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Lula esta certo, Constituinte neles!


A venalidade da mídia em tentar a todo custo desqualificar o governo Lula tem fabricado momentos patéticos. As declarações recentes do presidente sobre a roubalheira do DEM, cobradas insistentemente por repórteres, foram transformadas maldosamente para criar uma intriga. Estupidez patente, não resistiu aos primeiros contrapontos na web, com vídeo e transcrição para provar claramente o que de verdade foi dito e pensado por Lula.

Na insistência, no dia seguinte, mais intriga peçonhenta: o presidente teria “recuado”. Não, não recuou um centímetro. E disse mais, sem a atenção imediata da mídia: Lula defende uma Constituinte para fazer a reforma política. Aí está um conteúdo interessante, polêmico, mas a mídia correu da raia. Certamente foi consultar suas instâncias superiores para se posicionar em nova batalha. O baronato será contra, é claro, mas ainda não sabe como brigar.

A proposta é interessante e derruba os argumentos que estão sendo usados pela oposição e o cartel midiático, que apontam a responsabilidade de não se avançar em mudanças nas regras eleitorais exclusivamente à base aliada. Mentira repetida exaustivamente para evitar a polêmica. Nada avançou pelo reacionarismo das elites conservadoras, seus representantes e sua mídia venal. Não querem outras regras. Não querem perder seus esquemas. Não querem modernizar relações. Querem a certeza do velho jogo político, onde o parlamento é esse enorme balcão de negócios, regado a muitos panetones.

Foi a oposição e a mídia que transformou a atividade parlamentar recente em mero palanque para o enfrentamento nas próximas eleições. Querem recuperar todos os seus cargos perdidos, refazer suas seculares sinecuras. É o atraso que deseja mandar no futuro. Uma Constituinte poderá atrapalhar seus planos. Serão ferrenhos opositores da idéia.

Devemos lutar por ela. A Constituinte de 1988 tinha uma enorme tarefa, foi feita em tempo recorde. A democracia se consolidou. O Brasil mudou. Mais que isto, deseja mudar. Agora devemos avançar ainda mais.

Constituinte neles!
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E na cantoria pós tertúlia sublacerdista...

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E naquela república, aos 45 do segundo tempo...


Eu não acredito em pactos onde um lado entra com o porrete e o outro com o mercuriocromo. Tudo bem que as milícias serão enquadradas, mas o Marcelo Itagiba, chefe do Álvaro Lins, organizador do crime carioca, continuará armando seu circo no Congresso. Vão agilizar a justiça para os pobres? Ótimo, é o que queremos, mas porque precisamos de um pacto para tal? Bastava aplicar a mesma justiça feita aos ricos, ela funciona, sem pacto. Qual o motivo histórico de um acordo neste momento? Onde está presente em sua elaboração o cidadão que paga seus impostos? Este delegou à elite e ao governo todos os seus pleitos? Que democracia é esta?

Tenho motivos para acreditar que a elite, com a polícia atenta aos seus atos pela primeira vez na história brasileira, resolveu mudar as regras do jogo. Coisa de quem é dono do campo e da bola. Todo o poder ao STF, intervenção nos estados, sem algemas, crime de colarinho branco tem que ser julgado por assembléia de juízes, normas rígidas para grampos oficiais, só serão permitidos os não vistos, feitos na encolha, por empresas contratadas por gente branca e de olhos azuis etc. Que isso?

