Agreste alagoano!



"Sertão é onde manda quem é forte, com as astúcias. Deus mesmo, quando vier, que venha armado!" João Guimarães Rosa
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Um novo padrão de discurso político

Da Coluna de Maria Inês Nassif, do Valor Econômico

O capítulo seguinte desse estágio da democracia brasileira será a mudança do paradigma oposicionista, que hibernou durante a ditadura militar (1964-1985) e submergiu, intacto, depois desse período. O padrão que subsiste é o da antiga União Democrática Nacional (UDN), que no pré-64 representou, na história política do país, o que talvez tenha sido a conexão mais orgânica entre um aparelho privado de ideologia (um partido político) e um aparelho público de ideologia (as Forças Armadas), que resultou no uso do monopólio da força por segmentos da sociedade civil em favor da manutenção de um status quo - o golpe foi um ataque preventivo a mudanças trazidas pela disputa entre as forças políticas numa sociedade democrática.

O padrão de discurso da UDN, em especial de seu líder Carlos Lacerda, mantido até hoje, é o da agressividade, de ataque que confunde a vida pública com a vida privada, de desqualificação do poder - quando ele não está nas mãos das forças que lhe são favoráveis - e de desqualificação dos ocupantes do poder, quando eles são do partido a que se opõe. Disso decorre também a desqualificação da democracia - o voto ignorante, o voto analfabeto e o voto não esclarecido teriam dado a pessoas pouco capazes a possibilidade de acesso a um poder que se vulgarizou e mostrou-se o espelho do atraso do país. Inicia-se num terreno de consenso - o moralizante, contrário à corrupção - até polarizar e confrontar com o poder. Torna-se inevitável, assim, a radicalização política.

Esse padrão retornou ao cenário político depois da redemocratização. A emergência do discurso lacerdista foi claro, por exemplo, nas eleições de 1989, quando o candidato do PRN, Fernando Collor de Mello, disputou literalmente aos gritos a preferência do eleitor com o candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva. Margeou a oposição feita pelo PT aos governos pós-85, até 2002, quando Lula ganhou as eleições. E foi reproduzido intensamente depois de 2005, quando as oposições a Lula, em especial o hoje DEM, antes PFL, e o PSDB, tentaram aprofundar o desgaste do governo com o escândalo do mensalão e os que o sucederam.

A UDN pré-64 movia-se num terreno onde a intervenção militar era cotidiana na cena política. O discurso lacerdista magnetizou a classe média e teve grande repercussão na caserna; o discurso anticomunista era capaz igualmente de atrair os militares e os setores conservadores da sociedade. O universo dos eleitores era restringido por um alto índice de analfabetismo e a proibição do voto ao analfabeto. Havia uma exclusão, de fato, de uma parcela grande da população da dinâmica da democracia representativa, uma grande influências das classes médias como formadoras de opinião e uma cultura de intervenção militar na política.

Em 2006, na reeleição do presidente Lula, a reedição do modelo udenista encontrou o seu auge. Tinha contra ele, todavia, uma realidade onde o eleitor analfabeto e pobre movia-se da mesma forma que as classes de maior poder aquisitivo na cena democrática; o poder de formação de opinião pública foi subtraído da classe média; e existia um líder carismático com acesso aos novos eleitores, e que não dependia para isso dos meios tradicionais, como os líderes locais e a mídia. Na eleição presidencial passada, onde a oposição exerceu um discurso radicalizado, não foi capaz de, por si só, mudar a popularidade do presidente que disputava o segundo mandato.

Na eleição de 2010, a oposição terá a seu favor o fato de o líder carismático estar saindo de cena - Lula não pode disputar um novo mandato. Mas o discurso udenista conflita com uma situação consolidada de popularidade de Lula, principalmente nas regiões mais pobres, onde as políticas sociais compensatórias foram mais massivas. Um discurso antilulista está fadado ao fracasso.

O discurso udenista de hoje cola nos setores de classe média e alta, assim como no pré-64, mas, ao contrário de antes, parece não ter influência sobre a corporação militar. Existem alguns movimentos de luta interna pelo controle de aparelhos públicos de ideologia - burocracia estatal e justiça, em especial - mas eles têm sido neutralizados por um líder pouco afeto à radicalização, e por uma sociedade que está mais radicalizada nas elites do que na base. Lula, de alguma forma, representa um fator de estabilidade para a sociedade civil, inclusive para setores hegemônicos na sociedade.

O governador de São Paulo, José Serra, virtual candidato do PSDB, que tem o apoio do DEM, teria que rever o padrão de discurso oposicionista, concentrando-se na imagem de bom administrador e gestor. Seria uma forma de neutralizar uma posição que foi extremada nas eleições de 2010, quando o candidato tucano foi o ex-governador Geraldo Alckmin. A ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, concorre nessa faixa com Serra - ela tem a mesma imagem de "técnica" que sempre teve o governador paulista, e esta parece ter sido a intenção do presidente Lula, quando praticamente a ungiu candidata do PT à sua sucessão. Para neutralizar ideologicamente o seu discurso, Serra teria que frear não apenas os seus aliados de direita, como sua própria tendência - ele tem assumido, ao longo do tempo, uma posição mais conservadora, em parte também levado por um padrão oposicionista que encontra na radicalização a sua principal estratégia.

A grande oportunidade dessas eleições, para todo o quadro político, é sair desse paradigma de oposição montado no discurso udenista. Ao longo da história, ele tem substituído a obrigação institucional de os partidos apresentarem um projeto de país ao eleitor - quando a oposição estabelece o padrão de ataque, a própria situação se vê desobrigada de defender as suas propostas. A crise econômica internacional coloca novos parâmetros de discussão. A experiência democrática também. Eleição não é só ataque a adversário. É defesa de projetos políticos diferenciados.

Maria Inês Nassif é editora de Opinião. Escreve às quintas-feiras
E-mail: maria.inesnassif@valor.com.br
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A Paraíba, quem diria, virou exemplo

Um ótimo artigo relacionando a cassação de Cunha Lima (PSDB-PB) e o desgoverno de Yeda Crusius (PSDB-RS). Segundo o autor, a tucana mandatária do Rio Grande do Sul é uma ex-governadora em atividade. Não vou me ater muito às trapalhadas de Yeda. Seguindo o exemplo do Blog RS Urgente, republiquei esse artigo do Terra Magazine porque acredito que quanto mais gente souber das coisas estranhas que ocorrem no ninho tucano, melhor para o Brasil. Aliás, a turma do Blog RS Urgente tem boas matérias sobre a corrupção da governadora tucana Yeda Crusius. É uma boa referência para quem quiser tomar conhecimento do que está ocorrendo nas terras gaúchas. Segue o artigo abaixo:

Eduardo Tessler*, de Salvador (BA)

Aos olhares dos sulistas, quem nasce acima do Rio de Janeiro é Paraíba. Não importa de onde venha, do Ceará até a Bahia todo mundo é Paraíba. O apelido nada carinhoso é depreciativo e pouco tem a ver com os paraibanos de verdade e carteirinha, como Ariano Suassuna - é bem verdade que o escritor optou por viver em Recife, mas isso é outra história. Ser Paraíba, hoje, é quase uma ofensa.

Mas a Paraíba acaba de dar um exemplo de lisura política ao Brasil, ao conseguir afastar o governador Cassio Cunha Lima, acusado de distribuir cheques no valor de R$ 3,5 milhões disfarçados de programas assistenciais. Cunha Lima bem que tentou se manter no poder de todas as formas, mas o TSE foi enfático na cassação e entregou o cargo ao candidato derrotado em 2006, o ex-governador e ex-senador José Maranhão (aliás, o que faz alguém de nome Maranhão na Paraíba???). O novo governador assume com oito processos nas costas e talvez não consiga chegar ao fim do mandato, vai depender outra vez dos tribunais.

Cassio Cunha Lima, herdeiro de uma tradição política que domina a Paraíba há anos, parecia ser um cidadão acima de qualquer suspeita. Aos 45 anos, expoente do PSDB (de Fernando Henrique Cardoso, José Serra e outros tucanos), Cunha Lima naufragou. Agora precisa cumprir as regras de inelegibilidade.

