Além de Ronaldo

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  • segunda-feira, 5 de maio de 2008
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  • Passei o dia de hoje ouvindo opiniões sobre o mico de Ronaldo. Elas estão em toda a parte. Condenam. Reclamam. Fazem todas as piadas. Há motivos. Impossível ficar impassível frente à tamanha pisada na bola. Mas admito ter certa compaixão pelo ex-craque, que há muito não joga futebol, e imagino que agora mesmo é que nunca mais vai pisar em campo como profissional. Lamento a decadência do ex-menino que vi marcar gols sensacionais. O craque, o estilo explosivo, há muito se foram.

    Cobrem da Nike suas responsabilidades. O menino virou caixa-forte de boa grana. Colocaram uma redoma e o seqüestraram bem cedo, quando perdeu a malandragem de Bento Ribeiro, o tanto que havia para aprender. Ficou o falso brilho da burguesia, seu entorno, as enganosas benesses, que mal soube como aproveitar. Romário deu um drible nele em experiência. Este fez de tudo, tomou todas, sem dar mole e sem virar valorizada caixa de sabão em pó. Mas Ronaldo virou apenas pó. Um Kaspar Hauser, preso no porão pela cupidez do patrão. Sendo tratado ainda ontem como menino bobo, no pai Fantástico, derradeira tentativa de salvar o investimento da mídia e seus aliados anunciantes.

    Prefiro ficar com as imagens do craque. Lembro o azar e a sorte de Heleno de Freitas não ter convivido com um mundo de vídeos feitos até por pequenos artefatos no bolso. Não foram registradas suas melhores jogadas, nem suas mais notórias pisadas na bola. Espero que de Ronaldo fiquem na memória os seus melhores momentos, e a consciência de que há uma máquina capitalista de triturar meninos, principalmente os que sabem jogar futebol.
     
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