Convenhamos, é golpe. Não vou entrar em discussão sobre quem cedeu e os porquês. Apenas digo que prezo muito cada centavo do que contribuo em impostos para este teatro democrático. Quero a prometida ação agilizada no Procon para ter meu ingresso de volta.
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Longe do paraíso


Ontem, acompanhei tenso as imagens do conflito entre moradores da favela Paraisópolis com a polícia, mostradas pela Globonews. Não havia até então muitas informações, o cinegrafista do helicóptero filmava e o repórter narrador repetia inúmeras vezes as mesmas frases, sempre com a palavra “baderneiros”. Eram muitos os que jogavam pedras contra a polícia e recuavam, deixando no caminho carros e caçambas de lixo incendiados, impedindo o avanço da PM. Hoje, os jornais relatam que o motivo foi o assassinato de um morador, e a reação foi planejada, provavelmente por ordem dos traficantes da favela. Deram ouvidos ao secretário de Segurança Pública, Ronaldo Marzagão, que no local disse que em horas iria prender os bandidos. As imagens me lembraram conflitos em Gaza e na Cisjordânia, com jovens atirando pedras contra soldados israelenses e seus tanques.

A foto acima me veio à cabeça, de Tuca Vieira, fotógrafo premiado da Folha de S.Paulo, publicada em livro e que já correu o mundo. Nela, a prova de que há imagens que efetivamente valem mais que mil palavras. Um muro separa duas cidades, bem distintas e opostas. De um lado, o bairro do Morumbi, com um dos mais altos IDHs do país e do mundo. No outro, uma comunidade que teve origem na migração nordestina, com sua falta de saneamento, educação pública e apenas um campo de futebol para seus jovens.

No ano passado, uma simples obra municipal demonstrou o que separa estes dois mundos. A reurbanização de uma escada que liga a favela a um trecho do Morumbi foi motivo de protestos da classe média, mesmo que por lá pudessem melhor trafegar suas domésticas na volta para casa. Quase foi pedido um posto de fronteira. Os moradores de belos imóveis fecharam a pendenga aceitando um reforço policial e inúmeras câmeras de segurança para vigiarem a descida dos palestinos, quer dizer, dos moradores da favela.

Impossível não lembrar do racismo de parte da nossa classe média, recentemente exposto publicamente por Cora Rónai, que em texto sionista comparou o pesado fardo que é conviver cercada de favelas com o que vive Israel, cercado pela falta de civilização de seus vizinhos.

E de imaginação em imaginação, vejo uma senhora ali, naquela varanda à direita, com bela vista para Paraisópolis, entre a leitura da revista Caras e o catálogo da Daslu, tecendo considerações políticas. Reclamando seus direitos, desejando mandar para longe os filhos dos nordestinos, afirmando que afinal é ela que paga impostos...

Paga??? A Daslu não paga os seus. E seu marido, provavelmente sócio do Jockey Clube, deve estar ciente que o clube nunca pagou IPTU, e deve hoje ao erário público quase R$ 200 milhões, depois de já ter dívidas antigas esquecidas por governos simpáticos às elites que lá freqüentam.

É, senhor secretário Ronaldo Marzagão, infelizmente tamanho problema não pode ser resolvido apenas por caricata empáfia. Sua fábrica de enxugar gelo terá que trabalhar em dupla jornada.
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Hélio Luz e a nova senzala

Como fazer tese é de graça, faço uma agora: a atividade policial leva o sujeito a viver algumas das mais agudas contradições da sociedade. Ele vê em seu dia-a-dia os mecanismos do poder, da exploração, nossas mais abjetas mazelas. Quando conseguem se livrar das inúmeras atrações da cooptação à bandidagem, se transformam em cidadãos pensantes de primeira linha. É o motivo da longa admiração que tenho pelo ex-delegado e ex-deputado Hélio Luz. Há 8 anos se viu na mira dos holofotes da mídia, que tentava sua desqualificação o envolvendo em negócios com a máfia das quentinhas para presidiários no Rio de Janeiro, quando era delegado em 1990. O objetivo era claro, semelhante ao que agora fazem com o delegado Protógenes e Paulo Lacerda: enfraquecer suas inúmeras e firmes denúncias ao funcionamento do esquema podre da polícia, que envolvia políticos e onde a mídia tinha suas ações preferenciais. A acusação pouco resistiu, sumindo rapidamente do noticiário. Principalmente depois que o então deputado contra-atacou com pedido de CPI para mostrar suas próprias contas e a de todos os funcionários que se relacionaram com a empresa de quentinhas.