Cerca de 4 mil quilômetros ao sul da Paraíba, outra expoente do mesmo PSDB tenta segurar-se de todas as formas nos corrimãos do Palácio Piratini. A economista Yeda Crusius, ex-ministra sem expressão de Itamar Franco e ex-deputada com algum brilho na década passada, lidera o mais instável governo da história do Rio Grande do Sul. Uma sucessão de escândalos, brigas, picuinhas, desvio de dinheiro e agora até morte misteriosa - a do ex-representante do escritório do RS do Distrito Federal, Marcelo Cavalcanti, encontrado morto no Lago Paranoá pouco antes do Carnaval. O executivo é citado nos autos dos processos de desvio de verba do Detran gaúcho.
Com a licença da expressão criada pelo jornalista Paulo Cesar Vasconcellos e utilizada com brilho por Nelson Motta no Rio, Yeda Crusius é uma ex-governadora em atividade. As façanhas de Yeda são incomparáveis, ela bem poderia estar do livro dos recordes, tamanha ineficiência política. Alguns exemplos:

- Depois de prometer em campanha não subir impostos, tentou aprovar antes de sua posse um projeto de aumento de ICMS, causando o primeiro incidente de governo. Três secretários escolhidos da sua base aliada renunciaram antes de assumirem as pastas;
- Ao completar 100 dias de governo, exonerou o secretário da segurança Enio Bacci, que começava a desmontar uma rede de corrupção entre o Jogo do Bicho e delegados de polícia. Yeda considerou-o "personalista" e no seu governo a ordem parece ser que ninguém brilha mais que ela própria;
- Rompeu com o vice-governador Paulo Feijó (DEM) ao tomar posse, mantendo-o longe da mesa de decisões do Palácio. Até que Feijó gravou uma conversa com um dos principais secretários de Yeda, Cesar Busatto, que tentava - a pedido da governadora - acertar algumas comissões para que Feijó ficasse calado;
- Comprou uma casa para uso próprio avaliada em R$ 1 milhão. Alegou ter pago pouco mais de R$ 500 mil, embora não tenha declarado fonte de renda para tanto. Até hoje ainda não há uma versão aceitável para tal matemática;
- Envolveu-se no escândalo do Detran, descoberto pela Operação Rodin. Trata-se de um esquema de corrupção utilizando-se de fundações ligadas à Universidade de Santa Maria, onde cada envolvido saia com os bolsos cheios e a governadora fazia caixa para a campanha de reeleição;

Yeda Crusius pertence ao PSDB, como o governador cassado da Paraíba. A dignidade gaúcha aconselharia Yeda a renunciar, enquanto se investigam os inúmeros escândalos de seu governo. Yeda, nascida em São Paulo, prefere permanecer no Piratini. Semana passada, quando o PSOL encaminhou proposta de impeachment à Assembléia - logo apoiada pelo PT - Yeda preocupava-se em enfrentar o Cpers (Centro de Professores do Estado) e mais 10 sindicatos, descontentes com a falta de diálogo da governadora. Mais que isso, Porto Alegre amanheceu coberta com cartazes dizendo: "O PSOL exige: Fora Yeda". Menos de 24 horas depois, a palavra "Fora" era substituída por um adesivo do mesmo tamanho escrito "Fica".

Ou seja, se o marketing pessoal da governadora vai de mal a pior, sua estratégia pública parece ser ainda pior, ao querer ludibriar o cidadão, mesmo que para isso tenha que beirar o ridículo (ou alguém imagina que o PSOL coloque cartazes na rua pedindo a permanência de Yeda?).

A ex-governadora em atividade está na rota de Cunha Lima. Só ela ainda não se deu conta.

*Eduardo Tessler é jornalista e consultor de empresas de comunicação.
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Leitura de férias

O Longo Adeus, escrito por Raymond Chandler em 1953. Naquela época Chandler já percebia o óbvio, mas que muitos, ainda hoje, não conseguem se dar conta.


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Aécio estimula vice a concorrer ao governo de Minas em 2010

Do Estadão

Enquanto o governador de Minas, Aécio Neves, concentra seus esforços na disputa pela indicação como presidenciável do PSDB em 2010, seu vice, Antônio Augusto Anastasia, tem sido estimulado a assumir uma agenda mais robusta para ganhar visibilidade e se projetar como candidato na sucessão estadual. Filiado ao PSDB, mas com pouca experiência em eleições, Anastasia é o gerente responsável por coordenar o "choque de gestão" na administração. Homem de confiança do governador, o vice é também uma espécie de carta na manga de Aécio, cuja sucessão deve entrar na costura de seu projeto eleitoral ano que vem. 

"Estou totalmente vinculado às determinações e orientações do governador, não só sob o ponto de vista administrativo, mas também sob o ponto de vista da orientação política", afirma Anastasia. Ele se diz honrado, mas considera cedo para falar em candidatura. "Não vou dizer nem que sim, nem que não, porque é uma hipótese futura."

O PT mineiro - que tem dois postulantes a candidato, o ministro do Desenvolvimento Social, Patrus Ananias, e o ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel -, porém, já ensaia o discurso para se contrapor ao eventual candidato do governador. "O nome deles é o Anastasia", sentencia o presidente estadual, deputado Reginaldo Lopes. "Estamos construindo o nosso projeto. O PT não precisa ter pressa para definir o nome."

Reconhecido como eficiente técnico da gestão pública, o vice aos poucos vai se desvinculando da esfera burocrática e adentrando nos bastidores políticos, assumindo com crescente desenvoltura iniciativas como articulador. Intensificou o ritmo de palestras e cada vez mais representa o governo em viagens pelo interior, onde anuncia e inaugura obras e estreita o relacionamento com os políticos locais. 

"Apesar de técnico, ele tem demonstrado carisma político", diz o deputado Abi-Ackel, presidente do PSDB-MG. Ele prega "cautela" na definição do candidato e afirma que irá se dedicar a "uma consulta prévia às bases". 

Caso não consiga emplacar a candidatura à Presidência, Aécio deverá se desincompatibilizar para disputar o Senado. Ciente disso, Anastasia já se prepara para assumir o governo, provavelmente em abril de 2010. "Todos nós desejamos que o governador seja candidato a presidente. Mas se não for, será candidato ao Senado”.

Comentário do blogueiro:

Para entregar a prefeitura de BH para a turma de Aécio, Pimentel e seus aliados espalharam um conto da cachorinha: Aécio apoiaria Pimentel para o governo. Sempre soubemos que a estratégia de Pimentel buscava mesmo era expulsar os remanescentes de Patrus e Dulci em BH. A estratégia de Pimentel era calculada, e para conseguir a indicação para o governo de Minas, o PT abriria mão da PBH.

Ao lado de Virgílio Guimarães (outro que só traz problemas), Pimentel e aliados promoveram filiações em massa com o fim de obter uma vitória numérica. Passou por cima das orientações do Diretório Nacional, e promoveu uma aliança em que o PT só cedia, sem nada receber em troca. Um exemplo: o PSB apoio o PSDB em Juiz de Fora, mesmo recebendo a prefeitura mais importante do Estado - Belo Horizonte. Já em Itamarandiba, o PT entregou de graça a prefeitura mãos do PSB. De fato, o PSB não tinha qualquer compromisso com o PT. Assim, na cidade em que o PT não apoiava um candidato do PSB, o partido estava do outro lado, contra o PT e apoiando o PSDB. É essa a estratégia inteligente de Pimentel.

Duvido que algum dia o Aécio fez promessas no sentido de apoiá-lo. Mas teve muita gente que preferiu acreditar em Pimentel e Aécio, poderia também é acreditar em duendes, era mais crível. Minas merece muito mais. Patrus 2010 governador.

