Como a redecastorphoto e a Vila Vudu vêem a venda do Brasil
A inatividade ativa de Marina da Silva
Marina,... você se pintou?
UM BALANÇO INICIAL DO PRIMEIRO TURNO
"A esquerda teve o melhor resultado eleitoral de sua história: Dilma em primeiro lugar, governadores no Rio Grande do Sul, na Bahia, em Pernambuco, no Ceará, no Espírito Santo, Sergipe, Acre, boas possibilidades no Distrito Federal, possibilidades ainda no Pará, e renovação com grande bancada no Senado e grande aumento nas bancadas parlamentares na Câmara.
A frustração veio da expectativa criada pelas pesquisas de uma eventual vitória no primeiro turno para presidente. Uma análise mais precisa é necessária, a começar pelo altíssimo numero de abstenções e também dos votos nulos e brancos que, somados, superam um quarto do eleitorado. Mas também dos efeitos das campanhas de difamação – sobre o aborto, luta contra a ditadura, etc., assim como o efeito que o caso da Erenice efetivamente teve para diminuir o resultado final da Dilma."
Leia a íntegra do artigo aqui
O DEBATE E O SONO
AGORA MARINA VAI AFUNDAR NO RS: SIMON DECLAROU APOIO A ELA
Desesperado depois que seu candidato ao governo, o "imparcialmente ativo" José Fogaça*, naufragou com aquela conversinha insossa de "vamos unir do Rio Grande" (no Datafolha, Tarso está com o dobro de Fogaça - 46% a 23%), Simon tenta agora criar um fato político declarando apoio à Marina faltando uma semana para a eleição, como é de seu costume.
O que Marina não sabe é que o apoio de Simon, considerando a situação do RS, onde o PMDB, mercê de ter ficado em cima do muro na eleição presidencial - algo que gaúcho abomina -, é bola fora.
* a "imparcialidade ativa" (a expressão é deles), mantra do "credo do muro", foi a idiotice criada por Simon, Fogaça e outros espertos do PMDB guasca, para tentar tirar uma casquinha por todos os lados na eleição presidencial. Deu no que deu.
Marina é a nova arma da direita contra Dilma
A senha foi dada com a publicação, nesta quinta-feira, da pesquisa Datafolha, na qual, curiosamente, Dilma cai dois pontos, Serra sobe um e Marina dois. E qual é a margem de erro? Dois pontos. Bingo!
Na sequência, os celetistas do PIG passam a utilizar seus espaços "comentando" o resultado da pesquisa de forma uníssona: todos dizem que, embora as oscilações estejam dentro da margem de erro, constata-se que, de fato, Dilma cai, e quem mais sobe é Marina.
Mônica Bergamo, com aquela voz arrastada de quem acabou de tomar Mogadon, chegou a salientar, na Rádio Band News ontem pela manhã, que "Marina cresce não apenas entre os mais ricos, mas também entre a [velha] classe média" (aliás, quanto a este último aspecto, nada a estranhar: a velha classe média é reacionária e adora um golpe - vide 64). A seguir, Mônica passa a comentar os resultados da pesquisa nas principais Capitais, realçando que Marina está empatando e até ultrapassando Serra em diversas cidades. Conclui por lançar a "dúvida" se isto será que capaz de levar a eleição para o segundo turno.
Marina já vestiu o figurino da direita há tempos, desde que começou a papagaiar os argumentos de Serra e dos agentes do PIG sobre a "gravidade das denúncias" na Casa Civil, chegando a dizer no JN algo como "é assim que fazem quando eles governam"(!), esquecendo-se que até ontem era uma "deles".
Com essa, credenciou-se a um convite para a refundação da UDN, que ocorrerá logo após a eleição.
Vice de Marina se farda para o golpe invocando Tiririca
Sem votos, a saída é o golpe... |
Depois de ver a sua líder sem-votos descambar para o oportunismo, remando a favor da enxurrada de denúncias sem provas do PIG contra o Governo Lula e Dilma, seu vice, Sr..., hã..., péraí..., ah, Guilherme Leal, o candidato das verdinhas, não quis perder a barca e disse, ontem, que "a ex-ministra Dilma Rousseff e a chapa liderada pelo PT oferecem ao país uma governabilidade temerária e instável."
Tendo achado a frase boa, tascou uma piadinha de mau gosto: "a coligação liderada pelo PT ensaia uma “governabilidade Tiririca”.
Gostando do resultado, emendou: “diferentemente do que diz o palhaço Tiririca, pior do que está, fica”.
E aí, chega à iluminação: “o poder no país, que deveria ser usado em benefício da população, tem servido para reprodução de esquemas que representam mais e mais um ônus para o povo”.(!)
