E O POVO ???

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  • terça-feira, 11 de dezembro de 2012
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  • A sentença da Juíza Letícia Z. Portes da 2ª Vara Cível que considerou procedente a Ação Popular que contesta o aumento do número de vereadores. e determinou a nulidade da Emenda à Lei Ogânica, ainda existe em trâmite uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADIN) protocolado pelo partido Democratas (DEM), que também contesta o aumento de vereadores.
    Caso a ADIN venha a ser aceita pelos desembargadores do TJ- atualmente corre prazo para a manifestação da Procuradoria Geral de Justiça do Estado-, a Emenda à Lei Orgânica poderá ser considerada, pela segunda vez, nula de pleno direito. Com isso, apenas 13 vereadores poderiam ser empossados no dia 1º de janeiro de 2013.
    Os vereadores disputaram uma eleição e venceram pelas regras impostas pelo TRE. Mesmo assim podem não ser empossados se houver uma decisão judicial favorável pela permanência de 13 vereadores.

    POR QUE ESCREVO?

    Às vezes me pergunto por que escrevo. Por que escrevi meus livros, por que mantenho meu blog, por que escrevo esta coluna. 
    Por que me exponho em um mundo que duvido que possa ver mudar, para pessoas que tenho certeza que antes criticarão, para leitores que imaginarão uma motivação vil que eu mesmo desconheço?
    Realmente não sei por que escrevo, mas acho que tem a ver com algo inexplicável da alma, com uma necessidade indizível de comprometer-me sem necessidade, com algo que ainda está por vir, com a inexprimível vontade de ser útil e a vergonha inefável de fracassar nesta existência.
    Não sei por que escrevo, mas tenho uma obrigação interior de mexer com um mundo que não alcanço, de conversar com pessoas que não consigo atingir, de expressar uma liberdade que não existe em espírito algum. Acho que escrever não tem a ver com mudar o mundo, mas está longe de uma vaidade interior ou intelectual.
    Escrever traz mais exposição do que glória, traz mais dissabores do que contatos, arrebanha mais críticos do que admiradores. O que me faz continuar escrevendo? E mais do que isso – ainda que tenha diminuído, diga-se de passagem, ao ponto de quase parar –, o que me faz proferir palestras? Com quem eu converso em minhas palestras? Quem pode me ouvir?
    Por que eu falo tanto se duvido de mim mesmo? Se minhas convicções são suaves, parcas, sempre temporárias? Às vezes não entendo o porquê, mas quando vejo já estou fazendo, aceitando, discutindo, me expondo. Será tão somente vaidade e arrogância?
    Talvez seja apenas isso, mas por que não me satisfaço com o orgulho de tudo que já tenho? Já me perguntei isso antes, mas agora é mais específico. Questiono a exposição, o tempo que deixo passar escrevendo, as minhas ideias que trago ao palco, quando bastaria não trazer. Subir ao palco com dúvidas não tem sentido, expô-las menos ainda.
    Se fosse vaidade e orgulho, eu teria que me satisfazer, sentir prazer, sentir-me superior. Mas resta a dúvida de perder os finais de semana com algo que ainda não descobri o motivo, a razão ou a causa. Sei que me exponho, apresentando um teatro de ideias que pouco me convencem.
    RAFAEL F. Vianna





     
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