DONA GÉINHA TAMBÉM SENTIU A COMICHÃO POR TRÁS

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  • sexta-feira, 14 de janeiro de 2011
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  • Capítulo 06 da mini série “A COMICHÃO DA VERDADE”
    “A Verdade se não revelada, só passa com Comichão”
    Do espírito de Charles de Gaulle, para meu sobrinho Luquinha, grande médium juvenil.

    Gezilda Catapum de Medeiros.
    Para os familiares:  Dona Géinha, esposa lídima do General Catapum, casada com ele no civil e no religioso -  Igreja Nossa Senhora Euqueropitta, em SP.
    Dona Géinha  também sentiu a Comichão quando preparava o café para o General naquela manhã de 1º de abril de 2014, 50º aniversário do Golpe Militar.
    Já havia dormido mal: o general tomara sopa de nabos antes de deitar e os gases  dominavam o quarto, ao ponto de Dona Géinha  ter ido dormir no quarto do filho amado: Géinho, exímio pagador de cestas básicas dado seu caráter delinqüente. Mas era bom filho... quando não estava lúcido.
    Géinha acordara, conversara com o General sobre o roubo do pijama e fora para a cozinha preparar o desjejum, como gostava de chamar a vitamina de banana com aveia que o General tomava de forma espartana todas as manhãs.
    Rhayanne Ketterley, a empregada, não viera naquele dia. Com a Comunidade cercada pelo BOPE ficara em casa enrolando papelotes.
    Géinha sentira a primeira comichão ao aproximar-se do microondas.
    Bem na beirola.
    Mas não deu muito trato, achou que era lembrança da juventude.
    Só mais tarde, depois de despachar o general para Brasília percebeu a extensão do desastre: a Comichão envolvia todo seu corpo. Todo ele ansiava pela Verdade..
    Preparou um banho de canjica com rosas brancas, como lhe ensinara Policarlos Beleza, mas de nada adiantou. Ficou branca e áspera como um beiju.
    Uma  comichão terrível, mais forte nas partes pudibundas. Um desejo inusitado pela Verdade.
    Correu para o quartinho da doméstica e lá, entre trapos e caixas masturbou-se sete vezes mirando uma foto do deputado Borsonero, seu símbolo sexual.
    De nada valeu! Extenuada, correu para a rua foi até a banca , comprou um exemplar da Veja. Quem sabe distraindo-se...mas qual ! A cada virada de página a Comichão aumentava.
    Maldição !!! Todos esses anos fingira não saber o que o General, então Capitão, fazia nas noites tépidas quando saía em direção ao Quartel. Ele voltava de lá com aquele sorriso de fartura orgástica. Trazia consigo unhas e dentes, que ele guardava zelosamente numa caixinha com o brasão da família. Ela sabia o que aquilo significava. Mas cumpria seu papel  de esposa submissa e devota: nada perguntava, continuava fazendo regularmente  a vitamina de banana que sustentava com cálcio e potássio o seu Catapum gigante.
    Mas agora, era impossível esconder. Os móveis as paredes, e até o microondas gritavam, para ela: “a Verdade, queremos a verdade!” E tome Comichão!
    Desesperada tomou uma decisão histórica: telefonou para a Varig – desde o caso da Panair só ela e o general  sabiam de onde saíam estes aviões.
    - Vou a Brasília  juntar-me aos injustiçados pela Comichão ! Tudo pela Pátria: Policarlos, Índiozinho, Pilintro, Catapum amado...aí vou eu!
    O circo estava se armando, o círculo se fechando.

    Amanhã: “SÉRGIO FLEURY AFIRMA: CONHECEREIS A VERDADE...”
     
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