Mas afinal de quem o vendedor de sabonetes pensa que está falando? Ônus para quem, cara pálida? Será que ele não sabe que o governo Lula tem a aprovação de 80% dos brasileiros e que Marina fez parte deste governo por quase sete anos? É claro que ele sabe tudo isso.
Ocorre que o grave neste discurso não são as piadinhas xinfrins. Questionar a "governabilidade temerária e instável" aponta para a necessidade de uma solução que venha "restaurar" a "governabilidade perdida", e todos sabem que estas "soluções" se dão através de golpes, como o que agora se trama contra a vitória arrasadora da candidatura que representa continuidade do governo que mais fez pelo Brasil e seu povo, especialmente o mais sofrido.
Eles sabem que quando se governa para mais do que para vinte milhões de pessoas, como dizia Raimundo Faoro, a elite se desespera, porque sabe que não volta tão cedo ao poder. Daí, o golpe passa a ser a única saída. Tentaram contra Getúlio e conseguiram contra Jango, presidentes que governaram para mais do que uma pequena parte da população, promovendo profundas alterações nos paradigmas nacionais.
Agora o quadro se repete: suplantando a todos os seus antecessores, Lula, em 2005, quase foi vítima do golpe, que foi parado apenas pelo gigantesco apoio popular que se revelou então. E hoje, eles assistem impotentes à maior consagração que um governo vai receber das urnas. E não se conformam.
Com aquele jeitinho de padreco do interior, o rei da perfumaria apenas esperava uma oportunidade para se mostrar na sua inteireza. Particularmente, sempre achei que aquele tipo engomadinho do-empresário-bonzinho-que-luta-para-salvar-a-natureza tinha algo escondido para mostrar (desconfio sempre de quem insiste com este papinho de "capaitalismo-e-sustentabilidade"). Bingo!
Alguém deveria lembrar Marina para ensinar ao seu vice que governabilidade se conquista com votos e não com demagogia. Mas a esta altura, viagem é perdida, porque ela também resolveu entrar pelo caminho fácil de agradar a Globo. Mas não dá nada, afinal o vice de Marina é apenas mais um ilustre desconhecido tentando mostrar serviço aos que pensam que ainda são donos do poder.
As pérolas do saboneteiro estão publicadas no blog oficial de Marina.
Há vaga
Estimativas para 3 de outubro
Por várias razões, a provável vitória de Dilma Rousseff- em 3 de outubro será saudada como um resultado extraordinário. Ao que tudo indica, ela alcançará uma coisa que Lula não conseguiu nem quando disputou sua reeleição: vencer no primeiro turno. Não que levar a melhor dessa maneira seja fundamental, pois o próprio Lula mostrou ser possível ganhar apenas no segundo e se tornar o presidente mais querido de nossa história.
É preciso lembrar que Lula não a obteve em 2006 por pouco, apesar de sua imagem ainda sangrar com as feridas abertas pelo mensalão. Ele havia chegado aos últimos dias daquele setembro com vantagem suficiente para resolver tudo ali mesmo e só a perdeu quando sofreu um ataque sem precedentes de nossa “grande imprensa”.
Aproveitando-se do episódio dos “aloprados”, fazendo um carnaval de sua ausência no debate na Globo, ela balançou um eleitorado ainda traumatizado pelas denúncias de 2005. Lula deixou de vencer em 1º de outubro, o que, no fim das contas, terminou sendo ótimo para ele. No segundo turno, a vasta maioria da população concluiu o processo de sua absolvição, abrindo caminho para o que vimos de 2007 em diante: ele nunca mais caiu na aprovação popular e passou a bater um recorde de popularidade atrás de outro.
Com as pesquisas de agora, é difícil estimar com precisão quanto Dilma Rousseff poderá ter no voto válido. Não é impossível que alcance os 60% que Lula fez, no segundo turno, na última eleição. E ninguém estranharia se ela ultrapassasse os 54% que Fernando Henrique obteve em 1994, com o Plano Real e tudo.
Para fazer essas contas, é preciso levar em consideração diversos fatores. Um é quanto Marina Silva poderá alcançar, a partir dos cerca de 8% que tem hoje. Há quem imagine que ela ainda cresça, apesar do mísero tempo de televisão de que disporá. Com uma única inserção em horário nobre por semana e um tempo de programa praticamente idêntico ao dos candidatos pequenos, não é uma perspectiva fácil.
