Sem votos, a saída é o golpe... |
Depois de ver a sua líder sem-votos descambar para o oportunismo, remando a favor da enxurrada de denúncias sem provas do PIG contra o Governo Lula e Dilma, seu vice, Sr..., hã..., péraí..., ah, Guilherme Leal, o candidato das verdinhas, não quis perder a barca e disse, ontem, que "a ex-ministra Dilma Rousseff e a chapa liderada pelo PT oferecem ao país uma governabilidade temerária e instável."
Tendo achado a frase boa, tascou uma piadinha de mau gosto: "a coligação liderada pelo PT ensaia uma “governabilidade Tiririca”.
Gostando do resultado, emendou: “diferentemente do que diz o palhaço Tiririca, pior do que está, fica”.
E aí, chega à iluminação: “o poder no país, que deveria ser usado em benefício da população, tem servido para reprodução de esquemas que representam mais e mais um ônus para o povo”.(!)
Mas afinal de quem o vendedor de sabonetes pensa que está falando? Ônus para quem, cara pálida? Será que ele não sabe que o governo Lula tem a aprovação de 80% dos brasileiros e que Marina fez parte deste governo por quase sete anos? É claro que ele sabe tudo isso.
Ocorre que o grave neste discurso não são as piadinhas xinfrins. Questionar a "governabilidade temerária e instável" aponta para a necessidade de uma solução que venha "restaurar" a "governabilidade perdida", e todos sabem que estas "soluções" se dão através de golpes, como o que agora se trama contra a vitória arrasadora da candidatura que representa continuidade do governo que mais fez pelo Brasil e seu povo, especialmente o mais sofrido.
Eles sabem que quando se governa para mais do que para vinte milhões de pessoas, como dizia Raimundo Faoro, a elite se desespera, porque sabe que não volta tão cedo ao poder. Daí, o golpe passa a ser a única saída. Tentaram contra Getúlio e conseguiram contra Jango, presidentes que governaram para mais do que uma pequena parte da população, promovendo profundas alterações nos paradigmas nacionais.
Agora o quadro se repete: suplantando a todos os seus antecessores, Lula, em 2005, quase foi vítima do golpe, que foi parado apenas pelo gigantesco apoio popular que se revelou então. E hoje, eles assistem impotentes à maior consagração que um governo vai receber das urnas. E não se conformam.
Com aquele jeitinho de padreco do interior, o rei da perfumaria apenas esperava uma oportunidade para se mostrar na sua inteireza. Particularmente, sempre achei que aquele tipo engomadinho do-empresário-bonzinho-que-luta-para-salvar-a-natureza tinha algo escondido para mostrar (desconfio sempre de quem insiste com este papinho de "capaitalismo-e-sustentabilidade"). Bingo!
Alguém deveria lembrar Marina para ensinar ao seu vice que governabilidade se conquista com votos e não com demagogia. Mas a esta altura, viagem é perdida, porque ela também resolveu entrar pelo caminho fácil de agradar a Globo. Mas não dá nada, afinal o vice de Marina é apenas mais um ilustre desconhecido tentando mostrar serviço aos que pensam que ainda são donos do poder.
As pérolas do saboneteiro estão publicadas no blog oficial de Marina.