CENAS DA DITADURA - 01 - AVANTE KAMARADAS !!!

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  • quarta-feira, 1 de junho de 2011
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  • Assistindo no canal Viva  a  “Anos Rebeldes”, minissérie da Globo em que participei, vem-me à memória os fatos grotescos,  patéticos, ridículos e humanos que me ocorreram, ou dos quais fui testemunha durante os anos da Ditadura Militar.

    O cotidiano simples, que não se reporta a torturas, perseguições...não se reporta à parte trágica desta mancha que deveria e deve ser  motivo de vergonha para as Forças Armadas brasileiras.
    Em julho de 1964, morávamos  somente eu e meu pai, num apartamento na Ilha do Governador – Rio de Janeiro. Minha mãe já havia falecido anos antes e eu acabara de completar 17 anos. Militante partidário desde os 16.

     Naquele momento tínhamos uma base de jovens insulanos. Em torno de quase vinte membros, da qual inclusive fazia parte uma bela, formosa, irradiante,  adolescente de 15 anos, que alguns anos mais tarde seria o tesão de todo o País através de uma novela cômica. Fora cooptada por mim para o Partido Comunista, o que me vale até hoje ser  carinhosamente  chamado por ela de “Comandante” (risos) .

    Perderamos todo o contato com a direção do Partido. Consegui  um contato com a Polop, no centro da Cidade, no Serviço Nacional de Teatro – SNT,  e formamos o que denominamos FER – Frente de Esquerda Revolucionária, que tinha por objetivo ações conjuntas de resistência democrática.
    Elaboramos um manifesto de fundação da Frente e nossa primeira ação prática fora imprimir em mimeógrafo o tal manifesto para em seguida distribuí-lo nas portas de fábricas, colégios, etc...

    Que tempos !!! Um panfleto impresso em mimeógrafo, distribuído de mão em mão, ante os tempos da blogosfera de hoje.

    Achávamos que com o Manifesto partiríamos para grandes ações e  mobilizações, quanto romantismo e idealismo:  18 jovens adolescentes da Ilha do Governador e 6 ou 7 militantes da Polop em todo o  Rio de Janeiro, diante de todo o aparato militar e policial no Estado...kiakiakia

    Não gosto de artigos longos na web. Paro hoje por aqui, e amanhã teremos “A NOITE DO MIMEÓGRAFO CLANDESTINO”,   para estes posts que pretendo diários e rememorativos, revelando como já disse,  o lado esdrúxulo dos trágicos  tempos da Ditadura.
     
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