Não me surpreendi com a proibição da chamada “marcha da maconha” no Rio. Minha aposta era a de que o estado, as classes que o sustentam, não permitiriam uma ação de propaganda que pode ajudar a acabar com a enorme hipocrisia sobre esta droga. Da mesma forma que nunca permitiram a legalização do jogo do bicho, o negócio mudaria de mãos. O atual, clandestino, é mais organizado e poderoso, pagando altos impostos, mesmo que “não contabilizados” pelo poder público.
Drogas é um assunto onde há muito mais em jogo do que mera discussão sobre gostar ou não de tal ou qual produto. Elas são das mais valorizadas commodities do mercadão, com enormes tubarões no negócio. Esqueça o vapor da esquina, a boca da favela, estas são apenas algumas das pontas do empreendimento. Sugiro pesquisar, se for interesse entender, as mudanças no estado colombiano nas últimas décadas. Ou o caso Irã-Contras, onde o governo dos EUA foi apanhado traficando. Aqui já falamos e demos alguns links.
Surpresa, mesmo, foi ver na orla carioca, na passeata contra a outra, uma bandeira integralista. Ao menos assim fica mais fácil entender de que lado nós estamos.