Cerca de 17 mil funcionários da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ETC) estão em greve em Minas Gerais e no Pará desde o último dia 3 de setembro. A categoria e os Correios estão com audiência de conciliação marcada para esta quarta-feira (19).
Nesta tarde de terça-feira os Correios informaram por meio de nota que a empresa possui “um plano de contingência para garantir a prestação de serviços à população”. Entre as medidas que a ETC disse que deve adotar estão a realocação de empregados das áreas administrativas, contratação de trabalhadores temporários e mutirões para triagem e entrega de cartas e encomendas nos finais de semana.
Além da categoria de Curitiba e região, os trabalhadores do Amazonas, Bauru, Campinas, Goiás, Mato Grosso, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe, Tocantins e Vale do Paraíba avaliaram nesta terça-feira se entram, ou não, em greve.
Os funcionários da ETC de Alagoas, Bahia, Distrito Federal, Espírito Santo, Juiz de Fora, Rio Grande do Norte, Ribeirão Preto, Santa Maria e Santos estão com assembleia programada para o dia 25 e decidirão se paralisarão as atividades.
Operação-padrão
No dia 10 de setembro o Sintcom-PR realizou uma assembleia que aprovou iniciar uma operação-padrão no dia 11. Na explicação do sindicato, a operação-padrão é uma orientação feita aos trabalhadores de fazer somente o horário regular, sem abrir mão dos intervalos determinados por lei e sem realizar horas-extras.
Para o secretário-geral do Sintcom-PR, Luiz Antonio Souza, a operação-padrão pode gerar impacto ao serviço dos Correios, já que para dar conta da demanda, os funcionários da ETC usam o período de almoço e fazem horas-extras frequentemente para não afetar o serviço da empresa.
A assessoria dos Correios em Curitiba informou que a operação-padrão não gerou impacto ao serviço da empresa. A ETC explicou que os funcionários não são obrigados a fazer horas-extras e que esse tipo de solicitação é feita com pouca frequência.
Negociações
Os Correios ofereceram na última oferta 5,2% de reajuste salarial mais benefícios e salário base de R$ 991,77. A categoria negou a proposta e reivindica 33% de reposição salarial, 10% de aumento real, além de R$ 200 de aumento linear (a todas as funções). Os trabalhadores pedem também aumento no vale-refeição/alimentação e no vale-cesta, fim das terceirizações e das horas-extras e mais contratações.
Em nota divulgada nesta terça-feira, a ETC informou que somente os itens econômicos da pauta de reivindicação dos sindicatos, se forem atendidos, gerariam um acréscimo de até R$ 25 bilhões na folha de pagamento da estatal, que tem previsão de receita de R$ 15 bilhões para este ano.
A empresa explicou que trabalha para aperfeiçoar o plano de saúde dos funcionários, de modo a agilizar a marcação de consultas e de exames. A assessoria dos Correios também informou que nos últimos 21 meses já contratou cerca de 10 mil novos empregados e deve admitir mais de 9 mil até abril de 2013.
folhapress