Vou  adotar um dos clichês de “polemistas”. Não vou citar nome. Digo apenas  que ele se incomodou tanto com minha desconfiança (enorme) em relação a  sua audiência que passou um dia todo anunciando o número de cliques que  supostamente eram dirigidos a ele.
Para  registro: cliques, em si, pouco dizem. O que conta, mesmo, são  visitantes únicos. Se a mãe de alguém entra 100 vezes em seu blog por  dia, aparecerão 100 visualizações diárias. Mas será um único visitante,  identificado pelo IP.
Também  para registro: o DCM, de janeiro (marco zero na fórmula atual) a  setembro, saiu de 200 000 visualizações diárias para 2 milhões. O número  de visitantes únicos bateu, em setembro, em 740 000.
Somos,  hoje, o 42.o maior site de notícias do Brasil em visitantes únicos – e  isso com um “jornalismo de butique”, não feito para atrair hordas com  informações como o que se passa nas telenovelas. Os comentários postos  em nossos textos – um material que enriquece vivamente os debates --   são o maior testemunho do alto nível de nossos leitores.
Para  efeito de comparação: a portentosa Abril tem, em média, 8 milhões de  visitantes únicos por mês. É a soma da Veja – toda ela, com seus  múltiplos blogueiros e mais os repórteres que comparecem com suas  notícias --  com os demais sites de notícia da casa.
São dados da ComScore, a fonte mais confiável da audiência digital, o equivalente ao que o Ibope representa para a tevê.
(Bem,  quanto a nós, é o reconhecimento de um tipo especial de leitor ao  jornalismo que fazemos – apartidário, verdadeiramente independente, cuja  causa maior é um “Brasil Escandinavo”, como sabe quem nos acompanha.)
Mas voltemos ao ponto de partida. E sigamos num espesso, inexpugável anonimato, para adotar um clichê de polemistas.
Considere duas frases de pessoas diferentes, de épocas e nacionalidades distintas. O sentido de ambas é o mesmo.
Pulitzer, um dos maiores editores da história do jornalismo, e Nelson Rodrigues, que todos conhecemos.
Pulitzer disse que com o tempo uma imprensa tacanha acaba formando um público igualmente tacanho.
Nelson Rodrigues disse que uma mídia obtusa e um leitor obtuso justificam um ao outro e mutuamente se absolvem.
Agora  leia este comentário de um leitor de certo polemista – lamento não  declinar o nome, mas me comprometi com o anonimato -- que escreverá uma  coluna semanal num diário.
“Única  mídia que confio e sigo é VEJA ABRIL! A folha em um tempo atrás era  ligado com grupos Comunistas! Espero que não seja uma armadilha!  Cuidado!”
A diferença entre sites e entre analistas se vê nos comentários que trazem.
E mais não digo.