A ideia da prosperidade, como a ideia de liberdade, é da esquerda. Surge no Renascimento e se projeta pelos séculos seguintes, sempre iluminada pelo propósito de democratizar os frutos do progresso. Democratizar a participação coletiva na construção do mundo. O marco dos novos tempos datados do renascimento é a ruptura com a ideia da felicidade na vida celestial, trazendo o paraíso do céu para a terra. A felicidade é aqui, agora, é a partida para o futuro modelado pela essência do presente. Tudo isso aconteceu muito antes de Marx. O capitalismo, inclusive, foi resultado desse sonho quando a burguesia revolucionária revelou-se contra o espartilho do feudalismo.Achei este texto ótimo, pois coloca os pingos nos iis.
Em primeiro lugar, por trazer à tona o óbvio: frente ao mundo feudal, o mundo capitalista é o mundo progressista, isto é de esquerda. Isso, é claro, bem antes da ainda vaga ideia de socialismo.
Em segundo lugar, por colocar à frente a prosperidade como bandeira de esquerda. Grana nos bolsos, eis o que importa. Governar para que os bolsos mais vazios se encham proporcionalmente mais do que os outros, eis a política.