Vamos tentar um exercício de imaginação: suponha algo invertido, que Dilma fosse Serra. Possível? Se, como seria a cobertura da Folha de S.Paulo? Apenas alguns exemplos de manchetes inevitáveis, todas baseadas em fatos. Muitos deles, publicados, mesmo que parcialmente, neste mesmo jornal.
Notas sobre as informações:
1) É o que consta na ação cautelar de improbidade administrativa dos procuradores da República Luiz Francisco de Souza e Alexandre Camanho (Processo 2002.34.00.029731-6 ). A informação de que Magid Bechara é doleiro deve-se ao jornalista Cláudio Humberto.
2) Em “Sinais trocados”, de Leandro Fortes, na Carta Capital.
3) Na mesma ação cautelar citada: “Antes que a Justiça pudesse agir, MARIN foi mais rápido. Vendeu, junto com SERRA, o terreno do Morumbi em 19 de setembro de 95, menos de dois meses depois de o banco ter decidido entrar na Justiça. Impediu assim que a ordem de arresto fosse cumprida, driblando a tentativa do Banco do Brasil de recuperar parte da dívida.
4) Na mesma ação cautelar citada: “As ligações do Sr. PRECIADO com o Sr. SERRA não se restringem apenas ao imóvel onde funcionava a ACP na Vila Madalena. O jornal Folha de São Paulo apontou que, em 1995, às vésperas da eleição, a GREMAFER - mesmo quase falida - doou recursos para a campanha de SERRA, que totalizaram R$ 62,4 mil.” A empresa pertence a Gregório Marin Preciado, casado com prima de José Serra e com dívida de R$ 74 milhões ao BB, depois praticamente perdoada.
5) Na mesma ação cautelar citada, reproduzindo texto de Fernando Rodrigues, na Folha de S.Paulo de 15 de maio de 2002: “O empresário espanhol naturalizado brasileiro GREGORIO MARIN PRECIADO tem relação com tucanos paulistas desde o início dos anos 80, pelo menos. (…) Segundo a Folha apurou, a nomeação de GREGORIO MARIN foi realizada com apoio de José Serra, então secretário do Planejamento de Montoro. O empresário é casado com Vicencia, que é prima de Serra”.
6) No último depoimento de Amaury Ribeiro jr foram entregues à PF mais documentos sobre as apurações realizadas pelo jornalista. Neles, pela primeira vez uma prova documental de que ouve recolhimento e repasses de propinas nas privatizações tucanas. Toda a mídia recebeu os documentos. Veja aqui.