Sua capacidade de análise é grande. Sua experiência é enorme. E consegue pensar politicamente, denunciando como a corrupção está relacionada ao próprio sistema capitalista, o que transforma suas críticas em algo muito mais contundente. Hoje, afastado da política e da atividade policial, por incompatibilidades várias e problemas de saúde, li artigo seu publicado no portal do PT. É um dos mais claros textos onde a cortina que esconde o funcionamento da podridão do nosso sistema é aberta e podemos entender com clareza seus mecanismos. Publico aqui com comentários:


A Favela é a Senzala do Século XXI

Por Hélio Luz

Onde, realmente, está o crime organizado? Como podem os desapropriados, explorados e oprimidos se organizarem numa máfia? A questão do estado paralelo foi colocada em evidência por ocasião da morte de um jornalista, com a notícia de que ele foi seqüestrado, julgado, condenado e morto por um bando. Isso, no Tribunal, foi considerado estado paralelo e, em cima, a colocação de crime organizado. Acredito que exista o estado paralelo, mas não é isso. A marginalidade não constitui estado paralelo.

A favela é um gueto que substituiu o local da senzala. É a senzala do século XXI, onde se situa a reserva de mão de obra, os negligenciados pelo Estado - reserva mantida pelo sistema de exploração. É aí que vamos tocar na origem da polícia, criada para fazer o controle dessa população. Em 1808, era o controle social dos escravos, agora é o controle dos favelados - os negligenciados.

Obs1: E prova que a principal tarefa desta polícia é controlar esta população é o uso do Caveirão nas favelas. Alguém acredita que ele funciona para prender traficantes? Claro que seu objetivo é o de aterrorizar os moradores. Fazem hoje o mesmo que há muito era feito contra a senzala.

Falemos do Rio de Janeiro, porque fica mais específico. A tendência aqui é jogar para as áreas de exclusão a prática do crime organizado e o estado paralelo. Estado paralelo é aquele que dá enfrentamento ao Estado e modifica as suas decisões. Aquele bando que existe lá no Morro do Alemão não tinha condição de fazer isso. Eventualmente, uma quadrilha identificou um repórter que atravessava informações. Ela o considerou inimigo e o executou. Assim, fica mais explícita a tendência de jogar para as áreas de exclusão a prática do crime organizado. Ao se falar em Estado paralelo, aqui no Rio de Janeiro, estamos falando, por exemplo, na Fetranspor (Federação das Empresas de Transportes de Passageiros). Ela, sim, enfrenta e impõe suas decisões ao governo. Ela coloca oito mil ônibus nesta cidade, que não têm capacidade para isso.Todos os poderes do Estado se submetem à sua vontade. Mantém o controle do Metrô e de todo o transporte urbano no Estado do Rio de Janeiro, para fazer sua frota circular, independente de que isso contribua, ou não, para melhor qualidade de vida do cidadão. No Rio de Janeiro é constante o congestionamento, porque fazemos transporte urbano de massa em ônibus, o que é inadmissível numa metrópole.


Obs2: Bingo! Quantas reportagens você já leu na mídia com denúncias contra a Fetranspor? Nada. Por que será? Nenhuma política pública de transportes existirá com a Fetranspor.

A Fetranspor sempre atuou com força decisiva dentro da Assembléia Legislativa e nos demais poderes do Estado, inclusive no Poder Judiciário. Também em Brasília ela mostra suas garras. É a esta capacidade de agir que eu chamo poder paralelo. O criminoso comum não tem esta capacidade financeira e de organização.

"Ah! Ele está no tóxico, no narcotráfico, tem muito dinheiro."

É outra inverdade. O narcotráfico vem sendo usado como senha para fazer o controle social, em todo o país. É simples. Se o pessoal da favela tivesse mesmo o poder e a quantidade de dinheiro que dizem, faria o controle de fora, mas aquele varejista que controla a droga fica na própria favela. Ele nem sabe para quem trabalha.


