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O DIA EM QUE UMA CADELINHA FEZ UM PAÍS INTEIRO DESLIGAR A TV

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Em um belo dia de 1988, a emissora pública espanhola TVE colocou no ar uma curiosa campanha institucional chamada “Aprenda a ver televisão”. Eram dois singelos filmes de um minuto de duração cada um, exibidos em sequência. Criados pela agência Contrapunto, os comerciais acabaram faturando, naquele ano, o cobiçadíssimo Grande Prêmio da 36ª edição do Festival do Filme Publicitário de Cannes. A série conta a história da cadelinha Pipin e de seu dono, um menino viciado em televisão e entorpecido por ela.

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A Demofobia de Bóris Casoy e o Silêncio Eloqüente da Grande Imprensa.

Charge de Carlos Latuff

A fala preconceituosa do Bóris Casoy no “Jornal da Band”, do dia 31/12, já foi reproduzida e comentada em inúmeros blogs e sítios da grande rede como o Cloaca News, o Blog do Azenha e o Blog do Nassif. No entanto, contribuindo para divulgar ao máximo este fato lamentável, também faço questão de postar aqui, no “Abobrinhas”, o vídeo com os comentários do “jornalista” da Rede Bandeirantes, bem como o texto do e-mail sobre o ocorrido, que encaminhei para a minha lista de contatos. Afinal, quando é para defender os interesses de um dos seus, a grande imprensa praticamente ignora episódios como este, que dariam primeira página se envolvessem qualquer outra figura pública. Neste sentido, o fato dos principais "veículos de comunicação" do país não terem dado quase nenhuma repercussão aos comentários do Casoy traduz de forma perfeita aquilo que o velho Nelson Rodrigues chamava, com muita propriedade, de "silêncio eloqüente”.

O “jornalista” Bóris Casoy possui um passado extremante complicado e comprometedor, tendo sido um colaborador declarado da ditadura militar e de tristes figuras como o ex-governador Paulo Maluf. No entanto, por conta de seu discurso moralista e indignado (representado pelo bordão “É uma vergonha”), ele converteu-se em um dos principais ídolos jornalísticos da nossa “classe mérdia”, tão ciosa da ética e da moralidade públicas. Nos últimos anos, ele se tornou um dos principais combatentes da trincheira da grande mídia contra o governo Lula, ao lado de outros ícones médio-classistas como Merval Pereira, Miriam Leitão, Diogo Mainardi e Arnaldo Jabor. Porém, no último dia 31 de dezembro, a sua máscara caiu diante de milhares de telespectadores que viram e ouviram, ao vivo e a cores, uma clara e explícita demonstração de demofobia – típica de alguns setores das nossas elites e da classe média que procura imitá-la – diante das câmeras. Depois de uma mensagem de ano-novo dada por dois garis no “Jornal da Band”, o paladino da moralidade, sem perceber que os microfones estavam abertos, fez o seguinte comentário: “Que merda, dois lixeiros desejando felicidades... Do alto de suas vassouras! Dois lixeiros... O mais baixo da escala de trabalho!”. Se a Band fosse uma rede de televisão séria, isto daria demissão sumária. Mas quem disse que os Saad vão querer demitir um de seus melhores soldados na luta contra o governo Lula e contra tudo aquilo que ele representa?



Post-Scriptum em 10/01/2010:

A repercussão deste caso, principalmente por conta da força da internet, acabou fazendo com que a grande imprensa rompesse o seu silêncio e abordasse o assunto. Porém, como era de se esperar, a maior parte do que foi publicado - na mídia impressa ou em blogs de colunistas dos grandes jornais e redes de televisão - consistiu em defesas veementes de Casoy e em ataques ao "massacre" que as "patrulhas esquerdistas" estariam promovendo contra um jornalista "sério e independente". Mas, para desespero dos bravos defensores da "liberdade de imprensa" e do inclímo paladino da ética, a mobilização da blogosfera possibilitou que episódios nebulosos do passado de Casoy viessem à tona. Um bom exemplo disto são os seus vínculos com o famigerado CCC (Comando de Caça aos Comunistas), na década de 1960, levantados pelo excelente blog Cloaca News, ao resgatar uma reportagem sobre esta organização fascista publicada na revista "O Cruzeiro", em 1968. Pois é, são esses os combativos jornalistas que batem no peito e falam em ética, liberdade de imprensa e moralidade pública!

