A venalidade da mídia em tentar a todo custo desqualificar o governo Lula tem fabricado momentos patéticos. As declarações recentes do presidente sobre a roubalheira do DEM, cobradas insistentemente por repórteres, foram transformadas maldosamente para criar uma intriga. Estupidez patente, não resistiu aos primeiros contrapontos na web, com vídeo e transcrição para provar claramente o que de verdade foi dito e pensado por Lula.
Na insistência, no dia seguinte, mais intriga peçonhenta: o presidente teria “recuado”. Não, não recuou um centímetro. E disse mais, sem a atenção imediata da mídia: Lula defende uma Constituinte para fazer a reforma política. Aí está um conteúdo interessante, polêmico, mas a mídia correu da raia. Certamente foi consultar suas instâncias superiores para se posicionar em nova batalha. O baronato será contra, é claro, mas ainda não sabe como brigar.
A proposta é interessante e derruba os argumentos que estão sendo usados pela oposição e o cartel midiático, que apontam a responsabilidade de não se avançar em mudanças nas regras eleitorais exclusivamente à base aliada. Mentira repetida exaustivamente para evitar a polêmica. Nada avançou pelo reacionarismo das elites conservadoras, seus representantes e sua mídia venal. Não querem outras regras. Não querem perder seus esquemas. Não querem modernizar relações. Querem a certeza do velho jogo político, onde o parlamento é esse enorme balcão de negócios, regado a muitos panetones.
Foi a oposição e a mídia que transformou a atividade parlamentar recente em mero palanque para o enfrentamento nas próximas eleições. Querem recuperar todos os seus cargos perdidos, refazer suas seculares sinecuras. É o atraso que deseja mandar no futuro. Uma Constituinte poderá atrapalhar seus planos. Serão ferrenhos opositores da idéia.
Devemos lutar por ela. A Constituinte de 1988 tinha uma enorme tarefa, foi feita em tempo recorde. A democracia se consolidou. O Brasil mudou. Mais que isto, deseja mudar. Agora devemos avançar ainda mais.
Constituinte neles!