Obs3: É a proletarização do narcotráfico nas favelas, bem diferente da idéia que tentam vender. Quem leva as drogas para lá? Quem controla? Quem lucra?


O jogo do bicho está infiltrado em todos os Poderes constituídos!

Um dos crimes organizados no Brasil, não só no Rio de Janeiro, é o jogo do bicho. A definição que temos de crime organizado é: primeiro, ser cartelizado. No Rio de Janeiro, o controle do jogo do bicho na zona oeste é da família do Castor de Andrade, o da área da Tijuca é do Haroldo da Tijuca, em Nilópolis reina o Anísio Abraão Davi, em Niterói são outros.

Segundo: o jogo do bicho existe em nível nacional. O Estado da Bahia dá descarga para a família do Castor de Andrade, o Acre faz a descarga com o Luizinho da Imperatriz, o de Minas Gerais faz a descarga no Anísio, e por aí vai. O jogo é controlado e organizado em nível nacional.

Terceiro: este crime está infiltrado nos poderes constituídos. Ele elege a representação política dele dentro da Assembléia Legislativa, da Câmara dos Deputados e da Câmara dos Vereadores. Banca campanhas voltadas para o Poder Executivo. No geral, ele tem influência em todos os poderes, inclusive no Judiciário. Porém, nos estados do Norte e do Nordeste a miséria é tanta que ele não consegue nem chegar. É uma situação diferenciada, mas no Sudeste e Leste ele tem peso.

É bem visível no Carnaval, a presença do crime organizado no poder constituído: a Liesa (Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro), a liga que eles montaram, é a direção do jogo do bicho, do crime organizado. Ela aluga o espaço público, o Sambódromo - a direção do crime organizado é parceira do Estado. Aí está a característica do crime organizado. Nós vamos ver o prefeito do Rio de Janeiro com colete, em que de um lado está escrito Riotur e do outro Liesa. É o crime organizado bancando e organizando o Carnaval do Rio, o maior evento turístico do país!


Obs4: E ao vivo e a cores para todo o Brasil. Chega a ser vergonhoso o tratamento que a mídia dá aos contraventores no Carnaval, sendo entrevistados como autoridades.

O jogo do bicho opera com o homicídio, é mantido pelo sangue!

O jogo do bicho não é um negócio inocente. Todo mundo acha que não tem problema nenhum, até a vovozinha joga. Não é isso, não! O jogo do bicho é mantido pelo sangue. Numa área determinada, ninguém faz concorrência, porque no dia seguinte vai ser morto. O jogo do bicho opera com o homicídio, o mais grave dos crimes que existe para o homem.

A desculpa do administrador público incompetente é que o crime organizado está na favela. Favelado não constitui crime organizado, mas bandos. Lógico, tem bando lá no Alemão, no Jacarezinho, mas esse pessoal não é cartelizado.

"Ah ! Tem Comando Vermelho, tem Terceiro Comando!"

Mas eles se engalfinham. Eles se enfrentam permanentemente - diferente dos banqueiros do bicho que não se enfrentam, nem delatam o outro. O Disque Denúncia vive em função da delação que o Terceiro Comando faz do Comando Vermelho e vice-versa. Para justificar a incompetência, eles dizem que os bandidos do Rio de Janeiro estão vinculados com os bandidos de São Paulo.

Só quem não conhece a polícia acredita nisso. Pode, eventualmente, um marginal do Rio ter relação com outro de São Paulo, mas isso não quer dizer que seja um nível de relação de organizações criminosas. Em São Paulo, eles acabaram com a direção do PCC (Primeiro Comando da Capital). Acabou o PCC. Onde está a direção aqui do Rio?

