Reinaldo Azevedo: rottweiler ou poodle?
Por Renato Rovai, em seu blog:
A ombudsman da Folha de S. Paulo escreveu hoje sobre a contratação do colunista Reinaldo Azevedo da revista Veja pelo seu jornal. A celebração de boas-vindas não foi tão carinhosa: “A Folha anunciou a contratação de um rottweiler. O feroz Reinaldo Azevedo estreou disparando contra os que protestam nas ruas, contra PT/PSDB/PSOL, o Facebook, o ministro Luiz Fux e sobrou ainda para os defensores dos animais”, diz Suzana.
Azevedo se tornou um representante da direita ranheta, aquela que late, mas não morde. E por isso sua contratação pode ser um sinal de que o periódico dos Frias vai tentar sobreviver mais uns anos às custas do leitorado conservador. Nada muito mais do que isso, até porque a Folha de hoje é apenas um espectro do que foi nos anos 80, 90 e início dos anos 2000, quando de fato tinha alguma influência na opinião pública.
A questão é que como afirma a própria ombudsman, como manter o nível dos debates e trazer argumentos e fatos, e não apenas latidos esbravejadores ao debate político?
Contratar “opinadores” é mais barato do que investir em equipes de reportagem, mas será que ter 102 colunistas, como registrou Singer, não é um pouco demais da conta? Sendo que boa parte desses colunistas tem repetido as mesmas ideias, com raras exceções, como a de Janio de Freitas?
Num momento como o atual, de imensa transformação no cenário midiático, este seria o debate relevante a ser feito pelos veículos de comunicação. Mas pelo jeito o osso é outro. E a coisa descambou para conversa de canil.
Reinaldo Azevedo ficou furioso de ser “chamado de cachorro” e foi para o ataque dizendo que ao fazer isso Suzana Singer adere a “correntes da Internet politicamente orientadas que obedecem a um comando, que têm a sua origem em sites e blogs financiados com dinheiro público, para difamar desafetos”.
Dessa vez eu tô com o Reinaldão. Ele está longe de ser um canino, mas se fosse, nunca poderia ser comparado a um rottweiler. Acho-o muito mais parecido com um pequinês, aquele cachorrinho mala que todas as mães chatas dos meus amigos tinham nos anos 80. O cachorro além de ter um odor terrível, latia sem parar. Latia, latia, latia, mas bastava bater o pé, que ele latia e saia correndo.
Como muita gente já nem sabe mais o que é um pequinês, porque a raça praticamente foi extinta, talvez seja melhor comparar aquele que a nossa ombudsman praticamente chama de cãolunista ao simpático poodle. Seus latidos (claro que estou usando a palavra no sentido figurado) não são para valer.
A ombudsman da Folha de S. Paulo escreveu hoje sobre a contratação do colunista Reinaldo Azevedo da revista Veja pelo seu jornal. A celebração de boas-vindas não foi tão carinhosa: “A Folha anunciou a contratação de um rottweiler. O feroz Reinaldo Azevedo estreou disparando contra os que protestam nas ruas, contra PT/PSDB/PSOL, o Facebook, o ministro Luiz Fux e sobrou ainda para os defensores dos animais”, diz Suzana.
Azevedo se tornou um representante da direita ranheta, aquela que late, mas não morde. E por isso sua contratação pode ser um sinal de que o periódico dos Frias vai tentar sobreviver mais uns anos às custas do leitorado conservador. Nada muito mais do que isso, até porque a Folha de hoje é apenas um espectro do que foi nos anos 80, 90 e início dos anos 2000, quando de fato tinha alguma influência na opinião pública.
A questão é que como afirma a própria ombudsman, como manter o nível dos debates e trazer argumentos e fatos, e não apenas latidos esbravejadores ao debate político?
Contratar “opinadores” é mais barato do que investir em equipes de reportagem, mas será que ter 102 colunistas, como registrou Singer, não é um pouco demais da conta? Sendo que boa parte desses colunistas tem repetido as mesmas ideias, com raras exceções, como a de Janio de Freitas?
Num momento como o atual, de imensa transformação no cenário midiático, este seria o debate relevante a ser feito pelos veículos de comunicação. Mas pelo jeito o osso é outro. E a coisa descambou para conversa de canil.
Reinaldo Azevedo ficou furioso de ser “chamado de cachorro” e foi para o ataque dizendo que ao fazer isso Suzana Singer adere a “correntes da Internet politicamente orientadas que obedecem a um comando, que têm a sua origem em sites e blogs financiados com dinheiro público, para difamar desafetos”.
Dessa vez eu tô com o Reinaldão. Ele está longe de ser um canino, mas se fosse, nunca poderia ser comparado a um rottweiler. Acho-o muito mais parecido com um pequinês, aquele cachorrinho mala que todas as mães chatas dos meus amigos tinham nos anos 80. O cachorro além de ter um odor terrível, latia sem parar. Latia, latia, latia, mas bastava bater o pé, que ele latia e saia correndo.
Como muita gente já nem sabe mais o que é um pequinês, porque a raça praticamente foi extinta, talvez seja melhor comparar aquele que a nossa ombudsman praticamente chama de cãolunista ao simpático poodle. Seus latidos (claro que estou usando a palavra no sentido figurado) não são para valer.