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Corrupção tucana no governo Yeda: O que o Psol diz que existe

Na entrevista coletiva de hoje (19/2), o PSOL afirma que existe o que segue abaixo:
- Áudio e vídeo mostrando representante da Mak Engenharia entregando 500 mil para a campanha de Yeda na presença de Chico Fraga, Aod Cunha, Rubens Bordini, Delson Martini, Lair Ferst e Marcelo Cavalcante; 
- Áudio e vídeo de representantes de empresas fumageiras entregando 200 mil para Aod Cunha e Lair – na conversa, Lair diz que não poderia dar recibo a pedido de Yeda; 
- Lair Ferst relata conversa que seria sobre a repartição do dinheiro do Detran entre ele, Yeda, Vaz Netto e Maciel. Lair oferece 100 mil por mês para Yeda para manter o esquema e ela responde: por 100 mil eu não me levanto da cadeira; 
- Áudio e vídeo de José Otávio Germano entregando 400 mil em espécie, do dinheiro do Detran, para caixa 2 do segundo turno da campanha de Yeda. José Otávio diz que aquela era uma ajuda para obter crédito político. Presentes: Lair, Yeda e Marcelo Cavalcante; 
- Longo vídeo de conversa de Lair com o corretor Albert sobre a formatação da compra da casa de Yeda. Bem detalhado. Lair entrega 400 mil em dinheiro vivo para o corretor. Dinheiro este além dos 750 mil pagos formalmente. Neste vídeo são citados nomes de 20 pessoas, entre eles o marido Crusius e vários secretários; 
- Áudio e vídeo de distribuição de pacotinhos de dinheiro para várias pessoas cujos nomes não são conhecidos. Quem aparece distribuindo (e inclusive a expressão "mensalinho" é dita por alguém) é Valna Villarins (assessora de Yeda) e Delson Martini. Testemunham o fato: Lair e Marcelo.
- Áudio e vídeo de Humberto Busnello entregando 200 mil para o caixa dois da campanha de Yeda para Aod Cunha. Lair testemunha. - Áudio e vídeo de uma longa explanação de pagamentos de contas particulares da governadora, supermercado inclusive. Alguma coisa envolvendo empresas de publicidade 
– DCS entre elas. Presentes: Lair e Marcelo. - Diálogo sobre reforma da casa de Yeda feita pela Magna Engenharia. Lair é que está negociando. 
Comentário do blogueiro: A despeito das evidências, é impressionante a falta disposição de investigar os escândalos de corrupção no governo tucano do Rio Grande do Sul. Cada dia que passa, aparecem novas denúncias, e o fedor é ainda maior. Mas por se tratar de governo tucano, a mídia faz corpo mole, não se dispõe a investigar. Papelão também faz o Ministério Público gaúcho que, em vez de investigar, prefere perseguir os adversários do governo tucano (sindicatos e MST). É isso aí: A corrupção tucana lava mais branco.

 

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Pérolas esportivas

Minhas férias estão chegando ao fim. Foram dias de diversão e descanso, mas sem me desligar completamente dos acontecimentos políticos e esportivos. Quanto aos esportivos, além de acompanhar o Citadino 2009 de Rio Grande, também assisti a alguns jogos da dupla Gre-Nal pela televisão. Assim, pude constatar que nossos comunicadores guascas seguem em grande forma! Foram muitas as pérolas proferidas por eles, mas a minhas favoritas foram as seguintes:

-Adilson pode vir a substituir Rafael Carioca, que foi para o mercado soviético...
Maurício Saraiva, no jogo Avenida 1 x 2 Grêmio. Rafael Carioca, que foi vendido pelo Grêmio para o Spartak Moscou, da Rússia, nasceu em julho de 1989. Cerca de cinco meses antes da queda do Muro de Berlim e dois anos antes do fim da União Soviética.

-O Grêmio estréia na Libertadores contra o Estudiantes do Chile. Ou melhor contra o Universidad do Chile.
Paulo Brito, na transmissão de Grêmio 2 x 0 Juventude. Está certo: os estudiantes é quem vão para a universidad...
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Yedinha, a honesta; uma releitura!


Foto de 15/02/2009 no Largo do Expedicionário

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Nossa Senhora dos Navegantes.............................


Procissão N.S.Navegantes-2009


ROGAI POR NÓS

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Intelectuais lançam manifesto em repúdio à "Folha"

Um grupo de intelectuais lançou, neste sábado (21), um abaixo-assinado na internet (ipetitions) em repúdio à Folha de S.Paulo. O manifesto protesta contra um editorial publicado quatro dias antes pelo jornal, que fez tábula rasa das atrocidades da ditadura militar (1964-1985) e classificou o período como "ditabranda".    
O texto condena "o estelionato semântico manifesto pelo neologismo 'ditabranda' e, a rigor, uma fraudulenta revisão histórica forjada por uma minoria que se beneficiou da suspensão das liberdades e direitos democráticos no pos-1964". Segundo os signatários do manifesto, "a direção editorial do jornal insulta e avilta a memória dos muitos brasileiros e brasileiras que lutaram pela redemocratização do pais".    
Outra motivação do abaixo-assinado foi prestar solidariedade aos professores acadêmicos Maria Victória de Mesquita Benevides e Fabio Konder Comparato, cuja legítima indignação ao editorial foi tachada de "cínica" e "mentirosa" pela Folha. "Pela luta pertinaz e consequente em defesa dos direitos humanos, Maria Victoria Benevides e Fábio Konder Comparato merecem o reconhecimento e o respeito de todo o povo brasileiro", diz o texto.   Leiam, assinem e divulguem o manifesto.    
REPÚDIO E SOLIDARIEDADE   
Ante a viva lembrança da dura e permanente violência desencadeada pelo regime militar de 1964, os abaixo-assinados manifestam seu mais firme e veemente repúdio a arbitrária e inverídica revisão histórica contida no editorial da Folha de S.Paulo do dia 17 de fevereiro de 2009. Ao denominar ditabranda o regime político vigente no Brasil de 1964 a 1985, a direção editorial do jornal insulta e avilta a memória dos muitos brasileiros e brasileiras que lutaram pela redemocratização do pais. Perseguições, prisões iníquas, torturas, assassinatos, suicídios forjados e execuções sumárias foram crimes corriqueiramente praticados pela ditadura militar no período mais longo e sombrio da história polí tica brasileira. O estelionato semântico manifesto pelo neologismo ditabranda e, a rigor, uma fraudulenta revisão histórica forjada por uma minoria que se beneficiou da suspensão das liberdades e direitos democráticos no pos-1964.    
Repudiamos, de forma igualmente firme e contundente, a Nota de redação, publicada pelo jornal em 20 de fevereiro (p. 3) em resposta as cartas enviadas a Painel do Leitor pelos professores Maria Victória de Mesquita Benevides e Fabio Konder Comparato. Sem razões ou argumentos, a Folha de S.Paulo perpetrou ataques ignominiosos, arbitrários e irresponsáveis a atuação desses dois combativos acadêmicos e intelectuais brasileiros. Assim, vimos manifestar-lhes nosso irrestrito apoio e solidariedade ante as insólitas críticas pessoais e políticas contidas na infamante nota da direção editorial do jornal.    
Pela luta pertinaz e consequente em defesa dos direitos humanos, Maria Victoria Benevides e Fábio Konder Comparato merecem o reconhecimento e o respeito de todo o povo brasileiro.    
Assinam:
Antonio Candido, professor aposentado da USP 
Margarida Genevois. Fundadora da Rede Brasileira de Educação em Direitos Humanos 
Goffredo da Silva Telles Júnior, professor emérito da USP 
Maria Eugenia Raposo da Silva Telles, advogada 
Andréia Galvão, professora da Unifesp 
Antonio Carlos Mazzeo, professor da Unesp 
Augusto Buonicore, doutorando da Unicamp 
Caio N. de Toledo, professor da Unicamp 
Cláudio Batalha, professor da Unicamp 
Eleonora Albano, professora do IEL, Unicamp 
Emir Sader, professor da USP 
Fernando Ponte de Souza, professor da UFSC 
Heloisa Fernandes, socióloga 
Ivana Jinkings, editora 
Marcos Silva professor titular da USP, 
Sérgio Silva, professor da Unicamp 
Patricia Vieira Tropia, Universidade Federal de Uberlandia 
Paulo Silveira, sociólogo  
Para assinar o manifesto, clique aqui.

Publicado originalmente no site Vermelho.

 

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Carta-testamento

Do blog do Kayser
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Repúdio e solidariedade





Um recente editorial da Folha de S. Paulo (17/02/2009) mostrou o que não deveria ser feito por uma imprensa livre, democrática e rigorosa.