O que acontece no Rio de Janeiro? O chamado crime organizado é mantido pela organização que existe dentro do próprio Estado. É a própria polícia que mantém isso. Uma boa parte da polícia do Rio de Janeiro é corrupta! Essa afirmação não constitui novidade. Basta procurar nos jornais nos últimos três meses. É essa polícia corrupta que mantêm o narcotráfico no Rio de Janeiro. Não só as polícias civil e militar do Rio de Janeiro mantêm os pontos do narcotráfico do Estado, mas também a Polícia Rodoviária Federal e a Polícia Federal. O aparelho de repressão do Estado do Rio de Janeiro é corrupto de tal forma, que concorre com ele mesmo.

Este é o problema que ninguém quer tocar: o Estado brasileiro é um Estado altamente corrupto! Só este Estado corrupto pode manter o sistema capitalista, porque a corrupção é inerente ao sistema capitalista. Então fica tudo em casa. Essa polícia corrupta não vai tocar no rico, pôr o burguês na cadeia; não vai investigar o dinheiro desviado do Fisco e do Tesouro; tampouco vai investigar o Estado por dentro. É o grande acerto de contas que existe. Quando falo Estado Brasileiro, estou falando de Poder Executivo, governador, prefeito, presidente da República, seus secretários e ministros; do Poder Legislativo, Câmara Federal, Senado, Assembléia Legislativa e Câmaras de Vereadores, Poder judiciário e todos os tribunais.

A função desse Estado é arrecadar dinheiro: uma parte vai para a classe dominante fazer a sua manutenção e o restante é gasto no controle dos negligenciados. Não vê isso quem não quer! Quando a "mídia" fala em crime organizado e estado paralelo nas áreas de exclusão ela está desinformando o povo. Não é lá que eles estão!

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Hélio Luz foi deputado estadual pelo PT na última legislatura, não aceitando renovar sua candidatura. Foi Secretário de segurança do Governo do Estado, prestando inúmeros e corajosos depoimentos sobre a truculência e corrupção no aparato policial.


Perfeito. Vale mais que muitas teses de doutorado.
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Fim de jogo para Mendes


A moral do presidente do STF, Gilmar Mendes, já tão abalada pela vexante reportagem de Leandro Fortes, na Carta Capital, ruiu por inteira ontem, depois do depoimento na CPI dos Grampos do sargento Aílton Carvalho de Queiroz, chefe da Seção de Operações Especiais da Secretaria de Segurança do Supremo Tribunal Federal. Esperava-se apenas que confirmasse que uma varredura no último dia 10 de julho constatara a existência de grampo. O depoimento disse algo diferente, inesperado e que coloca Mendes em péssima situação.

Segundo Queiroz, a varredura indicou uma provável escuta, mas que poderia ser motivada por sinais de TV. Mais preocupante disse em seguida: o relatório elaborado por ele, com o que foi apurado, e totalmente sigiloso, foi entregue à presidência. Questionado sobre a autoria do vazamento, que foi parar em destaque na revista Veja, foi claro: “Imagino que foi a própria presidência (quem vazou). Eu faço o relatório em duas vias e ele é entregue ao chefe de gabinete da presidência."

Luis Nassif foi conclusivo em seu blog: “Gilmar endossou uma conclusão falsa, em cima de um relatório inconclusivo, e uma possível fraude - o caso do suposto grampo preparado pela ABIN. E provavelmente passou para a revista o terceiro mote: o depoimento da desembargadora sobre supostos grampos, que não tinha uma informação conclusiva sequer”.

O depoimento atordoou a mídia. O G1, site das organizações Globo, deu a notícia, com o título afirmando: “Queiroz sugere que presidência do Supremo vazou relatório sigiloso”. Mas, o jornal O Globo, do mesmo grupo, em sua edição de hoje, dedica apenas uma nota de 10 linhas para afirmar que o sargento confirmou indícios de grampo no STF.

Minhas apostas são de que esta CPI acabou, junto com mais esta patética ação golpista. Mas não vamos esquecer o assunto. Faço minhas as palavras de Paulo Henrique Amorim:

E o Conselho Nacional de Justiça, não tem nada a declarar?
E o Ministério Público Federal, não tem nada a declarar?
E os outros dez ministros do Supremo – vão assistir à desconstrução moral da mais alta Corte?


