Comícios são deixados de lado por candidatos
Posted on quarta-feira, 19 de setembro de 2012 by Editor in
Em época de massificação das mídias digitais e portabilidade da informação, partidos e candidatos têm deixado em segundo plano nas suas campanhas o modo original de mobilizar a militância e divulgar suas propostas: os comícios. A necessidade de reunir grande número de pessoas nas ruas foi substituída principalmente pelo investimento e eficiência dos programas eleitorais na TV.
Só nas últimas duas semanas de campanha em São Paulo o PT tentará retomar a tradição de reunir sua militância. A legenda organizará o maior número de comícios com militantes até a eleição do 1° turno, dia 7 de outubro. Estão programados dois grandes atos do candidato petista à Prefeitura, Fernando Haddad , no próximo fim de semana, nos bairros de Brasilãndia e Jaçanã, zona norte, e outros dois na zona leste, entre os dias 29 e 30 deste mês. O primeiro comício de Haddad e lideranças do partido aconteceu apenas no último sábado (15), com a participação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da ex-prefeita Marta Suplicy . Segundo a coordenação da campanha, o evento reuniu cerca de seis mil pessoas durante os dois comícios no Capão Redondo e Grajaú, bairros da zona sul.
“Convidamos a população, distribuímos panfletos e anunciamos na TV. Foi um bom número [de participantes]”, afirma Edinho Silva, presidente do Diretório Estadual do PT. Ele observa, no entanto, que a realização de comícios em uma campanha gera mais dificuldades ao partido desde a popularização e aumento do acesso à televisão. “É evidente que eles tinham muito mais força antes. Hoje a TV substitui muito [o papel dos comícios] no conhecimento das ideias dos candidatos”, diz.
Adversário do PT por um lugar no 2º turno, José Serra (PSDB) aposta em um grande ato com presença de aliados e militantes tucanos em comício no Vale do Anhangabaú, centro da capital, no próximo dia 27. A expectativa de "bons resultados" é grande por parte de coordenadores da campanha serrista. O evento deverá contar com discursos de lideranças paulistas e nacionais.
“As redes sociais atribuíram aos comícios um caráter de lentidão, pouco eficientes”, pondera Arnaldo Lemos Filho, professor de Ciências Sociais da PUC-Campinas. “Na época da Diretas Já e Fora Collor, havia uma insatisfação generalizada. Hoje, os interesses da população são muito dispersos. Não temos nenhum ponto de convergência ideológica”, destaca Matheus Delbon, da FAAP.
IG