O segundo fator é o desempenho dos candidatos dos partidos menores, dos quais o mais relevante é Plínio de Arruda Sampaio. Muito mais que seus congêneres de extrema esquerda, ele pode se transformar em opção para a parcela de eleitores que vota de forma mais ideo-lógica ou que apenas quer expressar seu “protesto”. Embora as pesquisas a respeito desse tipo de eleitor não sejam conclusivas, isso pode, talvez, ocorrer em detrimento de Marina: à medida que Plínio subir, ela encolherá. O que não afetaria, portanto, o tamanho do eleitorado que não votará em Dilma ou Serra.
Para, então, projetar o tamanho da possível vitória de Dilma, o relevante é saber o piso de Serra. Se ele cairá, considerando seu patamar atual, próximo a 30%.
Só o mais otimista de seus partidários acredita (de verdade) que a presença de Lula na televisão será inútil para Dilma e que seu apelo direto ao eleitor não produzirá qualquer efeito. Ou seja, ninguém acredita que ela tenha já atingido seu teto, com os 45% que tem hoje.
O voto em Serra tem, no entanto, três fundamentos, todos, aparentemente, sólidos: 1. É um político respeitado no maior estado da federação, que governou, até outro dia, com larga aprovação. 2. Representa o eleitorado antipetista,- aquele que pode até tolerar Lula, mas que nunca votou e nunca votará no PT. 3. Tem uma imagem nacional positiva, conquistada ao longo da vida e, especialmente, quando foi ministro da Saúde. De São Paulo deve sair com 45% dos votos, o que equivale a 10% do País. O antipetismo lhe dá mais cerca de 10% e a admiração por sua biografia no restante do eleitorado, outro tanto (tudo em números redondos).
Se essas contas estiverem corretas, Serra teria pouco a perder nas próximas semanas. Em outras palavras, já estaria, agora, perto de seu mínimo.
Fica simples calcular o resultado que, hoje, parece mais provável para 3 de outubro: Serra, 30%; Marina e os pequenos, 10%; brancos e nulos, entre 8% e 10% (considerando o que foram em 2006 e 2002, depois da universalização da urna eletrônica); Dilma, entre 50% e um pouco menos que 55%. Nos válidos: Marina (e os pequenos) 11%, Serra 33%, Dilma 56%.
Talvez seja arriscado fazer essas especulações. Talvez não, considerando quão previsível está sendo esta eleição.
*Sociólogo e presidente do Instituto Vox Populi
Imagem: Flickr Dilma Presidente.
O não evento eleitoral de 2010?
Anos atrás, trabalhando dados relativos às eleições municipais de 1976, referi-me às eleições municipais anteriores, de 1972, como um "não evento". A intenção era salientar o desinteresse que as cercara mesmo nas parcelas mais atentas do eleitorado, dado o sentimento de um jogo eleitoral irrelevante nas condições da ditadura militar ainda incontrastável. Já em 1976, precedido pela surpreendente vitória do MDB nas eleições de 1974 para o Senado, as coisas eram diferentes.
Temos agora, com as eleições de 2010, outro possível não evento. Não obstante o bom sinal representado por uma Marina Silva a marcar presença, a disputa real se trava entre o repeteco envelhecido e vacilante de José Serra e a tentativa desfrutável de "rotinização" do carisma de Lula em Dilma Rousseff - notavelmente incapaz de dizer com um mínimo de clareza e correção o que quer que seja, mesmo quando parece saber o que quer dizer. Inútil, aparentemente, esperar debates menos aborrecidos que os do dia 5 último, em particular se a oposição tem de evitar aparecer de fato como tal e se, aos olhos dos próprios colaboradores de Dilma, já será um ganho se se conseguir evitar que as características da candidata resultem em acidente desastroso de campanha.
Há, contudo, diferenças cruciais, salvo seja, entre o não evento de agora e o de 1972. Elas dizem respeito ao que pode ser posto em termos do enfrentamento "constitucional" que marcava a política brasileira na segunda metade do século passado, com projetos radicalmente divergentes quanto à organização política do país no quadro mundial da Guerra Fria. A ditadura de 1964 foi, naturalmente, o ápice negativo desse enfrentamento - em forte contraste com a moderação que, num contexto mundial profundamente modificado, a chegada de Luiz Inácio Lula da Silva e do PT à presidência da República acabou produzindo. Some-se a isso o fato de que a moderação permitiu os evidentes êxitos de um longo período de continuidade administrativa básica centrado em duas figuras políticas, Fernando Henrique Cardoso e Lula, inegavelmente especiais, cada um a seu modo, na cena brasileira - e os níveis inéditos de apoio que esses êxitos e o apelo popular de Lula lhe trazem ao final de seus dois mandatos. O aspecto mais notável do contraste com a confrontação que levou a 1964 é que as circunstâncias em que se desenrolou o processo político nacional no último quarto de século dão um papel central às próprias disputas eleitorais na produção da convergência atual, levando a que passem a incorporar com nitidez demandas redistributivas e, em geral, a "questão social" que constituía o foco principal dos ferozes embates "constitucionais" de antes. O que talvez permita ver as feições atuais do processo político em termos de um enfrentamento delimitado por parâmetros - de inspiração inevitavelmente social-democrática - em que a solução definitiva do problema "constitucional" da democrática incorporação política e social de todos se encontra aparentemente encaminhada.