Ao se referir ao regime autoritário de 1964, o jornal empregou a expressão “ditabranda” – um trocadilho gratuito e de muito mau gosto, com o qual se insinuou uma tentativa de dar início à “revisão histórica” daquele período. Passando batido pelos fatos e acontecimentos hoje já estabelecidos pela historiografia e pelo próprio Estado brasileiro, o editorial atropelou a verdade, desrespeitou a luta e o sacrifício de todos os que lutaram contra a ditadura e lançou uma nuvem de obscurantismo sobre as novas gerações. Foi como se, sob um texto aparentemente “desinteressado”, dedicado a criticar Hugo Chávez e o “novo autoritarismo latino-americano”, se ocultasse a idéia de que a violência política e institucional do regime de 64 pode ser mensurada e posta em um nível mais “baixo” em termos comparativos.

Alguns leitores escreveram ao jornal manifestando seu repúdio aos termos usados no editorial. Entre eles, os professores Fábio Konder Comparato e Maria Victória Benevides. A nota da redação em resposta a tais manifestações foi ainda pior do que o editorial. Apresentando-se como respeitadora da opinião dos que dela discordam, atacou os dois conhecidos e importantes professores, por ela desqualificados como portadores de uma “indignação obviamente cínica e mentirosa”.

O abaixo-assinado abaixo reproduzido foi a reação encontrada por alguns intelectuais para demarcar uma posição de repúdio ao jornal e de solidariedade aos professores gratuita e injustamente atacados. Ele é também um brado de alerta contra tentativas injustificadas e atabalhoadas de “revisionismo histórico”. Merece obter a adesão dos democratas das mais diferentes famílias políticas e ideológicas.



“Repúdio e solidariedade”

Ante a viva lembrança da dura e permanente violência desencadeada pelo regime militar de 1964, os abaixo-assinados manifestam seu mais firme e veemente repúdio à arbitrária e inverídica ‘revisão histórica’ contida no editorial da Folha de S. Paulo do dia 17 de fevereiro último. Ao denominar ‘ditabranda’ o regime político vigente no Brasil de 1964 a 1985, a direção editorial do jornal insulta e avilta a memória dos muitos brasileiros e brasileiras que lutaram pela redemocratização do país. Perseguições, prisões iníquas, torturas, assassinatos, suicídios forjados e execuções sumárias foram crimes corriqueiramente praticados pela ditadura militar no período mais longo e sombrio da história política brasileira. O estelionato semântico manifesto pelo neologismo ‘ditabranda’ é, a rigor, uma fraudulenta revisão histórica forjada por uma minoria que se beneficiou da suspensão das liberdades e direitos democráticos no pós-1964.

Repudiamos, de forma igualmente firme e contundente, a ‘Nota da redação’, publicada pelo jornal em 20 de fevereiro (p. 3) em resposta às cartas enviadas à seção ‘Painel do Leitor’ pelos professores Maria Victoria de Mesquita Benevides e Fábio Konder Comparato. Sem razões ou argumentos, a Folha de S. Paulo perpetrou ataques ignominiosos, arbitrários e irresponsáveis à atuação desses dois combativos acadêmicos e intelectuais brasileiros. Assim, vimos manifestar-lhes nosso irrestrito apoio e solidariedade ante às insólitas críticas pessoais e políticas contidas na infamante nota da direção editorial do jornal.

Pela luta pertinaz e consequente em defesa dos direitos humanos, Maria Victoria Benevides e Fábio Konder Comparato merecem o reconhecimento e o respeito de todo o povo brasileiro.”

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Maceió, carnaval de 2009...



Fui flagrado momentos antes de saída, na concentração do bloco Maluco Beleza, integrado por médicos, familiares, simpatizantes e pacientes do Hospital Escola Portugal Ramalho de Maceió.

As marchinhas de frevo do psiquiatra Marcondes Costa, além das bandas da Polícia Militar e do município histórico de Piranhas irão animar o evento.

Pena eu não ter trazido mais máscaras, pois o sucesso foi total. As loucuras da desgovernadora já ultrapassaram os limites do Mampituba, invadindo o país do carnaval.
Infelizmente fantasias com o número 171 já estavam esgotadas, pois teriam combinado melhor com este novo "jeito de fazer" de Yeda Crusius!
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Quem sustenta a "face da corrupção"?




CUI PRODEST (Ficha Corrida* )

Não nos esqueçamos, Yeda chegou lá por mãos alheias, às quais paga tributo. Quid prodest? O que interessa é quem dá sustentação ao governo Yeda e as razões disso. As razões respondem à pergunta latina: Cui prodest? A quem interessa a existência da "face da corrupção" no comandando do maior orçamento do RS? Óbvio, os que dela (Yeda) e dele (orçamento) podem auferir lucros! E quem fica com o maior quinhão? A RBS! Duvida, então pense em quantos veículos a RBS dispõe em todo o RS - 80% da mídia gaúcha é explorada pela RBS. E em todos os veículos da RBS há sempre algum órgão público patrocinando algo.

Para refrescar a memória, enquanto o DETRAN enfrentava uma auditoria arrasa quarteirão, o mesmo órgão patrocinava vários veículos da RBS. A influência disso podia ser constatada diariamente na Zero Hora. Ninguém lia que alguém era responsável pelo roubo de 40 milhões. Pasmem, o ladrão era... o DETRAN. Não entendeu? Então explico: o DETRAN é um órgão público, uma pessoa jurídica. Matavam dois coelhos com uma cajadada: denegriam um órgão público, esporte predileto da RBS, e desviavam o foco dos larápios.

Quando o Chefe da Casa Civil do Governo Yeda, Cesar Busatto, teve seu modus operandi exposto em praça pública pelas gravações do Vice-Governador, a RBS partiu pra cima do vice. Quando Jairo Jorge, eleito prefeito de Canoas pelo PT convidou Cesar Busatto, a RBS aplaudiu. Quando o mesmo prefeito envergonhado descantou o verso, a RBS fez um caderno especial de Domingo, chamando de a Volta da Guerra Fria. Portanto, para a RBS, negar salário público para um notório corruptor é ato de guerra fria. Conclusão: se há corrupção no RS, pode ter certeza, é porque os corruptos contam com o beneplácito da RBS.

Estamos vivendo um dos momentos mais degradantes da política gaúcha, com um governo de marionetes, cujo único objetivo é destruir as instituições públicas e atacar os movimentos sociais. Os resultados estão por aí, estendidos no chão: violência a qualquer hora do dia, dengue, febre amarela e leishmaniose ocupando os espaços deixados pela falta de saúde. Na educação então nem se fala, já que a falta dela é a marca de todos quantos ocupam cargo no atual governo.

E isto tem cara, é a coroa Yeda Crusius, sob patrocínio da RBS.

* Ficha Corrida (http://www.fichacorrida.net/ )

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No Carnaval de 1969, um hino à liberdade ecoou na avenida...

Há quarenta anos, no carnaval de 1969 (dois meses após a decretação do tristemente célebre AI-5), o Império Serrano entrava na avenida com o enredo “Heróis da Liberdade”, embalado pelo belíssimo samba de Silas de Oliveira, Mano Décio e Manuel Ferreira. Em uma letra que exaltava as lutas pela liberdade ao longo da História brasileira - Inconfidência Mineira, Independência, Abolição - aparecem referências explícitas às manifestações contra o regime militar ocorridas no ano anterior: "Ao longe soldados e tambores/Alunos e professores/Acompanhados de clarim/Cantavam assim:/Já raiou a liberdade/A liberdade já raiou/Esta brisa que a juventude afaga/Esta chama que o ódio não apaga pelo Universo/É a evolução em sua legítima razão". Cantados pelos passistas na avenida, estes versos de Silas de Oliveira - que foram considerados por Carlos Drummond de Andrade uns dos mais bonitos da língua portuguesa - pareciam um desafio aos militares, com o agravante de que naquele coro de milhares de vozes a palavra "evolução" soava como "revolução". Chamado pelas "autoridades constituídas" para "prestar esclarecimentos" sobre o teor do seu samba, Silas - como bom malandro que era - negou qualquer conotação política em sua letra. Mas naquele carnaval, o primeiro depois do início do período mais feroz da ditadura, "Heróis da Liberdade" constituiu-se em um verdadeiro hino contra o obscurantismo e a repressão.

