Em 1960, eu tinha 10 anos e era hora de fazer o exame de admissão ao ginásio. Na prova de Geografia, uma pergunta: "Qual é a capital do Brasil?" Era pra ver se a gurizada estava ligada... Eu estava, e tasquei "Brasília". Passei na prova. Também, pudera! Por trás das polêmicas - se Brasília era uma ideia corajosa e genial de Juscelino Kubitschek ou apenas desperdício e corrupção - o povão do Brasil todo se comoveu. E multiplicaram-se mercadinhos, cinemas, botecos, mafuás, brinquedos (como meu DKV Candango de plástico), lavanderias e bancas chamadas Brasília, Novacap, Planalto, Candango, JK, Alvorada...
Na verdade, todos poderiam chamar-se apenas Esperança.
Sob a batuta de Lúcio Costa, Oscar se diverte grafite e aquarela, 29x21cm, 2010 |
Sobrados em Vila Planalto grafite e aquarela, 29x21cm, 2010 |
Sesta na caixa grafite e aquarela, 29x21cm, 2010 |
Torre da TV ( por de sol) grafite e aquarela, 29x21cm,2010 |
Clube do Choro grafite e aquarela,58x21cm, 2010 |
Menor de rua c/ cenário... grafite e cera aquarelável, 21x14,5cm, 2010 |
Pra fechar, o texto sobre o Congresso :
"Entre os vários ícones que Brasília nos lega, o edifício do Congresso Nacional - a monumental "balança" de Niemeyer - é o prédio mais caricaturado do Brasil. Reza o folclore que Tia Neiva, solicitada a conjurar energias positivas a fim de purificar a casa legislativa, teria respondido: " Não dá, meu filho, aquilo é o corpo mais fechado que existe". Os brasileiros, inclusive a gurizada de rua que vagueia nos arredores, ainda esperam o equilíbrio e a justiça que toda balança deve representar..."
Amém.