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Sebastián Piñera, o filhote do ditador Augusto Pinochet que preside o Chile – e que é tão paparicado pela mídia brasileira – sofreu duro revés nas eleições municipais do final de outubro. Candidatos independentes e da coalizão de centro-esquerda Concertación venceram na maioria das cidades. Diante do fiasco, o governo anunciou nesta semana ampla reforma ministerial para conter os estragos do pleito. O objetivo é alavancar os partidos de centro-direita, reunidos na Aliança, para a disputa presidencial de novembro de 2013.
Apesar do crescimento econômico do país, o governo Piñera tem demonstrado descaso com as políticas sociais e total insensibilidade diante das demandas populares. Herdeiro do pinochetismo, ele ordenou brutal repressão aos protestos estudantis que agitam o Chile há dois anos contra a reforma neoliberal da educação. Como resposta da sociedade, várias lideranças estudantis foram eleitas no recente pleito municipal. Neste cenário, até a mídia privada chilena, aliada de Piñera, já admite o retorno de Michele Bachelet em 2013.
A ex-presidenta deixou o cargo em março de 2010 com sua popularidade acima dos 80%. Atualmente, ela é diretora da ONU Mulheres e reside em Nova Iorque. Apesar das novas funções, ela participa ativamente da vida política chilena e ajudou a costurar alianças para a vitoriosa campanha municipal. Segundo recente pesquisa do jornal “La Tercera”, 42% dos chilenos informam que votariam nela para presidente. O direitista Laurence Golborne, afastado do ministério, aparece em segundo lugar com 15% das intenções de voto.