Por certo, não há razão para um otimismo sonso ou míope. É clara a necessidade da reforma política de que tanto se fala, e que, a começar da revisão das absurdas e fantasiosas regras eleitorais em vigor, pudesse fazer que os aspectos positivos da moderação e convergência obtida se traduzissem na consolidação de uma estrutura partidária simplificada, de que PT e PSDB poderiam fornecer os esteios, e capaz de contar com a adesão estável dos eleitores. Sem falar que os resultados econômicos favoráveis, os êxitos redistributivos recentes e até a maior presença internacional do país subitamente alcançada não permitem esquecer o enorme legado social negativo sobre o qual é preciso trabalhar no esforço mais ambicioso da construção de um país de cidadãos reais, com acesso garantido à segurança e aos direitos civis básicos e a bens de saúde e educação.
De todo modo, se certamente não são de estranhar as queixas na imprensa sobre a chatice da atual campanha, certas preocupações vão mais longe e desbordam os parâmetros benignos indicados acima. Assim, há quem não goste de Bolsa Família e não veja êxitos (admiti-los seria ser "reacionariamente situacionista"!), assim como há quem enxergue na convergência a ameaça de implantação de uma ditadura petista ao estilo do PRI mexicano - omitindo que, se a simples ênfase em eleições pode resultar no autoritarismo das "democracias iliberais", a legitimação eleitoral prolongada não é por si só suficiente para que se fale em ditadura. Mas há também quem veja no quadro atual a simples "peemedebização" do país, destacando a face "fisiológica" dos arranjos e composições que a convergência envolve.
Talvez seja exagero: se não vamos ter briga, alguma composição com o atraso, como há muito se diz, parece inevitável. Com os companheiros de chapa de Serra e Dilma, contudo, é melhor torcer, depois da eleição chata, pela saúde do provável presidente.
Fábio Wanderley Reis é cientista político e professor emérito da UFMG. Escreve mensalmente às quintas-feiras.
TV Brasil exibe hoje programa ao vivo com Marina Silva
Depois dos candidatos Dilma Rousseff e José Serra, é a vez do “3 a 1” entrevistar a candidata Marina Silva
A terceira rodada de entrevistas com os presidenciáveis do Programa 3 a 1 será exibido hoje. Às 22h, a candidata Marina Silva participa ao vivo da sabatina na TV Brasil. É a última entrevista da série que começou na quarta-feira com a candidata Dilma Rousseff. Ontem, foi a vez do candidato José Serra.
A ordem dos candidatos foi estabelecida por sorteio, realizado no dia 18 de junho, com a participação de representantes dos três candidatos.
A TV Brasil deixou o local de gravação ou transmissão ao vivo do programa á critério dos candidatos. Dilma Rousseff optou pela gravação no estúdio de Brasília na quarta-feira (22). Também neste dia, por questões de agenda, o candidato José Serra gravou na no estúdio da TV Brasil no Rio de Janeiro. Marina Silva foi a única que preferiu a participação ao vivo, nesta sexta-feira(23), às 22h, no estúdio de São Paulo (Av. Moffarrej,1200 - Vila Leopoldina).
O programa de entrevistas 3 a 1 é apresentado pelo jornalista Luiz Carlos Azedo, contando sempre com a participação de um jornalista da TV Brasil e outro convidado. Vai ao ar, semanalmente, às 22 horas de quarta-feira. A série com os presidenciáveis, excepcionalmente, foi veiculada durante três dias seguidos na programação.
Além de Azedo como apresentador, o programa conta com a participação, pela TV Brasil, da jornalista Tereza Cruvinel, e com um jornalista de outro veículo em cada um dos programas. Hoje, a jornalista convidada será Maria Cristina Fernandes, do jornal Valor Econômico.
A íntegra de cada programa será publicada pela Agência Brasil (www.agenciabrasil.ebc.com.br). Os programas serão também retransmitidos, às 23 horas, pelas radios Nacional do Rio de Janeiro (AM-1.130kHz), Nacional de Brasilia (AM-980kHz)e Nacional da Amazônia (OC-11.780kHz).
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