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Neste feriadão, dirigentes tucanos de Minas Gerais lançaram formalmente o nome do senador Aécio Neves para a presidência nacional do PSDB. A convenção que elegerá o novo comando da sigla está prevista para maio do próximo ano, mas as bicadas no ninho já estão violentas. Alguns caciques até propuseram um nome “neutro” à direção da legenda para evitar o confronto direto entre o mineiro e o paulista José Serra. Mas a proposta parece que não vingou e agora o discurso é de “unidade” em torno do cambaleante presidenciável.
Segundo a Folha, “o senador é a principal aposta dos tucanos para disputar a Presidência da República em 2014. A ideia é usar o espaço institucional que ele teria como presidente da sigla para antecipar a sua apresentação, especialmente nas regiões Norte e Nordeste. Como comandante do PSDB, Aécio poderá usar 40 propagandas semestrais na TV a que o partido tem direito para divulgar suas plataformas”. A Folha serrista também garante que até os tucanos paulistas já aceitaram o mineiro no comando da legenda.
Na sua mineirice, Aécio Neves nega a articulação para que assuma o cargo. Sua assessoria garante que ele não está “pleiteando” o cargo e que não “tomará nenhuma decisão sem antes consultar FHC, Sérgio Guerra, o governador Geraldo Alckmin e José Serra”. A manobra interna, porém, já tem o apoio do atual presidente da sigla, deputado Sérgio Guerra. “Se depender de mim, Aécio será meu sucessor”. E ela já foi oficializada pelo presidente do PSDB de Minas Gerais, Marcus Pestana, em artigo publicado no jornal O Tempo.
“Poderíamos culminar na convenção nacional com a eleição de Aécio Neves para a presidência do partido, apontando claramente, sem nenhuma ambiguidade, que o PSDB travará o bom combate em 2014”, escreveu na segunda-feira. A dúvida é se a “ambiguidade” será realmente superada num partido dividido e que patina na crise. Muitos tucanos ainda desconfiam da viabilidade eleitoral do cambaleante presidenciável mineiro. E, apesar da dura derrota sofrida em São Paulo, o vingativo Serra ainda tem força na legenda.
Em março passado, ainda no processo de montagem das chapas para as eleições paulistanas, o prefeito Gilberto Kassab, fiel aliado do tucano paulista, chegou a afirmar que “Serra prefere Dilma a Aécio”. Tudo indica que se tratava de mais uma intriga política no jogo de alianças para a prefeitura, mas a fofoca revela bem o clima de conflagração e total desconfiança no ninho. Sentindo-se isolados no comando do PSDB, Serra e os seus serristas poderão adotar posições inesperadas e agressivas.