Eles sabem que a viagem será longa... |
A última fala do Zé Mentira no debate desta noite da Record foi relevadora: quando já estava nas despedidas, o candidato da nova UDN, ao pedir votos, disse que esta eleição vai definir o futuro do Brasil por muitos anos.
Na verdade, esta aparentemente inofensiva observação explica o desespero da direita, que impotente na construção de um candidato que convencesse a população para os seus propósitos, vê na eleição de Dilma o adiamento do seu desejo de voltar a usufruir do poder para a locupletação fácil com que estiveram acostumados até oito anos atrás.
Ocorre que a direita tupiniquim apostava cegamente que, com a impossibilidade de Lula se candidatar novamente, o ciclo dos governos do PT estaria encerrado.
Inclusive já festejavam desde o início do ano, quando o esquizofrênico Montenegro, do Globope, cantava desde então a eleição de Serra no primeiro turno.
Apostavam no fato de Dilma nunca ter disputado uma eleição, que ela era apenas um fantoche de Lula, que ela era autoritária, mandona, etc, etc.
Ledo engano. Dilma, além de não esconder que sua candidatura tem seu fundamento no sucesso do governo e na liderança de Lula, também demonstrou estar preparada para sucedê-lo: profunda conhecedora dos programas do governo e das questões do Brasil, ela ainda se mostrou uma candidata com personalidade própria.
O pânico da direita, traduzido pelas atabalhoadas ações veiculadas pela velha mídia, tem sua razão: a eleição de Dilma representa a possibilidade de continuidade do projeto de governo de avanços sociais liderado pelo PT por bem mais que apenas quatro anos.
E sabe que, igualmente, o fundamento desta contituidade é sólido: nunca na história deste País a população, indistintamente considerada - ao contrário do que sempre ocorrera desde o governo Vargas - teve um protagonismo na definição das ações de um governo nacional: milhões saíram da pobreza, milhões puderam comprar sua primeira casa, seu primeiro automóvel, os eletrodomésticos desejados até então apenas através das vitrines das lojas, milhares puderam chegar à universidade.
Eles sabem que, se Dilma ganhar a eleição, tão cedo eles não voltam. Serra, sem querer, confessou de revesgueio.