Por Assis Ribeiro
Estranhas ligações.
Nas eleições para a prefeitura de  Salvador o candidato ACM Neto rodou o pires para arrecadar o valor R$  21.948.636,11 milhões gastos na campanha segundo dados do TSE.
Neto foi quem mais investiu  financeiramente no pleito e sua comitiva “passou o chapéu” por São Paulo  na tentativa de conseguir ajuda, sobretudo do PSDB do postulante local,  José Serra, segundo o colunista Lauro Jardim, de Veja:
“Agripino Maia está em São Paulo. Apesar  da reunião com Geraldo Alckmin, a disputa entre Fernando Haddad e José  Serra está longe de ser a prioridade de Maia. Ele desembarcou em São  Paulo para passar o chapéu e voltar com recursos suficientes para  garantir a vitória de ACM Neto em Salvador”.
Até a ida de Agripino Maia a São Paulo  os parceiros só tinham conseguido arrecadar 4,3 milhões de reais de  acordo com o próprio Lauro Jardim informando dados do TSE:
“Até agora, segundo o TSE, a campanha arrecadou 4,3 milhões de reais e já desembolsou a bagatela de 3,7 milhões de reais.”
Como em um jogo de cartas marcadas ACM  Neto escolhe Mauro Ricardo Machado Costa que atuou como Secretário da  Fazenda de Gilberto Kassab (PSD) em São Paulo e ex-secretário da Fazenda  de José Serra tanto na capital paulista quanto no governo do Estado  para ocupar a mesma secretaria, agora na administração da cidade de  Salvador.
Os escândalos envolvendo o nome de Mauro  Ricardo Machado Costa não se restringem a ter mandado arquivar  denúncias dos fiscais, seus subordinados, que podem ter causado prejuízo  de até R$ 500 milhões à Prefeitura de São Paulo.
As estranhas ligações são antigas.
 Em 1995, a convite do então Ministro  José Serra, assumiu a Subsecretaria de Planejamento e Orçamento, no  Ministério de Planejamento e Orçamento.
Em 1999, na gestão de José Serra como  ministro da saúde é convidado para Presidente da Fundação Nacional de  Saúde (Funasa). Por irregularidades apuradas o Ministério Público  ofereceu denúncia contra Mauro Ricardo por crime de Improbidade  Administrativa em um "esquema" que teria desviado R$ R$ 56.630.323,39 da  Fundação Nacional de Saúde (Funasa), por meio da contratação de mão de  obra terceirizada, inclusive para atendimento a "finalidades políticas".
Informação do site Bahia notícias:
Apesar de o prefeito ACM Neto (DEM) assegurar que o secretário municipal da Fazenda goza de sua "inteira confiança" e  justificar que a ação movida pelo Ministério Público do Distrito  Federal não atinge o seu auxiliar, o órgão, contatado pelo Bahia  Notícias, garante o contrário. Segundo a assessoria da Procuradoria em  Brasília, "não resta dúvida alguma sobre a inclusão de Mauro Ricardo  Costa Machado na atuação judicial do MPF-DF" que denunciou, em 2008, um  "esquema" que teria desviado R$ R$ 56.630.323,39 da Fundação Nacional de  Saúde (Funasa), por meio da contratação de mão de obra terceirizada,  inclusive para atendimento a "finalidades políticas". De acordo com o  MPF-DF, o processo já está na segunda instância no Tribunal Regional  Federal da 1ª Região. (....)
No que tange especificamente ao auxiliar  do prefeito ACM Neto, o MPF-DF afirma categoricamente no processo, ao  qual o Bahia Notícias obteve acesso à íntegra, que "o objeto da presente  ação de improbidade administrativa, foi firmado no dia 18/12/2002, na  gestão do então presidente Mauro, [...] responsável pela contratação  original da empresa Brasfort e pela celebração do Contrato 074/2002,  eivado de todas as ilegalidades". Descreve ainda que "o ex-presidente da  Funasa, Mauro Ricardo, viabilizou uma contratação nula, fundamentada em  um plano de cargos e salários 'paralelo'". O convênio foi celebrado no  período com a empresa Brasfort, acusada pela procuradora de integrar uma  suposta "Máfia das Terceirizadas". "A origem de todas as ilegalidades  narradas é a assinatura [por Mauro Ricardo] do próprio Contrato com  desvio de finalidade , para execução de atividade-fim do órgão mediante  terceirização dos serviços que, posteriormente, permitiu a contratação  de parentes e 'apadrinhados', sem que houvesse controle da frequência  dos terceirizados", acusa Raquel Branquinho. "Ao permitir a contratação  da Brasfort na forma acima narrada, o ex-presidente da Funasa Mauro  Ricardo violou princípios basilares da Administração Pública", sustenta o  texto.
A procuradora afirma que todos os  acusados agiram "de forma deliberada e, com plena consciência dos seus  atos, praticaram os atos de improbidade administrativa". Raquel  Branquinho lista também a responsabilidade do secretário do Município  soteropolitano ao promover na Funasa "a criação de um ilícito sistema de  banco de horas semanal" e reitera o que chama de "plano de cargos e  salários 'paralelo', com critérios de ascensão funcional e remunerações  bem maiores do que o legalmente vigente no órgão".
Conforme o MPF-DF, o período de comando  do atual titular da Sefaz de Salvador na Funasa integra o quadro de  "administrações totalmente descompromissadas com o interesse público,  que utilizam os recursos orçamentários e extraorçamentários para fins  políticos eleitoreiros e também para o desvio de dinheiro, o que tem  causado um incalculável prejuízo à própria entidade". Mauro Ricardo  Machado Costa presidiu a Funasa de 26 de março de 1999 a 14 de janeiro  de 2003. Clique aqui e leia a ação na íntegra.
De acordo com o jornalista Leandro  Fortes Mauro Ricardo já foi condenado pelo Tribunal de Contas da União  (TCU), em 2001, e pela Justiça Federal, em 2005.https://www.facebook.com/leandro.fortes.146/posts/10202391469727530
As estranhas ligações continuam com o  convite do então governador de Minas Gerais, Aécio Neves, para que Mauro  Ricardo ocupasse a presidência  da Companhia de Saneamento de Minas  Gerais(Copasa) de 2003 a 2004.