Estive por mais de uma semana afastado de internet, jornais, notícias. Emendei dois feriados com mais alguns merecidos dias de férias para, em caravana carioca, estar com familiares no interior deste país.
Retomo a labuta cotidiana ainda com o gosto das costelas com canjiquinha e da boa prosa, sem atentar para o que nossa mídia está fabricando de novo. Nos dias passados em rincão distante, Brasil pobre, vi algo instigante: na estrada, em meio a vilarejo de casas de tijolo aparente, outras de pau-a-pique, um posto de gasolina de rede nacional, todo moderninho, com sua oferta de salgadinhos industrializados, bebidas de marcas internacionais. Bem à porta, uma placa anunciava ali haver uma rede wi-fi para o notebook dos viajantes.
Matutei um tempo sobre aquilo, tentando entender o que estava acontecendo com nosso Brasil, que futuro tal visão apontava. A ficha caiu quando vi o Jornal Nacional, no único dia que tomei conhecimento das notícias. Lá estava o PSDB reunido, discursando, a Globo afirmando que o partido negava a infâmia de ser um partido das elites. Pronto. Era isso. O Brasil deles, dos liberais, destes tão queridos da mídia, é o de um país onde há Fandangos em ambiente wi-fi. Basta isso. Uma economia de grandes monopólios. Donos de postos de gasolina são empregados. Onde tudo é padronizado, igualzinho, sem surpresas. Lá, de dentro do vidro forte, mal podemos ver as casas de pau-a-pique. Afinal, elas são de um Brasil velho, de gente mal-educada, sem cultura, tal como disse o FH em discurso naquele dia.
Triste Brasil
Posted on segunda-feira, 26 de novembro de 2007 by Editor in
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Filosofia,
quem lê tanta notícia
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