As buchas de 2012

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  • sexta-feira, 5 de outubro de 2012
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  • Nunca antes na história desse Estado tivemos uma eleição em que o nível da qualidade de nossos candidatos fosse tão ruim. Os dois e únicos debates realizados esta semana foram a comprovação disso. No debate da TV Gazeta, o desempenho dos candidatos foi tão esdrúxulo que não houve sequer o campeão ou o derrotado. Na TV Acre pelo menos foi possível um ranking simples, pois qualquer análise mais profunda provocaria um imenso desgaste psicológico no indivíduo.

    O troféu de bucha do ano vai para, lógico, Antônia Lúcia (PSC), o vice é Fernando Melo (PMDB). Após dizer que vai fazer overbooking no sistema de saúde municipal (entendeu?), agora ela declarou que Acrelândia é a capital do Acre. A TV Acre teria agido melhor se tivesse trocado Antônia Lúcia pela professora Maria Peregrina (PSOL), para ver se muda isso aí, já que nada é impossível de mudar.

    Antônia Lúcia provoca mais risos do que qualquer outra sensação. Ela substituiu o Tijolinho e seus bambures nesta eleição. Fernando Melo no debate de ontem parece que tinha chupado umas mangas verdes minutos antes. Estava raivoso, cara fechada, partindo pra cima de tudo e todos – nem o menosprezado paranaense Tião Bocalom (PSDB), em tese aliado, escapou.

    Logo ele que criticou tanto a baixaria entre PSDB e PT foi o cinturão de ouro na TV Acre. De forma baixa e deselegante chamou o adversário do PT de “pau mandado”. Atitude reprovável e uma agressão não ao petista, mas ao eleitor em casa. O espaço que deveria ser aproveitado para debates de ideias se transformou numa arena com cinco gladiadores.

    Se há pau mandado Fernando Melo também o foi por 13 anos enquanto foi secretário de Jorge Viana, deputado estadual e federal pelo PT; só saiu de lá quando levou um pé na bunda dos caciques. Agora se apresenta como a verdadeira oposição.

    Bocalom mais uma vez se mostrou nervoso. Não passou segurança no que dizia, gaguejava e se perdia nas informações. Bocalom pode até ser bom nas ruas, no corpo a corpo com o eleitor, mas quando fica cara a cara com as câmeras os nervos ficam a flor da pele. Ao contrário de Fernando, manteve um embate mais “cavalheiro” com o petista.

    Marcus Alexandre por sua vez (agora vestido de polegar vermelho) manteve o script e o roteiro repassados pelos marqueteiros. Tem os números e as informações na ponta da língua. É o mais preparado, o mais qualificado, mas não passa segurança política, carisma. Sua face, apesar de nova, carrega as rugas dos cansados anos de petismo no Acre, do qual  o povo parece ter se cansado. 

    O campo de batalha está limpo para domingo. O povo vai às urnas. A decisão está nas mãos do eleitor – que ele seja soberano em seu voto e que vença a democracia.
     
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