodando o disco de trás pra frente e esse papo todo. Pesquisando um pouco mais, vai ficando óbvio o porque dos documentários mais interessantes terem como alvo o John, e não o Paul (que  depois tomou um olé até do Michael Jackson).

    Mas eis que surge uma tal de Yoko Ono! E ainda hoje ela é apresentada por muitos como  a seca-pimenteira responsável pelo fim do time. Olha, em minha opinião, os maiores crimes dela são suas "performances" "artísticas", tão "conceituais" quanto aquele modelito do chapéuzinho de lado e óculos na ponta do nariz que ela insiste em usar em qualquer aparição pública hoje em dia.

    Performance "Cut Piece" de Yoko Ono (Kyoto, 1964).
    Minha veia rude-boy prefere chamar de "Cut It Off"!

    Bom, qualquer leitura menos fanática da trajetória dos Beatles percebe logo que de Eva a Yoko não teve nada, pois eles não estavam no Paraíso já fazia um certo tempo.

    O fato é que nessa época John assume totalmente um caminho bem mais interessante que os demais do grupo. E sem muitas delongas, é aí que o documentário começa. Olha só esse trailer



    Ah, se não confia em trailers, veja um dos trechos mais intensos do filme aqui.

    Será que o Paul fica pensando "por quê não fazem um filme assim sobre mim"?... Por quê será, hein?


    Trata-se, sim, de um documentário excelente e envolvente. No meio de imagens e músicas magistrais da época, o filme conta com depoimentos de gente como Noam Chomsky, Angela Davis, Tariq Ali, Bobby Seale entre outros. Enfim, se quiser ver o filme inteiro, é só pegar aqui embaixo de se divertir à vontade.


     Fui, Vi e Curti! (como isso ficaria em latim?)

    A trilha sonora muito bem compilada do filme está no Ninho Musical. Mas se estiver com um pouquinho de pressa, pegue aqui embaixo.



    E, gente, depois de ver o filme e ouvir esse álbum, só não vale chorar, hein! (... pelo menos não sozinho)
    Divirtam-se!
     
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