Heróis da Liberdade

(Silas de Oliveira, Mano Décio da Viola e Manuel Ferreira)

Ô ô ô ô
Liberdade, Senhor,
Passava a noite, vinha dia
O sangue do negro corria
Dia a dia
De lamento em lamento
De agonia em agonia
Ele pedia
O fim da tirania
Lá em Vila Rica
Junto ao Largo da Bica
Local da opressão
A fiel maçonaria
Com sabedoria
Deu sua decisão lá, rá, rá
Com flores e alegria veio a abolição
A Independência laureando o seu brasão
Ao longe soldados e tambores
Alunos e professores
Acompanhados de clarim
Cantavam assim:
Já raiou a liberdade
A liberdade já raiou
Esta brisa que a juventude afaga
Esta chama que o ódio não apaga pelo Universo
É a evolução em sua legítima razão
Samba, oh samba
Tem a sua primazia
De gozar da felicidade
Samba, meu samba
Presta esta homenagem
Aos "Heróis da Liberdade"
Ô ô ô

Ouça aqui "Heróis da Liberdade" na bela interpretação de Roberto Ribeiro:





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E viva Lili Carabina do sul!

Capa do disco de Tom Zé - Todos os Olhos.

Bem...mal saio um pouco do ar e nossa desgovernadora atola o pé na jaca. Novamente! Mas de onde estou, numa deserta e "horrivel" praia do litoral norte de Alagoas; praia de águas mornas, enseadas, pequenos rios, decorada por coqueiros e acima de tudo, deserta , leio aos sobressaltos os blogs "do lado de lá" ( como diria Yeda Crusius) sobre a política no RS. Numa conexão de banda larga à lenha, os sofríveis minutos para carregamento de uma simples página não foram em vão. Do governicho da "famiglia Crusius" não se poderia esperar nada mesmo, se não escândalos e que surpreendem aos mais calejados alagoanos.


A lógica de Tom Zé em Todos Os olhos, nos dá uma pista sobre o ângulo em que estes fatos devem ser analisados. Um ângulo abaixo da cintura. O olho do cu. Só assim poderemos entender a política das oligarquias do Rio Grande do Sul.

Depois dizem que Alagoas é que é terra de jagunço, onde até o colega tucano de Yeda Crusius, Téo Vilela do PSDB-AL anda com os cabelos em pé!
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Mídia tucana protege Yeda (PSDB) das denúncias do PSOL

A mídia tucana procura relativizar a denúncia do PSOL de uso de caixa de dois e mensalinhos na campanha da governadora Yeda Crusiuis (PSDB), Rio Grande do Sul. A Folha de São Paulo publicou o seguinte título: "Sem provas, Psol acusa Yeda de prática de caixa 2 e desvio de dinheiro". Ou seja, a Folha no título da matéria já tenta transformar o PSOL, partido que acusa, em acusado de apresentar denúncias supostamente vazias ou sem provas. No corpo do texto, o partido da governadora, o PSDB, aparece apenas uma vez. A verdade é que a sede do PSDB deveria mudar de vez para o prédio da Folha de São Paulo, pois esse jornal não apenas faz campanha velada por José Serra, mas transformou-se num Quartel General do PSDB. Até mesmo uma denúncia do desgoverno tucano do Rio Grande do Sul tem a proteção editorial do jornal. Um caso clássico de jornalismo partidário ou de interesses.

Na mesma linha, a Agência Estado, do Estadão, faz o mesmo jornalismo picareta. Sob o título “PSOL acusa Yeda de distribuir mensalinhos”, a matéria não traz sequer uma menção ao partido da governadora, o PSDB. É o silêncio da mídia tucana, assim como ocorreu com a cassação do governador tucano Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) por compra de votos e caixa dois. Segue a matéria da Agência Estado.

PSOL acusa Yeda de distribuir 'mensalinhos'

Da Agência Estado

A cúpula do PSOL no Rio Grande do Sul acusou a governadora Yeda Crusius e diversos de seus colaboradores de terem participado ou tomado conhecimento de arrecadação de fundos não declarados para a campanha eleitoral de 2006, uso de recursos paralelos e superiores aos informados num contrato de aquisição de um imóvel e distribuição de "mensalinhos" para várias pessoas feita por uma secretária do Palácio Piratini.

Em entrevista coletiva na sede estadual do partido, em Porto Alegre, o presidente regional da sigla, Roberto Robaina, a deputada federal Luciana Genro e o vereador e advogado do partido Pedro Ruas disseram que formaram convicção a partir de documentos como áudios, vídeos e transcrição de depoimentos que integram o processo contra os réus da Operação Rodin, em tramitação na Justiça Federal de Santa Maria. Eles informaram que pessoas do partido viram as peças, mas admitiram não ter cópias delas em mãos e não apresentaram provas à imprensa. Fontes do Ministério Público e da Justiça Federal negaram a existência dos documentos.

Segundo a denúncia, há áudios e vídeos mostrando representantes de empresas de engenharia, construção civil e fumageiras entregando R$ 1 milhão de contribuições à campanha de 2006, sem registros, a pessoas próximas à governadora, entre as quais o empresário Lair Ferst e o ex-secretário da Fazenda Aod Cunha. Outra gravação mostraria o deputado federal José Otávio Germano doando R$ 400 mil e afirmando que ficaria com "crédito político".

Também estariam nos autos peças eletrônicas exibindo a formatação da operação da compra da casa da governadora, feita no final de 2006, com a entrega de R$ 400 mil "por fora" do contrato tornado público, de Ferst para um corretor de imóveis, e pagamentos de contas particulares, inclusive de Yeda, por agências de publicidade.

O procurador da República Adriano Raldi, integrante da Força-Tarefa do Ministério Público Federal, que acompanha o desdobramento da Operação Rodin, negou, por sua assessoria de imprensa, que o PSOL tenha tido acesso aos documentos e que os depoimentos, áudios e vídeos citados na entrevista façam parte do processo. Também afirmou que não houve acordo de delação premiada com Ferst.
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Jornalismo de muitas calorias

Rogério Simões, editor da BBC Brasil, publica artigo em que descreve a cautela que tiveram em dar a notícia do caso Paula Oliveira. Afirma que no jornalismo é sempre necessário antes duvidar, depois tentar a confirmação de fontes. E critica o restante da imprensa que não seguiu esta recomendação, vangloriando-se: “Nós, aqui na BBC, somos pagos para duvidar”. Mas, parece que a cautela não adiantou muito. Adiante, no texto, confessa que foram ludibriados em acreditar nos fatos por fonte do governo brasileiro, que os revendeu “a veículos de imprensa, entre eles a BBC Brasil, como um fato comprovado e digno do selo presidencial”.

Explica como trabalharam e foram enganados:

“No caso da brasileira na Suíça, nós ficamos sabendo do suposto ataque na noite de quarta-feira, dia 11. "Quem está dando a notícia?", perguntei ao redator que me ligara de São Paulo para a redação aqui de Londres. "Está na TV." Fomos checar em agências de notícias, e nada. A parte em inglês da BBC desconhecia. Aqui, se o caso não foi apurado diretamente por nós, precisamos de pelo menos duas fontes para publicá-lo no site ou levá-lo ao ar. Ou alguma fonte de credibilidade a que possamos atribuir as informações. Mas não tínhamos nada isso e não podíamos nos basear apenas num canal de televisão, que por sua vez se baseava em um blog. Preferimos esperar para saber se o governo brasileiro se pronunciaria sobre o assunto.”

Como fizeram?

“Ainda naquela noite, depois de falar com um porta-voz do Itamaraty, publicamos nosso texto. Atribuímos tudo ao Ministério das Relações Exteriores.”

O que diz o texto? Exatamente apenas o que estava no blog do Noblat e que repercutia em outros sites de notícia. Quem era o porta-voz do Itamaraty? Como ele apurou os fatos? O Itamaraty não faz jornalismo. Se é para trabalharmos com dúvida, tenho uma: talvez nem fosse exatamente um representante do Itamaraty. Pela diferença de fusos, poderia ser horário de almoço aqui, falaram com o rapaz da limpeza, que disse o que até então todos sabiam pela TV e pela internet.

