Justiça garante liberdade a grande mídia e censura mais um blog

Para a mídia corporativa, toda a liberdade, garante o STF ao eliminar a Lei de Imprensa, herança do final da ditadura, que visava controlar a imprensa alternativa, não os jornalões e suas rádios e TVs. Para blogs, a banda toca diferente. No Maranhão, o Tribunal de Justiça determinou ao Blogue do Colunão, do jornalista Walter Rodrigues Jr, que retirasse todos os posts com reprodução de dados de relatórios do Conselho Nacional de Justiça e da Corregedoria de Justiça do Maranhão, onde ficam expostas diversas irregularidades da 6ª Vara Civil. Entre elas, na análise de quase 2 mil processos, estão, de um lado, a morosidade no julgamento de processos e, do outro, a rapidez em questões “excepcionais” envolvendo o pagamento de indenizações milionárias, por exemplo.

Que justiça é essa que censura para esconder seus próprios atos? E que estupidez é essa que determina que o próprio autor retire as matérias reproduzidas em outros blogs? Diz o jornalista e blogueiro:

Acabo de receber mais uma ordem judicial, transmitida com urgência por uma (In) Justiça que nunca foi tão célere.

Desta vez é para tirar do ar todas as matérias, com respectivos títulos e comentários, que se refiram ao juiz Abraham Lincoln Sauaia, da 6a vara cível, inclusive a que resume informações constantes de relatório do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) e da própria Corregedoria de Justiça do Maranhão.

Mais: até uma carta do desembargador Stélio Muniz ao Colunão deve ser escondida dos olhos dos leitores, apenas porque seu teor aborrece aos dois magistrados, o que requereu e o que deferiu a borracha.

Hoje de manhã, acatei a censura da matéria “Sauaia e o escândalo da Caema”, determinada, no chamado Plantão Civil, pelo juiz Raimundo Sampaio Silva. Acerca do qual não se pode esquecer que já passou cerca de três anos suspenso das funções, em consequência de relatório de correição extraordinária de conteúdo arrasador.

Pensei no momento que era muita falta de sorte minha que o pedido de Sauaia fosse formulado justamente quando Sampaio se achava no Plantão. Mas, tranquilo, deixei para cuidar na segunda-feira das providências cabíveis junto ao Tribunal de Justiça.

Agora não foi mais o plantonista. Foi a chamada “distribuição automática”, imagino, que fez cair o processo nas mãos do juiz Douglas Amorim.

Amorim é o mesmo que, em fevereiro, veja só que coincidência, foi sorteado pelo destino para apreciar e conceder um pedido de censura do Colunão, apresentado pelo juiz Luiz Gonzaga, da 8a vara cível. Na época, mesmo discordando, acatei a ordem e interpus agravo no TJ, que até hoje não foi julgado.

Anote também que Amorim e Gonzaga e Sauaia são parceiros não somente no ofício, mas também nos procedimentos duramente criticados tanto no relatório do CNJ, quanto na correição do TJ.

Visto os autos etc, estamos num impasse. Não dá para submeter o Colunão ao capricho de juízes cujo poder não parece ter limite e que tratam os direitos constitucionais do cidadão e do jornalista como vaga referência ao que devia ser, mas não é.

Também não dá para simplesmente ignorá-los, porque não há certeza de que o Estado de Direito esteja em vigor no Maranhão.

Minha resposta então é que impetrarei mandado de segurança com pedido de liminar contra esses desmandos. Por mais otimista que pareça, estou confiante. Enquanto aguardo, pedirei à Elo Internet que tire o saite do ar. Antes isso que mutilá-lo ao gosto da ditadura forense, permitindo que vire moda o que devemos rejeitar como anomalia.

Voltarei assim que o TJ restabelecer a ordem.

Meu e-mail é wr.walter@uol.com.br.

PS — Tanto o mandado de Sampaio, quanto o de Amorim, determinam que eu retire as matérias também de “outros blogues” que as estejam reproduzindo... Sem comentários, já que nenhum comentário educado é possível.


Toda nossa solidariedade ao Blogue do Colunão. E aqui cedemos nosso espaço para suas denúncias.

Por uma nova Justiça no Brasil!
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Gripes

Esta semana as postagens serão escassas, talvez nulas. Estou às voltas com uma cartilha e, até terminá-la, não terei tempo para novos desenhos.

