E a magnética agradecida sempre canta

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  • domingo, 3 de maio de 2009
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  • Foi mais um domingo de paixão e luta. O empate deu o título paulista ao Corinthians, time mais bem estruturado, equilibrado da defesa ao ataque, com auto-estima sob medida e um elenco bem servido de peças de reposição. Ao Santos restou a constatação de ter uma equipe brigadora e bem armada, que renasceu depois de um início de ano desanimador.

    Como futebol também é política, Maquiavel esteve em campo com seu realismo e sagacidade. Os técnicos se destacaram como estrategistas, mas o centauro maquiavélico foi coletivo: força e tirocínio prá valer só puderam ser encontrados dentro das quatro linhas. E lá, meus amigos, quem age e faz com que as coisas aconteçam são os jogadores, verdadeiros heróis de todas as partidas. Eles são a espinha dorsal, a chave, o eixo de um conjunto magnético que se completa na torcida, na massa de milhões de pessoas que não medem esforços para apoiar o time, sofrem e vibram com ele, passando-lhe as referências fundamentais.

    Já é hora de parar de inflar o ego e superestimar o papel dos técnicos. Dada a complexidade operacional adquirida pelo futebol, os técnicos são peças fundamentais, indispensáveis sob muitos aspectos. São os "professores", "comandantes" de jogadores muitas vezes frágeis diante da glória, imaturos frente aos desafios e tensões, depressivos ou maníacos conforme o momento, que necessitam de suportes existenciais, fontes de autoridade e disciplina, conselhos e apoios afetivos. Recebem isso em doses adequadas dos bons técnicos, com suas comissões bem aparelhadas. Sem elas, os jogadores rendem menos, naufragam nos momentos decisivos, pisam na bola, derrapam e mergulham em crises muitas vezes profundas. Há uma complementaridade forte aí.

    Mas o espetáculo, o desfecho dos jogos, a tradução material das "leituras" que os técnicos fazem dos esquemas adversários – o sangue, o suor, as lágrimas, a determinação, a inteligência, o que mais se quiser – tudo isso é obra dos atletas, impulsionados e energizados pelos fiéis torcedores. Talvez, no fundo, seja obra da torcida, essa "magnética" que, agradecida, sempre canta. Jorge Benjor sacou tudo.

     
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