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Uma Briga das Boas: "Eu era cego e agora vejo".

Pode se dizer qualquer coisa sobre a Igreja Universal, mas um fato é inquestionável: a sua equipe de marketing é de primeira linha. Nas últimas semanas, tenho visto circular no vidro de vários automóveis pelo Rio de Janeiro afora um adesivo bastante interessante. Nele está reproduzido um trecho do evangelho de João, com uma inteligente adaptação visual para traduzir a briga travada entre a emergente Rede Record, de propriedade da Igreja, e a (não mais tão) poderosa Rede Globo. É lógico que nesta briga não existem "mocinhos" ou heróis, mas com certeza é muito divertido assisti-la de camarote.
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Elocubrações Teológicas.

"O Limbo dos Poetas e Heróis" - Ilustração de Gustav Doré para "A Divina Comédia", de Dante Alighieri.

A minha lembrança mais remota da palavra “limbo” vem dos gibis do Thor: era para lá que Lóki, o traiçoeiro irmão adotivo do Deus do trovão era comumente banido, quando aprontava alguma. Mais tarde, lá pelos nove ou dez anos de idade, preparando-me para a primeira comunhão, lembro-me de ter perguntado à catequista para onde iam as almas daquelas pessoas boas que não haviam sido batizadas ou dos bebês que morriam pagãos: foi só então que conheci a definição católica para o limbo. Já na adolescência, naquele momento em que minha inocente mente juvenil começou a ser influenciada pelo comunismo ateu e apátrida (hoje percebo a lógica que houve nesta transição: simplesmente troquei a fé em um judeu barbudo pela fé em outro judeu barbudo!), comecei a achar que o limbo era o lugar mais interessante do edifício celestial. Afinal, como definiu Tomás de Aquino, no século XIII, o limbo seria um lugar de felicidade natural, porém sem a presença do Todo-Poderoso. Pareceu-me o lugar perfeito: lá não existiriam os sofrimentos do inferno (embora, convenhamos, de vez em quando um perversãozinha infernal é algo bem interessante!) e nem a angústia das pobres almas do purgatório que, por terem cometido pecados leves, ficam ali aguardando a misericórdia divina para subir aos ceús (uma sensação similar a que sinto, como torcedor do Vasco, na expectativa de subir para a série A!). Além disto, não seria aquele porre que deve ser o céu com anjos assexuados e todos os carolas que encheram a nossa paciência durante a sua passagem pela vida terrena. Assim, havia chegado a uma conclusão: se houvesse vida após a morte, o tal do limbo era o melhor lugar para se ir. Porém, em 2007, a festa acabou: após ouvir o parecer de uma comissão de doutos teólogos, o Papa Bento XVI afirmou que o limbo era uma mera hipótese teológica e decretou o seu fim. Ora, segundo a tradição medieval, as almas daqueles que viverem antes do advento do Cristo – como Platão e Socrátes – e que portanto não conheceram a sua palavra estavam neste interessante lugar (Em “A Divina Comédia”, Dante arrumou uma vaguinha no limbo até para infiéis muçulmanos como Averrois e Saladino). Por isto, com a sua extinção pelo Sumo Pontífice, algumas perguntas começaram a martelar na minha cabeça:
a) para onde foram todas estas almas, que durante milênios curtiram a tranquilidade do Limbo?
b) A monarquia celestial pagou-lhes alguma indenização por esta expropriação indevida ou elas simplesmente foram jogadas na rua da amargura?
c) Será que Platão aceitou liderar o Movimento dos Sem-Limbo e decidiu combater esta decisão arbitrária do Primeiro-Ministro do Todo-Poderoso?
Sem sombra de dúvidas, estão são questões fulcrais para o futuro da humanidade... Porém, nesta história toda, o que mais me chocou foi o fato de poucas vozes terem se levantado contra tal arbítrio. Uma das poucas foi a do crítico literário norte-americano Harold Bloom, que escreveu um artigo de protesto no “New York Times”, pois havia combinado com seu falecido amigo, o escritor Anthony Burgess, que este o esperaria no limbo com uma garrafa de brandy Fundador. Ou seja, o tal de Ratzinger, além de ser um reacionário de primeira, ainda toma decisões que atrapalham o reencontro de velhos companheiros!