Então, por enquanto vamos de velhos desenhos mesmo. Em tempos de Gripe Suína, a pandemia que a cada dia tem mais casos desconfirmados, lembrei da charge abaixo. É de 2003, sobre a Pneumonia Asiática, que depois virou Síndrome Respiratória Aguda, antecessora da Gripe Aviária, todas pandemias que aniquilaram impiedosamente a humanidade... Aliás, nem sei como sobrou gente para ser morta pela Gripe Suína...

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Jornalistas, verdades e mentiras

O DJ colunista do Globo cita Gay Talese para dizer que jornalistas e jornais são os maiores interessados na verdade. “Porque no prédio de qualquer redação de um jornal respeitável, a qualquer momento, há menos mentirosos por metro quadrado do que em qualquer outro prédio”, diz o jornalista e escritor americano, segundo o amante de jazz.

Não é o que acontece no prédio do jornal O Globo. Na manchete do último domingo sobre o bolsa família, o que percebi foi uma tosca tentativa de se reinventar a verdade, em clara contradição ao que foi apurado pela própria reportagem em vários depoimentos de beneficiários do projeto social do governo, uma teimosia em mudar a realidade.

A reportagem apura números que demonstram o tamanho da coisa: 29% da população do país é atendida, 50% em 6 estados do nordeste, alguns municípios chegam a quase totalidade de sua população, como é o caso da cidade de Junco, no Maranhão, com 95,7% de beneficiários em seus 4.101 moradores. O tom dado é a defesa da tese do jornal (e da oposição ao governo Lula) em reconhecer a amplitude do projeto, mas o chamando de populista, com interesse eleitoral, ressaltando a sua ineficiência em dar alternativa de saída da pobreza para essa população, dependente do benefício.

Para justificar, alguns depoimentos soam patéticos. O prefeito Arcênio Almeida Gonçalves Neto (PRB), de Canudos, presenteia o jornal com título em destaque. Para ele, o projeto deixa as pessoas preguiçosas, criando um problema para arrumar quem queira fazer trabalhos domésticos. Quer dizer, os que empregam domésticos terão que pagar melhor, este é o problema. A mesma linha é adotada em outros títulos, que sugerem a dependência e a falta de esperança, mas logo desmentida abaixo, nos depoimentos. Diz Elenice Maria Carvalho, com quatro filhos, beneficiária em São Luiz: “Compro tudo em comida, e a gente consegue comer durante todo o mês. O bolsa família nos permite pensar mais na vida, em ir atrás de emprego e fazer alguns serviços quando pintam. Antes, passávamos o tempo todo pensando no que comer".

A tentativa de provar que o projeto não consegue dar solução chega ao ponto de inquirir a coordenadora do projeto em Recife por números dos que já saíram da dependência. O projeto é recente, um dado que está em todos os depoimentos, sem exceção, é que as famílias ouvidas têm seus filhos na escola, determinação para o benefício, que exige freqüência de 85% e de 75% para cursos de ações socioeducativas para os maiores de 16 anos. Mesmo assim, o Globo desdenha, desqualificando pelo fato da demanda destes cursos ser superior a oferta.

É muita tentativa de falsear com a verdade, em projeto simples, de cunho liberal, onde não deveria haver dúvidas sobre sua necessidade, que tem impactos profundos para milhões de brasileiros. Mas, é bombardeado pela mesquinharia dos interesses eleitorais dos que desejam voltar ao poder, e de quem o Globo é porta-voz.

Fico com o mesmo Gay Talese, sobre os mesmos jornalistas, em entrevista de outubro de 2007:

Em primeiro lugar, penso que muitos jornalistas são bastante preguiçosos. Preguiçosos e gostam que alguém os alimente com colheradas de informação na boca, como no caso das armas de destruição de massa em 2003... Você têm os que conseguem empacotar a notícia, com uma certa linha de reportagem, um cenário, mas são, tal qual Mailer disse certa vez sobre a imprensa, uns burros. Você tem que alimentar o burro. E o burro todo o dia quer comer. Assim, (os interesses especiais) lançam a informação para este animal maldito que come tudo. Latas vazias, lixo.

Gay Talese
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E a magnética agradecida sempre canta



Foi mais um domingo de paixão e luta. O empate deu o título paulista ao Corinthians, time mais bem estruturado, equilibrado da defesa ao ataque, com auto-estima sob medida e um elenco bem servido de peças de reposição. Ao Santos restou a constatação de ter uma equipe brigadora e bem armada, que renasceu depois de um início de ano desanimador.

