Em 2006, quando foi candidato a governador de São Paulo, José Serra (PSDB) (cargo que abandonou para se candidatar a presidência),deu entrevista ao jornalista Chico Pinheiro, na Globo de São Paulo. O entrevistador perguntou como o então candidato --atual candidato a prefeito agora-- explicava as notas baixas das escolas públicas de São Paulo – estado que os tucanos controlam há mais de 16 anos.
A resposta de Serra foi taxativa: a culpa é dos migrantes. "Diferentemente dos Estados do Sul que foram os primeiros colocados na avaliação, São Paulo tem muita migração. Muita gente que continua chegando... Este é um problema", afirmou Serra na ocasião.
Com a péssima repercussão da entrevista --principalmente entre os nordestinos, que são a maior parte dos migrantes que vivem em São Paulo-- o governador tentou consertar a declaração e passou a elencar inúmeros fatores que também contribuíam para o péssimo desempenho da educação conduzida pelo governo do Estado.
Mesmo depois de ter assumido o governo de São Paulo, onde ficou por pouco tempo, a gestão Serra não encontrou os reais motivos para os problemas da educação e, se encontrou, não tomou providências pois o Enem continua mostrando que a situação educacional vai de mal a pior no maior e mais rico estado da federação. Ou seja, para Serra, o problema da má qualidade da educação em São Paulo é o Nordeste.
Além de preconceituosa, a avaliação é equivocada. Um nordestino não é mais burro do que um paulista. Só é mais pobre. E para crianças pobres o que São Paulo oferece são escolas públicas indigentes. Um problema que não vai ser resolvido apenas colocando dois professores em cada sala de aula, como prometeu Serra