Porque ele não defende a gestão do seu afilhado no Banrisul? |
O senador-moralista-de-cuecas Pedro Simon disse que vai solicitar à Procuradoria-Geral da República informações sobre as denúncias envolvendo a ex-ministra Erenice Guerra e seus familiares.
Conhecido por entrar em campo depois que o jogo já está jogado, Simon esperou os agentes do PIG turbinarem as denúncias sem provas para então tomar uma atitude "forte": pedir informações sobre o caso ao MP.
Na verdade, o escorregadio senador nem precisaria incomodar o Dr. Gurgel: basta continuar a ler a Veja, os jornalões decadentes e assistir ao JN para se assenhorear das baixarias que a cambada dos sem-votos derrama dia após dia contra o inevitável: a eleição arrasadora de Dilma no primeiro turno.
O que ele não fez até agora foi defender seu afilhado Fernando Lemos, que presidiu o Banrisul nos governos Rigotto e Yeda, durante os quais se formou, dentro da Superintendência de Marketing do banco, a quadrilha que drenou 10 milhas dos cofres da instituição. Sobre este assunto, ele não pediu informações ao MP. Passou longe.
Quando não interessa, o moralista tenta recolher o rabo.
Simon: vocês não vão deixar esta mlher nos governar, né? |
Pedro Simon é uma figura decadente, representante de uma maneira anacrônica de fazer política, que opera através do jogo de aparências e dissimulações, como se fosse possível enganar a todos o tempo todo.
Constituiu-se no tempo da ditadura, por meio de discursos inofensivos. Há anos se arrasta nos corredores do Senado gritando, de vez em quando, da tribuna, um discurso moralista absolutamente vazio de conteúdo. Seu objetivo é apenas atacar, não constrói absolutamente nada.
Quando governou o RS, fez uma gestão mixuruca que não deixou qualquer lembrança.
A forma de fazer política do velho moralista pode se ilustrada pela seguinte histórinha: na campanha eleitoral de 2006, estávamos um grupo de militantes panfleteando numa avenida de Porto Alegre as candidaturas de Lula e Olívio Dutra. De repente, encontramos Simon, candidato à reeleição, que vinha com um grande séquito, cumprimentando os passantes. Com o desgaste imposto ao PT pelo mensalão, os peemedebistas acreditavam na possibilidade de o PT, que na opinião deles não iria para o segundo turno, apoiar a releição do governador Germano Rigotto, pois o PT jamais apoiaria a tucana Yeda Crusius. Simon, ao nos ver com adesivos de Lula e Olívio no peito, se aproximou e saiu-se com esta: "vocês não vão deixar esta mulher nos governar, né?"
A roda girou, quem não foi para o segundo turno foi Rigotto e, na noite em que Yeda ganhou a eleição, Simon aparece dando aquele beijinho nela.
Ainda teremos que aguentar este velhaco por mais quatro anos. O Rio Grande não merece.