E segue ele, em momento autocrítico:

“Onde poderíamos ter feito melhor foi no título. "Brasileira grávida de gêmeos é agredida na Suíça e perde bebês", dissemos. Mas o melhor teria sido algo como "Brasileira diz ter sido agredida na Suíça e perdido bebês" ou "Itamaraty denuncia agressão a brasileira na Suíça".”

Pronto. Este é o jornalismo de uma corporação de mídia. De Londres, alguém liga para um “porta-voz” do Itamaraty que confirma aquilo que buscam. Não é a notícia que procuram, mas o “selo” para dar crédito ao que desejavam. E ainda se prestam ao papel de dizer que fizeram tudo correto, mas infelizmente foram enganados.

Acho que uma ótima maneira de entendermos como funciona a fábrica de salsichas do jornalismo é lermos o depoimento do Sérgio Leo, que estava presente na entrevista coletiva de Celso Amorim a imprensa, dia 12. Os repórteres cobravam posição do governo sobre xenofobia. Perguntaram várias vezes, insistiram. Amorim foi cauteloso. Outro repórter pergunta se o caso seria levado à ONU, o ministro diz que seria prematuro. No dia seguinte os jornais destacam que o governo falou em xenofobia, que levaria o caso à Comissão de Direitos Humanos da ONU.

Cuidado com a próxima degustação de jornalismo.
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O PSDB e a difícil arte de aprender a somar

Maria Inês Nassif, do Valor Econômico
A divisão faz parte da dinâmica dos dois partidos que têm polarizado as eleições no país, o PT e o PSDB, mas o partido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva acabou desenvolvendo mecanismos de disputa interna mais maleáveis à composição em torno de candidaturas que a legenda do governador de São Paulo, José Serra.

No PT, as piores brigas, as mais autofágicas, giram em torno do poder interno, que dá às tendências majoritárias maior poder não apenas sobre a máquina partidária, mas para conquistar espaços em governos petistas. Os embates não são personalizados: os atores se agrupam conforme suas posições políticas. Mais recentemente, assumiram importância os grupos comandados por políticos com bases clientelistas, donos de votos, mas ainda assim as tendências que se formam em torno desses personagens se integram à dinâmica interna de disputa política quer pelo controle de pedaços da máquina partidária, quer por espaços em governos, o que significa fazer alianças e compor. Os resultados de prévias partidárias, dados esses mecanismos menos personalistas que o PSDB de composição interna, acabam sendo melhor assimilados. Existe um pragmatismo maior nas decisões sobre candidaturas, pelo fato de não ser um partido onde as lideranças individuais têm um grande peso e porque a disputa entre os grupos mira também o horizonte pós-eleitoral, isto é, a composição dos governos, na hipótese de eleição dos candidatos do partido.

No PSDB, a personalização da luta interna dificulta a assimilação de disputas - incentiva, portanto, as divisões. A decisão sobre candidaturas nacionais sempre foi centralizada na direção nacional, que por sua vez não é produto da luta interna entre posições políticas, mas representa o consenso entre poucas lideranças. O cacife de cada postulante são os votos que ele pode arregimentar sozinho, como liderança política - e se supõe que a eles vão se somar posteriormente os votos resultantes da polarização com o PT (essa é a realidade na história recente, polarizar sempre com o partido de Lula); ou então o poder de desestabilizar, pela ameaça, seu adversário. Em 2006, o ex-governador Geraldo Alckmin desbancou a candidatura favorita dos cardeais tucanos, de José Serra, porque ameaçou disputar com ele na convenção nacional. Serra, que perdeu as eleições de 2002 em grande medida porque provocou a divisão do PSDB - apostando erradamente que o partido iria se unir mais na frente, durante a campanha - recuou e deixou Alckmin, nas eleições seguintes, às voltas com um partido igualmente dividido e tendo que administrar também uma derrota.

Nas eleições de 2010, essa incapacidade de assimilar discordâncias internas pode novamente comprometer o PSDB. O alarme já soou, tanto da parte do grupo de Serra como do lado do DEM. O ex-PFL não apenas está fechado com o governador de São Paulo na disputa pela Presidência, como abriu mão da vaga de vice, para que o PSDB tente negociar a saída do PMDB da base da candidatura governista - mas quer que seja o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, o candidato a governador da coligação. O DEM tem se articulado para obrigar não apenas um entendimento entre Serra e o governador de Minas, Aécio Neves, sobre quem vai ser candidato (a preferência do ex-PFL, e a sua aposta, são em Serra), como uma rápida definição. Acha que a oposição tem que botar o bloco na rua, pois a última pesquisa Sensus/CNT revela, na sua avaliação, que a candidatura de Dilma Rousseff pelo PT já está consolidada junto ao eleitorado. Se não andar logo, a oposição corre o risco de ser atropelada pela candidata petista, mesmo tendo Serra como candidato, hoje o melhor colocado nas pesquisas.

Serra, por seu lado, está às voltas com a solução de uma equação difícil: como disputar com Aécio sem dividir o partido. Minas Gerais é o Estado com o segundo maior colégio eleitoral do país (10,86% do total de eleitores do Brasil) e, se não tem o poder de, por si só, garantir uma vitória de Aécio, se ele disputar a Presidência da República, pode ter o efeito de derrotar Serra, se for o governador paulista o candidato do partido à sucessão de Lula. Segundo um “serrista”, a questão agora é deixar claro para o eleitor mineiro que o PSDB não está subtraindo de Aécio as chances de tornar-se candidato a presidente, mas que o candidato será Serra porque ele é o que tem mais chances de vencer a candidata petista. Por esta razão Serra mandou recados para todos os lados que topa as prévias. Se elas vão ocorrer, é outra história. Mais para a frente, e antes da data marcada, a situação pode ser resolvida em favor do paulista com manifestações claras e inequívocas de maioria dentro do partido - o apoio declarado, por exemplo, dos 26 dos 27 diretórios estaduais do partido. Não existe entusiasmo com as prévias, até porque os “serristas” não acreditam que o governador mineiro tenha a intenção de se unir ao candidato vitorioso se perdê-las, mas a questão agora é não dar chances para que Aécio pareça vítima - nem pretexto para que ele deixe o partido e leve o eleitorado mineiro a votar contra a candidatura de Serra.

Enquanto isso, os grupos do PT se articulam em torno da candidatura de Dilma Rousseff. Praticamente não há resistências internas ao seu nome. A ministra, por sua vez, tem se aproximado e mantém conversas com as tendências petistas. É uma forma de se inserir na lógica do partido, de abrigar as discordâncias internas e, ao mesmo tempo, unificar as tendências que brigam pelo poder da máquina no mesmo palanque. Um jantar na residência da ex-prefeita Marta Suplicy foi uma aproximação com o PT paulista que rearticula um campo majoritário e, assim, a hegemonia no partido. Também tem marcada uma reunião com a tendência Mensagem ao PT, do ministro da Justiça, Tarso Genro.

O pragmatismo petista deve-se ao fato também de ser um partido que depende muito do seu grande líder, o presidente Lula, mas mais ainda de sua estrutura nacional e da identificação do eleitor com a legenda para conseguir votos. No caso do PSDB, o pragmatismo é menor porque disputam a ribalta grandes líderes num partido com pequena capacidade de se unificar nacionalmente.

Maria Inês Nassif é editora de Opinião. Escreve às quintas-feiras
E-mail: maria.inesnassif@valor.com.br
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As contradições de Berlusconi


No blog do Altamiro Borges, boa análise do cinismo de Berlusconi ao ser seletivo em seus pedidos de extradição a quem é acusado de crimes políticos na Itália. Lembra Miro do caso de Delfo Zorzi, ex-líder da seita neofascista “Ordine Nuevo”, acusada de vários atentados, com dezenas de mortos e feridos. Há processo e pedido de extradição, Zorzi vive no Japão há anos, onde é empresário, mas até agora não houve nenhum empenho do governo italiano. Talvez pelos “méritos” do advogado de defesa de Zorzi, Gaetano Pecorella, por acaso um dos advogados pessoais do próprio Berlusconi.

