POLÍTICA - Cadê o Ministério Público Federal?

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  • terça-feira, 17 de dezembro de 2013
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  • Simão Pedro cobra ação do MP sobre escândalo do metrô de SP


    Em entrevista ao portal Rede Brasil Atual, o secretário de Serviços da prefeitura de São Paulo e deputado estadual licenciado pelo PT, Simão Pedro, disse que o Ministério Público Federal (MPF) está devendo esclarecimentos a respeito das denúncias de formação de cartel, pagamento de propina e corrupção que envolvem o metrô e a Companhia Paulista de Transportes Metropolitanos (CPTM)


      O deputado licenciado entende que os secretários de Alckmin precisam explicar as acusações que fizeram. Foto: Fernando Pereira/Prefeitura de SP
    “Há denúncias de engavetamentos, de esquecimento de pedidos de cooperação internacional envolvendo o promotor Rodrigo De Grandis. Isso precisa ser explicado. Inclusive esse promotor responde à corregedoria do Ministério Público Federal”, afirmou, em entrevista à RBA.

    No mês passado, a Corregedoria Nacional do Ministério Público instaurou reclamação disciplinar para apurar as suspeitas de que De Grandis, procurador da República em São Paulo, está muito longe de se empenhar no esclarecimento das denúncias contra o esquema. A instauração do procedimento administrativo foi uma reação da corregedoria ao anúncio, pelo Ministério Público da Suíça, de que a investigação sobre as denúncias contra a multinacional francesa Alstom tinha sido paralisada devido à falta de cooperação do MPF do Brasil.

    Quanto ao Ministério Público de São Paulo, Simão Pedro lembra que os inquéritos começaram a andar “depois que veio à tona esse caso do cartel”, após a Siemens ter feito as denúncias ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Então, o MP paulista reabriu 15 processos. “Não vou acusar o MP de São Paulo porque sempre procurei colaborar, quando eles me chamaram. As minhas representações tiveram prosseguimento, dependendo também da disposição, do empenho de determinados promotores.”

    Em junho de 2012, Simão Pedro, ainda deputado na Assembleia Legislativa, acionou o Ministério Público paulista pedindo investigação de denúncias sobre os já famosos contratos para reforma dos 96 trens das Linhas 1 e 3 do Metrô. O MP-SP levou o caso à Justiça há algumas semanas.

    Quando o atual secretário fez a denúncia, ele calculou que os trens eram reformados por um preço, considerado absurdo, de 86% do valor de trens novos. Porém, a investigação dos promotores levou à constatação de que o valor da unidade reformada pode ultrapassar a de uma nova.

    “Eu falava em 86%. O MP agora fez uma investigação e diz que eu errei: a reforma vai ficar mais cara do que um trem novo, com superfaturamento de R$ 1 bilhão só neste projeto”, diz Simão, que foi acusado pelo secretário de Energia do governo de Geraldo Alckmin (PSDB) de falsificar os documentos que encaminhou ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, para incriminar lideranças tucanas.

    “Entrei com uma queixa-crime contra o José Aníbal e o Edson Aparecido (Casa Civil) para que, se eles estão dizendo que eu alterei documentos, que provem.”

    Segundo Simão, quando já ocupava o cargo no governo de Fernando Haddad em São Paulo, recebeu novos documentos com informações novas sobre o esquema envolvendo a Siemens e outras empresas. “Depois a própria Siemens em 2013 procurou o Cade e faz uma autodenúncia, e como eu não sou mais parlamentar, estou licenciado, resolvi entregar nas mãos de uma pessoa da minha confiança, que é o ministro da Justiça, para que ele analisasse.”

    Fonte: Rede Brasil Atual
     
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