MEIO AMBIENTE - Debate sobre os 10 anos dos transgênicos no Brasil.

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  • sexta-feira, 18 de outubro de 2013
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  • Seminário internacional debate os 10 anos dos transgênicos no Brasil


    O evento será em Curitiba/PR, de 21 a 24 de outubro, com participação de especialistas e integrantes de organizações e movimentos sociais nacionais e internacionais.

    A informação é publicada pelo sítio Terra de Direitos, 17-10-2013.


    Os transgênicos estão há uma década na agricultura e na mesa dos brasileiros, com muitas controvérsias sobre os riscos sociais, políticos, ambientais, econômicos e à saúde humana. Atualmente estão liberadas para fins comerciais 36 variedades geneticamente modificadas de milho, feijão, soja e algodão, 14 vacinas de uso animal, duas leveduras que combinam tecnologia transgênica e biologia sintética, além do mosquito aedis aegypt transgênico liberado no meio ambiente para pesquisa no município de Juazeiro/BA.
    Para debater criticamente as consequências da liberação dos transgênicos e fortalecer modelos alternativos de agricultura, será realizado em Curitiba/PR, de 21 a 24 de outubro, o Seminário Internacional “10 anos dos Transgênicos no Brasil”.  Além de pesquisadores e integrantes de organizações e movimentos sociais brasileiros, o evento contará com a participação de referências internacionais no tema.
    O contexto global de resistência aos transgênicos será abordado pelos pesquisadores:  Arnaud Apoteker, pesquisador responsável pela campanha FREE OGM e integrante do Parlamento Europeu; Elizabeth Bravo, pesquisadora de Saúde Coletiva, Ambiente e Sociedade da Universidade Andina, do Equador; Miguel Lovera, ex-Presidente do Serviço Nacional de Qualidade e Sanidade Vegetal e de Sementes (SENAVE); Cherla Vásquez, pesquisadora do Pesticide Action Network – North America, Estados Unidos; Lilibeth Aruelo, pesquisadora integrante do Third World Network (TWN) – Filipinas.
    Agricultores e representantes de povos e comunidades tradicionais, guardiões da agrobiodiversidade, vão apresentar as dificuldades de enfrentar a contaminação genética e manter as sementes crioulas.
    O Seminário é fruto da articulação entre diferentes entidades, promovido pela organização de Direitos Humanos Terra de Direitos, a Fundação Heinrich Böll, Articulação Nacional de Agroecologia (ANA), a Assessoria e Serviços em Agricultura Alternativa (AS-PTA), Centro de Agricultura Alternativa do Norte de Minas (CAA/NM), Plataforma Dhesca Brasil, através da Relatoria do direito à Terra, Território e Alimentação Adequada, Via Campesina, Red por Una America Latina Libre de Transgénicos (RALLT), Grupo de Estudos em Agrobiodiversidade (GEA).
    Quadro da transgenia
    Segundo dados das grandes empresas que dominam a tecnologia transgênica no mundo, em 2006 o cultivo de transgênicos ultrapassou os 102 milhões de hectares. Enquanto a média internacional de crescimento da área plantada foi de 13%, no Brasil o avanço dos transgênicos foi de 22% em relação a 2005, passando de 9,4 milhões para 11,5 milhões de hectares. A multinacional Monsanto monopoliza 70% do mercado de transgênicos do país.
    O Brasil desponta como o segundo país com maior área plantada com transgênicos, e, por conseqüência, é campeão mundial de consumo de agrotóxicos, atingindo consumo de 733,9 mil de toneladas em 2008, chegando a 1 milhão de toneladas em 2010, média de 5,2 litros por pessoa por ano. Pesquisa recente divulgada nos EUA comprova que as vendas de agrotóxicos estão crescendo devido à resistência a pragas desenvolvidas por plantas transgênicas.
    A cada ano, as promessas feitas por empresas detentoras das tecnologias transgênicas de que os transgênicos diminuiriam o uso de agrotóxicos têm caindo por terra. Diante disso, se torna vital avaliar o que se produziu em termos de contra proposta ao discurso hegemônico do mercado. E para isso o Seminário buscará tornar visível o que de fato existe e já foi conquistado pela sociedade civil brasileira no tema da biossegurança dos Organismos Geneticamente Modificados e seus impactos à política agrária nacional e aos direitos dos agricultores e agricultoras, povos e comunidades tradicionais ao livre uso da biodiversidade.
     
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