Outra caso lembrado: o seqüestro em Milão do cidadão egípcio Abu Omar, acontecido em 2003. Suspeito de envolvimentos com terrorismo, foi levado para o Egito, onde foi barbaramente torturado. Juízes de Milão pedem, desde 2006, a extradição de 26 agentes da CIA que foram identificados pelo crime. Não há o menor sinal de empenho do governo em fazer valer a severa lei italiana para casos de seqüestro. Como fica a defesa de Mino Carta do “exemplo de democracia” que é a Itália, que permite ações políticas ilegais em seu país e não pune os criminosos?

Mas, contra o Brasil, o Sílvio Santos italiano imagina conseguir sucesso na sua administração midiática, afinal sabe que aqui há uma direita e uma mídia capaz de ajudar a política neofascista italiana.

Berlusconi é o cara no vídeo acima, ironizando os “vôos da morte”, quando a ditadura argentina assassinava opositores, atirando-os de aviões no Rio da Prata.

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Pausa nas férias: Clássicos no interior - Finalíssima

Terminou há pouco o Rio-Rita decisivo do Torneio Citadino de Rio Grande. São Paulo 4 x 2 Rio Grande. São Paulo campeão invicto (3 vitórias e 1 empate).
O São Paulo Iniciou melhor e abriu 2x0. O Rio Grande estava entregue na partida até que o árbitro expulsou um jogador de cada equipe.



Em uma cobrança de escanteio, o Rio Grande descontou, ainda no primeiro tempo.


Com melhor preparo físico e motivado pelo gol, o Rio Grande começou o segundo tempo pressionando. Chegou a marcar um gol, mas o atacante estava em impedimento. O empate parecia questão de tempo quando o São paulo achou o terceiro gol e matou a partida. Depois, mais expulsões e dois gols nos minutos finais, um para cada lado.

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Pausa nas férias: "Carta-testamento"


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Venezuela: é sempre bom lembrar

Antes que o cartel da mídia aponte os seus canhões para a vitória de Chávez, acho bom adiantarmos alguns argumentos sobre o que foi decidido neste referendo. Se puder, leia em espanhol o texto “Lo que debe saber sobre el referéndum venezolano y no le explicarán los medios de comunicación”, no site da TeleSur. Faço aqui um pequeno resumo do que me pareceu mais relevante:

1) Com que base legal está baseado o referendo?

A convocação está prevista e baseada na constituição venezuelana em seu capítulo I do Título IX, referente a emendas e reformas constitucionais. Para tal exige o pedido em assinatura de 15% dos cidadãos e de 30% da Assembléia Nacional, com a aprovação da maioria da Assembléia. 6 milhões de venezuelanos e 88% da Assembléia deram sua assinatura, depois aprovada por 92,% dos parlamentares.

2) Mas não se votou a mesma coisa em dezembro de 2007 e a mudança foi rejeitada?

A proposta anterior estava baseada em outro ponto da constituição. Afetava 69 artigos, incluindo a reeleição presidencial, era muito mais ampla.

3) Mas não é ilógico fazer uma nova consulta sobre um ponto que já foi derrotado?

São duas iniciativas de consulta popular diferentes, das tantas que permitem a constituição venezuelana, e não são incompatíveis. E a direita venezuelana não considerou ilógico em 2004 fazer um referendo reconvocatório para decidir sobre o mandato do presidente, mesmo ele tendo sido eleito dois anos antes.

4) Mas muitos analistas na mídia dizem que o referendo transforma a Venezuela em uma ditadura...

A aprovação da emenda apenas garante que todo cidadão pode ser eleito para qualquer cargo, independente de já te-lo exercido anteriormente. Vale lembrar que a reeleição sem limitações é norma em 17 dos 27 países que integram a União Européia. Como exemplos temos Tage Fritiof, primeiro-ministro da Suécia por 23 anos seguidos, Helmut Kohl, chanceler da Alemanha durante 16 anos seguidos e Felipe Gonsález, presidente do governo espanhol por 14 anos sem interrupção.

E acrescento, para finalizar, que poucos países têm um processo democrático como o da Venezuela, onde a população é consultada com tanta freqüência. Se a mídia quiser bombardear este exemplo, mandem ela cuidar antes de seu quintal. Lembrem sempre que Rosni Mubarack e o rei Abdallah são dois ditadores sanguinários no Egito e na Arábia Saudita, mantendo calados seus cidadãos com a cumplicidade dos EUA e o silêncio da mídia internacional.
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"Il Consigliori" Merval Pereira

É absolutamente espantosa a cara-de-pau de alguns dos articulistas de nossa "combativa" mídia pátria que, apesar de gostarem de posar de "neutros" e "isentos", mal conseguem disfarçar as suas preferências político-partidárias. A desfaçatez é tão grande que se algum prurido havia até agora, ele deixou de existir, a partir do momento em que eles tiveram a percepção de que está cada vez mais difícil atacar o Presidente da República e diminuir a sua popularidade. Um bom exemplo disto é o Sr. Merval Pereira, colunista de "O Globo", que no último final de semana publicou dois artigos aconselhando a oposição sobre o que ela deveria atacar no governo Lula, dando-lhe sugestões sobre qual teria de ser a agenda política por ela adotada e, fundamentalmente, cobrando do PSDB uma postura oposicionista mais aguerrida (e elogiando o DEM por conta disto) em relação ao governo federal. Bem, nos "bons tempos" da velha Sicília, quem dava conselhos aos "capos" mafiosos era chamado de "Consigliori" e parece ser esta a função para a qual o Sr. Merval está se candidatando. Mas, pensando bem, com aquela pose de galã de filme B da década de 1950, ele até que tem o "physique du rôle" ideal para o papel...

Em tempo: Os "conselhos" do nosso "consigliori" da Rua Irineu Marinho foram publicados em duas colunas, nos dias 14/02 e 15/02 (sábado e domingo).
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Pausa nas férias: Clássicos no interior - 3

O primeiro jogo da final do Citadino ocorreu no último sábado. Empate em 1x1 no Rio-Rita. O jogo começou empolgante, com o Rio Grande pressionando e abrindo o placar logo aos 2 minutos. O São Paulo ainda levaria duas bolas na trave antes de empatar. A partir daí, o jogo ficou equilibrado. No segundo tempo, com poucas chances de gol e duas equipes cansadas, o placar permaneceu inalterado, embora o Vovozão ainda tenha feito um gol injustamente anulado pela arbitragem.

Nos vídeos abaixo, duas cobranças de falta do Rio Grande. Uma em que o goleiro do São Paulo bateu roupa.



A segunda, no finalzinho do jogo, foi um lance de perigo para o telhado!

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Os jornais e seus tiros no pé

Os nossos jornalões reproduziram neste último domingo parte do debate recente sobre seu próprio futuro. O Estadão publica artigo de Walter Isaacson, ex-editor da Time, que na semana retrasada assinou matéria de capa da revista, sobre como salvar os jornais. Na Folha, matéria sobre o Newspaper Project, organização patrocinada pelo oligopólio da mídia americana, que faz campanhas publicitárias e estudos para acudir a enferma indústria. E entrevistam Steve Brill, empresário e professor de jornalismo, que recentemente teve um memorando reservado, dirigido ao New York Times, publicado com enorme repercussão em... um blog, o de Jim Romenesko no Poynter Institute, especializado em estudos de mídia. Todos falam a mesma língua e têm a mesma solução: os sites de notícias dos jornais têm que cobrar pelo acesso às notícias.

Embora não digam exatamente, a idéia em resumo é de que os jornais no papel estão acabados, em doença terminal, o jeito é salvar o negócio online. Para isso não adianta competir com o Google, imaginando receber por receita publicitária na web, algo que até aqui tentavam, sem perspectiva de sucesso. Querem usar seu poder de cartel para todos, juntos, fecharem a porta. Notícia só pagando.

