POLÍTICA - Haddad e a máfia dos fiscais.

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  • domingo, 17 de novembro de 2013
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  • Diário do Centro do Mundo


    A máfia dos fiscais quer pegar Haddad

    by Jura Passos
    -Fernando-Haddad-size-598
    As relações originais entre São Paulo e os jesuítas estão de volta.
    E não se limitaram aos protestos contra o genocídio dos guaranis das missões jesuítas pelos bandeirantes paulistas..
    Francisco, o Papa jesuíta, está com um problema: como enfrentar a máfia calabresa - a Ndrangheta - sem ser assassinado por ela.
    Fernando Haddad, o prefeito de São Paulo, está com um problema parecido: como enfrentar a máfia dos fiscais sem ser assassinado pela imprensa provinciana paulista
    O Papa está em campanha contra a corrupção, dentro e fora do Vaticano. Segundo o jornal italiano Il Fatto Quotidiano, o procurador Nicola Gratteri declarou que isso pode afetar as relações da igreja local com os "boss" da Calábria. "Não sei se o crime organizado está em condições de fazer alguma coisa, mas certamente está pensando nisso”, afirmou o procurador.
    O prefeito criou a Controladoria Geral do Município de São Paulo assim que tomou posse, consciente de que não governaria a cidade sem ser vítima nem acusado de corrupção.
    A corrupção é endêmica em São Paulo. A velha estrutura corrupta malufista - que por sua vez foi herdada de administrações anteriores à ditadura - nunca foi desmontada.
    A recém criada Controladoria foi um espanto de eficiência para os padrões brasileiros. Em poucos meses desbaratou e prendeu uma quadrilha de fiscais e funcionários de alto escalão que roubaram 500 milhões do fisco municipal.
    Se a Controladoria não foi um espanto de eficiência, a quadrilha foi um espanto de desdém da justiça e cara de pau.
    Para a grande - grande? - imprensa paulista, porém nada disso é importante. A "notícia" é outra.
    A notícia é que o secretário de Governo da prefeitura foi acusado por um dos bandidos de ter recebido doação deles para sua campanha a vereador.
    Não importa que os membros da quadrilha estivessem sob o comando direto do secretário de Finanças nomeado por José Serra e mantido por Gilberto Kassab.
    Por que?
    Por que bater no PT dá dinheiro. Para os jornais e TVs, é claro. E se o PT perder, eles vão ter de volta suas polpudas verbas publicitárias.
    Não pensem que o PT não é generoso com eles. É. Mas eles querem sempre mais.
    O PT é a Geni. Ela foi feita pra apanhar, ela é boa de cuspir.
    Não importa que a Geni acerte. Aliás, a Geni não pode acertar. Quando acerta, eles dizem que está errado. Quando erra, eles dizem que foi pior. O mensalão não foi nada além disso.
    Nem Haddad nem Francisco foram os primeiros a enfrentar a máfia. Elliot Ness já perseguia Al Capone nos EUA nos anos 30.
    Os procuradores antimafia sicilianos Giovanni Falcone e Paolo Borsellino - criadores da operação e da expressão Mãos Limpas - voaram pelos ares em pedacinhos.
    Se fossem prefeitos de São Paulo, Falcone, Borsellino, Ness e até mesmo o papa já teriam sido acusados de corruptos.
    Se um Zepelin trazendo Al Capone, Don Corleone ou toda a Ndrangheta aportasse na praça da Sé, as manchetes do dia seguinte exigiriam:
    "Vai com ele vai Geni, você pode nos salvar, você vai nos redimir
    Você dá pra qualquer um, bendita Geni"
    Vivemos num mundo em que o marketing substituiu a política.
    Um mundo de imagens.
    Um mundo de narcisistas.
    Ganha quem produzir o melhor espetáculo.
    A melhor versão.
    O melhor cenário.
    A melhor trilha sonora
    É o que estamos assistindo.
    O roteiro, porém, não passa de uma reprise. É o Vale a Pena Ver de Novo.
    A exumação e a homenagem a Jango Goulart mostrou os capítulos originais
     
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