AUTISTAS TEM HUMOR SEM LIMITES

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  • quarta-feira, 27 de abril de 2011
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  • O acessadíssimo Rafinha Bastos outro dia em entrevista, diante de sua generosa juventude, afirmou que o humor não deve ter limites.

    Por acreditá-lo equivocado é que nomeei aqui a  sua “generosa juventude”.

    É próprio dos jovens , no seu afã de vanguarda e rompimento de convenções manifestar arroubos “revolucionários” como este do Rafinha.

    Foi esta perda de limites que levou Marcelo Adnet, outro acessadíssimo da nova geração, a criar de forma infeliz “A Casa dos Autistas”, que lhe custou manifestações de protesto as mais variadas dos mais diversos segmentos da sociedade em defesa dos autistas, e exigindo respeito aos mesmos. A própria MTV concordou que o programa abusou dos limites do respeito ao próximo.

    Num outro dia, “comediantes”  jogaram baratas vivas sobre uma senhora. Chamam isto de humor. Outro dia mais e  feriram com graves ofensas a grande Laura Cardoso, que se não por ser uma grande artista, merece ao menos respeito por sua idade.

    Sem formação acadêmica, oriundos de mesas ou palcos de bar, cantinas de escolas, e esquinas de subúrbio, ou até de redações de jornais, os novos “comediantes” em sua maioria, confundem o escroto com humor, a humilhação com graça, e  a ofensa pessoal com comédia.

    Não busco, e nem admito moralismo ou éticas politicamente corretas para o humor. A função do humor é mesmo ser corrosiva, crítica...ridendo castigat mores... mas “castigat mores” ou seja: os costumes, o modo de vida, a sociedade, não as pessoas.

    A essência da formação do comediante, que tem sua origem no palhaço de circo, está na elegância com que desenvolve e apresenta sua arte, levando-nos a rir das situações mais absurdas e grotescas como se naturais fossem.

    Sómente uma sociedade doente, uma sociedade  perversa e pervertida, pode rir da desgraça e da escrotidão apresentadas de forma tão cruel.

    E porque estes elementos encontram público para suas grosserias a que chamam “humor”?

    Porque chegou ao mercado nas últimas décadas uma grande quantidade de massa sem ética e estética em suas origens, que foi pelo neoliberalismo da política economica guindada à condição de “classe média” e portanto consumidora de conteúdos de lazer e de diversão.

    Esta massa aporta  sem nenhuma origem cultural que não seja a do lumpesinato.

    E impõe uma nova cultura à sociedade, nesta nova cultura insere-se o humor “sem limites” já que estes novos migrantes jamais foram  respeitados em seus limites quando excluídos e portanto desconhecem ainda hoje estes limites .

    Sobre este público apoia-se grande parte dos novos “comediantes”.

    Até quando conviveremos com isso não sei dizer. Quando se dará novo salto de qualidade e que salto será este? Porque pode piorar.kiakiakia
     
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