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E por falar em fé, volta e meia, zapeando em busca de alguma coisa que preste na televisão, dou uma parada no programa do Missionário R.R. Soares, da Igreja da Graça. E não hesito em dizer: o cara é um craque em vender seu peixe, um verdadeiro Sílvio Santos (com quem tem uma certa semelhança física) da fé! Voz mansa, jeito bonachão e conciliador, o missionário nem de longe lembra a postura agressiva de alguns de seus congêneres que, por conta disto, muitas vezes acabam espantando possíveis futuros fiéis. Enfim, R.R. Soares é um gênio do marketing religioso e deveria ser estudado como um “case” nas faculdades de Comunicação!

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Trilha Sonora do dia: “Heavy Metal do Senhor”, do Zeca Baleiro.

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Um final mais realista para "A Favorita".

Nas últimas semanas, o que ocupou corações e mentes de norte a sul do Brasil não foi a crise financeira internacional e muito menos o ataque israelense a Gaza. Indiscutivelmente, o que andou na cabeça e nas bocas - sendo a pauta principal das conversas nos salões de beleza, nas praias e nos botequins – foi a expectativa geral sobre qual seria o destino de Flora no capítulo final de “A Favorita”. Por isto, este humilde blog – sempre atento aos mais profundos anseios, sentimentos e aspirações do povo brasileiro – não poderia se omitir diante de uma questão tão relevante – ouso dizer essencial – quanto esta. Assim, venho a público externar a minha decepção, quiçá indignação, com o final da novela, pois, mesmo sabendo que ela é uma obra de ficção e, portanto, dada a licenças literárias, esperava eu que o autor mantivesse um mínimo de compromisso com o que acontece no mundo real. Mas não foi isto que ocorreu, já que rolou um clássico “happy end”, com os bons sendo premiados e os maus castigados. Por conta disto, resolvi soltar a minha verve literária – e jornalística – e apresentar aqui o que seria um final mais realista para a recém-finda novela global.

Depois de aporrinhar o núcleo dos personagens bonzinhos a novela inteira, Flora é presa quando tenta assassinar Donatela e Zé Bob. Porém, devido ao golpe que deu na empresa dos Fontini, ela é levada para a carceragem da Polícia Federal, sob as acusações de sonegação fiscal, evasão de divisas e crime contra a economia popular. Lá, ela conhece um rico banqueiro, preso em uma das operações com nomes esquisitos da PF, que logo se apaixona por ela. Graças à influência deste ilustre personagem, um douto ministro do STF concede habeas-corpus para os dois pombinhos que, ao saírem da prisão, fogem imediatamente para a Europa. Depois de envenenar o namorado – com uma cápsula de cianureto diluída em uma taça de Château Lafite-Rothschild 2003 - e ficar com sua fortuna, Flora faz uma operação plástica na Suíça e retorna ao Brasil com documentos falsos, adquirindo, logo ao chegar, uma grande fazenda nos arredores de Triunfo, rapidamente ampliada com a grilagem de terras públicas. Tendo se tornado uma das maiores produtoras de açúcar e álcool de São Paulo, ela é eleita presidente da seção paulista da UDR (União Democrática Ruralista), filiando-se a seguir ao DEM, partido pelo qual se candidata à prefeitura de Triunfo. Com uma campanha milionária e assistencialista – ela adota a alcunha de “Evita Perón Caipira” – e tendo “Beijinho Doce” como jingle de campanha, Flora se elege com uma votação consagradora. Depois de alguns meses à frente da administração daquela progressista cidade, ela começa a ganhar projeção nacional após ser elogiada em crônicas escritas pelo Jabor e pelo Mainardi que a descrevem como uma “administradora moderna, dinâmica, antenada com os novos tempos e que não compactua com as forças do atraso”. Com isto, ela acaba sendo escolhida como uma das coordenadoras da campanha presidencial do José Serra e no comitê eleitoral acaba conhecendo FHC, o mais cobiçado viúvo do pedaço, com quem inicia um ardente affair. Ah, e para não perder a pontaria, de vez em quando, ela pratica tiro ao alvo contra alguns camponeses sem-terra que insistem em invadir suas propriedades. Afinal, quem é que se importa com esta gentinha?
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