No blog do Altamiro Borges, boa análise do cinismo de Berlusconi ao ser seletivo em seus pedidos de extradição a quem é acusado de crimes políticos na Itália. Lembra Miro do caso de Delfo Zorzi, ex-líder da seita neofascista “Ordine Nuevo”, acusada de vários atentados, com dezenas de mortos e feridos. Há processo e pedido de extradição, Zorzi vive no Japão há anos, onde é empresário, mas até agora não houve nenhum empenho do governo italiano. Talvez pelos “méritos” do advogado de defesa de Zorzi, Gaetano Pecorella, por acaso um dos advogados pessoais do próprio Berlusconi.
Outra caso lembrado: o seqüestro em Milão do cidadão egípcio Abu Omar, acontecido em 2003. Suspeito de envolvimentos com terrorismo, foi levado para o Egito, onde foi barbaramente torturado. Juízes de Milão pedem, desde 2006, a extradição de 26 agentes da CIA que foram identificados pelo crime. Não há o menor sinal de empenho do governo em fazer valer a severa lei italiana para casos de seqüestro. Como fica a defesa de Mino Carta do “exemplo de democracia” que é a Itália, que permite ações políticas ilegais em seu país e não pune os criminosos?
Mas, contra o Brasil, o Sílvio Santos italiano imagina conseguir sucesso na sua administração midiática, afinal sabe que aqui há uma direita e uma mídia capaz de ajudar a política neofascista italiana.
Berlusconi é o cara no vídeo acima, ironizando os “vôos da morte”, quando a ditadura argentina assassinava opositores, atirando-os de aviões no Rio da Prata.