Além de Ronaldo



Passei o dia de hoje ouvindo opiniões sobre o mico de Ronaldo. Elas estão em toda a parte. Condenam. Reclamam. Fazem todas as piadas. Há motivos. Impossível ficar impassível frente à tamanha pisada na bola. Mas admito ter certa compaixão pelo ex-craque, que há muito não joga futebol, e imagino que agora mesmo é que nunca mais vai pisar em campo como profissional. Lamento a decadência do ex-menino que vi marcar gols sensacionais. O craque, o estilo explosivo, há muito se foram.

Cobrem da Nike suas responsabilidades. O menino virou caixa-forte de boa grana. Colocaram uma redoma e o seqüestraram bem cedo, quando perdeu a malandragem de Bento Ribeiro, o tanto que havia para aprender. Ficou o falso brilho da burguesia, seu entorno, as enganosas benesses, que mal soube como aproveitar. Romário deu um drible nele em experiência. Este fez de tudo, tomou todas, sem dar mole e sem virar valorizada caixa de sabão em pó. Mas Ronaldo virou apenas pó. Um Kaspar Hauser, preso no porão pela cupidez do patrão. Sendo tratado ainda ontem como menino bobo, no pai Fantástico, derradeira tentativa de salvar o investimento da mídia e seus aliados anunciantes.

Prefiro ficar com as imagens do craque. Lembro o azar e a sorte de Heleno de Freitas não ter convivido com um mundo de vídeos feitos até por pequenos artefatos no bolso. Não foram registradas suas melhores jogadas, nem suas mais notórias pisadas na bola. Espero que de Ronaldo fiquem na memória os seus melhores momentos, e a consciência de que há uma máquina capitalista de triturar meninos, principalmente os que sabem jogar futebol.
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Fumacê e anauê

Não me surpreendi com a proibição da chamada “marcha da maconha” no Rio. Minha aposta era a de que o estado, as classes que o sustentam, não permitiriam uma ação de propaganda que pode ajudar a acabar com a enorme hipocrisia sobre esta droga. Da mesma forma que nunca permitiram a legalização do jogo do bicho, o negócio mudaria de mãos. O atual, clandestino, é mais organizado e poderoso, pagando altos impostos, mesmo que “não contabilizados” pelo poder público.

Drogas é um assunto onde há muito mais em jogo do que mera discussão sobre gostar ou não de tal ou qual produto. Elas são das mais valorizadas commodities do mercadão, com enormes tubarões no negócio. Esqueça o vapor da esquina, a boca da favela, estas são apenas algumas das pontas do empreendimento. Sugiro pesquisar, se for interesse entender, as mudanças no estado colombiano nas últimas décadas. Ou o caso Irã-Contras, onde o governo dos EUA foi apanhado traficando. Aqui já falamos e demos alguns links.

Surpresa, mesmo, foi ver na orla carioca, na passeata contra a outra, uma bandeira integralista. Ao menos assim fica mais fácil entender de que lado nós estamos.
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E, quem diria, a terceira via é aqui

Ótimo o Paulo Henrique Amorim na leitura do londrino Independent. Ao contrário do PIG e das loas internacionais ao Blair, é Lula que dizem ser a terceira via. Não acredito nesta tal alameda, mas estou na geral rindo às escâncaras.
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Eto'o é o cacete!

Obina é melhor que o Eto'o, o reitor, qualquer doutor, o Arpoador, o imperador, até mesmo o Nabucodonosor...
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Show de Sueli Costa em São Paulo

Sueli Costa é antes de tudo uma artista, uma compositora. Umas das grandes da MPB. Parceira de músicos e letristas excepcionais (Abel Silva, Tite de Lemos, Cacaso, Aldir Blanc, Ana Terra, Paulo César Pinheiro, Vitor Martins, João Medeiros Filho, Luiz Sergio Henriques), suas composições foram interpretadas por muitos. Como se não bastasse, Sueli é cantora e instrumentista. Quando canta e toca, transfere emoção rara às suas melodias.

Nascida do Rio de Janeiro e criada em Juiz de Fora (MG), Sueli começou a tocar e a compor nos anos 1960, em sintonia com a bossa nova. Participou dos festivais daqueles anos, musicou filmes e peças de teatros e explodiu no começo da década de 1970, quando "Encouraçado" ficou em 3º lugar no V Festival Internacional da Canção (TV Globo). Logo depois, as canções "Aldebarã", "Assombrações" e "Sombra amiga" foram incluídas por Maria Bethânia no repertório do show Rosa dos ventos. No ano seguinte, Elis Regina gravou "Vinte anos blues" no LP Ela. Daí em diante, foram dezenas de pérolas e 5 LPs pela EMI-Odeon: Sueli Costa (1975), Sueli Costa (1977), Vida de artista (1978), Louça fina (1980) e Íntimo (1984).

Depois, Sueli deu um tempo dos estúdios, mas continuou pensando, lendo, escrevendo, buscando traduzir a alma de seu tempo, compondo. Como podemos ler no Dicionário Cravo Albin da Música Brasileira (http://www.dicionariompb.com.br/default.asp), tornou-se uma referência para diversos artistas, que gravaram e continuam a gravar suas canções (Nara Leão, Simone, Fátima Guedes, Ney Matogrosso, Joanna, Fagner, Fafá de Belém, Ithamara Koorax, além de Elis e Bethânia).

Em 2000, Sueli lançou o CD independente Minha arte. No final de 2007, com o já antológico CD Amor blue (também independente), deu um banho de sensibilidade, vigor e delicadeza, apresentando 12 músicas inéditas em arranjos caprichadíssimos, feitos por ela mesma..

Como que para comemorar os 40 anos de carreira, resolveu então pegar a estrada e fazer alguns shows. Estará em São Paulo no próximo dia 9 de maio, às 21 horas, no Teatro SESC Santana, Av. Luis Dumont Vilares, 579 – Tel 11-2971-8700.

Quem puder ir não deve perder. Quem não puder, arrume um jeito de comprar o CD. Como se diz por aí, é imperdível.

Sueli também tem um site: http://www.suelicosta.com.br/, que a apresenta por inteiro e vale algumas visitas.

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