As justificativas fazem apelos pelas redações atuais. Brill reitera que um blogueiro não terá verba nem paciência para viajar e cobrir uma guerra, só as grandes empresas jornalísticas teriam como fazer. E, de forma enfática, diz: "A notícia pode querer ser de graça, mas os filhos dos jornalistas querem ser alimentados"

Parece uma grande preocupação pelo proletariado da informação, mas é óbvio que esse novo modelo de negócio exige um enxugamento radical de quadros. A publicidade sempre foi a principal remuneração destas empresas.

Mas, no fundamental, a idéia esbarra no entendimento do que é a internet. Na hora em que todos os jornais fecharem seus conteúdos, como vigiar a reprodução? É certo que poderão existir novas e ferrenhas artimanhas jurídicas para impedir que os textos sejam reproduzidos. Mas, lembrem senhores barões, a indústria fonográfica tentou e perdeu. E o produto feito pela mídia é muito mais fácil de ser reproduzido, basta que à notícia seja feito um novo texto. Ou, pensando de outra forma, um comentário. Desta forma, não há como proteger os direitos originais. O que estarão fazendo é alimentar os blogs, eles é que ficarão com as notícias.

Parece que o desespero tomou conta deste setor, e faltam cabeças pensantes. No Brasil os jornais ainda não foram para a UTI, mas amargaram em janeiro a perda de 30% a 40% em receita publicitária, retração que se deve a forte campanha de nossos jornalões para fazer a crise mundial colar no governo Lula, é o que diz Luiz Nassif. Desse jeito, se não aprenderem a refazer seus negócios, sugiro aos donos da mídia ao menos treinarem melhor a pontaria.
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E se os 84% fosse de um presidente tucano com crise internacional

O governo Lula bate recorde de popularidade. E a oposição esperneia, pois contou com o alarmismo da mídia para derrubar os índices de popularidade do presidente. Mas vamos fazer uma construção hipotética:

1)      se o Brasil de hoje fosse de um governo da aliança PSDB-DEM-PPS;

2)      se o presidente também estivesse em segundo mandato;

3)      se o presidente hipotético tivesse também 84% de aprovação;

4)      se o candidato mais bem colocado nas pesquisas para a eleição de 2010 fosse do PT, um partido de oposição ao hipotético governo; e

5)      estoura a crise internacional, a maior desde 1929, com falência de bancos nas economias desenvolvidas.

Nessa situação hipotética, como a mídia trataria de temas polêmicos como terceiro mandato. Será que a mídia destacaria a crise com alarmismo para enfraquecer o governo ou faria dela uma desculpa para dar mais um mandato para o hipotético presidente tucano-demos? Mas Lula não quer um terceiro mandato. E já tem sua candidata, Dilma, para o desespero da mídia e da oposição política. Fica uma dúvida: será que Serra, FHC ou Aécio dispensariam um mandato adicional com apoio midiático. É apenas uma dúvida para reflexão.

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Lula, o PT e a Era Vargas



Luiz Werneck Vianna é um dos principais analistas políticos do país. Professor do Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro (IUPERJ), autor de vários livros de relevância estratégica para a compreensão da história brasileira, Werneck vem há décadas elaborando uma rica e sugestiva teoria sobre os dilemas e promessas da modernização capitalista do Brasil, com foco concentrado na dimensão mais imediatamente político-cultural. Como marxista arejado, de forte inspiração gramsciana, um intelectual democrata de esquerda, opera sempre em um registra que ultrapassa os parâmetros formais da ciência política que se pratica entre nós. Seus textos e suas diferentes intervenções públicas, apaixonadas e muitas vezes polêmicas, trazem sempre um enfoque rigoroso, criativo, sem concessões. Não por acaso, têm servido de referência para que se alcance um melhor entendimento da política nacional. Muitas delas podem ser encontradas, por exemplo, na revista eletrônica Gramsci e o Brasil.

No dia 15 de fevereiro, Werneck Vianna concedeu bela entrevista ao jornalista Wilson Tosta, de O Estado de S. Paulo, na qual reitera a originalidade e a força de seu raciocínio e de seu posicionamento. O centro de suas considerações está ocupado pela reposição da política: se vivemos, em escala mundial e também no Brasil, o desafio da regulação do sistema financeiro, então estamos diante de uma nova presença da política.

Por determinações históricas específicas, o Brasil parece mais bem equipado para enfrentar a crise. Ao longo das últimas décadas, manteve o “atraso” sobre controle democrático, impossibilitando-o de dirigir o país mas, ao mesmo tempo, sem romper frontalmente com ele. Incorporando-o, por assim dizer. Deste ponto de vista, soldaram-se os fios que ligam o Brasil do século XXI com o Brasil de Vargas. “O PT recuperou a era Vargas. Lula é um Vargas. Há muito tempo”.

Por este motivo, mas não só, Lula permanecerá como decisivo ator na política brasileira. Contra tudo e contra todos, caso seja necessário. “Lula já se desprendeu do PT. Governa o partido e, agora, com relações cada vez mais doces com o governador de São Paulo”. É um mapa tentativo para que se comece a olhar com maior argúcia para 2010.

A íntegra da entrevista pode ser lida neste link.

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Arthur Virgílio defende prévias dentro do PSDB

Do Blog do Noblat

O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio, disse em entrevista ao programa "É Notícia", da RedeTV!, que José Serra está errado ao atacar a política monetária.  
Avalia que o Banco Central tem de receber autonomia legal e que a crítica do governador de São Paulo aos juros altos é equivocada. Ele disse que a política econômica de Lula é continuidade da política econômica de Pedro Malan e de Armínio Fraga.  
Segundo Virgílio, se o PSDB fosse escolher hoje o seu candidato, Serra seria o vencedor. Mas ele acha que não se pode negar ao governador de Minas, Aécio Neves, o direito de disputar a indicação em prévias. Afirmou que seria um erro Serra se indispor com o político mais importante do segundo maior colégio eleitoral do Brasil.  
Defendeu as prévias, dizendo que elas foram importantes para que os democratas vencessem as eleições nos EUA _Barack Obama e Hillary Clinton concorreram.  
Afirmou que Serra precisará sair de São Paulo e visitar o Piauí e o Amazonas se quiser ser candidato. Disse que discordava da proposta de FHC de antecipar a escolha do candidato do PSDB. Declarou que o PSDB não pode fazer um escolhe de caciques.  
Contou que, no governo FHC, sugeriu ao então presidente que não nomeasse de novo Geraldo Brindeiro para a Procuradoria Geral da República. Brindeiro era conhecido como engavetador-geral da República. Virgílio disse que sugeriu os nomes de Cláudio Fontelles e de Antonio Fernando Souza, mas FHC não lhe ouvidos. Lula nomeou os dois, os mais votados em lista da categoria para chefiar o Ministério Público federal.  
Afirmou ainda que FHC tinha um núcleo de governo mais preservado de escândalos de corrupção do que Lula. Mas reconhece avanços do atual governo nas áreas social e econômica.  
Também disse que foi um erro ter feito o famoso discurso no Senado no qual ameaçou bater no presidente da República. Afirmou, porém, que o governo não se interessou em investigar uma a ameaça à sua filha _o motivo de seu discurso na época.  
Classificou Sarney como uma raposa política que já fez mal ao país, apesar de ter conduzido bem a democratização pós-morte de Tancredo em 1985. Falou da juventude no Rio de Janeiro, quando participou de atos contra a ditadura e aprendeu jiu-jitsu com a famosa família Gracie. A entrevista vai ao ar à meia-noite deste domingo. 
O programa é apresentado por Kennedy Alencar, jornalista da Folha de S. Paulo em Brasília     
Comentário do blogueiro: A entrevista de Arthur Virgílio expõe um pouco as dificuldades dos tucanos de tomarem posição. Se a política econômica e a política social do governo Lula são boas, o que sobra para o PSDB apresentar para o distinto eleitor. Não falem em corrupção, atém porque os tucanos são especialistas nessa área. Aliás, quando o senador diz que o núcleo do governo FHC era mais preservado de escândalos de corrupção do que Lula, o que faltou dizer é que os responsáveis eram justamente Geraldo Brindeiro, a Polícia Federal tucana e sua Controladoria-Geral da União, que servia apenas para investigar repasses para seus adversários. Tudo ficou para trás. 

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