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Atualizando: Renato Parente, secretário de comunicação do STF, envia e-mail ao Luis Nassif, contestando afirmações no blog. Estranhamente, diz que “é desejável deixar à parte questões pessoais e empresariais, que em nada dizem respeito ao tribunal”, algo em que nenhum momento Nassif faz referência. Confusão de destinatário? Seria destinado a Carta Capital que revela os grandes negócios de Gilmar Mendes com o Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP), onde é sócio? De qualquer forma, está evidente que o ministro acusou o golpe. E confusamente tenta reagir, via um de seus subordinados. A resposta de Nassif é uma lição de boa reportagem, três perguntas fundamentais. Vale a pena acompanhar o desenrolar deste novo episódio.

Não resisto a um comentário: quem diria? Aquelas manchetes escandalosas, dias e dias seguidos, sem nenhum fato novo, foram parar na blogosfera. Aparentemente, nada agora vai para o papel ou a TV. O elefante foi varrido para debaixo do tapete.
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Era o que faltava

Ricos têm QI mais alto.

Ahhh, entao é o QI. Qual seja o QI?

Dá vontade de fazer um dilema tostines, mas quem acredita em uma coisa dessas não iria pegar o ponto.
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Sobre farsa e um pênis escondido

A tradição golpista brasileira tem bons exemplos de engodos praticados com a cumplicidade da mídia. Dois momentos são exemplares: o Plano Cohen, arquitetado por militares integralistas, que serviu como motivo para a instauração da ditadura do Estado Novo e a Carta Brandi, enganação de Carlos Lacerda para interferir nas eleições de 1955. Nos dois casos existiram pinceladas de tragédia. O primeiro, levou a forte repressão aos comunistas, que pagaram um alto preço pela mentira a eles imputada. O segundo, mesmo que tenham descoberto a fraude meses depois, ajudou a aglutinar militares golpistas, que passaram a atuar organizadamente e no sonho do poder, concretizado finalmente no golpe em 1964.

Se antes a tragédia, agora a farsa. Basta um par de neurônios para perceber o circo armado pelos herdeiros dos velhos golpistas com a conivência da mídia. O objetivo está claro: interferir nas próximas eleições. O alvo do momento é a ministra Dilma Rousseff, nome que desponta com força para 2010. A acusação sobre um possível dossiê é totalmente farisaica. O método da mídia, um embuste, tenta até esconder a confissão de um senador das hostes golpistas.

A fraude é hipócrita. Dossiês e informações sobre possíveis gastos da presidência há muito circulam, sendo citados por parlamentares e notas em jornais. Não podemos esquecer que pouco antes do início desta mais recente campanha, a mesma mídia registrava a tentativa de acordo entre governo e oposição para evitar a baixaria com a divulgação dos gastos deste governo e do de FHC. Em 19/3/2008, o jornal Estado de S.Paulo publicou que o presidente Lula vetara o uso de informações conhecidas, como a de um pênis de borracha nos gastos do ex-presidente. Isto foi esquecido e perfeitamente escondido pela mídia golpista. Talvez com o temor que as forças aliadas ao governo usassem tal apetrecho com assemelhado simbolismo ao da tal “tapioca”. Uma compra de R$ 8 que virou exemplo no PIG de abuso de dinheiro público, ao ponto de senadores da república distribuírem sorvete de tapioca em sessão plenária, para posar para as filmagens e as fotos.

Como tudo virou uma grande farsa, eu agora discordo de Lula. Não vamos esquecer do pênis de borracha de FHC. Queremos saber detalhes. Custos, quantidade, dimensões, usos e abusos. E quero ver didlos sendo distribuídos no Senado, farão sucesso. Estou enfurecido, dane-se a república.


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Gente fina

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O plenário do Senado que não aprova a cpmf

é o mesmo que não cassa o Renan.

Sou uma cidadã assassariada, que paga seus impostos mesmo sem querer. Preferiria, como qq um, não ter de fazê-lo. E eu não tenho isenção de impostos como uns industriais por aí usufruem...

