OS PERIGOS E A LUTA

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  • terça-feira, 25 de dezembro de 2012
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  • O imperialismo repartindo a China
    “A semana que passou foi altamente elucidativa da confirmação de três tendências que marcam a situação internacional:

    --aprofundamento da crise do capitalismo;
    --intensificação da ofensiva imperialista; e
    --crescentes tensões internacionais.

    Por Ângelo Alves, no jornal “Avante!”, de Portugal

    --Em primeiro lugar o aprofundamento da crise.

    Nos EUA, a FED (O Banco Central dos EUA) anunciou um conjunto de medidas que indicam, apesar das intensas negociações entre republicanos e democratas sobre o chamado “precipício orçamental”, a grande probabilidade de a maior economia mundial entrar numa situação de recessão econômica e de a instabilidade do seu chamado “mercado financeiro” se traduzir em novas explosões de crise.

    Na União Europeia, a aproximação das eleições alemãs dita uma tentativa de dar ideia de acalmia, mas os dados divulgados na semana passada por várias entidades e instituições dizem o contrário e confirmam o cenário de recessão econômica persistente, de contração da produção industrial e de aumento do desemprego.

    No Pacífico, o Japão, mergulhado numa estagnação econômica de duas décadas e com dívida de 200% do PIB, foi às eleições num quadro em que muitos falam já da “falência” do Japão. O Partido Liberal Democrata (direita) e o seu aliado – Partido Budista Novo Komeito – ganharam as eleições e a política econômica, que dizem aplicar, pode acentuar ainda mais esse risco.

    --Em segundo lugar a ofensiva do imperialismo.

    Ela é particularmente visível no continente europeu. As conclusões do Conselho Europeu apontam claramente para uma agenda de: brutal intensificação do processo de concentração e centralização de capital e de poder político (com particular expressão na agenda de aprofundamento da União Econômica e Monetária); de eternização das medidas de ataque aos direitos sociais e laborais dos povos da Europa e destruição das funções sociais dos Estados; e ainda de intensificação da vertente militarista e ingerencista da União Europeia.

    Mas, também nos EUA, se preparam novos ataques contra os direitos dos trabalhadores e do povo, nomeadamente por via dos cortes que Obama e os republicanos estão a acordar nas já muito curtas despesas sociais do Estado norte-americano.

    --Crescentes Tensões Internacionais

    Simultaneamente, é no Oriente Médio que confluem duas das tendências acima enumeradas: a ofensiva imperialista e as tensões internacionais. Depois da agressão de Israel a Gaza, a agenda de agressão à Síria retoma o seu ritmo. A reunião dos inimigos da Síria em Marrocos reconheceu a chamada “oposição” como “único legítimo representante do povo sírio”. Sob a capa da “ajuda humanitária”, preparam-se novas ações de ingerência e desestabilização. Os relatos no terreno indicam situação de invasão de fato com a presença de forças especiais francesas, britânicas, turcas e do Catar que atuam conjuntamente com organizações ligadas à Al Qaeda como a “Frente Al Nusra” e em estreita coordenação com a OTAN.

    Tal como no Iraque, a “campanha das armas químicas” faz o seu caminho ignorando-se os desmentidos do governo sírio e ocultando-se que são os próprios rebeldes que agora controlam uma fábrica de cloro tóxico a Leste da cidade de Alepo. Movimentações militares indicam podermos estar perante um cenário de agressão direta estrangeira à Síria: Alemanha, Holanda e Estados Unidos acabam de decidir o envio de baterias de mísseis Patriot para as fronteiras turcas com a Síria. Simultaneamente, correm notícias de que a Rússia terá aumentado o apoio militar ao governo sírio, nomeadamente através do fornecimento dos sofisticados mísseis Iskander. Do Oriente, vem a voz “mais grossa” da China afirmando, em resposta ao conclave de Marrocos, que cabe ao povo sírio resolver o conflito interno. O quadro é muito perigoso e de crescente embate entre potências militares. As palavras “guerra mundial” surgem na boca de alguns. Só a luta dos povos contra o imperialismo poderá inverter todas estas tendências. O povo português tem dado o seu contributo, como ficou bem patente nas manifestações de 8 e 15 de dezembro.”

    FONTE: escrito por Ângelo Alves, no jornal “Avante!”, de Portugal, e transcrito no portal “Vermelho”  (http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=201980&id_secao=9). [Imagem do Google e formatação adicionadas por este blog ‘democracia&política’].
     
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