Como futebol também é política, Maquiavel esteve em campo com seu realismo e sagacidade. Os técnicos se destacaram como estrategistas, mas o centauro maquiavélico foi coletivo: força e tirocínio prá valer só puderam ser encontrados dentro das quatro linhas. E lá, meus amigos, quem age e faz com que as coisas aconteçam são os jogadores, verdadeiros heróis de todas as partidas. Eles são a espinha dorsal, a chave, o eixo de um conjunto magnético que se completa na torcida, na massa de milhões de pessoas que não medem esforços para apoiar o time, sofrem e vibram com ele, passando-lhe as referências fundamentais.

Já é hora de parar de inflar o ego e superestimar o papel dos técnicos. Dada a complexidade operacional adquirida pelo futebol, os técnicos são peças fundamentais, indispensáveis sob muitos aspectos. São os "professores", "comandantes" de jogadores muitas vezes frágeis diante da glória, imaturos frente aos desafios e tensões, depressivos ou maníacos conforme o momento, que necessitam de suportes existenciais, fontes de autoridade e disciplina, conselhos e apoios afetivos. Recebem isso em doses adequadas dos bons técnicos, com suas comissões bem aparelhadas. Sem elas, os jogadores rendem menos, naufragam nos momentos decisivos, pisam na bola, derrapam e mergulham em crises muitas vezes profundas. Há uma complementaridade forte aí.

Mas o espetáculo, o desfecho dos jogos, a tradução material das "leituras" que os técnicos fazem dos esquemas adversários – o sangue, o suor, as lágrimas, a determinação, a inteligência, o que mais se quiser – tudo isso é obra dos atletas, impulsionados e energizados pelos fiéis torcedores. Talvez, no fundo, seja obra da torcida, essa "magnética" que, agradecida, sempre canta. Jorge Benjor sacou tudo.

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Acordo entre Patrus e Hélio Costa unificaria a base do governo Lula em Minas Gerais

Os ministros Patrus Ananias e Hélio Costa dão passos em direção a um acordo que unificaria boa parte da base de sustentação do governo Lula no Estado. Além dos maiores partidos, PT e PMDB, o acordo contaria com o apoio do PC do B, de Jô Morais, e do vice-presidente José Alencar, do PRB. O ministro Patrus mostrou disposição de procurar outras legendas como o PDT, o PSB e o PV. Também não está descartada a participação do PTB e outras legendas. Dificilmente conseguirá reunir todas as legendas, principalmente porque algumas têm maior proximidade com o governo Aécio. Todavia, boa parcela da base do governo Lula poderá estar presente no mesmo palanque do Estado, o que reforça a candidatura para o governo estadual, assim como da ministra-chefe da Casa Civil Dilma Rousself à presidência.

No PT, uma ala do partido continua a apostar no divisionismo como estratégia de obter a hegemonia dentro do partido. Os aliados do ex-prefeito Fernando Pimentel trabalham para afastar o PT do PMDB, do PC do B e do PRB, o que reforçaria a divisão da base do governo Lula em Minas. Tal estratégia pode até viabilizar a candidatura de Pimentel ao governo do Estado, mas representa elevado risco político na estratégia do partido em Minas, incluindo o sucesso da provável candidatura de Dilma dentro do Estado. Além disso, fortalece o campo adversário, do atual governador Aécio Neves. Apesar de não ter candidato forte ao governo do Estado, Aécio certamente se beneficiária de uma eventual divisão no campo lulista.

O PT em Minas precisa tomar juízo, deixando de ser mero instrumento de projetos pessoais. Sendo assim, é urgente a construção de uma candidatura unificadora, dotada de representatividade entre os mais diversos segmentos políticos do Estado. Isso é importante não só para ganhar as eleições, mas também para construir um processo de mudança que represente avanços no campo do desenvolvimento econômico, social e ambiental. É aproveitar os avanços de gestão do governo Aécio para seguir em frente ao novo olhar, com prioridade social e ambiental, mas ao mesmo tempo aproveitando as vocações de cada região do Estado para acelerar o desenvolvimento.
O post anterior traz uma reportagem do Estado de Minas sobre o possível acordo entre os ministros do governo Lula.

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