A cpmf, como sou duranga, num pesa muito não. Para os ricos, imposto tirado diretinho na conta corrente (a que eles têm no Brasil, claro), deve ser uma facada da boa. Mas...
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Triste Brasil

Estive por mais de uma semana afastado de internet, jornais, notícias. Emendei dois feriados com mais alguns merecidos dias de férias para, em caravana carioca, estar com familiares no interior deste país.

Retomo a labuta cotidiana ainda com o gosto das costelas com canjiquinha e da boa prosa, sem atentar para o que nossa mídia está fabricando de novo. Nos dias passados em rincão distante, Brasil pobre, vi algo instigante: na estrada, em meio a vilarejo de casas de tijolo aparente, outras de pau-a-pique, um posto de gasolina de rede nacional, todo moderninho, com sua oferta de salgadinhos industrializados, bebidas de marcas internacionais. Bem à porta, uma placa anunciava ali haver uma rede wi-fi para o notebook dos viajantes.

Matutei um tempo sobre aquilo, tentando entender o que estava acontecendo com nosso Brasil, que futuro tal visão apontava. A ficha caiu quando vi o Jornal Nacional, no único dia que tomei conhecimento das notícias. Lá estava o PSDB reunido, discursando, a Globo afirmando que o partido negava a infâmia de ser um partido das elites. Pronto. Era isso. O Brasil deles, dos liberais, destes tão queridos da mídia, é o de um país onde há Fandangos em ambiente wi-fi. Basta isso. Uma economia de grandes monopólios. Donos de postos de gasolina são empregados. Onde tudo é padronizado, igualzinho, sem surpresas. Lá, de dentro do vidro forte, mal podemos ver as casas de pau-a-pique. Afinal, elas são de um Brasil velho, de gente mal-educada, sem cultura, tal como disse o FH em discurso naquele dia.
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Eu canto samba pq só assim eu me sinto contente

O Tuchinha é um dos compositores do samba da Mangueira de 2008.

E ex-traficante, dos quase românticos anos 80. Que foi condenado, preso e cumpriu parte da pena. Está solto como permitiu a lei.

Saiu da cadeia e deu a fazer samba. O dele ganhou a disputadíssima escolha do que a Mangueira irá cantar na Sapucaí.

Os jornais cariocas estamparam isso como um escândalo. Foi capa do Expresso, do Extra, do Dia, nota n´O Globo. Aliás, este último resolveu atacar com força o compositor.
O Ancelmo Goes - que todo dia publica uma gracinha pró Aécio ou pró Vale do Rio Doce (oh. Por que será?) - chegou a estampar uma foto com a legenda "a senadora do PT ideli curte o samba feito pelo traficante tuchinha na mangueira" e fez uma enquete no seu blog questionando se o fato do tal samba ter sido composto por um ex traficante não iria prejudicar a escola no ano que vem. Como era de se esperar, vindo de leitores cadastrados naquele jornal de eleitores de bolsonaro, o resultado deu que sim.

Não sei o que motiva tamanho ódio. Será que algum amigo da coluna perdeu a disputa do samba? Eu suspeito que não. Acho que só é preconceito.

Tuchinha talvez não quisesse ser traficante a vida toda. O Cacciola tem todo direito de fugir, não é mesmo? Mas um traficante, favelado, achar que pode ter uma vida mais ou menos normal?

Isso é inconcebível para as elites, cada dia mais favoráveis - e propagandeando cada dia mais - a bandeiras como a pena de morte, estado de exceção ou tortura. Tanto que a enquete atual do já citado colunista é para saber se a OAB pode ficar defendendo que os bandidos não sejam exterminados. Para eles é óbvio que defender a lei (ou existirem leis que protegem o que é diferente deles - este é o ponto) é tão absurdo quanto o fato de um ex traficante, feio, favelado virar um compositor.

Queria ver a ficha corrida do Aécio. Deve ser uma delícia.

Ah, não conheço Tuchinha. Nem ouvi o tal samba. Minha escola é outra. E olha, não falta é bandido bom nas escolas. E na Liesa... Mas desses, com carrões, ninguém fala mal ;)
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Esculacho no quintal dos outros é festim


Li na Folha o desabafo de Luciano Hulk após ser assaltado em São Paulo, quando roubaram seu relógio de R$ 48 mil. Disse ele revoltado: “Onde está a polícia? Onde está a elite da tropa? Chamem o capitão Nascimento!”. Pronto. As elites têm um herói. Mais, é um novo modelo. Confesso que nunca entendi o projeto de segurança pública dos representantes dos mais abastados. O Alckmin vivia dizendo que o negócio era simples, bastava fazer mais presídios, contratar mais policiais. Mas agora o discurso deve mudar. No caso do relógio roubado, basta um capitão Nascimento subir a favela, colocar no saco alguns moradores, torturar até conseguir informações, que logo alguém dedura o ladrão. Simples, e o Luciano ficaria contente com seu relógio de volta.

Fiquei matutando esta confessa barbárie. Impossível não associar à última capa da Veja, esta revista que pretende ser porta-voz desta elite, suas preocupações. Para ela, o importante neste momento é desmascarar a farsa da imagem de Che Guevara. Juntou alguns notórios inimigos de Fidel, um agente da CIA para que dissessem que Che foi um bárbaro, um assassino cruel, além de mal cheiroso. Surpresa se tal time comentasse outras coisas, como a atabalhoada invasão da Baía dos Porcos, ou a operação NorthWoods, imaginada pela CIA. Não. Tudo o que dizem é que o revolucionário Che Guevara era violento.

Quer dizer, para fazer uma revolução não podemos dar tiros, temos que tratar bem os inimigos. A violência só é justa quando precisamos ter de volta um relógio roubado.

Outra coisa: um leitor anônimo deste blog deixou registrada uma ótima contribuição para análise. Em 1997 a Veja fazia uma isenta reportagem sobre Che Guevara, de autoria de Dorrit Harazim, esposa de Elio Gaspari. Pergunto: mudou a Veja? Mudou Che? Há uma marcha à direita no pais? Gostaria de opiniões.

E mais outra: Antonio Gabriel Haddad é um especialista em Cuba. Desmonta a "reportagem" da Veja em cada letra. Leia no blog do André Lux, o Tudo em Cima.

Na imagem acima, pintura de John Trumbull, “A morte do general Warren na batalha de Bunker Hill”. Momento não muito glorioso para os revolucionários de George Washington. Mesmo assim, detonaram mil soldadinhos vermelhos (não, não eram comunistas). E que eu saiba, não entraram para a história como bárbaros e violentos.
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Mais sobre educação e elites

Essa eu li na diagonal. Pq, na boa, ler os jornais está ficando cada dia mais irritante. Mas um dos pontos da matéria sobre o projeto de educação de Chávez era a crítica da idéia da padronização do ensino.

Taí. GENIAL. Os alunos das escolas como a Parque, Santo Agostinho, Teresiano, ou qualquer outro que custe mais de R$2.500,00

(aliás, abro este parêntese necessário. Eles agora organizam passeatas com a PUC! Com carros batedores na frente, seguranças ao lado, câmeras High Definition filmando tudo para os documentários que eles irão produzir... já tão novos e tão cansados...)

realmente não podem aprender a mesma coisa que alunos das escolas públicas. Que isso! Absurdo! Já que tô pagando, meus meninos têm que saber mais. Imagina se algum deles luta pela universalização do ensino público, pela democratização da informação, claro que não. Quem quer manter as diferenças, jamais poderia concordar com a idéia de manter um padrão para o ensino.

Aliás, alguns teóricos das teoria das elites, como Michels ou Pareto explicam longamente como e porque quem está no andar de cima assim continua. E mantêm seus filhos lá também. A educação diferenciada está no cerne da questão.
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